terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A Elegância do Comportamento.

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".
Fernando Pessoa

A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara:

A elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e abrange bem mais do que dizer um simples "obrigado" diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E, quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no dia a dia.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete. Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro. É muito elegante não falar de dinheiro em papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". Se teus amigos não merecem certa cordialidade, teus inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

Imagine Jesus esnobando os pescadores-apóstolos Pedro e João pela pouca prática em pescaria; ou os cobradores-pecadores Mateus e Zaqueu pela traição ao povo judeu; ou você, após admitir que caiu em pecado mais uma vez e que não conseguiu "chegar lá", como pretendia. Para Jesus, aceitar os outros, ouvi-los, conversar coisas que não Lhe interessavam, não ser espaçoso demais, etc., era uma necessidade. Ele era assim. Assim como? Fino! Ser cristão é ser delicado, embora seguro. É ser elegante. Cavalheiro, como só o Espírito Santo pode ser. Com certeza, elegância no teu comportamento revela muito do quanto você se dispôs a crescer por causa do Evangelho

Nenhum comentário: