quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Seis qualidades de um líder cristão

O líder é um servidor que tem espiritualidade de comunhão e do lava-pés.

1. Zelo pela retidão. Um líder de comunidade cumpre seus deveres, evita toda negligência, consome-se de zelo pelo bem comum. Faz tudo para a glória de Deus, descentraliza seu ego, faz fazer, desaparece para que os outros cresçam. Sabe corrigir os erros e não encobre as faltas. Seu zelo faz que não se canse pelo trabalho, não se dobre nas provações, não se acovarde pela indolência, não se desvie pelas amizades, não trema ante as ameaças. Um líder assim é um verdadeiro pastor.

2. Compaixão fraterna. O líder é atento às pessoas, zela pelo seu bem-estar, é sensível às suas necessidades. Tem coração de mãe que sabe dosar ternura e disciplina. É firme mas não autoritário, nem se coloca acima dos outros. Procura dialogar sem intimidar e sabe também consolar. Foge da agressividade agindo com amabilidade porque sabe compreender. O líder é um servidor que tem espiritualidade de comunhão e do lava-pés.

3. Paciência e tolerância. Procura perdoar as ofensas, curar as mágoas e promover a concórdia. Seu lema é: não prejudicar, não condenar, não julgar, não agredir. Está voltado para o bem-estar dos outros e por isso o espírito de gentileza, a vontade de reconciliação e o altruísmo lhe conferem paciência e tolerância. Guarda a serenidade e não se deixa abater pelas criticas, pelo contrário, aprende com seus erros e aceita mudar, é pessoa flexível.

4. Vida exemplar. Evita a dupla mensagem: dizer uma coisa e fazer outra. Tem autocritica e aceita correção. Não faz acepção de pessoas, trata a todos com igualdade e dá testemunho de simplicidade, de fé e de participação. Não procura agradar, mas servir. Sua vida pessoal, familiar, comunitária é equilibrada e exemplar. Por ser coerente e transparente é amado, obedecido, visitado, imitado.

5. Bom senso. Não se considera melhor que os outros e por isso não se gaba nem humilha. Sabe exigir, mas sem ferir. Diz a verdade com jeito e caridade. Seu bom senso está no discernimento: nem áspero demais, nem suave demais; nem triste demais, nem fanfarrão; nem curioso demais, nem despreocupado demais; nem brando demais, nem severo demais; nem solitário demais, nem sociável demais chegando a ser simplório, leviano, brincalhão para ser bem-quisto. Não compra o afeto das pessoas.

6. Devoção a Deus. Sua fé se expressa na oração e no amor solidário. Entusiasmado por Jesus, enche-se de paixão pelo reino de Deus e de compaixão pelas pessoas. O amor de Deus é sua convicção pessoal. É entusiasmado pelas coisas de Deus, pela Igreja, pela comunidade. Tem o ouvido no coração de Deus e a mão no pulso da história. Não desanima, é perseverante e carrega o fardo dos irmãos. Sua cruz é também sua escola. Aprende com a ciência da cruz.
Nossas comunidades e grupos de reflexão precisam de líderes e animadores preparados. As qualidades aqui apontadas podem ajudá-los, embora elas sirvam para qualquer liderança como professores, políticos, médicos, padres. O animador é alma da comunidade, é fonte de inspiração.


Dom Orlando Brandes
Administrador Diocesano de Joinville

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