domingo, 21 de dezembro de 2008



O que é o Natal
O Natal

A Igreja em sua missão de ir pelo mundo levando a Boa Nova quis dedicar um tempo para aprofundar, contemplar e assimilar o Mistério da Encarnação do Filho de Deus; conhecemos este tempo como o Natal. Perto da antiga festa judaica das luzes e buscando dar um sentido cristão às celebrações pagãs do solstício de inverno, a Igreja aproveitou o momento para celebrar o Natal.
Nesse tempo os cristãos por meio do Advento se preparam para receber o Cristo, luz do mundo" (Jo 8, 12) em suas almas, retificando suas vidas e renovando o compromisso de segui-lo. Durante o Tempo de Natal assim como no Tríduo Pascal da semana Santa celebramos a redenção do homem graças à presença e entrega de Deus; mas diferentemente do Tríduo Pascal em que recordamos a paixão e morte do Salvador, no Natal recordamos que Deus se fez homem e habitou entre nós.
Assim como o sol afasta a trevas durante a alvorada, a presença de Cristo irrompe nas trevas do pecado, do mundo, do demônio e da carne para mostrar-nos que é o caminho a se seguir. Com sua luz nos mostra a verdade de nossa existência. Cristo é a vida que renova a natureza caída do homem e da natureza. O Natal celebra essa presença renovadora de Cristo que vem salvar o mundo.
A Igreja em seu papel de mãe e mestre por meio de uma série de festas busca conscientizar o homem deste fato tão importante para a salvação de seus filhos. Por isso, é necessário que todos os fiéis vivamos com reto sentido a riqueza da vivência real e profunda do Natal.
Por último, é necessário recordar que durante o Natal celebramos em três dias consecutivos, 26, 27 e 28 de dezembro, três festas que nos fazem presente a entrega total ao Senhor:
. Santo Estevão, mártir que representa aqueles que morreram por Cristo voluntariamente.. São João Evangelista, que representa aqueles que estiveram dispostos a morrer por Cristo mas não foi morto. São João foi o único Apóstolo que se arriscou a estar com a Virgem aos pés da cruz.. Os Santos Inocentes que representam aqueles que morreram por Cristo sem sabê-lo.

Árvore de Natal
Além do "presépio" ou é costume utilizar no tempo de natal a "Árvore de Natal". Vejamos alguns de seus elementos que podem nos ajudar a aprofundar no mistério do Natal – Encarnação.
A ÁRVORE nos traz à memória a árvore do Paraíso (cf. Gn 2, 9 – 17) de cujo fruto comeram Adão e Eva desobedecendo a Deus. A árvore então nos lembra a origem de nossa desgraça: o pecado. E nos recorda que o menino vai nascer de Santa Maria é o Messias prometido que vem a nos trazer o dom da reconciliação.

AS LUZES nos recordam que o Senhor Jesus é a luz do mundo que ilumina nossas vidas, nos tirando das trevas do pecado e nos guiando em nosso peregrinar para a Casa do Pai.

A ESTRELA. Assim como no Presépio há dois mil um anos uma estrela se deteve sobre o lugar onde estava o menino Jesus, com a Maria sua Mãe, causando este acontecimento uma grande alegria nos Reis Magos (ver MT 2, 9 – 10). Hoje uma estrela coroa nossa árvore nos recordando que o acontecimento do nascimento de Jesus trouxe a verdadeira alegria a nossas vidas.

OS PRESENTES colocados aos pés da árvore simbolizam aqueles dons com os que os reis magos adoraram ao Menino Deus. Além disso nos recordam que tanto amou Deus Pai ao mundo que entregou (como um presente) seu único filho para que todo o que nele crer tenha eterna.
BÊNÇÃO DA ÁRVORE NATALINA
Todos os presentes, persignando-se dizem:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

O pai da família diz:
Bendito seja Deus,
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
Que nos abençôou com toda sorte de bênçãos espirituais.
Nos céus, em Cristo.

Todos respondem:
Bendito seja o Senhor pelos séculos. Amém

LEITURA
Um dos presentes, lê o seguinte texto da Sagrada Escritura:
Escutemos com atenção a leitura do profeta Isaías:
"Virá a ti, Jerusalém, o orgulho do Líbano, com o cipreste e o abeto e o pinheiro, para adornar o lugar de meu santuário e enobrecer meu estado".

ORAÇÃO DE BÊNÇÃO
Em seguida o pai da família, com as mãos juntas, diz a oração de bênção:
Oremos.
Bendito seja, Senhor e nosso Pai,
Que nos concede recordar com fé
Nestes dias de Natal
Os mistérios do nascimento do Senhor Jesus,
nos conceda, a quem adornamos esta árvore
E o enfeitamos com luzes,
Com a alegria de celebrar
O natal do novo milênio
Que podemos viver também à luz dos exemplos
Da vida plena de seu Filho
E ser enriquecidos com as virtudes
Que resplandecem em sua Santa infância.
A Ele a glória pelos séculos dos séculos.

Todos respondem:
Amém.

Ao final, todos os presentes, persignando-se dizem:
Em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo.
Amém.

Liturgia e Tradições
No tema principal desenvolvido pela liturgia de Natal encontramos os elementos básicos da teologia e da pastoral da festa. O Natal não é só uma recordação de algo que sucedeu na história. Constantemente a liturgia enfatiza que o fato do nascimento de Jesus Cristo está ordenado à Redenção, à Páscoa, à Parusia. Segundo a terminologia dos antigos, o Natal é uma mcmoria (mistério), cujo centro é a morte e ressurreição de Jesus Cristo, sempre presente e operante, como alma de toda celebração litúrgica.
Ao redor da liturgia de Natal formou-se, no decurso dos séculos, uma série de costumes folclóricos que contribuíram para criar um ambiente festivo na intimidade das famílias e nas ruas das aldeias e cidades. Já no século V foram compostos cantos populares sobre o mistério da Encarnação, inspirados na teologia e na liturgia de Natal. Quando, no século XIII, São Francisco de Assis e seus discípulos propagam a devota prática de construir presépios nas igrejas e nas casas, se estendem as cantigas de Natal, caracterizados pelo tom simples e ingênuo de suas letras e de suas melodias que se referem preferentemente aos sentimentos da Virgem e dos pastores ante a pobreza que Deus escolheu ao tomar um corpo humano.
Como para expressar visivelmente o significado da "iluminação" obtida pelo nascimento de Jesus Cristo, há muito tempo se introduziu o hábito de acender fogos durante a noite de Natal, substituindo tradições pré-cristãs. A iluminação extraordinária dos lugares públicos durante o tempo de Natal se inspirou nesses usos.
Desde o século XVI, nos países nórdicos, começa o hábito de reunir-se em torno de uma árvore ? a árvore de Natal ?, símbolo da graça alcançada pela Encarnação e pela morte na árvore da cruz de Jesus Cristo, em contraposição ao pecado que se originou na árvore do paraíso.
Também, se destinou para o dia de Natal a prática de trocar presentes e felicitações; prática sugerida pela que existia em Roma no primeiro dia do ano, chamada estréia. No início, simbolizava-se que era o menino Jesus quem oferecia os presentes; e mais adiante, seriam os Reis Magos quem distribuíam os dons, e não tanto pelo Natal como pela Epifania, em que se comemora o fato da entrega de seus obséquios a Jesus Cristo.
Por último, durante a oitava de Natal se celebram as "memórias" dos Santos Estevão, João Evangelista e Inocentes, como as mais antigas, às que o Oriente acrescentava a dos Santos Pedro e Paulo.

Tradições e Costumes
As tradições e costumes são uma maneira de fazer presente o que ocorreu ou o que se costumava fazer nos tempos passados. São os fatos ou obras que se transmitem de uma geração a outra de forma oral ou escrita. A palavra tradição vem do latim "traditio" que vem do verbo "tradere" que significa entregar. Poder-se-ía dizer que tradição é o que nossos antepassados nos entregaram.
No caso da Natal, o mais importante das tradições e costumes não é só o aspecto exterior mas seu significado interior. Deve-se conhecer por quê e para quê se levam a cabo as tradições e costumes para assim poder vivê-las intensamente. Este é um modo de evangelizar.
Existem muitas tradições e costumes tanto do Advento como do Natal, os quais nos ajudam a viver o espírito natalino; contudo, devemos recordar que este espírito encontra-se na meditação do mistério que se celebra.

O calendário
Ao fixar-se esta data, também ficaram fixadas à da Circuncisão e da Apresentação; a da Expectação (Nossa Senhora da Esperança) e, quiçá, a da Anunciação da Santíssima Virgem Maria; também a do Nascimento e Concepção do Batista. Até o século décimo o Natal era considerado, nos documentos pontifícios, o inicio do ano eclesiástico, como continua sendo nas Bulas; Bonifácio VIII (1294-1303) restaurou temporalmente este costume, o qual a Alemanha sustentou durante algum tempo mais.

As três Missas
As três missas assinaladas para esta data no Missal de Gelasio e no Gregoriano, com um martirológio especial e sublime, e com a dispensa, se for necessário, da abstinência, ainda hoje são guardadas. Embora Roma indique somente três Missas para o Natal, Ildefonso, um Bispo espanhol de 845, alude a uma tripla Missa no Natal: Páscoa, Pentecostes, e a Transfiguração. Estas Missas, de meia noite, ao alvorecer, e in die, estão misticamente relacionadas com a distribuição judia e cristã, ou ao triplo "nascimento" de Cristo: na Eternidade, no Tempo, e na Alma. As cores litúrgicas variavam: negro, branco, vermelho; e o Glória era só entoado ao princípio da primeira Missa desse dia.

Os presépios
No ano 1223 São Francisco de Assis deu origem aos presépios que atualmente conhecemos, popularizando entre os leigos um costume que até esse momento era do clero, fazendo-o extra-litúrgico e popular. A presença do boi e do burro deve-se a uma errônea interpretação de Isaías 1, 3 e de Habacuc 3, 2 (versão "Italiana"), apesar de aparecerem no magnífico "Presépio" do século quarto, descoberto nas catacumbas de São Sebastião no ano de 1877.

Os hinos e cantigas de natal
As primeiras cantigas de natal que se conhecem foram compostos pelos evangelizadores no século V com a finalidade de levar a Boa Nova aos aldeãos e camponeses que não sabiam ler. Suas letras falavam em linguagem popular sobre o mistério da encarnação e estavam inspiradas na liturgia da Natal. Chamavam-se "villanus" ao aldeão e com o tempo o nome mudou para vilancicos (do Espanhol "villancicos"). Estas falam em um tom simples e engenhoso dos sentimentos da Virgem Maria e dos pastores ante o Nascimento de Cristo. No século XIII estendem-se por todo o mundo junto com os presépios de São Francisco de Assis.
O famoso "Stabat Mater Speciosa" é atribuído a Jacopone Todi (1230-1306); "Adeste Fideles" data do século decimo sétimo. Mas, estes ares populares, e inclusive palavras, devem ter existido muito tempo antes que fossem postos por escrito.
Os vilancicos, ou cantigas de Natal, favoreciam a participação na liturgia de Advento e de Natal. Cantar cantigas de Natal é um modo de demostrar nossa alegria e gratidão a Jesus e escutá-los durante o Advento ajuda à preparação do coração para o acontecimento do Natal.

Os cartões de Natal
O costume de enviar mensagens natalinas se originou nas escolas inglesas, onde se pedia aos estudantes que escrevessem algo que tivesse a ver com a temporada natalina antes de sair de férias de inverno e o enviassem pelo correio à sua casa, com a finalidade de que enviassem a seus pais uma mensagem de Natal.
Em 1843, W.E. Dobson e Sir Henry Cole fizeram os primeiros cartões de Natal impressos, com a única intenção de por ao alcance do povo inglês as obras de arte que representavam o Nascimento de Jesus.
Em 1860, Thomas Nast, criador da imagem de Papai Noel, organizou a primeira grande venda de cartões de Natal em que aparecia impressa a frase "Feliz Natal".

A Árvore De Natal
Os antigos germânicos criam que o mundo e todos os astros estavam sustentados pendendo dos ramos de uma árvore gigantesca chamada o "divino Idrasil" ou o "deus Odim", a quem rendiam culto a cada ano, no solstício de inverno, quando se supunha que se renovava a vida. A celebração desse dia consistia em adornar um pinheiro com tochas que representavam as estrelas, a lua e o sol. Em torno desta árvore bailavam e cantavam adorando ao seu deus.
Contam que São Bonifácio, evangelizador da Alemanha, derrubou a árvore que representava o deus Odim, e no mesmo lugar plantou outro pinheiro, símbolo do amor perene de Deus e o adornou com maçãs e velas, dando-lhe um simbolismo cristão: as maçãs representavam as tentações, o pecado original e os pecados dos homens; as velas representavam Cristo, a luz do mundo e a graça que recebem os homens que aceitam Jesus como Salvador. Este costume se difundiu por toda a Europa na Idade Média e com as conquistas e migrações chegou à América.
Pouco a pouco, a tradição foi evoluindo: trocaram as maçãs por bolas e as velas por luzes que representam a alegria e a luz que Jesus Cristo trouxe ao mundo.
As bolas atualmente simbolizam as orações que fazemos durante o período de Advento. As bolas azuis são orações de arrependimento, as prateadas de agradecimento, as douradas de louvor e as vermelhas de preces.
Costuma-se colocar uma estrela na ponta do pinheiro, que representa a fé que deve guiar nossas vidas.Também costuma-se pôr adornos de diversas figuras na árvore de Natal. Estes representam as boas ações e sacrifícios, os "presentes" que daremos a Jesus no Natal.
Para aproveitar a tradição: Adornar a árvore de Natal ao longo de todo o advento, explicando às crianças o simbolismo. As crianças elaborarão suas próprias bolas (24 a 28 dependendo dos dias que tenha o Advento) com uma oração ou um propósito em cada uma, e conforme passem os dias as irão colocando na árvore de Natal até o dia do nascimento de Jesus.

Papai Noel (Santa Claus) ou São Nicolau
A imagem de Papai Noel, velhinho gorducho e sorridente que traz presentes às crianças boas no dia do Natal teve sua origem na historia de São Nicolau.
Existem várias lendas que falam acerca da vida deste santo:
Em certa ocasião, o chefe da guarda romana daquela época, chamado Marco, queria vender como escravo um menino muito pequeno chamado Adrian e Nicolau o impediu. Em outra ocasião, Marco queria apoderar-se de umas jovenzinhas se seu pai não lhe pagasse uma dívida. Nicolau se inteirou do problema e decidiu ajudá-las. Tomou três sacos cheios de ouro e na Noite de Natal, em plena escuridão, chegou até a casa e colocou os sacos pela chaminé, salvando, assim, as meninas.
Marco, que queria acabar com a fé cristã, mandou queimar todas as igrejas e prender todos os cristãos que não quisessem renegar sua fé. Assim foi como Nicolau foi capturado e preso. Quando o imperador Constantino se converteu e mandou liberar todos os cristãos, Nicolau havia envelhecido. Quando saiu do cárcere, tinha a barba crescida e branca e tinha as roupas vermelhas que o distinguiam como bispo; contudo, os longos anos de cárcere não conseguiram tirar sua bondade e seu bom humor.
Os cristãos da Alemanha tomaram a história dos três sacos de ouro deixados pela chaminé no dia de Natal e a imagem de Nicolau ao sair do cárcere, para tecer a história de Papai Noel, velhinho sorridente vestido de vermelho, que entra pela chaminé no dia de Natal para deixar presentes para as crianças boas.O Nome "Santa Claus" vem da evolução paulatina do nome de São Nicolau: St. Nicklauss, St. Nick, St. Klauss, Santa Claus, Santa Clos.
Não obstante, o exemplo de São Nicolau nos ensina a ser generosos, a dar aos que não têm e a fazê-lo com discrição, com um profundo amor ao próximo. Nos ensina além disso, a estar atentos às necessidades dos demais, a sair de nosso egoísmo, a ser generosos não só com nossas coisas mas também com nossa pessoa e nosso tempo.
Por isso, o Natal é um tempo propício para imitar São Nicolau em suas virtudes.


Relato de São Boa-ventura(LM 10,7)
Três anos antes de sua morte se dispôs Francisco a celebrar no Castro de Greccio, com a maior solenidade possível, a memória do nascimento do menino Jesus, a fim de aumentar a devoção dos fiéis.
Mas para que dita celebração não pudesse ser tachada de estranha novidade, pediu antes licença ao Sumo Pontífice; e, tendo-a obtido, fez preparar um presépio com o feno correspondente e mandou trazer para o lugar um boi e um asno.
São convocados os irmãos, chegam as pessoas, o bosque se enche de vozes, e naquela noite bendita, esmaltada profusamente de claras luzes e com sonoros concertos de vozes de louvor, converte-se em esplendorosa e solene.
O homem de Deus estava cheio de piedade diante do presépio, com os olhos rasos de lágrimas e o coração cheio de gozo. Celebra-se sobre o mesmo presépio a missa solene, em que Francisco, levita de Cristo, canta o santo evangelho. Prega depois ao povo ali presente sobre o nascimento do Rei pobre, e quando quer nomeá-lo -cheio de ternura e amor-, chama-o «Menino de Belém».
Tudo isto o presenciou um cavaleiro virtuoso e amante da verdade: o senhor João de Greccio, que por seu amor a Cristo tinha abandonado a tropa terrena e professava ao homem de Deus uma íntima amizade. Assegurou este cavaleiro ter visto dormindo no presépio um menino extraordinariamente belo, ao que, apertado entre seus braços o bem-aventurado padre Francisco, parecia querer despertá-lo do sono.
Dita visão do devoto cavaleiro é digna de crédito não só pela santidade da testemunha, mas também porque foi comprovada e confirmada sua veracidade pelos milagres que se seguiram. Porque o exemplo de Francisco, contemplado pelas gentes do mundo, é como um despertador dos corações adormecidos na fé de Cristo, e o feno do presépio, guardado pelo povo, converteu-se em milagrosa medicina para os animais doentes e em eficaz remédio para afastar outras classes de pestes. Assim, o Senhor glorificava em tudo a seu servo e com evidentes e admiráveis prodígios demonstrava a eficácia de sua Santa oração.

"Oração para ser rezada em família em volta do Presépio na Noite de Natal"
Queremos oferecer esta oração para ser rezada em família, na Véspera de natal ou no dia de Natal.
Jesus nasceu na humildade de um estábulo, de uma família pobre (ver Lc 2, 6-7); uns singelos pastores são as primeiras testemunhas do acontecimento. Nesta pobreza se manifesta a glória do céu (ver Lc 2, 8-20). A Igreja não se cansa de cantar a glória desta noite:
A Virgem dá hoje à luz o Eterno.
E a terra oferece uma gruta ao Inacessível.
Os anjos e os pastores o louvam,
e os magos avançam com a estrela.
Porque Tu nasceste para nós,
Menino, Deus eterno!
Hoje só será Natal se em ti e em tua família nasce de Maria o
Senhor Jesus.

INÍCIO DA ORAÇÃO
Todos se persignando dizem:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

O pai de família, ao começar a celebração, diz:
Louvemos e demos graças ao Senhor,que tanto amou ao mundo que entregou seu Filho.

Todos respondem:
Bendito seja Deus para sempre.

Em seguida o pai de família dispõe os presentes para a bênção, com as seguintes palavras:
O Senhor Jesus nasceu de Santa Maria. O presépio que enfeita nosso lar nos lembra o grande amor do Filho de Deus, que quis habitar entre nós. Aquilo que ocorreu há dois mil anos, vamos reviver nesta noite Santa (dia santo) no mistério. O Senhor Jesus é o mesmo, ontem, hoje e sempre. Que este Natal fortaleça nossos passos no terceiro milênio cristão.

Um dos membros da família lê o seguinte texto da Sagrada Escritura:
LEITURA
Lc. 2, 4-7a: Maria deu à luz a seu filho primogênito.
Escutemos, agora, irmãos, a palavra do Santo Evangelho segundo São Lucas:
Naqueles dias, José, que era da casa e família de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para inscrever-se com sua esposa Maria, que estava grávida. E enquanto estavam ali chegou-lhe o tempo do parto, e deu à luz seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e o deitou em um presépio.
Palavra do Senhor

Todos respondem:
Graças a Deus.

Depois da leitura se canta "NOITE FELIZ", enquanto o mais novo da família coloca o Menino no Presépio.

Noite feliz
Noite feliz
Oh, Senhor
Deus de amor
Pobrezinho, nasceu em Belém
Eis na lapa Jesus, nosso bem
Dorme em paz
Oh, Jesus
Dorme em paz
Oh, Jesus

Noite feliz
Noite feliz
Oh, Jesus
Deus da luz
Quão afável é teu coração
Que quiseste nascer
Nosso irmão
E a nós todos salvar
E a nós todos salvar

Noite Feliz
Noite Feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores
Seus anjos no céu
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus Salvador

Preces
Outros dois membros da família dirigem as preces:
Neste momento em que reunimos toda a família para iniciar as festas de Natal, dirijamos nossa oração ao Senhor Jesus, Filho de Deus vivo e de Santa Maria, que quis ser também filho de uma família humana; digamos:

POR SEU NASCIMENTO, SENHOR, PROTEGE A NOSSA FAMÍLIA.

1. Senhor Jesus, Palavra Eterna, que ao vir ao mundo, anunciou a alegria à terra, alegra nossos corações com a alegria de sua visita.

POR SEU NASCIMENTO, SENHOR, PROTEGE A NOSSA FAMÍLIA.

2. Reconciliador do mundo, que com seu nascimento nos revelaste a fidelidade de Deus-Pai a suas promessas, faz com que sejamos também fiéis às promessas de nosso batismo.

POR SEU NASCIMENTO, SENHOR, PROTEGE A NOSSA FAMÍLIA.

3. Rei do céu e da terra, que por seus anjos anunciou a paz aos homens, conserva em sua paz nossas vidas e que haja paz em nosso país e em todo mundo.

POR SEU NASCIMENTO, SENHOR, PROTEGE A NOSSA FAMÍLIA.

4. Filho de Santa Maria, que quiseste ser Filho de Mulher, nos conceda descobrir que Maria é também nossa Mãe e nos ajude a amá-la com a ternura filial de seu coração.

POR SEU NASCIMENTO, SENHOR, PROTEGE A NOSSA FAMÍLIA.

5. Deus-conosco, que quiseste nascer no seio de uma família, abençoai nosso lar para que nele sempre reine o amor de maneira especial lembra-te das famílias que nestas festas de natal vivem em solidão e dor e faz que sintam o consolo de se descobrirem filhos da grande família de Deus.

POR SEU NASCIMENTO, SENHOR, PROTEGE A NOSSA FAMÍLIA.

podem acrescentar outras preces livres

Terminemos nossas pedidos rezando a oração dos filhos de Deus:
Pai Nosso…

ORAÇÃO DE BÊNÇÃO
Em seguida o pai de família diz:
Senhor Deus, Nosso pai,
que tanto amou ao mundo
que entregou seu Filho único
nascido de Maria a Virgem,
dignai abençoar este nascimento
e à família cristã
que está aqui presente,
para que as imagens deste Presépio
nos ajudem a aprofundar na fé.
Pedimos isso por Jesus, teu Filho amado,
que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Amém.

Concluída a bênção do presépio toda a família reza junta a seguinte oração:

Salve, Rainha dos Céus
e Senhora dos anjos;
salve raiz, salve porta,
que deu passou a nossa luz.

Alegra-te, Virgem gloriosa,
entre todas a mais bela;
salve, agraciada donzela,
rogai a Cristo por nós.

O pai de família diz:
Que com o auxílio de tão doce intercessora.

Todos respondem:
Sejamos sempre fiéis no terreno caminhar.

Todos fazendo o sinal da cruz dizem:
Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo. Amém.

Podemos oferecer ao Senhor Jesus uma resposta de fé concreta, neste natal e Novo Ano.
Especialmente podemos nos propor expressar-lhe nosso amor em algo prático e efetivo, em relação a nossos irmãos mais pobres, através de alguma obra de caridade.

BÊNÇÃO DA CEIA DE VÉSPERA DE NATAL
No centro da mesa se colocará uma vela apagada.
Toda a família, de pé, se reúne ao redor da mesa. Fazendo o sinal da cruz dizem:
Em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo. Amém

A mãe de família diz:
Hoje nos encontramos reunidos celebrando o nascimento do Senhor Jesus da Virgem Maria. Deus, em mostra de seu imenso amor, enviou a seu filho para que a comunhão perdida pelo pecado fosse restabelecida. Ele nos reúne nesta noite e, unidos da mesma forma que a família de Nazaré, mostra-nos que nossa espera não foi em vão.

Um dos filhos lê:
Leitura do Evangelho de São Lucas (Lc. 2, 8-14)

E todos respondem:
Glória a Ti, Senhor Jesus, que hoje nasceste da Virgem Maria.

Enquanto um dos filhos acende o círio colocado em meio da mesa, todos entoam o seguinte canto:

BATE O SINO

Bate o sino pequenino
Sino de Belém
Já nasceu Deus menino
Para o nosso bem

Paz na Terra, pede o sino
Alegre a cantar
Abençoe Deus menino
Este nosso lar

Hoje a noite é bela
Vamos à capela
Sob a luz da vela
Felizes a rezar

Ao soar o sino
Sino pequenino
Vai o Deus menino
Nos abençoar

Bate o sino pequenino
Sino de Belém
Já nasceu
Deus menino
Para o nosso bem

Paz na Terra, pede o sino
Alegre a cantar
Abençoe Deus menino.

Para finalizar; o pai de família reza a seguinte oração de bênção:
Oremos.
Deus Pai,
que enviou seu Filho muito amado,
derrama sua bênção sobre estes alimentos
e também sobre os membros deste lar
,para que assim, como agora acolhemos,
ontentes, seu Filho Reconciliador,
recebamo-lo também confiados
quando vier no final dos
empos.
Por Jesus Cristo, nosso Senhor.

Todos respondem:
Amém.

Em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo. Amém.

Liturgia de Natal
Depois da missa do Galo, onde se celebra o nascimento de Jesus Cristo, algumas famílias em suas casas se reúnem para recordar este acontecimento. Alguns momentos antes da ceia de Natal e de abrir os presentes, a família se reúne para meditar a razão pela qual estão reunidos. Abaixo se encontra um esquema para fazer esta reflexão. Em geral quem dirige esta reflexão é a cabeça da família; a Coroa de Advento deve estar com as quatro velas acesas e no centro da coroa deve ter uma quinta vela de cor branca (apagada). O esquema abaixo pode variar; o importante é recordar a todos presentes que Cristo nasceu.

1. INÍCIO
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.(pode ser cantado por todos um canto de Natal antes das Boas-Vindas)

2. BOAS-VINDAS
Irmãos, hoje nos reunimos aqui para manifestar alegremente que Jesus, nosso Deus e Salvador, nasceu. Alegremo-nos porque com a chegada de Jesus nossos pecados serão perdoados e a morte vencida. Que o amor do Pai, o nascimento do Filho e a graça do Espírito Santo estejam convosco,
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo

3. PERDÃO
Ao aprofundar no nascimento do Menino Jesus, contemplamos com espanto o imenso amor que Deus tem por nós, fazendo com que seu próprio Filho venha ao mundo fazendo-se homem como nós no seio de Maria Santíssima. Este milagre de amor de levar-nos a olhar nosso interior e perguntarmo-nos: como respondemos a Deus frente a tudo o que Ele fez por nós?; o Senhor ocupa um lugar importante em nossas vidas?; vivemos a caridade com as pessoas a nossa volta?; vivemos a caridade com os mais necessitados? Com verdadeira esperança peçamos perdão a Deus.

(Faz-se um momento de silêncio)

Todos:
Confesso a Deus todo-poderoso
E a vós, irmãos (e irmãs),
Que pequei muitas vezes
Por pensamentos e palavras,
Atos e omissões
Por minha culpa, minha tão grande culpa.
E peço à Virgem Maria,
Aos anjos e santos,
E a vós, irmãos (e irmãs),
Que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.

4. LITURGIA DO EVANGELHO
Escutemos agora a palavra de Deus:
Leitura do Evangelho segundo São Lucas 2,1-4

Ao terminar todos dizem: Glória a Vós Senhor

Senhor assim como acendemos esta luz para recordar que estás no meio de nós, o Senhor que é a Luz do mundo incendeie nossas vidas.(se acende a vela)Em seguida os que quiserem podem fazer uma breve reflexão sobre a leitura. Falando sobre a própria experiência frente o Nascimento de Cristo no próprio coração.

5. ORAÇÃO
Agora nos unamos em oração pedindo à Deus que reine para sempre em nossas famílias. Respondemos: Escuta-nos Senhor

- Escuta-nos Senhor

Pela Igreja, para que com Sua chegada renove sua missão de levar esta Boa Nova a todos aqueles que ainda não te conhecem.

- Escuta-nos Senhor

Para que Sua chegada inspire mais vocações ao serviço de Sua Igreja. Pelo Papa, os bispos, os sacerdotes, os religiosos e os consagrados, para que se mantenham fiéis em seu serviço.

- Escuta-nos Senhor

Por aqueles que sofrem, aqueles que hoje não tem um teto, comida, estão doentes, vivem em meio a guerra, ajude-os e dê consolo. Faz-nos mais generosos para atender as necessidades dos que nos rodeiam.

- Escuta-nos Senhor

Pela família, para que esta Igreja doméstica se una em torno ao Senhor, se mantenha firme em seu amor. Faça com que cresça e se multiplique. Concede para todas as família se reunirem de novo para recordar sua chegada neste mundo.

- Escuta-nos Senhor

Para que sejamos sempre agradecidos por este mistério de amor e reconciliação e que nosso agradecimento se manifeste na alegria e no amor a Deus e aos demais.

- Escuta-nos Senhor

(pode-se fazer preces livres)

6. GLÓRIA
Unindo-nos com os anjos e pastores repitamos:

(enquanto reza-se o glória, alguém da família, pode ser o menor, pega a imagem do Menino Jesus passa por todos para que todos o beijem, recordando a adoração dos pastores a Jesus,nosso Deus, em Belém.)

Gloria a Deus nas alturas,
E paz na terra aos homens
Por ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso:
Nós vos louvamos,
Nós vos bendizemos,
Nós vos adoramos,
Nós vos glorificamos,
Nós vos damos graças
Por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo,
Filho unigênito.
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais os pecados do
Mundo, tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do
Mundo, acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
Tende piedade de nós.
Só vós sois o Santo.
Só vós o Senhor.
Só vós o altíssimo, Jesus Cristo.
Com o Espírito Santo,
Na glória de Deus Pai.
Amém.

(Ao terminar coloca-se o menino Jesus no presépio, enquanto os outros cantam uma música de Natal)

7. DESPEDIDA

Irmãos, que a luz de Cristo brilhe por sempre em nossas vidas. Feliz Natal!

Epifania : A manifestação do Senhor
Epifania significa "manifestação". Jesus se dá a conhecer. Embora Jesus tenha aparecido em diferentes momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como Epifanias três eventos:

Epifania aos Reis Magos (Mt 2, 1-12)

Epifania a São João Batista no Jordão

Epifania a seus discípulos e começo de Sua vida pública com o milagre em Caná.

A Epifania que mais celebramos no Natal é a primeira.
A festa da Epifania tem sua origem na Igreja do Oriente. Diferentemente da Europa, no dia 6 de janeiro tanto no Egito como na Arábia se celebra o solstício, festejando o sol vitorioso com evocações míticas muito antigas. Epifanio explica que os pagãos celebravam o solstício invernal e o aumento da luz aos treze dias desta mudança; nos diz também que os pagãos faziam uma festa significativa e suntuosa no templo de Coré. Cosme de Jerusalém conta que os pagãos celebravam uma festa muito antes dos cristãos com ritos noturnos nos quais gritavam: "a virgem deu à luz, a luz cresce".
Entre os anos 120 e 140 dC os gnósticos trataram de cristianizar estes festejos celebrando o batismo de Jesus. Seguindo a crença gnóstica, os cristãos de Basílides celebravam a Encarnação do Verbo na humanidade de Jesus quando foi batizado. Epifanio trata de dar-lhes um sentido cristão ao dizer que Cristo demonstra assim ser a verdadeira luz e os cristãos celebram seu nascimento.
Até o século IV a Igreja começou a celebrar neste dia a Epifania do Senhor. Assim como a festa de Natal no ocidente, a Epifania nasce contemporaneamente no Oriente como resposta da Igreja à celebração solar pagã que tentam substituir. Assim se explica que a Epifania no oriente se chama: Hagia phota, quer dizer, a santa luz.
Esta festa nascida no Oriente já era celebrada na Gália a meados do séc. IV onde se encontram vestígios de ter sido uma grande festa para o ano 361 dC. A celebração desta festa é um pouco posterior à do Natal.

Os Reis Magos
Enquanto no Oriente a Epifania é a festa da Encarnação, no Ocidente se celebra com esta festa a revelação de Jesus ao mundo pagão, a verdadeira Epifania. A celebração gira em torno à adoração à qual foi sujeito o Menino Jesus por parte dos três Reis Magos (Mt 2 1-12) como símbolo do reconhecimento do mundo pagão de que Cristo é o salvador de toda a humanidade.
De acordo com a tradição da Igreja do século I, estes magos são como homens poderosos e sábios, possivelmente reis de nações ao leste do Mediterrâneo, homens que por sua cultura e espiritualidade cultivavam seu conhecimento do homem e da natureza esforçando-se especialmente para manter um contato com Deus. Da passagem bíblica sabemos que são magos, que vieram do Oriente e que como presente trouxeram incenso, ouro e mirra; da tradição dos primeiros séculos nos diz que foram três reis sábios: Belchior, Gaspar e Baltazar. Até o ano de 474 d.C seus restos estiveram na Constantinopla, a capital cristã mais importante no Oriente; em seguida foram trasladados para a catedral de Milão (Itália) e em 1164 foram trasladados para a cidade de Colônia (Alemanha), onde permanecem até nossos dias.
Trazer presentes às crianças no dia 6 de janeiro corresponde à comemoração da generosidade que estes magos tiveram ao adorar o Menino Jesus e trazer-lhe presentes levando em conta que "o que fizerdes a cada um destes pequenos, a mim o fazeis" (Mt. 25, 40); às crianças fazendo-lhes viver formosa e delicadamente a fantasia do acontecimento e aos adultos como mostra de amor e fé a Cristo recém nascido.

Por um mundo melhor

Chegamos à última semana do Advento. Aproxima-se o momento em que nossos corações se voltam para o presépio de Belém, na contemplação do Verbo Humanado que veio nos redimir. A voz que ouvimos ao longo deste Tempo, incitando-nos a endireitar nossos caminhos, a aplainar as vias, aponta-nos o Messias prometido, aguardado desde as gerações mais remotas do Antigo Testamento. Cumprem-se as profecias de Isaías.

A perspectiva de um novo mundo, de uma vida melhor, a partir da vinda de Cristo, é a mesma que a Liturgia deste domingo nos apresenta. Na meditação da primeira leitura encontramos a “promessa” que Deus fez a Davi. Essa promessa se renova com a vinda de Nosso Senhor ao mundo, assegurando-nos a salvação eterna. Javé assegura a Davi, pela voz do profeta Natan, que conduziria seu povo à felicidade e à realização plenas. Jesus se oferece pela redenção da humanidade decaída pelo pecado e, antes de subir aos céus, promete: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).

“Concedo-te uma vida tranqüila, livrando-te de todos os teus inimigos” (2Sam 7,11b), assim Deus falava a Davi. Essa “vida tranqüila” Cristo a confirma pela graça constante do Espírito Santo, livrando-nos dos inimigos: o mundo, a carne e o demônio. Provém da fé essa tranqüilidade, que melhor se expressa como confiança. Confiança nos desígnios divinos e nos meios que nos concede, principalmente pelos Santos Sacramentos, para que avancemos na via espiritual, buscando uma intimidade maior com Nosso Senhor.

Observe-se que, ao longo do texto deuteronômico, a vida é como que uma “preocupação” em ser assegurada ao povo eleito. Fica claro, desde a criação, que o homem teve a sua existência em plenitude, por graça do Criador, mas a aniquilou pela ambição. E durante toda a caminhada da humanidade, ao longo dos tempos do Velho Homem e depois de resgatada a sua dignidade, renovadas vezes a vida, esse dom unicamente de amor de Deus, é vilipendiada antagonicamente pelo amor-próprio, pela soberba, pelo desregramento.

Neste dias em que a cultura da morte é tão disseminada, com as propagandas pró-aborto, pela legalização da eutanásia, pelas pesquisas biológicas e científicas que atentam contra a ética e a moral, pela permissividade de atitudes que vão contra os princípios morais, que por sua vez se apóiam na orientação religiosa, por todos esses motivos, e tantas outras formas de se atentar contra a dignidade da pessoa humana, o Profeta nos propõe, na Liturgia da Palavra, a rever nossos valores e restaurá-los em Cristo. É Deus quem preside a História e renova constantemente Sua aliança conosco, por meio da Eucaristia, concedendo-nos paz e inspirando-nos à justiça, indicando a via para a vida em plenitude, verdadeiramente livres e salvos do pecado.

São Paulo, na epístola aos romanos, retoma a mensagem da primeira leitura, que é o plano de salvação que Deus tem para o seu povo. Essa preocupação divina, como nos apresenta o Apóstolo, faz parte de Sua natureza, enquanto criador, enquanto pai. Somos filhos amados por Ele, conduzidos como crianças nos titubeantes passos iniciais, amparados sempre para não nos entregarmos à fraqueza de nossa existência. Somos os únicos beneficiados pelo projeto de salvação que nos assegura a vida em plenitude, a vida eterna.

O projeto de salvação se realiza em Jesus Cristo, reintegrando todos os povos no Reino de Deus. Por isso, o Evangelho segue a mesma perspectiva e apresenta um momento determinante de Seu plano. O “sim” de Maria, o seu convicto “ecce ancilla”, pronta a acolher a vontade divina, é o exemplo de confiança e abandono à vontade de Deus, para nós cristãos. São Lucas nos mostra, ainda, neste domingo, na figura de Maria Santíssima, que é por meio de homens e mulheres que correspondem à Sua vocação que Deus vai se manifestando neste mundo, que Ele vai cativando discípulos e missionários da Boa Nova que Cristo nos anuncia. Através de nossa generosidade em corresponder à proposta que nos é feita pela Palavra, e por meio de um sincero gesto de amor e de partilha, estaremos cooperando com o projeto de salvação, tornando-nos imitadores de Cristo, enquanto palmilhamos felizes o caminho que nos levará à realização plena da vontade do Pai.
+ Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora(MG)

domingo, 21 de setembro de 2008

FESTAS LITÚRGICAS - O ADVENTO

O tempo de Advento

Começo: O Advento é o começo do Ano Litúrgico e começa no domingo

Termo: Advento vem de adventus, vinda, chegada, próximo a 30 de novembro e termina em 24 de dezembro. Forma uma unidade com o Natal e a Epifanía.

Cor: A Liturgia neste tempo é o roxo.

Sentido: O sentido do Advento é avivar nos fiéis a espera do Senhor.

Duração: 4 semanas

Partes: pode-se falar de duas partes do Advento:

a) Do primeiro domingo ao dia 16 de dezembro, com marcado caráter escatológico, olhando à vinda do Senhor ao final dos tempos;

b) De 17 de dezembro a 24 de dezembro, é a chamada "Semana Santa" do Natal, e se orienta a preparar mais explicitamente a vinda de Jesus Cristo na história, o Natal.

Personagens: As leituras bíblicas deste tempo de Advento estão tomadas sobre tudo do profeta Isaías (primeira leitura), também se recorrem as passagens mais proféticas do Antigo Testamento destacando a chegada do Messias. Isaías, João Batista e Maria de Nazaré são os modelos de fiéis que a Iglesias oferece aos fiéis para preparar a vinda do Senhor Jesus.


Latim ad-venio, chegar.

Conforme o uso atual [1910], o Advento é um tempo litúrgico que começa no Domingo mais próximo à festa de Santo André Apóstolo (30 de Novembro) e abarca quatro Domingos. O primeiro Domingo pode ser adiantado até 27 de Novembro, e então o Advento tem vinte e oito dias, ou atrasar-se até o dia 3 de Dezembro, tendo somente vinte e um dias.

Com o Advento começa o ano eclesiástico nas Igrejas ocidentais. Durante este tempo, os fiéis são exortados a se prepararam dignamente para celebrar o aniversário da vinda do Senhor ao mundo como a encarnação do Deus de amor, de maneira que suas almas sejam moradas adequadas ao Redentor que vem através da Sagrada Comunhão e da graça, e em conseqüência estejam preparadas para sua vinda final como juiz, na morte e no fim do mundo.

Simbolismo

A Igreja prepara a Liturgia neste tempo para alcançar este fim. Na oração oficial, o Breviário, no Invitatório das Matinas, chama a seus ministros a adorar "ao Rei que vem, ao Senhor que se aproxima", "ao Senhor que está próximo", "ao que amanhã contemplareis sua glória". Como Primeira Leitura do Ofício de Leitura introduz capítulos do profeta Isaías, que falam em termos depreciativos da gratidão da casa de Israel, o filho escolhido que abandonou e esqueceu seu Pai; que anunciam o Varão de Dores ferido pelos pecados de seu povo; que descrevem fielmente a paixão e morte do Redentor que vem e sua glória final; que anunciam a congregação dos Gentis em torno ao Monte Santo. As Segundas Leituras do Ofício de Leitura em três Domingos são tomadas da oitava homilia do Papa São Leão (440-461) sobre o jejum e a esmola, como preparação para a vinda do Senhor, e em um dos Domingos (o segundo) do comentário de São Jerônimo sobre Isaías 11,1, cujo texto ele interpreta referido a Santa Maria Virgem como "a renovação do tronco de Jessé". Nos hinos do tempo encontramos louvores à vinda de Cristo como Redentor, o Criador do universo, combinados com súplicas ao juiz do mundo que vem para proteger-nos do inimigo. Similares idéias são expressadas nos últimos sete dias anteriores à Vigília de Natal nas antífonas do Magnificat. Nelas, a Igreja pede à Sabedoria Divina que nos mostre o caminho da salvação; à Chave de Davi que nos livre do cativeiro; ao Sol que nasce do alto que venha a iluminar nossas trevas e sombras de morte etc. Nas Missas é mostrada a intenção da Igreja na escolha das Epístolas e Evangelhos. Nas Epístolas é exortado ao fiel que, dada a proximidade do Redentor, deixe as atividades das trevas e se vista com as armas da luz; que se conduza como em pleno dia, com dignidade, e vestido do Senhor Jesus Cristo; mostra como as nações são chamadas a louvar o nome do Senhor; convida a estar alegres na proximidade do Senhor, de maneira que a paz de Deus, que ultrapassa todo juízo, custodie os corações e pensamentos em Cristo Jesus; exorte a não julgar, a deixar que venha o Senhor, que manifestará os segredos escondidos nos corações. Nos Evangelhos, a Igreja fala do Senhor, que vem em sua glória; dAquele no qual e através do qual as profecias são cumpridas; do Guia Eterno em meio aos Judeus; da voz no deserto, "Preparai o caminho do Senhor". A Igreja em sua Liturgia nos devolve no espírito ao tempo anterior à encarnação do Filho de Deus, como se ainda não tivesse ocorrido. O Cardeal Wiseman disse:

Estamos não somente exortados a tirar proveito do bendito acontecimento, como também a suspirar diariamente como nossos antigos pais, "Gotejai, ó céus, lá do alto, derramem as nuvens a justiça, abra-se a terra e brote a salvação". As Coletas nos três dos quatro Domingos deste tempo começam com as palavras, "Senhor, mostra teu poder e vem" - como se o temor a nossas iniqüidades previsse seu nascimento.

Duração e Ritual

Todos os dias de Advento devem ser celebrados no Ofício e Missa do Domingo ou Festa correspondente, ou ao menos deve ser feita uma Comemoração dos mesmos, independentemente do grau da festa celebrada. No Ofício Divino o Te Deum, jubiloso hino de louvor e ação de graças, se omite; na Missa o Glória in excelsis não se diz. O Alleluia, entretanto, se mantém. Durante este tempo não pode ser feita a solenização do matrimonio (Missa e Bênção Nupcial); incluindo na proibição a festa da Epifania. O celebrante e os ministros consagrados usam vestes violeta. O diácono e subdiácono na Missa, no lugar das túnicas usadas normalmente, levam casulas com pregas. O subdiácono a tira durante a leitura da Epístola, e o diácono a muda por outra, ou por uma estola mais larga, posta sobre o ombro esquerdo entre o canto do Evangelho e a Comunhão. Faz-se uma exceção no terceiro Domingo (Domingo Gaudete), no qual as vestes podem ser rosa, ou de um violeta enriquecido; os ministros consagrados podem neste Domingo vestir túnicas, que também podem ser usadas na Vigília do Natal, ainda que fosse no quarto Domingo de Advento. O Papa Inocêncio III (1198-1216) estabeleceu o negro como a cor a ser usada durante o Advento, mas o violeta já estava em uso ao final do século treze. Binterim diz que havia também uma lei pela qual as pinturas deviam ser cobertas durante o Advento. As flores e as relíquias de Santos não deviam ser colocadas sobre os altares durante o Ofício e as Missas deste tempo, exceto no terceiro Domingo; e a mesma proibição e exceção existia relacionada com o uso do órgão. A idéia popular de que as quatro semanas de Advento simbolizam os quatro mil anos de trevas nas quais o mundo estava envolvido antes da vinda de Cristo não encontra confirmação na Liturgia.

Origem Histórica

Não pode ser determinada com exatidão quando foi pela primeira vez introduzida na Igreja a celebração do Advento. A preparação para a festa de Natal não deve ser anterior à existência da própria festa, e desta não encontramos evidência antes do final do século quarto quando, de acordo com Duchesne [Christian Worship (London, 1904), 260], era celebrada em toda a Igreja, por alguns no dia 25 de Dezembro, por outros em 6 de Janeiro. De tal preparação lemos nas Atas de um sínodo de Zaragoza em 380, cujo quarto cânon prescreve que desde dezessete de Dezembro até a festa da Epifania ninguém devesse permitir a ausência da igreja. Temos duas homilias de São Máximo, Bispo de Turim (415-466), intituladas "In Adventu Domini", mas não fazem referência a nenhum tempo especial. O título pode ser a adição de um copista. Existem algumas homilias, provavelmente a maior parte de São Cesáreo, Bispo de Arles (502-542), nas quais encontramos menção de uma preparação antes do Natal; todavia, a julgar pelo contexto, não parece que exista nenhuma lei geral sobre a matéria. Um sínodo desenvolvido (581) em Macon, na Gália, em seu nono cânon, ordena que desde o dia onze de Novembro até o Natal o Sacrifício seja oferecido de acordo ao rito Quaresmal nas Segundas, Quartas e Sextas-feiras da semana. O Sacramentário Gelasiano anota cinco domingos para o tempo; estes cinco eram reduzidos a quatro pelo Papa São Gregório VII (1073-85). A coleção de homilias de São Gregório o Grande (590-604) começa com um sermão para o segundo Domingo de Advento. No ano 650, o Advento era celebrado na Espanha com cinco Domingos. Vários sínodos fizeram cânones sobre os jejuns a observar durante este tempo, alguns começavam no dia onze de Novembro, outros no quinze, e outros com o equinócio de outono. Outros sínodos proibiam a celebração do matrimônio. Na Igreja Grega não encontramos documentos sobre a observância do Advento até o século oitavo. São Teodoro o Estudita (m. 826), que falou das festas e jejuns celebrados comumente pelos Gregos, não faz menção deste tempo. No século oitavo encontramos que, desde o dia 15 de Novembro até o Natal, é observado não como uma celebração litúrgica, mas como um tempo de jejum e abstinência que, de acordo com Goar, foi posteriormente reduzido a sete dias. Mas um concílio dos Rutenianos (1720) ordenava o jejum de acordo com a velha regra desde o quinze de Novembro. Esta é a regra ao menos para alguns dos Gregos. De maneira similar, os ritos Ambrosiano e Moçárabe não têm liturgia especial para o Advento, mas somente o jejum.

Fonte: www.enciclopediacatolica.com (em espanhol)


A coroa de Advento

Origem: A Coroa de Advento tem a sua origem em uma tradição pagã européia. No inverno, se acendiam algumas velas que representavam ao "fogo do deus sol" com a esperança de que a sua luz e o seu calor voltasse. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas. Partíam de seus próprios costumes para ensenhar-lhes a fé. Assim, a coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:

A forma circular: O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca se debe terminar. Além disso, o círculo dá uma idéia de "elo", de união entre Deus e as pessoas, como uma grande "Alianza".

As ramas verdes: Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Señor Jesús, em sua primeira vinda entre nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta.

As quatro velas: As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No inicio, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiencia de escuridão do pecado. A medida em que se vai aproximando o natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Señor Jesús, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada.

Nos domingos de Advento, é de costume que as famílias e as comunidades católicas se reunam em torno à coroa para rezar. A liturgia de coroa, como é conhecida esta oração em torno a coroa, se realiza de um modo muito simples. Todos se colocam em volta da coroa; se acende a vela que corresponde a semana em questão, acompanhando, se possível, com um canto. Logo se lêe uma passagem da Bíblia, própria do tempo do Adevento e se fazem algumas meditações. Se recomenda também levar a coroa para ser abençada pelo sacerdote.

Sugestões:

a) Se recomenda fazer a coroa de Adevento em família, aproveitando a ocasião para ensinar as crianças o sentido e o significado de tal símbolo de natal.

b) A coroa deverá estar em um lugar privilegiado da casa, de preferência onde seja facilmente visível a todos, recordando assim a vinda cada vez mais próxima do Senhor Jesus e a importancia de preparar-se bem para este momento.

c) É conveniênte fixar um horário para se fazer a liturgia da coroa de Advento de manera tal que seja uma ocasião familiar e ordenada, com a participação consciente de todos.

d) Se recomenda repartir as funções de cada membro da família durante a liturgia. Um pode ser o que acende a vela, outro o que lê a passagem bíblica, outro que faz algumas preces, outro que faz algum comentario... em fim, a idéia é que todos possam participar e que seja uma ocasião de encontro familiar.


Esquema do Advento

Começa com as vésperas do domingo mais próximo ao 30 de novembro e termina antes das vésperas do Natal. Os domingos deste tempo se chamam 1º, 2º, 3º, e 4º do Advento. Os dias 16 a 24 de dezembro (Novena de Natal) tendem a preparar mais especificamente as festas do Natal.

O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas. Este ano, começa no domingo 01 de dezembro, e se prolonga até a tarde do dia 24 de dezembro, em que começa propriamente o Tempo de Natal. Podemos distinguir dois períodos. No primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: sua vinda ao fim dos tempos, sua vinda agora, cada dia, e sua vinda há dois mil anos.

No segundo período, que abarca desde 17 até 24 de dezembro, inclusive, se orienta mais diretamente à preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os evangelhos destes dias nos preparam diretamente para o nascimento de Jesus. Com a intenção de fazer sensível esta dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos. Desta forma, na Missa já não rezamos o Glória. Se reduz a música com instrumentos, os enfeites festivos, as vestes são de cor roxa, o decorado da Igreja é mais sóbrio, etc. Todas estas coisas são uma maneira de expressar tangivelmente que, enquanto dura nosso peregrinar, nos falta alo para que nosso gozo seja completo. E quem espera, é porque lhe falta algo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, haverá chegado a Igreja à sua festa completa, significada pela Solenidade do Natal.

Temos quatro semanas nas quais de domingo a domingo vamos nos preparando para a vinda do Senhor. A primeira das semanas do Advento está centralizada na vinda do Senhor ao final dos tempos. A liturgia nos convida a estar em vela, mantendo uma especial atitude de conversão. A segunda semana nos convida, por meio do Batista a “preparar os caminhos do Senhor”; isso é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus segue chamando-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida. A terceira semana preanuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor. Finalmente, a quarta semana nos fala do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é figura central, e sua espera é modelo e estímulo da nossa espera.

Quanto às leituras das Missas dominicais, as primeiras leituras são tomadas de Isaías e dos demais profetas que anunciam a Reconciliação de Deus e, a vinda do Messías. Nos três primeiros domingos se recolhem as grandes esperanças de Israel e no quarto, as promessas mais diretas do nascimento de Deus. Os salmos responsoriais cantam a salvação de Deus que vem; são orações pedindo sua vinda e sua graça. As segundas leituras são textos de São Paulo ou das demais cartas apostólicas, que exortam a viver em espera da vinda do Senhor.

A cor dos parâmentos do altar e as vestes do sacerdote é o roxo, igual à da Quaresma, que simboliza austeridade e penitencia. São quatro os temas que se apresentam durante o Advento:

I Domingo

A vigilância na espera da vinda do Senhor. Durante esta primeira semana as leituras bíblicas e a prédica são um convite com as palavras do Evangelho: “Velem e estejam preparados, pois não sabem quando chegará o momento”. É importante que, como uma família, tenhamos um propósito que nos permita avançar no caminho ao Natal; por exemplo, revisando nossas relações familiares. Como resultado deveremos buscar o perdão de quem ofendemos e dá-lo a quem nos tem ofendido para começar o Advento vivendo em um ambiente de harmonia e amor familiar. Desde então, isto deverá ser extensivo também aos demais grupos de pessoas com as quais nos relacionamos diariamente, como o colégio, o trabalho, os vizinhos, etc. Esta semana, em família da mesma forma que em cada comunidade paroquial, acenderemos a primeira vela da Coroa do Advento, de cor roxa, como sinal de vigilância e desejo de conversão.

II Domingo

A conversão, nota predominante da predica de João Batista. Durante a segunda semana, a liturgia nos convida a refletir com a exortação do profeta João Batista: “Preparem o caminho, Jesus chega”. Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus? Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que nos rodeiam; como seguinte passo, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da Reconciliação (Confissão) que nos devolve a amizade com Deus que havíamos perdido pelo pecado. Acenderemos a segunda vela roxa da Coroa do Advento, como sinal do processo de conversão que estamos vivendo.
Durante esta semana poderíamos buscar nas diferentes igrejas mais próximas, os horários de confissões disponíveis, para quando cheguar o Natal, estejamos bem preparados interiormente, unindo-nos a Jesus e aos irmãos na Eucaristia.

III Domingo

O testemunho, que Maria, a Mãe do Senhor, vive, servindo e ajudando ao próximo. Na sexta-feira anterior a esse Domingo é a Festa da Virgem de Guadalupe, e precisamente a liturgia do Advento nos convida a recordar a figura de Maria, que se prepara para ser a Mãe de Jesus e que além disso está disposta a ajudar e a servir a todos os que necessitam. O evangelho nos relata a visita da Virgem à sua prima Isabel e nos convida a repetir como ela: “quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha a visitar-me?
Sabemos que Maria está sempre acompanhando os seus filhos na Igreja, pelo que nos dispomos a viver esta terceira semana do Advento, meditando sobre o papel que a Virgem Maria desempenhou. Propomos que fomentar a devoção à Maria, rezando o Terço em família. Acendemos como sinal de esperança gozosa a terceira vela, de cor rosa, da Coroa do Advento.

IV Domingo

O anúncio do nascimento de Jesus feito a José e a Maria. As leituras bíblicas e a prédica, dirigem seu olhar à disposição da Virgem Maria, diante do anúncio do nascimento do Filho dela e nos convidam a “aprender de Maria e aceitar a Cristo que é a Luz do Mundo”. Como já está tão próximo o Natal, nos reconciliamos com Deus e com nossos irmãos; agora nos resta somente esperar a grande festa. Como família devemos viver a harmonia, a fraternidade e a alegria que esta próxima celebração representa. Todos os preparativos para a festa deverão viver-se neste ambiente, com o firme propósito de aceitar a Jesus nos corações, as famílias e as comunidades. Acenderemos a quarta vela da Coroa do Advento, de cor roxa.


Idéia para viver o Advento

Autor: Teresa Fernández

Durante o tempo de Advento é possível escolher alguma das opções que apresentamos a seguir para viver cada dia do Advento e chegar ao Natal com um coração cheio de amor pelo menino Deus.

1. Presépio e palhas:

Nesta atividade vai ser preparado um presépio para o Menino Deus o dia de seu nascimento. O presépio será elaborado de palha para que ao nascer o menino Deus não tenha frio e a palha lhe dê o calor que necessita. Com as obras boas de cada uma das crianças, vai preparando o presépio. Por cada boa obra que façam as crianças, fica uma palhinha no presépio até o dia do nascimento de Cristo.

2. Vitral do Nascimento:

Em algum desenho em que se represente o Nascimento as crianças poderão colorir algumas partes deste cada vez que façam uma obra boa para ir completando-o para o Natal.

3. Calendário Tradicional de Advento:

Nesta atividade as crianças eles façam mesmos um calendário de Advento aonde marquem os dias do Advento e escrevam seus próprios propósitos a cumprir. Podem desenhar na cartolina o dia de Natal com a cena do nascimento de Jesus. As crianças todos os dias revisarão os propósitos para ir preparando seu coração para o Natal. Este calendário poderão levar para a Igreja no dia de Natal se assim o desejarem.

Sugerem-se os seguintes propósitos:

Ajudarei em casa naquilo que mais me custe trabalho.

Rezarei em família pela paz do mundo.

Oferecerei meu dia pelas crianças que não têm papais, nem uma casa onde viver.

Obedecerei a meus papais e professores com alegria.

Compartilharei meu almoço com um sorriso a quem lhe faça falta.

Hoje cumprirei com toda minha tarefa sem me queixar.

Ajudarei a meus irmãos em algo que necessitem.

Oferecerei um sacrifício pelos sacerdotes.

Rezarei pelo Papa.

Darei graças a Deus por tudo o que me deu.

Farei um sacrifício.

Lerei alguma passagem do Evangelho.

Oferecerei uma comunhão espiritual a Jesus pelos que não o amam.

Darei um brinquedo ou uma roupa a uma criança que não tenha.

Não comerei entre refeições.

Em vez de ver televisão ajudarei a minha mamãe no que necessite.

Imitarei Jesus em seu perdão quando alguém me incomode.

Pedirei pelos que têm fome e não comerei doces.

Rezarei uma Ave Maria para demonstrar à Virgem quanto a amo.

Hoje não brigarei com meus irmãos.

Cumprimentarei com carinho a toda pessoa que me encontre.

Hoje pedirei à Santíssima Virgem por meu país.

Lerei o nascimento de Jesus no Evangelho de São Lucas 2, 1-20.

Abrirei meu coração a Jesus para que nasça nele.

4. Os que esperavam a Cristo:

Nesta atividade se trata de conseguir fazer uma lista com 24 ou 28 nomes (dependendo do número de dias do Advento) de personagens do Antigo e do Novo Testamento que esperavam a vinda do Messias. Buscarão na Bíblia, desenharão os personagens e recortarão. Atrás, lhes colocarão o nome de quem é e o que disse ou fez este personagem. Pode-se utilizar como jogo.

Alguns personagens que se podem incluir:

Abraão: Deus disse a Abraão que sua descendência ia ser numerosa como as estrela do céu e os grãos de areia do mar, e assim foi.

David: Deus disse ao rei David que o Messias ia ser de sua família.

Isaías: Deus disse ao profeta Isaías que o Messias ia nascer da Virgem.

Jeremias: Deus disse ao profeta Jeremias que quando nascesse o Messias, Ele ia dar aos homens um coração novo para conhecê-lo e amá-lo muito.

Ezequiel: Deus disse ao profeta Ezequiel que o Messias ia ressuscitar.

Miquéias: Deus disse ao profeta Miquéias em Belém ia nascer seu Filho.

Oséias: Deus disse ao profeta Oséias que do Egito ia chamar a seu Filho.

Zacarias: Deus disse ao profeta Zacarias que seu filho ia entrar em Jerusalém montado em um burro.

Homens Sábios ou Reis Magos: esperavam a vinda do Salvador dos homens.

Os pastores: Foram avisados por um anjo do grande acontecimento.


Aqui, uma seleção de relatos para compartilhar em família durante o tempo de Advento:

O SONHO DA VIRGEM MARIA

José, ontem à noite tive um sonho muito estranho, como um pesadelo. A verdade é que não o entendo. Tratava-se de uma festa de aniversário de nosso Filho.

A família esteve se preparando por semanas decorando sua casa. Apressavam-se de loja em loja comprando todos os tipos de presentes. Parece que toda a cidade estava no mesmo porque todas as lojas estavam abarrotadas. Mas achei algo muito estranho: nenhum dos presentes era para nosso Filho.

Envolveram os presentes em papéis muito lindos e colocaram fitas e laços muito belos. Então os puseram sob uma árvore. Se, uma árvore, José, aí mesmo dentro de sua casa. Também decoraram a árvore; os ramos estavam cheios de bolas coloridas e ornamentos brilhantes. Havia uma figura no topo da árvore. Parecia um anjinho. Estava lindo.

Por fim, o dia do aniversário de nosso Filho chegou. Todos riam e pareciam estar muito felizes com os presentes que davam e recebiam. Mas veja José, não deram nada a nosso Filho. Eu acredito que nem sequer o conheciam. Em nenhum momento mencionaram seu nome. Não lhe parece estranho, José, que as pessoas tenham tanto trabalho para celebrar o aniversário de alguém que nem sequer conhecem? Parecia-me que Jesus se sentiria como um intruso se tivesse assistido a sua própria festa de aniversário.

Tudo estava precioso, José, e todo mundo estava tão feliz, mas tudo ficou nas aparências, no gosto dos presentes. Dava-me vontade de chorar, pois essa família não conhecia Jesus. Que tristeza tão grande para Jesus - não ser convidado a Sua própria festa!

Estou tão contente de que tudo era um sonho, José. Que terrível se esse sonho fosse realidade!

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O MELHOR PRESENTE DE NATAL

Em 1994, dois americanos responderam a um convite do Departamento de Educação Russa, para ensinar moral e ética (apoiado em princípios bíblicos) nas escolas públicas. Foram convidados para ensinar nas prisões, negócios, corpos de bombeiro e polícia, e em um imenso orfanato. Cerca de 100 meninos e meninas que tinham sido abandonados, abusados, e deixados aos cuidados de um programa do governo, estavam neste orfanato. Eles relatam esta historia em suas próprias palavras.

Aproximavam-se os dias de festas Natalinas, 1994, tempo para que nossos órfãos escutassem pela primeira vez, a história tradicional de Natal. Contamos como Maria e José chegaram a Belém. Não encontraram albergue na estalagem e o casal foi a um estábulo, onde nasceu o menino Jesus e foi posto em um presépio.

Durante o relato da história, os meninos e os trabalhadores do orfanato estavam assombrados enquanto escutavam. Alguns estavam sentados ao lado de seus tamboretes, tratando de captar cada palavra. Terminando a história, demos aos meninos três pequenos pedaços de cartolina para que construíssem um presépio. A cada menino demos um pedaço de papel quadrado cortados de uns guardanapos amarelos, que eu havia trazido comigo pois não haviam guardanapos de cores na cidade.

Seguindo as instruções, os meninos rasgaram o papel e colocaram as tiras com muito cuidado no presépio. Pequenos pedaços de quadros de flanela, cortados de uma velha camisola de dormir que tinha descartado uma senhora Americana ao ir-se da Rússia, foi usado para a manta do bebê. Um bebê tipo boneca foi talhado de uma felpa cor canela que havíamos trazido dos Estados Unidos.

Os órfãos estavam ocupados montando seus presépios, enquanto eu caminhava entre eles para ver se necessitavam ajuda. Parecia ir tudo bem até que chegue a uma das mesas onde estava sentado o pequeno Misha. Parecia ter uns 6 anos e já tinha terminado seu projeto. Quando olhei no presépio deste pequeno, surpreendeu-me ver não um, mas dois bebês no presépio. Em seguida chamei o tradutor para que lhe perguntasse ao menino porque haviam dois bebês no presépio. Cruzando seus braços e olhando a seu presépio já terminado, começou a repetir a história muito seriamente.

Para ser um menino tão pequeno que só tinha escutado a história de Natal uma vez, contou o relato com exatidão… até chegar à parte onde Maria coloca o bebê no presépio. Então Misha começou a acrescentar. Inventou seu próprio fim da história dizendo, " e quando Maria colocou o bebê no presépio, Jesus me olhou e me perguntou se eu tinha um lugar onde ir. Eu lhe disse, "não tenho mamãe e não tenho papai, assim não tenho onde ficar. Então Jesus me disse que eu podia ficar com Ele. Mas lhe disse que não podia porque não tinha presente para lhe dar como tinham feito outros. Mas tinha tantos desejos de ficar com Jesus, que pensei que poderia lhe dar de presente. Pensei que se o pudesse lhe manter quente, isso fora um bom presente.

Perguntei ao Jesus, " Se te mantiver quente, seria isso um bom presente?"E Jesus me disse, "Se me mantiver quente, esse seria o melhor presente que me tenham dado".Assim que me meti no presépio, e então Jesus me olhou e me disse que me poderia ficar com O… para sempre". Enquanto o pequeno Misha termina sua história, seus olhos se transbordavam de lágrimas que lhes salpicavam por suas bochechas. Pondo sua mão sobre seu rosto baixou sua cabeça para a mesa e seus ombros se estremeciam enquanto soluçava e soluçava. Ele pequeno órfão tinha encontrado alguém que nunca o abandonaria ou o abusasse, alguém que se manteria com ele… PARA SEMPRE. Graças a Misha aprendi que o que conta, não é o que alguém tem em sua vida, se não, a quem alguém tem em sua vida. Não acredito que o ocorrido a Misha fosse imaginação. Acredito que Jesus seriamente lhe convidou a estar junto A ELE PARA SEMPRE. Jesus faz esse convite a todos, mas para escutá-lo terá que ter coração de criança.

Autor Desconhecido, traduzido e modificado pela equipe SCTJM

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TRÊS ÁRVORES SONHAM

Era uma vez, no cume de uma montanha, três pequenas árvores amigas que sonhavam grande sobre o que o futuro proporcionaria para elas.

A primeira arvorezinha olhou para as estrelas e disse: "Eu quero guardar tesouros. Quero estar repleta de ouro e ser cheia de pedras preciosas. Eu serei o baú de tesouros, mas formoso do mundo".

A segunda arvorezinha observou um pequeno arroio em seu caminho por volta do mar e disse: "Eu quero viajar através de mares imensos e levar a reis poderosos sobre mi. Eu serei o navio mas importante do mundo". A terceira arvorezinha olhou para o vale e viu homens curvados de tantos infortúnios, fruto de seus pecados e disse: "Eu não quero jamais deixar o topo da montanha. Quero crescer tão alto que quando as pessoas do povoado se detenha para me olhar, levantarão seu olhar ao céu e pensarão em Deus. Eu serei a árvore, mas alta do mundo".Os anos passaram. Choveu, brilhou o sol e as pequenas árvores se converteram em majestosos cedros. Um dia, três lenhadores subiram ao cume da montanha. O primeiro lenhador olhou à primeira árvore e disse: "Que árvore tão formosa!", E com o arremesso de seu brilhante machado a primeira árvore caiu. "Agora me deverão converter em um baú formoso, vou conter tesouros maravilhosos", disse a primeira árvore.

Outro lenhador olhou a segunda árvore e disse: "Esta árvore é muito forte, é perfeita para mim!". E com o arremesso de seu brilhante machado, a segunda árvore caiu. "Agora deverei navegar mares imensos", pensou a segunda árvore, "Deverei ser o navio, mas importante para os reis, mas capitalistas da terra".

A terceira árvore sentiu seu coração afundar-se de pena quando o último lenhador se fixou nela. A árvore se parou direito e alto, apontando ao céu. Mas o lenhador nem sequer olhou para cima, e disse: "Qualquer árvore me servirá para o que procuro!". E com o arremesso de seu brilhante machado, a terceira árvore caiu.

A primeira árvore se emocionou quando o lenhador a levou a oficina, mas logo veio a tristeza. O carpinteiro o converteu em um mero presépio para alimentar as bestas. Aquela árvore formosa não foi preenchida com ouro, nem conteve pedras preciosas. Foi apenas usada para pôr o pasto.

A segunda árvore sorriu quando o lenhador o levou perto de um estaleiro. Mas não estava junto ao mar mas sim a um lago. Não haviam por ali reis a não ser pobres pescadores. Em lugar de converter-se no grande navio de seus sonhos, fizeram dela uma simples barcaça de pesca, muito pequena e débil para navegar no oceano. Ali ficou no lago com os pobres pescadores que nada de importância têm para a história.

Passou o tempo. Uma noite, brilhou sobre a primeira árvore a luz de uma estrela dourada. Uma jovem pôs a seu filho recém-nascido naquele humilde presépio. "Eu queria lhe haver construído um formoso berço", disse-lhe seu marido... A mãe lhe apertou a mão e sorriu enquanto a luz da estrela iluminava o menino que agradavelmente dormia sobre a palha e a rudimentar madeira do presépio. "O presépio é formoso" disse ela e, de repente, a primeira árvore compreendeu que continha o maior tesouro do universo.

Passaram os anos e uma tarde, um gentil mestre de um povo vizinho subiu com uns poucos seguidores a bordo do velho barco de pesca. O mestre, esgotado, ficou dormindo enquanto a segunda árvore navegava tranqüilamente sobre o lago. De repente, uma impressionante e aterradora tormenta se abateu sobre eles. A segunda árvore se encheu de temor, pois as ondas eram muito fortes para o pobre barco em que se converteu. Apesar de seus melhores esforços, faltavam-lhe as forças para levar a seus tripulantes seguros à borda. Naufragava!. Que grande pena, pois não servia nem para um lago!. Sentia-se um verdadeiro fracasso. Assim pensava quando o mestre, sereno, levanta-se e, elevando sua mão deu uma ordem: "calma". Imediatamente, a tormenta lhe obedeceu e deu lugar a um remanso de paz. De repente a segunda árvore, convertida no barco de Pedro, soube que levava a bordo o rei do céu, terra e mares.

A terceira árvore foi convertida em lenhos e por muitos anos foram esquecidos como escombros em um escuro armazém militar. Que triste jazia naquela penúria inútil, que longe parecia seu sonho de juventude! De repente uma sexta-feira na manhã, alguns homens violentos tomaram bruscamente esses madeiros. A terceira árvore se horrorizou ao ser forçada sobre as costas de um inocente que tinha sido golpeado sem misericórdia.

Aquele pobre réu o carregou, doloroso, pelas ruas ante o olhar de todos. Ao fim chegaram a uma colina fora da cidade e ali lhe cravaram mãos e pés. Fico pendurado sobre os madeiros da terceira árvore e, sem queixar-se, apenas rezava a seu Pai enquanto seu sangue se derramava sobre os madeiros. A terceira árvore se sentiu envergonhado, pois não só se sentia uma fracassada, sentia-se além cúmplice daquele crime ignominioso. Sentia-se tão vil como aqueles blasfemos diante da vítima elevada. Mas no domingo na manhã, quando ao brilhar o sol, a terra se estremeceu sob suas madeiras, a terceira árvore compreendeu que algo muito maior havia ocorrido. De repente tudo tinha mudado.

Seus lenhos banhados em sangue agora refulgiam como o sol. Encheu-se de felicidade e soube que era a árvore, mas valiosa que tinha existido ou existirá jamais, pois aquele homem era o rei de reis e se valeu dela para salvar o mundo! A cruz era trono de glória para o rei vitorioso. Cada vez que as pessoas pensem nele recordarão que a vida tem sentido, que são amadas, que o amor triunfa sobre o mal. Por todo mundo e por todos os tempos milhares de árvores o imitarão, convertendo-se em cruzes que pendurarão no lugar, mas digno das Igrejas e lares. Assim todos pensarão no amor de Deus e, de uma maneira misteriosa, chegou a tornar-se realidade seu sonho. A terceira árvore se converteu no, mas alto do mundo, e ao olhá-lo todos pensarão em Deus.


Liturgias Familiares de Advento

Primeira liturgia semanal com a coroa de Advento

INDICAÇÕES

A coroa sem nenhuma vela acesa. Criar um ambiente recolhido, com pouca luz. É recomendável colocar uma imagem da Virgem ao lado da coroa, com uma vela a seus pés. Desta vela se pode tirar a chama para acender a primeira vela da coroa.

TODOS: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

MONITOR: Nosso auxílio é o nome do Senhor.

TODOS: Que fez o céu a terra.

MONITOR: Começamos um novo ano litúrgico com o tempo de Advento, tempo de preparação e espera. Acender, semana após semana, as quatro velas desta coroa deve ser um reflexo de nossa gradual preparação para receber o Senhor Jesus no Natal. As luzes das velas nos recordam que Ele é a Luz do mundo que veio a dissipar as trevas. A cor verde da coroa simboliza a vida e a esperança que Ele veio trazer.

LEITOR: Leitura tirada do livro do profeta Isaías: "Levante-se, Jerusalém! Brilhe, pois chegou a sua luz, a glória de Javé brilha sobre você. 2 Sim, a treva cobre a terra, névoas espessas envolvem os povos, mas sobre você brilha Javé, e sua glória a ilumina."

MONITOR: Quem dirige a oração, com as mãos juntas, diz:

Recolhemo-nos uns instantes em silêncio, e inclinando nossas cabeças, vamos pedir que o Senhor abençoe esta coroa de Advento.

Oremos.

A terra, Senhor, alegra-se nestes dias,
e sua Igreja transborda de gozo
diante de seu Filho, o Senhor Jesus,
que se mora como luz esplendorosa,
para iluminar aos que jazem nas trevas,
da ignorância, da dor e do pecado.
Esperançoso em sua vinda,
seu povo preparou esta coroa
com o Ramos do bosque e a adornou com luzes.
Agora, que iremos começar
o tempo de preparação
para a vinda de seu Filho,
te pedimos, Senhor,
que, enquanto se acrescenta cada dia
o esplendor desta coroa, com novas luzes,
nos ilumine
com o esplendor daquele que,
por ser a Luz do mundo,
iluminará todas as escuridões.
Pedimos isso por Ele mesmo
que vive e reina pelos séculos dos séculos.

TODOS: Amém.

MONITOR: vamos acender agora a primeira vela de nossa coroa enquanto cantamos ANUNCIAMOS (ou outro canto apropriado).

(Uma pessoa acenda a primeira vela enquanto se entoa um canto de Advento, por exemplo)

ANUNCIAMOS

1. Anunciamos o tempo do Advento
com a primeira chama ardendo;
está perto o tempo da salvação,
preparemos a vinda do Senhor.

CANTAI ALEGRES, COM GRANDE AMOR,
JÁ ESTA PERTO O SENHOR.

TODOS: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Segunda liturgia semanal com a coroa de Advento

INDICAÇÕES

A coroa ao inciar a liturgia deve estar com a primeira vela acesa. Criar um ambiente recolhido, com pouca luz. É recomendável colocar uma imagem da Virgem ao lado da coroa, com uma vela a seus pés. Desta vela se pode tirar a chama para acender a primeira vela da coroa.

TODOS: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

MONITOR: Vamos acender a segunda vela de nossa coroa. O Senhor está cada vez mais próximo de nós e devemos nos preparar dignamente para recebê-lo em nossos corações. Façamos um momento de silêncio para elevar nossa oração ao Senhor.

LEITOR: Leitura tirada do Evangelho segundo São Lucas:

"Fazia quinze anos que Tibério era imperador de Roma. Pôncio Pilatos era governador da Judéia; Herodes governava a Galiléia; seu irmão Filipe, a Ituréia e a Traconítide; e Lisânias, a Abilene. Anás e Caifás eram sumos sacerdotes. Foi nesse tempo que Deus enviou a sua palavra a João, filho de Zacarias, no deserto. E João percorria toda a região do rio Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, conforme está escrito no livro do profeta Isaías: "Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão aplainadas; as estradas curvas ficarão retas, e os caminhos esburacados serão nivelados. E todo homem verá a salvação de Deus."".

MONITOR: Devemos preparar o caminho do Senhor e isto nos exige estarmos preparados interiormente para a vinda do Senhor Jesus, para que o recebamos com um coração reconciliado, cada vez mais convertido e transformado, capaz de amar e entregar-se a outros. Façamos um compromisso concreto para esta semana que ajude a estarmos cada vez melhores para sua vinda. (Deixa-se um momento de silêncio)

MONITOR: Enquanto acendemos a segunda vela de nossa coroa cantemos: ANUNCIAMOS (ou outro canto apropriado).

(Uma pessoa acende a segunda vela enquanto se entoa o canto, de ser possível durante a segunda estrofe)

ANUNCIAMOS

1. Anunciamos o tempo do Advento
com a primeira chama ardendo;
está perto o tempo da salvação,
preparemos a vinda do Senhor.

CANTAI ALEGRES, COM GRANDE AMOR,
JÁ ESTA PERTO O SENHOR.

2. Anunciamos o tempo do Advento
com a segunda chama ardendo;
o belo exemplo Cristo nos deu:
viver unidos no amor.

MONITOR: Elevemos agora nossas petições a Deus Pai e respondamos a cada uma dela: VEM SENHOR JESUS.

LEITOR: Pedimos, Pai, por nossa Santa Igreja Católica que se prepara para a vinda de seu Filho, para que sempre tenhamos fixos os olhos naquele que nos traz a reconciliação.

VEM SENHOR JESUS

Rogamos pela paz no mundo, para que neste tempo de Advento se viva com maior intensidade o amor e a solidariedade.

VEM SENHOR JESUS

Pedimos, Pai, por cada um de nós, para que façamos esforços para caminhar ao encontro do Senhor Jesus, que é a "Luz do Mundo".

VEM SENHOR JESUS

Rogamos também por nossa família, para que a exemplo da família do Nazaré vivamos o amor mútuo e nos preparemos para a vinda de seu Filho.

VEM SENHOR JESUS

Pedimos que Santa Maria alente nossos passos neste Advento, e seja Ela quem nos ensine a crescer em confiança e esperança na vinda do Reconciliador.

VEM SENHOR JESUS (podem-se acrescentar outras petições)

MONITOR: Vamos a nossa Mãe para que nos obtenha abundantes graças que nos ajudem em nossa preparação, assim como Ela, para receber ao Senhor Jesus. Rezemos junto uma Ave Maria. Terminemos este momento de oração cantando

AGUARDANDO O SENHOR

1. Sofre o mundo em meio ao pecado,
mergulhado na escuridão.
Vem, Senhor, vem salvar teu povo,
criar um mundo novo pela reconciliação.

COM MARIA ESPERAMOS,
AGUARDAMOS O SENHOR,
PREPARANDO OS NOSSOS CORAÇÕES
COM ORAÇÕES E MUITO AMOR.
VEM, SENHOR JESUS, VEM SEM DEMORA,
QUE É CHEGADA A HORA DA SALVAÇÃO.
E NESTE NATAL, TRAZ-NOS TUA LUZ,
QUE NOS CONDUZ PELA RECONCILIAÇÃO.

2. E o jugo que pesa em nossos ombros,
em escombros será transformado,
porque Deus Menino nascerá
e a todos livrará das trevas do pecado.

3. Já será completa a alegria
de Maria e de todos os cristãos:
o Senhor virá neste Natal,
livrar de todo o mal, chamar à conversão.

MONITOR: Mãe da Esperança…

TODOS: Rogai por nós.

TODOS: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Terceira liturgia semanal com a coroa de Advento

INDICAÇÕES

A coroa ao inciar a liturgia devem estar acesas a primeira e a segunda vela da coroa. Criar um ambiente recolhido, com pouca luz. É recomendável colocar uma imagem da Virgem ao lado da coroa, com uma vela a seus pés. Desta vela se pode tirar a chama para acender a terceira vela da coroa.

TODOS: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

MONITOR: Já estamos na terceira semana do Advento: aumenta nossa alegria e nosso jubilo pela vinda do Senhor Jesus, que está cada vez mais próximo de nós. Comecemos nossa oração cantando VEM LOGO SENHOR (ou outro canto apropriado).

VEM LOGO, SENHOR

1. Ó pastor da casa de Israel,
traz a teu Povo a almejada Salvação.
Verbo Eterno da boca de Deus Pai,
foste anunciado por lábios de profetas.

VEM LOGO, SENHOR, VEM Ó SALVADOR! (2x)
VEM SENHOR JESUS, VEM LIBERTADOR.
CÉUS, CHOVEI VOSSA JUSTIÇA,
ABRE-TE TERRA E FAZ SURGIR O SALVADOR! (2x)

2. É o brado dos povos que se eleva,
Filho de Davi as nações te esperam.
Nós queremos a vinda de teu Reino,
vem nos libertar do pecado e da miséria.

3. Emanuel, Salvador das nações,
Tu és esperança do povo peregrino.
Sol nascente, esplendor és da justiça,
Tu nos salvarás com teu braço poderoso.

4. Esperança de uma Santa Virgem.
Vê aquela jovem que logo será Mãe:
silenciosa espera o Salvador,
vem aí a hora da Reconciliação.

MONITOR: vamos acender a terceira vela de nossa coroa de Advento. O Senhor está mais próximo de nós e nos ilumina cada vez mais. Abramos nosso coração, que muitas vezes está em trevas, à luz admirável de seu amor.

LEITOR: Leitura tirada do Evangelho segundo São Lucas:

10 As multidões perguntavam a João: "O que é que devemos fazer?" 11 Ele respondia: "Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça a mesma coisa."

12 Alguns cobradores de impostos também foram para ser batizados, e perguntaram: "Mestre, o que devemos fazer?"

13 João respondeu: "Não cobrem nada além da taxa estabelecida." 14 Alguns soldados também perguntaram: "E nós, o que devemos fazer?" Ele respondeu: "Não maltratem ninguém; não façam acusações falsas, e fiquem contentes com o salário de vocês."

15 O povo estava esperando o Messias. E todos perguntavam a si mesmos se João não seria o Messias.

16 Por isso, João declarou a todos: "Eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo. 16 Ele terá na mão uma pá; vai limpar sua eira, e recolher o trigo no seu celeiro; mas a palha ele vai queimar no fogo que não se apaga."

18 João anunciava a Boa Notícia ao povo de muitos outros modos. ".

MONITOR: vamos acender a terceira vela de nossa coroa. Cantemos ANUNCIAMOS (ou outro canto apropriado)

ANUNCIAMOS

1. Anunciamos o tempo do Advento
com a primeira chama ardendo;
está perto o tempo da salvação,
preparemos a vinda do Senhor.

CANTAI ALEGRES, COM GRANDE AMOR,
JÁ ESTA PERTO O SENHOR.

2. Anunciamos o tempo do Advento
com a segunda chama ardendo;
o belo exemplo Cristo nos deu:
viver unidos no amor.

3. Anunciamos o tempo do Advento
com a terceira chama ardendo;
o mundo imerso na escuridão
receberá a luz do Senhor.

MONITOR: Recorramos agora a Santa Maria, que colaborando com o Plano do Pai permitiu que a luz do Senhor ilumine à humanidade, e peçamos que siga intercedendo por nós neste tempo de preparação. Rezemos juntos a oração.

Brilhante Lua da Nova Evangelização, que com teu fulgor iluminas a noite pela que tantos perambulam sem rumo no mundo da "cultura de morte", ilumina o caminhar do homem com a luz do Senhor Jesus, que como ninguém sabes refletir. Amém.

MONITOR: Terminemos nossa oração cantando

(ou outro canto apropriado)

A VINDA DA RECONCILIAÇÃO

1. Havia a Mulher Prometida
desde o pecado original,
que esmagaria a serpente,
trazendo a Reconciliação.

ESSA MULHER DISSE O SEU "SIM"
E DESSE "SIM" NASCEU O AMOR.
"FAÇA-SE EM MIM O PLANO DE DEUS,
EU SOU A SERVA DO SENHOR”.

2. Seu coração reconciliado
com muito amor e oração,
pôde lhe dar a liberdade
de assumir sua missão.

E RENOVAR SEMPRE O SEU "SIM"
CONFIANTE NAS PROMESSAS
QUE FORAM FEITAS POR DEUS PAI
PRA CONFIRMAR A FÉ DOS HOMENS.

3. Foi numa pobre manjedoura
onde nasceu o Cristo Rei,
trazendo exemplo de humildade
pra toda a humanidade,

NOS ENSINANDO A VIVER
INTENSAMENTE O AMOR,
O AMOR QUE É VERDADE
E QUE NOS TRAZ A SANTIDADE. (2x)

TODOS: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Quarta liturgia semanal com a coroa de Advento

INDICAÇÕES

A coroa ao inciar a liturgia devem estar acesas as anteriores vela da coroa. Criar um ambiente recolhido, com pouca luz. É recomendável colocar uma imagem da Virgem ao lado da coroa, com uma vela a seus pés. Desta vela se pode tirar a chama para acender a terceira vela da coroa.

Todos: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Monitor: Alegremo-nos porque o Senhor está perto de nós e vem trazer a reconciliação. Acenderemos a quarta e última vela de nossa coroa. Que este símbolo nos recorde a proximidade da vinda do Senhor Jesus, que vem a nos trazer alegria e esperança. Iniciemos a oração desta semana cantando

(ou outro canto apropriado)

A OBRA DA RECONCILIAÇÃO

1. Quando chegou a plenitude dos tempos,
Deus enviou o Seu Filho ao mundo,
nascido de Maria, a Mulher.
Com seu “Sim” generoso, Santa Maria,
a humanidade inteira acolhia
a obra da Reconciliação.

EIS QUE ACABAM-SE AS TREVAS, BRILHA A LUZ,
VEM SENHOR JESUS, CHEGA AO FIM A ESPERA,
LIVRA TEU POVO DA ESCURIDÃO.
ENTÃO SE CUMPRE O QUE NOS FOI PROMETIDO
POR SEU AMOR, QUE É INFINITO,
NOS VEIO HOJE A SALVAÇÃO.

2. A promessa nos feita já foi cumprida,
o homem não está mais sozinho,
veio ao mundo a fonte da Vida.
Como Santa Maria, o “Sim” vou dizer,
para que nessa Noite grandiosa,
em meu coração Cristo possa nascer.

LEITOR: Leitura tirada do Evangelho segundo São Lucas:

"39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: "Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu." 46 Então Maria disse: "Minha alma proclama a grandeza do Senhor, 47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48 porque olhou para a humilhação de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão,”.

MONITOR: A presença do Senhor Jesus entre nos enche de gozo e alegria. É a Mãe quem o faz próximo, quem permite que essa Luz chegue a nós e ilumine nossa vida. Em companhia da Santa Maria acendamos a última vela de nossa coroa de Advento enquanto cantamos ANUNCIAMOS (ou outro canto apropriado).

(Uma pessoa acende a quarta vela enquanto se entoa o canto, de ser possível durante a quarta estrofe)

ANUNCIAMOS

1. Anunciamos o tempo do Advento
com a primeira chama ardendo;
está perto o tempo da salvação,
preparemos a vinda do Senhor.

CANTAI ALEGRES, COM GRANDE AMOR,
JÁ ESTA PERTO O SENHOR.

2. Anunciamos o tempo do Advento
com a segunda chama ardendo;
o belo exemplo Cristo nos deu:
viver unidos no amor.

3. Anunciamos o tempo do Advento
com a terceira chama ardendo;
o mundo imerso na escuridão
receberá a luz do Senhor.

4. Anunciamos o tempo do Advento
olhai a quarta chama ardendo;
está por nascer o Senhor Jesus,
é o momento da conversão.

(Podem-se fazer alguma petições indo à intercessão da Virgem Maria respondendo depois de cada pedidos: POR INTERCESSÃO DE SUA MÃE, ESCUTA-NOS SENHOR.)

MONITOR: Oremos.

Pai misericordioso, que quis que seu Filho se encarnasse no seio da Santa Maria Virgem, escuta nossas súplicas e nos conceda sua graça para que saibamos acolher ao Senhor Jesus, seu Filho, que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo e é Deus pelos séculos dos séculos.

TODOS: Amém.

TODOS: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém

MAIS CELEBRAÇÕES COM A COROA DE ADVENTO

a) Celebração da Coroa de Advento seguindo a História da Salvação.

Primeiro Domingo de Advento
A promessa de salvação.

Para começar:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Apagam-se as luzes e se lê a seguinte explicação apoiada na Gênese, capítulo 3:

Adão e Eva se deixaram enganar pelo demônio ao pensar que podiam saber mais que Deus e fazer o que Ele tinha proibido. Assim começou o pecado no mundo e tudo se tornou escuridão para o homem, pois o pecado nos afasta de Deus. Mas Deus prometeu enviar um Salvador.

Vela:
acende-se a primeira vela, que é a vela do arrependimento. A cor da vela nos recorda que é um tempo de penitência, de conversão.

Oração:
Que esta coroa nos ajude a preparar os corações de cada membro desta família para sua chegada no dia de Natal.
Pedimo-lhe isso, Senhor.

Para terminar:
Damos graças, Senhor, por nos enviar seu Filho para nos salvar e lhe pedimos ajuda para preparar nosso coração para a vinda de Cristo.
Amém.

Cantar:
pode-se concluir com uma canção que todos conheçam. Sugere-se

AGUARDANDO O SENHOR

1. Sofre o mundo em meio ao pecado,
mergulhado na escuridão.
Vem, Senhor, vem salvar teu povo,
criar um mundo novo pela reconciliação.

COM MARIA ESPERAMOS,
AGUARDAMOS O SENHOR,
PREPARANDO OS NOSSOS CORAÇÕES
COM ORAÇÕES E MUITO AMOR.
VEM, SENHOR JESUS, VEM SEM DEMORA,
QUE É CHEGADA A HORA DA SALVAÇÃO.
E NESTE NATAL, TRAZ-NOS TUA LUZ,
QUE NOS CONDUZ PELA RECONCILIAÇÃO.

2. E o jugo que pesa em nossos ombros,
em escombros será transformado,
porque Deus Menino nascerá
e a todos livrará das trevas do pecado.

3. Já será completa a alegria
de Maria e de todos os cristãos:
o Senhor virá neste Natal,

livrar de todo o mal, chamar à conversão.


Segundo Domingo de Advento
A aliança com o Noé.

Para começar:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Acende-se a vela do domingo anterior, recordando que existia um pouco de luz pela promessa do Salvador a pesar do pecado do Adão e Eva. Apagam-se as luzes e se lê a seguinte explicação apoiada na Gênese, capítulo 7 e 8:

Na história do Noé, vê-se como o pecado foi se estendendo no mundo e os homens cada vez mais se esqueciam de seu amor e mandamentos. O arca do Noé nos recorda o desejo de Deus de salvar os homens. O arco íris é o símbolo que nos recorda o amor de Deus para os homens.

Vela:
acende-se a segunda vela, que é a vela da promessa de Natal, da promessa da vinda do Salvador.

Oração:
Pedimos que ajude que não nos afastemos
de Ti pelas coisas materiais, as pressas, os presentes. Pedimos nos ajude a viver próximos a Ti nestes dias e sempre.

Reflexão:
Fazer algumas pergunta relacionadas com a leitura da Gênese do Arca do Noé:
Na família o que está nos afastando de Ti nestes momentos? A que estamos dando maior importância em nossa vida?

Propósitos:
depois da reflexão anterior, cada membro da família pode compartilhar quais são seus propósitos para melhorar na semana.

Para terminar:
Damos graças Senhor por nos mandar
a seu Filho a nos salvar e pedimos ajuda
para preparar nosso coração para sua vinda.
Amém.

Cantar:

VEM SENHOR QUE TE ESPERAMOS

1. Quando o mundo dormia entre as trevas,
por Teu amor quiseste ajudá-lo.
E trouxeste vindo a esta terra
essa vida que pode salvá-lo.
Amadurece a história em promessas
e os homens esperam teu regresso.
No silêncio prepara-se a espera,
mas o amor não suporta o silêncio.

VEM SENHOR QUE TE ESPERAMOS
ACOLHE NOSSA ORAÇÃO.
VEM E ESCUTA NOSSO CANTO
QUE ESPERA JESUS LIBERTADOR.

2. Com Maria a Igreja te aguarda
com anseio de Esposa e de Mãe,
e reúne seus filhos fiéis
para juntos então esperarmos.
Quando vieres, Senhor, em tua glória,
que possamos sair a teu encontro,
e a teu lado vivamos para sempre,
dando graças ao Pai em seu Reino.


Terceiro Domingo de Advento:
Os Mandamentos

Para começar:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Acendem-se as duas velas dos domingos anteriores recordando como a luz foi retornando para o homem com a promessa de salvação e com a aliança do Noé. Apagam-se as luzes e se lê a seguinte explicação apoiada no livro do Êxodo:

Moisés foi escolhido por Deus para libertar a seu povo da escravidão no Egito. Este é um símbolo da libertação do pecado pela vinda de Jesus ao mundo. Mais adiante, Deus dá os dez mandamentos a Moisés no monte Sinai, com os quais nos mostra o caminho para a salvação e se abre uma luz na vida dos homens.

Vela:
acende-se a terceira vela, que representa ao amor de Jesus pelos homens.

Oração:
Pedimos Senhor nos ajude a cumprir
com seus mandamentos para poder nos aproximar
de Ti durante toda nossa vida.

Reflexão:
Fazer algumas pergunta relacionadas com a leitura anterior:
Na família: como estamos cumprindo os mandamentos de Deus? Que mandamento está custando mais trabalho para cumprir?

Propósitos:
depois da reflexão anterior, cada membro da família pode compartilhar quais são seus propósitos para melhorar esta semana.

Para terminar:
Damos graças Senhor por nos deixar um caminho
a seguir com seus mandamentos
e pedimos que nos ajude a cumpri-los
para preparar nosso coração para sua vinda. Amém.

Cantar:

VEM, SENHOR, VEM NOS SALVAR

VEM, SENHOR, VEM NOS SALVAR,
VEM SEM DEMORA RECONCILIAR.

1. Senhor vem salvar teu Povo das trevas, da escuridão;
só Tu és nossa esperança que traz reconciliação.

2. Contigo o deserto é fértil, a terra se abre em flor;
da rocha brota água viva, da Virgem nasce o amor.

3. Deus marcha à nossa frente, é força, caminho e luz;
nós, junto à Virgem Santa, queremos ver a Jesus.


Quarto Domingo de Advento
A Anunciação

Para começar:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Acendem-se as três velas dos domingos anteriores recordando como se foi fazendo a luz para os homens na promessa de salvação, na aliança com o Noé e a aliança com o Moisés. Apagam-se as luzes e se lê a seguinte explicação apoiada na passagem da anunciação de São Lucas 1, 26-38:
Com a mensagem que o anjo leva a Maria se faz realidade a promessa de salvação aos homens. Graças a seu "sim" puderam levar acontecer os planos de Deus para o mundo.

Vela:
acende-se a quarta vela que representa a chegada de Cristo aos corações.

Oração:
Senhor, pedimos que nos ajude a estar
sempre dispostos a dar um "sim"
ao que nos peça em nossas vidas.

Reflexão:
Fazer algumas pergunta relacionadas com a leitura anterior:
Como cumprimos com o que Deus nos manda em nossas vidas? Que tanto aceitamos a vontade de Deus em nossas vidas?
Estamos dispostos a dar um sim ao que Deus nos peça?

Propósitos:
depois da reflexão anterior, cada membro da família pode dizer quais são seus propósitos para melhorar na semana.

Para terminar:
Damos graças, Senhor, por ter enviado
seu Filho a nos salvar e
por nos dar uma Mãe no Céu.
Amém.

Cantar: A OBRA DA RECONCILIAÇÃO

1. Quando chegou a plenitude dos tempos,
Deus enviou o Seu Filho ao mundo,
nascido de Maria, a Mulher.
Com seu “Sim” generoso, Santa Maria,
a humanidade inteira acolhia
a obra da Reconciliação.

EIS QUE ACABAM-SE AS TREVAS, BRILHA A LUZ,
VEM SENHOR JESUS, CHEGA AO FIM A ESPERA,
LIVRA TEU POVO DA ESCURIDÃO.
ENTÃO SE CUMPRE O QUE NOS FOI PROMETIDO
POR SEU AMOR, QUE É INFINITO,
NOS VEIO HOJE A SALVAÇÃO.

2. A promessa nos feita já foi cumprida,
o homem não está mais sozinho,
veio ao mundo a fonte da Vida.
Como Santa Maria, o “Sim” vou dizer,
para que nessa Noite grandiosa,
em meu coração Cristo possa nascer.

B) Celebração da Coroa de Advento analisando a presença do Jesus Cristo e seus ensinamentos na vida familiar.

Primeiro Domingo de Advento
O amor familiar.

Para começar:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Apagam-se as luzes e se lê o texto da 1a carta de São João:
amemo-nos uns aos outros, já que o amor é de Deus. E tudo o que ama nasceu que Deus e conhece deus. Nisto se manifestou o amor que Deus nos tem: em que Deus enviou a seu Filho único. A Deus ninguém o viu nunca, mas se nos amamos os uns aos outros, Deus permanece em nós.

-Esta é palavra de Deus.
-Glória a Vós Senhor.

Oração:
Que esta coroa nos ajude a preparar os corações de cada membro desta família para sua chegada no dia de Natal.

Vela:
Acender a primeira vela recordando que significa penitência, conversão de coração.

Para refletir:
Fazer a seguinte pergunta: Como amamos este ano em nossa família? O que deseje responder em alto, pode fazê-lo.

Propósitos:
Depois da reflexão anterior, cada membro da família dirá quais serão seus propósitos para melhorar e fará um compromisso para cumpri-los durante a semana.

Oração:
Deus Pai, obrigado por nos dar uma família. Pedimos que, agora que começa o advento, em nossa família possamos demonstrar o amor que temos e vivamos cada dia mais unidos. Pedimos que encha nosso lar de seu amor divino. Pedimos isso por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Para terminar:
Todos os membros da família dão as mãos e rezam juntos Pai Nosso. Acendem-se as luzes e se canta uma canção.

Para cantar: VEM, SENHOR, VEM NOS SALVAR

VEM, SENHOR, VEM NOS SALVAR,
VEM SEM DEMORA RECONCILIAR.

1. Senhor vem salvar teu Povo das trevas, da escuridão;
só Tu és nossa esperança que traz reconciliação.

2. Contigo o deserto é fértil, a terra se abre em flor;
da rocha brota água viva, da Virgem nasce o amor.

3. Deus marcha à nossa frente, é força, caminho e luz;
nós, junto à Virgem Santa, queremos ver a Jesus.

Segundo domingo de advento
O serviço na família.

Para começar: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Acende-se a vela do domingo anterior, apagam-se as luzes e se lê o Evangelho de são Marcos 10, 43.45:
Não tem que ser assim entre vós; antes, se algum de vós quer ser grande, seja seu servidor; e o que de vós queira ser o primeiro, seja servo de todos, pois tampouco o Filho do homem veio para ser servido, mas sim para servir e dar sua vida em resgate por muitos.
-Palavra de Deus.
-Glória a Vós, Senhor.

Vela:
acende-se a segunda vela de Advento.

Para refletir:
Aguardar alguns minutos em silêncio e fazer a seguinte pergunta: Em nosso lar como nos ajudamos uns aos outros diariamente? Cada membro da família, se o desejar, pode responder em voz alta a pergunta.

Propósitos:
depois da reflexão anterior, cada um dirá qual será seu propósito a ser cumprido na semana.

Para orar:
Pai, que nos deste uma família em que todos nos ajudamos e somos felizes, pedimos que abençoe nossos trabalhos e tarefas de todos os dias para que cumpramos com mais vontade e alegria a tarefa que nos toca realizar cada um dos membros desta família em nosso lar. Amém.

Para terminar:
Todos os membros da família dão as mãos e rezam juntos um Pai Nosso. Acendem-se as luzes e se canta uma canção.

Para cantar:
Cantar a canção

EIS AQUI QUE VENHO LOGO

1. Eis aqui que venho logo e comigo a recompensa,
para dar a cada um segundo as obras.
Eu sou o alfa e o omega, o primeiro e o último,
o primeiro e o último, o princípio e o fim.

BEM-AVENTURADOS OS QUE LAVAM SUAS TÚNICAS
PARA TER O DIREITO A ARVORE DA VIDA. (2x)

2. Eu sou a raiz e a linhagem de Davi,
Estrela da alvorada.

Terceiro domingo de advento
Ser melhor em família.

Para começar:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Acendem-se as duas velas dos domingos anteriores, apagam-se as luzes e se lê a leitura do Evangelho segundo São Mateus 5, 13-16:

Vós sois o sal da terra; mas se o sal se desvirtua, com o que a salgará? Para nada aproveita, a não ser para atirá-la e que a pisem os homens.
Vós sois a luz do mundo. Não pode ocultar uma cidade assentada sobre um monte, nem se acende uma vela e a esconde, mas sim sobre o castiçal, para que ilumine a quantos estejam na casa. Assim tem que brilhar sua luz ante os homens, para que, vendo nossas boas obras, glorifiquem a seu Pai, que está nos céus.

-Esta é palavra de Deus.
-Gloria a Vós, Senhor.

Vela:
acende-se a terceira vela de Advento.

Para refletir:
depois da leitura anterior, guardam-se uns minutos em silêncio e se faz a seguinte pergunta: o que faço eu para que minha família seja melhor? Cada membro da família pode responder em voz alta se deseja.

Propósitos:
Cada membro da família pode dizer qual é seu propósito durante a semana e se comprometerá em cumpri-lo.

Para orar:
Pai, em nossa família crescemos e aprendemos a sermos melhores, pedimos hoje que nos ajude a ser uma família cristã e ser um bom exemplo para os que nos rodeiam, Pedimos forças para melhorar ou trocar o que for necessário de nós para que nossa família seja melhor cada dia. Amém.

Para terminar:
Todos os membros da família dão as mãos e rezam juntos Pai Nosso. Acendem-se as luzes e se canta uma canção.

Para cantar: VEM LOGO, SENHOR

1. Ó pastor da casa de Israel,
traz a teu Povo a almejada Salvação.
Verbo Eterno da boca de Deus Pai,
foste anunciado por lábios de profetas.

VEM LOGO, SENHOR, VEM Ó SALVADOR! (2x)
VEM SENHOR JESUS, VEM LIBERTADOR.
CÉUS, CHOVEI VOSSA JUSTIÇA,
ABRE-TE TERRA E FAZ SURGIR O SALVADOR! (2x)

2. É o brado dos povos que se eleva,
Filho de Davi as nações te esperam.
Nós queremos a vinda de teu Reino,
vem nos libertar do pecado e da miséria.

3. Emanuel, Salvador das nações,
Tu és esperança do povo peregrino.
Sol nascente, esplendor és da justiça,
Tu nos salvarás com teu braço poderoso.

4. Esperança de uma Santa Virgem.
Vê aquela jovem que logo será Mãe:
silenciosa espera o Salvador,
vem aí a hora da Reconciliação.

Quarto domingo de advento
A presença de Deus em nossa família

Para começar:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Acendem-se as três velas dos domingos anteriores e se lê a leitura do Evangelho segundo São Mateus 7, 24-25:
Aquele, pois, que escuta minhas palavras e as põe por obra, será o varão prudente, que edifica sua casa sobre rocha. Caiu a chuva, vieram as correntes, sopraram os ventos e deram sobre a casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre rocha.
-Esta é palavra de Deus.
-Glorifica a Ti Senhor Jesus.

Vela:
Acender a última vela do Advento.

Para refletir:
Guardar uns minutos em silêncio e fazer a seguinte pergunta: De que maneira se manifestou a presença de Deus em nossa família durante o ano? Deixamos atuar ou lhe estorvamos? Cada um poderá responder se deseja.

Propósitos:
depois da leitura anterior, cada um dos membros da família, dirá qual é seu propósito para a semana e se comprometerá a cumpri-lo.

Para orar:
Pai, que nos deste uma família na qual lhe conhecemos e amamos, nos ajude a viver tendo-o sempre presente em nossas vidas. Pedimos que neste Natal nos dê de presente o ficar conosco em nossos corações e sentir que vive em nosso lar, em nossas famílias. Amém.

Para terminar:
Todos os membros da família dão as mãos para rezar juntos um Pai Nosso. Acendem-se as luzes e se canta uma canção.

Para cantar: VEM SENHOR QUE TE ESPERAMOS

1. Quando o mundo dormia entre as trevas,
por Teu amor quiseste ajudá-lo.
E trouxeste vindo a esta terra
essa vida que pode salvá-lo.
Amadurece a história em promessas
e os homens esperam teu regresso.
No silêncio prepara-se a espera,
mas o amor não suporta o silêncio.

VEM SENHOR QUE TE ESPERAMOS
ACOLHE NOSSA ORAÇÃO.
VEM E ESCUTA NOSSO CANTO
QUE ESPERA JESUS LIBERTADOR.

2. Com Maria a Igreja te aguarda
com anseio de Esposa e de Mãe,
e reúne seus filhos fiéis
para juntos então esperarmos.
Quando vieres, Senhor, em tua glória,
que possamos sair a teu encontro,
e a teu lado vivamos para sempre,
dando graças ao Pai em seu Reino.

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"PROCURANDO POUSADA PARA SANTA MARIA E SÃO JOSÉ"

«Aconteceu que por aqueles dias saiu um decreto do César Augusto ordenando que se recenseasse todo mundo. Este primeiro recenseamento teve lugar sendo governador de Síria Cirino. Foram todos se recensear, cada um a sua cidade. Subiu também José desde a Galiléia, da cidade do Nazaré, a Judéia, à cidade de David, que se chama Belém, por ser ele da casa e família de David, para recensear-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, enquanto eles estavam ali, cumpriram-se os dias de gestação, e deu a luz a seu filho primogênito, envolveu-lhe em panos e lhe deitou em um presépio, porque não tinham lugar no alojamento.» (Lc 2,1-7)

Sentido da liturgia

Esta liturgia rememora o momento em que Santa Maria e São José buscavam um lugar onde se alojar, pois tinha chegado a hora do parto. Nos momentos prévios ao Natal, a dinâmica da dor-alegria se faz particularmente presente nos pais de Jesus: dor por não achar pousada para receber embora seja com humano decoro ao Senhor dos senhores, e a alegria da hora próxima do Natal.

Trata-se, pois, de tomar consciência deste dinamismo presente na espera e no mistério do Natal e de vivê-lo em comunhão com Maria e com o José nestes dias prévios ao nascimento do Senhor Jesus e, deste modo, nos preparar para acolher ativamente a Palavra reconciliadora.

Materiais:

· Uma imagem da Santa Maria

· Uma imagem de São José

· Uma bíblia

· Algumas velas

· Lugar apropriado para colocar as imagens e as velas

· Textos desta liturgia

Indicações:

1. Esta liturgia se realiza na casa de uma família, qualquer dia próximo ao Natal.

2. Participam duas ou mais famílias: a(s) que pede(n) alojamento e a(s) que recebe(n) a Maria e José.

3. Preferentemente o pai e a mãe da família visitante levarão as imagens. Outros membros da família levarão cada um uma vela.

4. A família que vai alojar José e Maria em seu lar deve ter o lugar preparado onde porão as imagens, e os filhos terão velas apagadas que em seguida porão ao pé do nascimento.

5. A distribuição de diálogos deve fazer-se previamente.

6. É recomendável que a casa onde se realiza a liturgia tenha pouca iluminação.

Liturgia:

(Na porta da casa. Os filhos da família visitante levam velas acesas).

TODOS: O Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam glorificados em todo tempo e lugar pela Imaculada Virgem Maria. Que assim seja. Amém.

MONITOR: Já está próxima a noite em que celebraremos o nascimento do Reconciliador. Queremos nos preparar para poder receber em nossos corações o Senhor Jesus. Iniciemos esta liturgia cantando: “Vem logo, Senhor” (ou outro canto apropriado).

VEM LOGO, SENHOR

1. Ó pastor da casa de Israel,
traz a teu Povo a almejada Salvação.
Verbo Eterno da boca de Deus Pai,
foste anunciado por lábios de profetas.

VEM LOGO, SENHOR, VEM Ó SALVADOR! (2x)
VEM SENHOR JESUS, VEM LIBERTADOR.
CÉUS, CHOVEI VOSSA JUSTIÇA,
ABRE-TE TERRA E FAZ SURGIR O SALVADOR! (2x)

2. É o brado dos povos que se eleva,
Filho de Davi as nações te esperam.
Nós queremos a vinda de teu Reino,
vem nos libertar do pecado e da miséria.

3. Emanuel, Salvador das nações,
Tu és esperança do povo peregrino.
Sol nascente, esplendor és da justiça,
Tu nos salvarás com teu braço poderoso.

4. Esperança de uma Santa Virgem.
Vê aquela jovem que logo será Mãe:
silenciosa espera o Salvador,
vem aí a hora da Reconciliação.

FAMÍLIA VISITANTE: Devemos pedir pousada para a que vai ser Mãe do Salvador e Reconciliador e para seu fiel marido José. Deus os premiará e os encherá de inumeráveis bênções.

FAMÍLIA QUE ACOLHE: Entrem bons peregrinos e recebam abrigo, não só nesta morada, mas também sobre tudo, em nosso coração.

FAMÍLIA VISITANTE: Recebam São José em seu lar e que ele os acompanhe neste tempo de espera e para sempre.

(O pai entrega a imagem de São José)

FAMÍLIA QUE ACOLHE: Acolhemos a São José em nosso lar e em nossos corações e nos comprometemos a viver de maneira especial neste tempo de advento a humildade, a paciência e a docilidade frente aos planos de Deus igual a ele.

FAMÍLIA VISITANTE: Recebam a Santa Maria em sua casa, que Ela seja modelo de espera confiada e gozosa e os cubra com seu manto protetor.

(A mãe entrega a imagem de Santa Maria)

FAMÍLIA QUE ACOLHE: Com o coração cheio de alegria por ter à Mãe do Salvador em nossa casa, nos comprometemos a nos preparar fervorosamente para a vinda do menino Jesus.

(Entram na casa e põem as imagens no lugar previamente preparado)

LEITURA (Jo 1, 9 - 12)

Leitura tirada do evangelho segundo São João:

"A Palavra era a luz verdadeira que ilumina a todo homem que vem a este mundo. No mundo estava e o mundo foi feito por ela, e o mundo não a conheceu. Veio a sua casa, e os seus não a receberam".

(Breve momento de silêncio meditativo)

FAMÍLIA QUE ACOLHE: Sabendo que o Senhor Jesus é a Luz do mundo, mas que muitos não quiseram recebê-la, vocês filhos…, vão acender suas velas em sinal de que todos nós sim queremos acolher a luz que nos traz o Senhor.

(Os membros da família que acolhe, acompanhados do diálogo seguinte, acendem suas velas dos membros da família visitante)

MEMBRO DE FAMÍLIA VISITANTE: Toma esta luz, a luz do Natal que é Cristo. Deixa que ela afaste o frio e o medo de seu coração e te outorgue o ardor do amor.

MEMBRO DA FAMÍLIA QUE ACOLHE: Que a luz de Cristo brilhe em nosso coração e nos ajude a viver a fé, a esperança e o amor em nossas famílias.

MONITOR: Podemos elevar a Deus nossas intenções e súplicas.

(Podem-se fazer pedidos pela Igreja, pelo Santo Padre, pelo mundo, pelos mais pobres e necessitados, pelas famílias presente e por todas as famílias do mundo, por intenções particulares…)

MONITOR: Como comunidade de cristãos que somos, rezemos juntos a oração do Pai Nosso.

(Também se pode rezar o Ave Maria ou outra oração apropriada).

MONITOR: Terminemos esta liturgia cantando

(ou outra canção apropriada)

VEM SENHOR QUE TE ESPERAMOS

1. Quando o mundo dormia entre as trevas,
por Teu amor quiseste ajudá-lo.
E trouxeste vindo a esta terra
essa vida que pode salvá-lo.
Amadurece a história em promessas
e os homens esperam teu regresso.
No silêncio prepara-se a espera,
mas o amor não suporta o silêncio.

VEM SENHOR QUE TE ESPERAMOS
ACOLHE NOSSA ORAÇÃO.
VEM E ESCUTA NOSSO CANTO
QUE ESPERA JESUS LIBERTADOR.

2. Com Maria a Igreja te aguarda
com anseio de Esposa e de Mãe,
e reúne seus filhos fiéis
para juntos então esperarmos.
Quando vieres, Senhor, em tua glória,
que possamos sair a teu encontro,
e a teu lado vivamos para sempre,
dando graças ao Pai em seu Reino.

TODOS: O Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam glorificados em todo tempo e lugar pela Imaculada Virgem Maria. Que assim seja. Amém


Propostas litúrgico-pastorais para o tempo de Advento

«Ao celebrar anualmente a liturgia de Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: participando da longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua segunda Vinda. Celebrando o natal e o martírio do Precursor, a Igreja se une ao desejo de este: «É preciso que ele cresça e que eu diminua» (Jo 3, 30).» (Catecismo da Igreja Católica, # 524).

Colocamos a seu alcance algumas iniciativas que podem ajudar a preparar o tempo de Advento.

1. Retiro sobre o tempo de Advento

Poderia-se, preferentemente ao início do tempo litúrgico, realizar um retiro para todos os membros do centro, associação, etc. com o fim de obter uma melhor preparação com vistas ao Natal. Os temas são dados pelos acentos, personagens e meios que a Igreja oferece para o Advento.

2. Liturgia semanal sobre o tema da semana

Durante o transcurso da semana pode convidar os agrupamentos e outras associações a que celebrem em sua reunião semanal uma liturgia que contribua para aprofundar no tema e acento que a liturgia da Igreja propõe para cada semana.

3. Campanha de oração

Pode-se realizar ao longo de todo o tempo de advento uma campanha de oração com o fim de intensificar a vida de oração necessária para uma adequada preparação para a celebração do Natal.

Pode ser feita convidando à participação pessoal e comunitária (por Agrupamentos Marianos, por associações em seu conjunto, etc.).

Podem-se fazer murais com desenhos (quadriculados para serem coloridos) alusivos ao Natal. Também é possível ir preparando o presépio com as orações: maços de palha ou erva, madeiras, etc. podem simbolizar determinados exercícios de oração.

Assim mesmo, seria bom organizar a oração comunitária e diária da liturgia das horas (laudes, vésperas e completas) contando com os símbolos próprios deste tempo litúrgico.

4. Celebração natalina para centros apostólicos

Os dias mais próximos ao Natal são propícios para realizar nos centros apostólicos alguma celebração natalina. Esta instância é importante para celebrar comunitariamente nossa fé, para fortalecer os laços de comunhão entre os membros do centro apostólico ou associação e para estreitar vínculos com amigos e familiares procurando converter esta celebração em uma ocasião de evangelização.

Esta celebração natalina pode ter várias atividades. Por exemplo:

Oração inicial

Peça de teatro, de bonecos, etc. alusiva ao Natal

Talentos: poesia, cantos, contos, etc.

Liturgia

Grupo de Musica Natalina

Chocolate Quente

É muito recomendável a participação de pessoas representativas das associações, projetos, etc. Esta celebração deve fazer participar não só a alguns quantos já que é uma instância de encontro e participação de todos os membros do centro apostólico ou associação. Devemos pôr muito boa atenção à dimensão apostólica desta jornada.

5. Concursos

Pode-se promover o espírito de preparação para o Natal convocando a concursos de distintos talentos: composição de canções, de canções de natal, de contos, de poesias, de murais, símbolos e desenhos litúrgicos, etc. A celebração natalina poderia ser uma boa ocasião para apresentar alguns destes talentos.

6. Coleta e visita a irmãos necessitados

O tempo de Advento é muito apropriado para acentuar a vivência da caridade e solidariedade com nossos irmãos mais necessitados. Por isso é recomendável organizar uma coleta de mantimentos, roupa e brinquedos com o fim de doá-los no marco de uma visita a algum hospital ou a uma favela.

Ao término das missas de cada domingo de advento se podem repartir caixas de papelão para que cada família ou pessoa colabore com uma família pobre neste Natal. As pessoas são convidadas a se inscrever especificando se quer doar uma caixa de mantimentos para uma família de 4, 6 ou 8 membros. Em cada caso deve dar-se ao doador uma lista de mantimentos e suas quantidades segundo o caso.

A visita deve envolver a maior quantidade de gente possível já que pode ser uma magnífica ocasião apostólica. Deve cuidar-se que esta visita não seja, portanto, um mero repartir presentes, mas sim deve transmitir o essencial de nossa vida de fé.

7. Ambientação de centros apostólicos

É importante que os ambientes físicos do centro apostólico estejam devidamente decorados com motivos de Advento e de Natal. Devemos gerar um ambiente que favoreça nossa preparação e espera, nossa vida de silêncio e oração, de encontro fraterno.

Para obter uma maior envolvimento das pessoas poderia ser organizado um concurso de arrumação e decoração por associações e ao interior delas. Também se pode organizar este concurso motivando a participação de famílias. (É importante acentuar a dimensão comunitária desta atividade).

Os murais com artigos e desenhos, pôsteres com frases alusivas ao tempo litúrgico (por exemplo: “Vêem, Senhor Jesus”, “Venha a nós seu Reino”, etc.) e/ou com desenhos ou símbolos litúrgicos, a coroa de advento, o presépio, a árvore de Natal, etc. são alguns elementos que podem favorecer este objetivo.

Há a disposição de quem o requeira algumas liturgias de bênção de símbolos próprios do tempo (coroa, árvore e presépio) que poderiam servir em oferta de encontro e oração entre os membros do centro e associações.

Assim mesmo recomendamos o uso de música natalina em momentos oportunos já que isto também pode ser um bom meio que contribua na vivência do Advento.

8. Vídeo Fórum

A apresentação de alguma filme que em seguida possa ser comentado pelos participantes pode favorecer a preparação do Natal. Alguns filmes de temas apropriados são:

Contos de Natal (distintas versões) O quarto mago

9. Donativo de Advento

Nas celebrações eucarísticas dominicais do MVC durante o tempo de advento se realizará a entrega semanal de um donativo para a manutenção das obras apostólicas do Movimento. Desde cada associação e/ou centro apostólico emevecista se deve promover e apoiar esta iniciativa.

10. Celebrações eucarísticas

Nossas celebrações litúrgicas eucarísticas podem ser enriquecidas através de distintos meios:

Bênção da coroa de Advento (ver Ritual de Bênçãos)

O ascender progressivo, semana após semana, das velas da coroa de Advento

Bênção do nascimento da capela (ver Ritual de Bênçãos)

Rito de inauguração do ano litúrgico com procissão do leccionário dominical

Utilização do rito de aspersão de água bendita, pelo menos os domingos, e sobre tudo da segunda parte do Advento (na linha de uma expectativa gozosa pelo Dom de Deus)

Austeridade na decoração da capela: flores, adornos, etc.

Austeridade no uso de instrumentos musicais para alguns cantos da celebração

Uso de desenhos de símbolos litúrgicos

Colocação em um lugar visível da capela de uma cesta para os mantimentos, etc. que a comunidade irá doando no transcurso do tempo de Advento.


Personagens do Advento

· Isaías: figura de espera pela Salvação
· João Batista: figura de preparação
· Maria: Virgem da esperança e Mãe do Salvador


1.-A FIGURA DA ESPERA: ISAÍAS

A escolha das leituras do Advento tem nos colocado em frequente contato com Isaías.
Convém refletir um pouco sobre sua personalidade. Os textos evangélicos não dizem nada da personalidade do profeta Isaías, mas o citam. Podemos até mesmo dizer que, frequentemente, pode-se advinhá-lo presente no pensamento e até nas palavras de Cristo.

É o profeta por excelência do tempo da espera; está espantosamente perto, é entre os nossos, de hoje. Está presente por seu desejo de libertação, desejo do absoluto de Deus; o é na lógica bravura de toda sua vida que é luta e combate; o é até em sua arte literária, na qual nosso século volta a encontrar seu gosto pela imagem desnuda mas forte até a crueza.

É um desses violentos aos quais o Reino é prometido por Cristo.

Tudo deve ceder perante este visionário, emocionado pelo esplendor futuro do Reino de Deus inaugurado com a vinda de um Príncipe de paz e justiça. Encontramos em Isaías esse poder tranqüilo e inquebrantable do que está possuído pelo Espírito que anuncia, sem outra alternativa e como que pesando as coisas que diz o Senhor.

O profeta não é conhecido por outra coisa além de suas obras, mas estas são tão características que através delas podemos adivinhar e amar sua pessoa. Surpreendente proximidade desta grande figura do século VIII antes de Cristo, que sentimos no meio de nós, cotidianamente, dominando-nos desde sua altura espiritual.

Isaías viveu em uma época de esplendor e prosperidade. Rara vez os reinos de Judá e Samaria haviam conhecido tal otimismo e sua posição política lhes permite sonhos ambiciosos. Sua religiosidade atribui a Deus a fortuna política e a religião espera dele novos sucessos. Em meio deste frágil paraíso, Isaías vai erguer-se valorosamente e cumprir sua missao: mostrar a seu povo a ruína que o espera por sua negligência.Pertencente sem dúvida à aristocracia de Jerusalém, alimentado pela literatura de seus predecessores, principalmente Amós e Oséias, Isaías prevê como eles, inspirado por seu Deus, o que será a história de seu país. Superando a situação presente na qual se misturam covardias e compromissos, vê o castigo futuro que direcionará os caminhos tortuosos.Lodts escreve dos profetas: "Achando até mesmo reclamar uma volta atrás, exigiam um salto adiante. Estes reacionários eram, ao mesmo tempo, revolucionários". Assim as coisas, Isaías foi arrebatado pelo Senhor "no ano da morte do rei Ozias", por volta do ano 740, quando estava no templo, com os lábios purificados por uma brasa trazida por um serafim (Is 6, 113). A partir deste momento, Isaías já não se pertence. Não porque seja um simples instrumento passivo nas mãos de Yahvé; ao contrário, todo seu dinamismo vai ser colocado a serviço de seu Deus, convertendo-se em seu mensageiro. Mensageiro terrível que anuncia o despojo de Israel ao que só lhe restará um pequeno sopro de vida. O início da obra de Isaías, que originará a lenda do boi e do asno no presépio, marcam seu pensamento e seu papel. Yahvé é todo para Israel, mas Israel, mais estúpido que o boi que conhece seu dono, ignora seu Deus (Is 1, 2-3).

A Donzela dará à luz

Mas Isaías não se isolará no papel de pregador moralizante. E assim se torna para sempre o grande anunciador da Parusia, da vinda de Yahvé. Assim com Amós tinha se levantado contra a sede de dominação que avivava a brilhante situação de Judá e Samaria no século VIII, Isaías prediz os cataclismas que se desencadearão no dia de Yahvé (Is 2, 1-17). Esse dia será para Israel o dia do juízo.
Para Isaías, como mais tarde para São Paulo e São João, a vinda do Senhor traz consigo o triunfo da justiça. Por outro lado, os capítulos 7 al 11 vão nos descrever o Príncipe que governará na paz e na justiça (ls 7, 10-17).
É fundamental familiarizar-se com o duplo sentido do texto. Áquele que não entrar na realidade ambivalente que este comunica, será totalmente impossível compreender a Escritura, inclusive certas passagens do Evangelho, e viver plenamente a liturgia.
Com efeito, no evangelho do primeiro domingo de Advento sobre o fim do mundo e a Parusia, os dois significados do Advento deixam constância desse fenômeno propriamente bíblico no qual uma dupla realidade se significa por um mesmo e único acontecimento. O reino de Judá vai passar pela devastação e a ruína.
O nascimento de Emanuel, "Deus conosco", reconfortará um reino dividido pelo cisma de dez tribos. O anúncio deste nascimento promete, pois, aos contemporâneos de Isaías e aos ouvinte de seu oráculo, a sobrevivência do reino, apesar do cisma e da devastação. Príncipe e profeta, esse menino salvará por si mesmo seu país.

A Idade de Ouro

Mas, por outro lado, a apresentação literária do oráculo e o modo como Isaías insiste no caráter libertador deste menino, cujo nascimento e juventude são dramáticos, fazem pressentir que o profeta vê neste menino a salvação do mundo. Isaías destaca em suas profecias ulteriores os traços característicos do Messias. Aqui se contenta em indicá-los e reserva para mais tarde tratá-los um a um e modelá-los. O profeta descreve deste modo a este rei justo: (Is. 11, 1-9).

Ezequias vai subir ao trono e este poema é escrito para ele. Mas, como um homem frágil pode reunir em si tão eminentes qualidades? Não vislumbra Isaías o Messias através de Ezequias?
A Igreja o entende assim e lê esta passagem, sobre a chegada do justo, no segundo domingo de Advento. No capítulo segundo de sua obra, vimos Isaías anunciando uma Parusia que ao mesmo tempo será um juízo. No capítulo 13, descreve a queda da Babilônia tomada por Ciro. E novamente, nos convida a superar este acontecimento histórico para ver a vinda de Yahvé em seu "dia". A descrição dos cataclismas que se produzirão será tomada por Joel e voltaremos a encontrá-las no Apocalipse (Is 13, 9-ll).
Esta vinda de Yahvé esmagará àquele que quis igualar-se a Deus. O Apocalipse de João recorrerá a imagens parecidas para descrever a derrota do diabo (cap. 14).

Nos maitines do 4.° domingo de Advento, voltamos a encontrá-lo no momento em que descreve o advento de Yahvé: "A terra abrasada se tornará fresca, e o país árido em manancial de águas" (35, 7). É reconhecido o tema da maldição da criação no Gênesis. Mas Yahvé volta para reconstruir o mundo. Ao mesmo tempo, Isaías profetiza a ação curativa de Jesus que anuncia o Reino: "Os cegos vêem, os coxos andam", sinal que João Batista toma deste poema de Isaías (35, 5-6).

Poderíamos sintetizar toda a obra do profeta reduzindo-a a dois objetivos:

· O primeiro, chegar à situação presente, histórica, e remediá-la lutando.
· O segundo, descrever um futuro messiânico mais distante, uma restauração do mundo.

Assim vemos Isaías como um enviado de seu Deus a quem viu cara a cara. O profeta não cessa de falar dele em cada linha de sua obra. E, contudo, em suas descrições se distingue por mostrar como Yahvé é o Santo e, portanto, o impenetrável, o separado, Aquele que não se deixa conhecer. Ou, melhor, o conhecer por suas obras que, antes de mais nada, é a justiça. Para restabelecê-la, Yahvé intervém continuamente na marcha do mundo.


2.-A FIGURA DA PREPARAÇÃO: JOÃO BATISTA

Isaías está presente em João Batista, como João Batista está presente naquele a quem preparou o caminho e que dirá dele: "Não surgiu entre os nascidos de mulher outro maior que João Batista".

São Lucas nos conta com detalhe o anúncio do nascimento de João (Lc 1, 5-25).

Esta estranha entrada em cena de um ser que se tornará um dos mais importantees da realização dos planos divinos é muito do estilo do Antigo Testamento. Todos os seres vivos deviam ser destruídos pelo dilúvio, mas Noé e os seus foram salvos na arca. Isaac nasce de Sara, já em idade avançada para dar à luz. Davi, jovem e sem técnica de combate, derruba Golias.

Moisés, futuro guia do povo de Israel, é encontrado em uma cesta (designada em hebraico com a mesma palavra que arca) e salvo da morte. Desta maneira, Deus quer destacar que Ele mesmo toma a iniciativa da salvação de seu povo.

O anúncio do nascimento de João é solene. Realiza-se no marco litúrgico do templo.
Desde a designação do nome do menino, "João", que significa "Yahvé é favorável", tudo é concreta preparação divina do instrumento que o Senhor elegeu.
Sua chegada não passará despercebida e muitos se alegrarão com seu nascimento (Lc 1, 14); abster-se-á de vinho e bebidas embriagantes, será um menino consagrado e, como prescreve o livro dos Números (6, 1), não beberá vinho nem licor fermentado. João já sinal de sua vocação de asceta. O Espírito habita nele desde o seio de sua mãe. A sua vocação de asceta une-se à guia de seu povo (Lc 1, 17).
Precederá o Messias, papel que Malaquias (3, 23) atribuia a Elias. Sua circuncisão, fato característica, mostra também a eleição divina: ninguém em sua parentela tem o nome de João (Lc 1, 61), mas o Senhor quer que seja chamado assim mudando os costumes. O Senhor é quem o escolheu, é ele quem dirige tudo e guia seu povo.

Benedictus Deus Israelei

O nascimento de João é motivo de um admirável poema que, por sua vez, é ação de graças e descrição do futuro papel do menino. A Igreja canta esta poema todos os dias no final das Laudes reavivando sua ação de graças pela salvação que Deus lhe deu e em reconhecimento porque João continua mostrando-lhe "o caminho da paz".

João Batista é sinal da irrupção de Deus em seu povo. O Senhor o visita, o livra, realiza a aliança que havia prometido.
O papel do precursor é muito precioso: prepara os caminhos do Senhor (Is 40, 3), dá a seu povo o "conhecimento da salvação.Todo o afã especulativo e contemplativo de Israel é conhecer a salvação, as maravilhas do desígnio de Deus sobre seu povo. O conhecimento dessa salvação provoca nele a ação de graças, a benção, a proclamação dos benefícios de Deus que se expressa no "Bendito seja el Senhor, Deus de Israel".

Esta é a forma tradicional de oração de ação de graças que admira os desígnios de Deus. Com estes mesmos termos o servidor de Abraão bendiz a Yahvé (Gn 24, 26). Assim também se expressa Jetró, sogro de Moisés, reagindo ao admirável relato do que Yahvé havia feito para livrar Israel dos egípcios (Ex 18, 10). A salvação é a remissão dos pecados, obra da misericordiosa ternura de nosso Deus (Lc 1, 77-78).
João deverá, pois, anunciar um batismo no Espírito para remissião dos pecados. Mas este batismo não terá apenas esse efeito. Será iluminação. A misericordiosa ternura de Deus enviará o Messias que, segundo duas passagens de Isaías (9, 1 e 42, 7), retomadas por Cristo (Jo 8, 12), "iluminará os que jazem entre as trevas e sombra da morte" (Lc 1, 79).O papel de João, "preparar o caminho do Senhor". Ele o sabe e designa a si mesmo, referindo-se a Isaías (40, 3), como a voz que clama no deserto: "Preparai o caminho do Senhor". Mais positivamente ainda, deverá mostrar àquele que está no meio dos homens, mas que estes não o conhecem (Jo 1, 26) e a quem chama, quando o vê chegar: "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1, 29).João corresponde e quer corresponder ao que foi dito e previsto sobre ele. Deve dar testemunho da presença do Messias. O modo de chamá-lo indica que o l Messias representa para ele: é o "Cordeiro de Deus”.
O Levítico, no capítulo 14, descreve a imolação do cordeiro em expiação pela impureza legal. Ao ler esta passagem, João, o evangelista, pensa no servidor de Yahvé, descrito por Isaías no capítulo 53, que carrega sobre si os pecados de Israel. João Batista, ao mostrar a Cristo a seus discípulos, o vê como a verdadeira Páscoa que supera a do Êxodo (12, 1) e da qual o universo obterá a salvação.Toda a grandeza de João Batista vem de sua humildade e ocultamento: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3, 30).

Todos verão a salvação de Deus


O sentido exato de seu papel, sua vontade de ocultamento, fizeram do Batista uma figura sempre atual através dos séculos. Não se pode falar dele sem falar de Cristo, mas a Igreja não lembra nunca a vinda de Cristo sem lembrar do Precursor. O Precursor não está unido apenas à vinda de Cristo, mas também à sua obra, que anuncia: a redenção do mundo e sua reconstrução até a Parusia. Todos os anos a Igreja nos faz atual o testemunho de João e de sua atitude frente a sua mensagem. Deste modo, João está sempre presente durante a liturgia de Advento. Na realidade, seu exemplo deve permanecer constantemente diante dos olho das Igreja. A Igreja, e cada um de nós nela, tem com missão preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia. Mas recebê-la exige a conversão. Entrar em contato com Cristo supõe o desprendimento de si mesmo. Sem esta ascese, Cristo pode estar no meio de nós sem ser reconhecido (Jo l, 26).

Como João, a Igreja e seus fiéis têm o dever que não cobrir a luz, mas de dar testemunho dela (Jo 1, 7). A esposa, a Igreja, deve ceder o posto ao Esposo. Ela é testemunho e deve ocultar-se diante daquele a quem testemunha. Papel difícil o estar presente no mundo, firmemente presente até o martírio. como João, sem impulsionar uma "instituição" em vez de impulsionar a pessoa de Cristo. Papel missionário sempre difícil o de anunciar a Boa Notícia e não uma raça, uma civilização, uma cultura ou um país: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3, 30). Anunciar a Boa Notícia e não uma determinada espiritualidade, uma determinada ordem religiosa, uma determinada ação católica especializada; como João, mostrar a seus próprios discípulos onde está para eles o "Cordeiro de Deus" e não cercá-los como se fôssemos nós a luz que vai iluminá-los.Esta deve ser uma lição sem presente e necessária, bem como a da ascese do deserto e a do recolhimento no amor para dar melhor testemunho.

A eloquência do silêncio no deserto é fundamental a todo verdadeiro e eficaz anúncio da Boa Notícia. Origens escreve em seu comentário sobre São Lucas (Lc 4): Quanto a mim, penso que o mistério de João realiza-se no mundo ainda hoje". A Igreja, na realidade, continua o papel do Precursor; nos mostra Cristo, nos encaminha à vinda do Senhor.Durante o Advento, a grande figura do Batista apresenta-se viva para nós, homens do século XX, a caminho do dia de Cristo. O próprio Cristo, retomando o texto de Malaquias (3,1), fala-nos de João como "mensageiro" (4); João designa a si mesmo como tal. São Lucas descreve João como um pregador que chama à conversão absoluta e exige a renovação: "Que os vales se levantem, que montes e colinas se abaixem, que o torcido se endireite, e o escabroso se iguale. Será revelada a glória do Senhor e todos os homens a verão juntos". Assim se expressava Isaías (40, 5-6) em um poema tomado por Lucas para mostrar a obra de João. Trata-se de uma renovação, de uma mudança, de uma conversão que reside, sobre tudo, em um esforço para voltar à caridade, ao amor aos demais (Lc 3, 10-14).
Lucas resume em uma frase toda a atividad de João:
"Anunciava ao povo a Boa Notícia" (Lc 3, 18).

Preparar os caminhos do Senhor, anunciar a Boa Notícia, é o papel de João e ele nos exorta a que nós desempenhemos.
Hoje, este papel não é mais simples nos tempos de João e incumbe a cada um de nós.

O martírio de João teve sua orgime na franca honestidade com que denunciou o pecado.
João Batista anunciou o Cordeiro de Deus. Foi o primeiro a chemar Cristo desta maneira.
Citemos aqui o belo Prefácio introduzido em nossa liturgia para a festa do martírio de São João Batista, que resume admiravelmente sua vida e seu papel:
"Porque ele saltou de alegria no ventre de sua mãe, ao chegar o Salvador dos homens, e seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Ele foi escolhido entre todos os profetas para mostrar às pessoas o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ele batizou no Jordão o autor do batismo, e a água viva tem desde então poder de salvação para os homens. E ele deu, por fim, seu sanguee como supremo testemunho do nome de Cristo".


3. A FIGURA DA ESPERANÇA : VIRGEM MARIA

A primeira vinda do Senhor realizou-se graças a ela. E, por isso, todas as gerações a chamamos Bem-aventurada. Hoje, que preparamos, a cada ano, uma nova vinda, os olhos da Igreja se voltam a ela, para aprender, con estremecimento e humildade agradecida, como se espera e como se prepara a vinda do Emanuel: do Deus conosco. Mais ainda, para aprender também como se dá ao mundo o Salvador.

Sobre o papel da Virgem Maria na vinda do Senhor, a liturgia do Advento oferece duas sínteses, nos prefácios II e IV daquele tempo:

"...Cristo Senhor nosso, a quem todos os profetas anunciaram, a Virgem esperou com inefável amor de Mãe, João o proclamou já próximo e o apontou depois entre os homens. O próprio Senhor nos concede agora nos preparar com alegria para o Mistério de seu Nascimento, para encontrar-nos assim, quando ele chegar, velando em oração e cantando seu louvor".

"Nós vos louvamos, nós vos bendizemos e vos glorificamos pelo Mistério da Virgem Mãe. Porque, se do antigo adversário nos veio a ruína, no sio da Filha de Sião germinou aquele que nos nutre com o pão celestial, e fez brotar para todo o gênero humano a salvação e a paz. A graça que Eva nos arrebatou nos foi devolvida em Maria. Nela, mãe de todos os homens, a maternidade, redimida do pecado e da morte, abre-se ao dom de uma vida nova. Assim, onde havia crescido o pecado, superabundou vossa misericórdia em Cristo nosso Salvador. Por isso nós, enquanto esperamos a vinda do Cristo, unidos aos anjos e aos santos, cantamos o hino louvor..."

A Virgem Imaculada foi e continua sendo a personagem dos personagens do Advento: da vinda do Senhor. Por isso, cada dia, durante o Advento, evoca-se, agradece, canta-se, glorifica-se e enaltece àquela que foi a aceitou livremente ser a mãe de nosso Salvador "o Messias, o Senhor" (Lc 2,11).

Três textos dos tantos que um é em honra à Bem-aventurada Mãe de Deus, em todo este Mistério preparado e realizado. São da solenidade de santa Maria Mãe de Deus:

"Que admirável troca! O Criador do gênero humano, tomando corpo e alma, nasce de uma virgem e, feito homem sem concurso de varão, nos dá parte em sua divindade" (antífona das primeiras Vésperas).

"A Mãe eu à luz o Rei, cujo nome é eterno; a que o gerou tem ao mesmo tempo a alegria da maternidade e a glória da virgindade: um prodígio tal jamais visto, não será visto novamente. Aleluia" (antífona de Laudes).

"Pelo grande amor que Deus tem para conosco, mandou-se seu próprio Filho em semelhança de carne de pecado: nascido de uma mulher, nascido sob a lei. Aleluia" (antífona do Magníficat primeiras Vésperas).

A partir da segunda parte do Advento, a preponderância da Mãe Imaculada é tão grande, que ela aparece como o centro do Mistério preparado e iniciado. Assim as leituras evangélicas do IV Domingo, nos três ciclos, estão dedicadas a Maria. E nas missas próprias dos dias 17 a 24, correspondentes às antífonas da O, tudo gira ao redor dela. E com razão.
"Os profetas anunciaram que o Salvador nasceria de Maria Virgem" (Tercia) - "O anjo Gabriel saudou Maria, dizendo: Ave, chia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre as mulheres" (Sexta) - "Maria disse: O que significa esta saudação? Fico perplexa perante estas palavras de que darei à luz um Rei sem perder minha virgindade" (Nona).

Nas vésperas do primeiro domingo de Advento, a antífona do Magnificat é tirada do evangelho da anunciação: "Não temas, Maria, porque encontraste graças diante de Deus. Conceberás em teu seio e darás á luz um filho".

Na segunda-feira desta primeira semana, nas vésperas, a antífona do Magnificat será: "O anjo do Senhor anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo".

Nas vésperas da quinta-feira se canta: "Bendita és tu entre as mulheres". Nas vésperas do segundo domingo de Advento: "Ditosa tu, Maria, que creste, porque o que te foi dito o Senhor cumprirá". Nas laudes da quarta-feira há uma leitura tirada do capítulo 7 de Isaías: "Vede: a Virgem concebeu e dará à luz um filho, lhe porá o nome Emmanuel...". O responsório da sexta-feira depois da segunda leitura do ofício, é tirado do evangelho da anunciação em Lc 1, 26, etc... E poderíamos continuar com uma longa enumeração.

Esta enumeração interessa porque mostra como a presença da Virgem é constante nos Ofícios de Advento, bem como na memória da primeira vinda de seu Filho e na tensão de sua volta no fim dos tempos.

Embora o Natal seja para Maria a festa mais indicada de sua maternidade, o Advento, que prepara esta festa, é para ela um tempo de escolha e de particular preparação.


Sentido do advento
Palavras do então Cardeal Joseph Ratzinger sobre o Advento - Papa Bento XVI

«O Advento e o Natal experimentaram um incremento de seu aspecto externo e festivo profano tal que no seio da Igreja surge, da própria fé, uma aspiração a um Advento autêntico: a insuficiência desse ânimo festivo por si só se deixa sentir, e o objetivo de nossas aspirações é o núcleo do acontecimento, esse alimento do espírito forte e consistente do qual nos fica um reflexo nas palavras piedosas com as quais nos felicitamos nas festas. Qual é esse núcleo da vivência do Advento?

Podemos tomar como ponto de partida a palavra «Advento»; este termo não significa «espera», como poderia se supor, mas é a tradução da palavra grega parusia, que significa «presença», ou melhor, «chegada», quer dizer, presença começada. Na antigüidade era usado para designar a presença de um rei ou senhor, ou também do deus ao qual se presta culto e que presenteia seus fiéis no tempo de sua parusia. Ou seja, o Advento significa a presença começada do próprio Deus. Por isso, nos recorda duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda que não seja total, mas está em processo de crescimento e amadurecimento. Sua presença já começou, e somos nós, os crentes, que, por sua vontade, devemos fazê-lo presente no mundo. É por meio de nossa fé, esperança e amor que ele quer fazer brilhar a luz continuamente na noite do mundo. De modo que as luzes que acendamos nas noites escuras deste inverno sejam ao mesmo tempo consolo e advertência: certeza consoladora de que «a luz do mundo» já foi acesa na noite escura de Belém e transformou a noite do pecado humano na noite santa do perdão divino; por outra parte, a consciência de que esta luz somente pode - e somente quer - seguir brilhando se é sustentada por aqueles que, por ser cristãos, continuam através dos tempos a obra de Cristo. A luz de Cristo quer iluminar a noite do mundo através da luz que somos nós; sua presença já iniciada deve seguir crescendo por meio de nós. Quando na noite santa soe uma e outra vez o hino Hodie Christus natus est, devemos recordar que o início que foi produzido em Belém deve ser em nós início permanente, que aquela noite santa é novamente um «hoje» cada vez que um homem permite que a luz do bem faça desaparecer nele as trevas do egoísmo (...) a criança - Deus nasce ali onde se obra por inspiração do amor do Senhor, onde se faz algo mais que intercambiar presentes.

Advento significa presença de Deus já começada, mas também apenas começada. Isto implica que o cristão não olha somente o que já foi e o que aconteceu, como também ao que está por vir. Em meio a todas as desgraças do mundo, tem a certeza de que a semente de luz segue crescendo oculta, até que um dia o bem triunfará definitivamente e tudo lhe estará submetido: no dia em que Cristo retorne. Sabe que a presença de Deus, que acaba de começar, será um dia presença total. E esta certeza o faz livre, o dá um apoio definitivo (...)».

Alegrai-vos no Senhor

(...) «"Alegrai-vos, uma vez mais vos digo: alegrai-vos". A alegria é fundamental no cristianismo, que é por essência evangelium, boa nova. E, entretanto, é ali onde o mundo se equivoca, e sai da Igreja em nome da alegria, achando que a Igreja a tira do homem com todos os seus preceitos e proibições. Certamente, a alegria de Cristo não é tão fácil de ver como o prazer banal que nasce de qualquer diversão. Mas seria falso traduzir as palavras: «Alegrai-vos no Senhor» por estas outras: «Alegrai-vos, mas no Senhor», como se na segunda frase se quisesse recordar o afirmado na primeira. Significa simplesmente «alegrai-vos no Senhor», já que o apóstolo evidentemente crê que toda verdadeira alegria está no Senhor, e que fora dele não pode haver nenhuma. E de fato é verdade que toda alegria que se dá fora dele ou contra ele não satisfaz, mas que, ao contrário, arrasta o homem a um redemoinho no qual não pode estar verdadeiramente contente. Mas isso aqui nos faz saber que a verdadeira alegria não chega até que não a traz Cristo, e que do que se trata em nossa vida é de aprender a ver e compreender a Cristo, o Deus da graça, a luz e a alegria do mundo. Pois nossa alegria não será autêntica até que deixe de apoiar-se em coisas que podem ser-nos arrebatadas e destruídas, e se fundamente na mais íntima profundidade de nossa existência, impossível de ser-nos arrebatada por força alguma do mundo. E toda perda externa deveria fazer-nos avançar um passo rumo a essa intimidade e fazer-nos mais maduros para nossa vida autêntica.

Assim se passa a ver que os dois quadros laterais do tríptico de Advento, João e Maria, apontam ao centro, a Cristo, desde o qual são compreensíveis. Celebrar o Advento significa, dizendo mais uma vez, despertar para a vida a presença de Deus oculta em nós. João e Maria nos ensinam a fazê-lo. Para isso, devemos andar por um caminho de conversão, de afastamento do visível e aproximação ao invisível. Andando esse caminho somos capazes de ver a maravilha da graça e aprendemos que não há alegria mais luminosa para o homem e para o mundo que a da graça, que apareceu em Cristo. O mundo não é um conjunto de penas e dores, toda a angústia que exista no mundo está amparada por uma misericórdia amorosa, está dominada e superada pela benevolência, o perdão e a salvação de Deus. Quem celebre assim o Advento poderá falar com razão da celebração natalina: feliz bem-aventurada e cheia de graça. E conhecerá como a verdade contida na felicitação natalina é algo muito maior do que esse sentimento romântico dos que a celebram como uma espécie de diversão de carnaval».

Estar preparados...

«No capítulo 13 que Paulo escreveu aos cristãos em Roma, diz o Apóstolo o seguinte: "A noite vai muito avançada e já se aproxima o dia. Despojemo-nos, pois, das obras das trevas e vistamos as armas da luz. Andemos decentemente e como de dia, não vivendo em orgias e bebedeiras, nem em devassidão e libertinagem, nem em rixas e ciúmes, antes vesti-vos do Senhor Jesus Cristo..." Segundo isso, Advento significa colocar-se de pé, despertar, sacudir-se do sono. Que quer dizer Paulo? Com termos como "orgias, bebedeiras, devassidão e libertinagem" expressou claramente o que entende por «noite». As orgias noturnas, com todos seus acompanhamentos, são para ele a expressão do que significa a noite e o sono do homem. Esses banquetes se convertem para São Paulo em imagem do mundo pagão em geral que, vivendo de costas para a verdadeira vocação humana, se afunda no material, permanece na escuridão sem verdade, dorme apesar do ruído e da agitação. A orgia noturna aparece como imagem de um mundo estragado. Não devemos reconhecer com espanto quão freqüentemente descreve Paulo desse modo nosso paganizado presente? Despertar-se do sono significa sublevar-se contra o conformismo do mundo e de nossa época, sacudir-nos, com valor, para a virtude e a fé, sono que nos convida a nos desentendermos de nossa vocação e nossas melhores possibilidades. Talvez as canções do Advento, que escutamos de novo esta semana, tornem-se sinais luminosos para nós, mostrem-nos o caminho e nos permitam reconhecer que há uma promessa maior que a do dinheiro, do poder e do prazer. Estar despertos para Deus e para os demais homens: eis aqui o tipo de vigilância a que se refere o Advento, a vigilância que descobre a luz e proporciona mais claridade ao mundo».

João Batista e Maria

«João Batista e Maria são os dois grandes protótipos da existência própria do Advento. Por isso, dominam a liturgia desse período. Olhemos primeiro a João Batista! Está frente a nós exigindo e atuando, exercendo, pois, exemplarmente a tarefa masculina. Ele é o que chama, com todo rigor, à metanóia, a transformar nosso modo de pensar. Quem queira ser cristão deve "mudar" continuamente seus pensamentos. Nosso ponto de vista natural é, desde então, querer afirmar-nos sempre a nós mesmos, pagar com a mesma moeda, colocar-nos sempre no centro. Quem quiser encontrar a Deus deve se converter interiormente uma e outra vez, caminhar na direção oposta. Tudo isso deve se estender também a nosso modo de compreender a vida em seu conjunto. Dia após dia nos topamos com o mundo do visível. Tão violentamente penetra em nós através de cartazes, do rádio, do tráfico e demais fenômenos da vida diária, que somos induzidos a pensar que só existe ele. Entretanto, o invisível é, na verdade, mais excelso e possui mais valor que todo o visível. Uma só alma é, segundo a soberba expressão de Pascal, mais valiosa que o universo visível. Mas, para percebê-lo de forma viva, é preciso converter-se, transformar-se interiormente, vencer a ilusão do visível e fazer-se sensível, afinar o ouvido e o espírito para perceber o invisível. Aceitar esta realidade é mais importante que tudo o que, dia após dia, se projeta violentamente sobre nós. Metanoeite: dai uma nova direção a vossa mente, disponde-na para perceber a presença de Deus no mundo, mudai vosso modo de pensar, considerai que Deus se fará presente no mundo em vós e por vós. Nem sequer João Batista se eximiu do difícil acontecimento de transformar seu pensamento, do dever de converter-se. Quão certo é que este seja também o destino do sacerdote e de cada cristão que anuncia a Cristo, ao qual conhecemos e não conhecemos!»


Teologia e Espiritualidade do Advento


À luz da liturgia da Igreja e de seus conteúdos podemos resumir algumas linhas do pensamento teológico e da vivência existencial deste tempo de graça.

1. Advento, tempo de Cristo: a dupla vinda

A teologia litúrgica do Advento se encaminha, nas duas linhas enunciadas pelo Calendário romano: a espera da Parusia, revivida com os textos messiânicos escatológicos do AT e a perspectiva de Natal que renova a memória de algumas destas promessas, já cumpridas, ainda que não definitivamente.

O tema da espera é vivido na Igreja com a mesma oração que ressoava na assembléia cristã primitiva: o Marana-tha (Vem Senhor) ou Maran-athá (o Senhor vem) dos textos de Paulo (1 Cor 16,22) e do Apocalipse (Ap 22,20), que se encontra também na Didaché e, hoje, em uma das aclamações da oração eucarística. Todo o Advento ressoa como um "Marana-thá" nas diferentes modulações que esta oração adquire nas preces da Igreja.

A palavra do Antigo Testamento convida a repetir na vida a espera dos justos que aguardavam o Messias; a certeza da vinda de Cristo na carne estimula a renovar a espera da última aparição gloriosa na qual as promessas messiânicas terão total cumprimento já que até hoje se cumpriram só parcialmente. O primeiro prefácio de Advento canta esplendidamente esta complexa, mas verdadeira realidade da vida cristã.

O tema da espera do Messias e a comemoração da preparação para este acontecimento salvífico atinge o auge nos dias que precedem o Natal. A Igreja se sente submersa na leitura profética dos oráculos messiânicos. Lembra-se de nossos Pais na Fé, patrísticos e profetas, escuta Isaías, recorda o pequeno núcleo dos anawim de Yahvé que está ali para esperá-lo: Zacarias, Isabel, João, José, Maria.

O Advento é, pois, como uma intensa e concreta celebração da longa espera na história da salvação, como o descobrimento do mistério de Cristo presente em cada página do AT, do Gênesis até os últimos livros Sapienciais. é viver a história passada voltada e orientada para o Cristo escondido no AT que sugere a leitura de nossa história como uma presença e uma espera de Cristo que vem.

Hoje na Igreja, Advento é como um redescobrir a centralidade de Cristo na história da salvação. Recordam-se seus títulos messiânicos através das leituras bíblicas e das antífonas: Messias, Libertador, Salvador, Esperado das nações, Anunciado pelos profetas... Em seus títulos e funções Cristo, revelado pelo Pai, se converte no personagem central, a chave do arco de uma história, da história da salvação.

2. Advento tempo por excelência de Maria, a Virgem da espera

É o tempo mariano por excelência do Ano litúrgico. Paulo VI expressa isso com toda autoridade na Marialis Cultus, nn. 3-4.

Historicamente a memória de Maria na liturgia surgiu com a leitura do Evangelho da Anunciação antes do Natal naquele que, com razão, foi chamado o domingo mariano prenatalício.

Hoje o Advento recupera plenamente este sentido com uma serie de elementos marianos da liturgia, que podemos sintetizar da seguinte maneira:

- Desde os primeiros dias do Advento há elementos que recordam a espera e a acolhida do mistério de Cristo por parte da Virgem de Nazaré.

- a solenidade da Imaculada Conceição se celebra como "preparação radical à vinda do Salvador e feliz principio da Igreja sem mancha nem ruga ("Marialis Cultus 3).

- dos dias 17 a 24 o protagonismo litúrgico da Virgem é muito característico nas leituras bíblicas, no terceiro prefácio de Advento que recorda a espera da Mãe, em algumas orações, como a do dia 20 de dezembro que nos traz um antigo texto do Rótulo de Ravena ou na oração sobre as oferendas do IV domingo que é uma epíclesis significativa que une o mistério eucarístico com o mistério de Natal em um paralelismo entre Maria e a Igreja na obra do único Espírito.

Em uma formosa síntese de títulos. I. Calabuig apresenta nestas pinceladas a figura da Virgem do Advento:

- é a "Cheia de graça", a "bendita entre as mulheres", a "Virgem", a "Esposa de Jesus", a "serva do Senhor".

- é a mulher nova, a nova Eva que restabelece e recapitula no desígnio de Deus pela obediência da fé o mistério da salvação.

- é a Filha de Sião, a que representa o Antigo e o Novo Israel.

- é a Virgem do Fiat, a Virgem fecunda. É a Virgem da escuta e acolhe.

Em sua exemplaridade para a Igreja, Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão que a liturgia tem sempre em sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata dAquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.

Na feliz subordinação de Maria a Cristo e na necessária união com o mistério da Igreja, Advento é o tempo da Filha de Sião, Virgem da espera que no "Fiat" antecipa o Marana thá da Esposa; como Mãe do Verbo Encarnado, humanidade cúmplice de Deus, tornou possível seu ingresso definitivo, no mundo e na história do homem.

3. Advento, tempo da Igreja missionária e peregrina

A liturgia com seu realismo e seus conteúdos põe a Igreja em um tempo de características e expressões espirituais: a espera, a esperança, a oração pela salvação universal.

Preparando-nos para a festa de Natal, nós pensamos nos justos do AT que esperaram a primeira vinda do Messias. Lemos os oráculos de seus profetas, cantamos seus salmos e recitamos suas orações. Mas nós não fazemos isto pondo-nos em seu lugar como se o Messias ainda não tivesse vindo, mas para apreciar melhor o dom da salvação que nos trouxe. O Advento para nós é um tempo real. Podemos recitar com toda verdade a oração dos justos do AT e esperar o cumprimento das profecias porque estas ainda não se realizaram plenamente; se cumprirão com a segunda vinda do Senhor. Devemos esperar e preparar esta última vinda.

No realismo do Advento podemos recolher algumas atualizações que oferecem realismo à oração litúrgica e à participação da comunidade:

- a Igreja ora por um Advento pleno e definitivo, por uma vinda de Cristo para todos os povos da terra que ainda não conheceram o Messias ou não reconhecem ainda ao único Salvador.

- a Igreja recupera no Advento sua missão de anúncio do Messias a todas as gentes e a consciência de ser "reserva de esperança" para toda a humanidade, com a afirmação de que a salvação definitiva do mundo deve vir de Cristo com sua definitiva presença escatológica.

- Em um mundo marcado por guerras e contrastes, as experiências do povo de Israel e as esperas messiânicas, as imagens utópicas da paz e da concórdia, se tornam reais na história da Igreja de hoje que possui a atual "profecia" do Messias Libertador.

- na renovada consciência de que Deus não desdiz suas promessas -confirma-o o Natal!- a Igreja através do Advento renova sua missão escatológica para o mundo, exercita sua esperança, projeta a todos os homens um futuro messiânico do qual o Natal é primícia e confirmação preciosa.

À luz do mistério de Maria, a Virgem do Advento, a Igreja vive neste tempo litúrgico a experiência de ser agora "como uma Maria histórica" que possui e dá aos homens a presença e a graça do Salvador.

A espiritualidade do Advento resulta assim uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de gozo. Mais ainda, de ser Igreja para Cristo, Esposa vigilante na oração e exultante no louvor do Senhor que vem.

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