domingo, 15 de fevereiro de 2009

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2009

Na Mensagem para a Quaresma o Papa convida a que nos privemos de algo para ajudar os outros

Jejuar para ser amigos de Deus
e estar atentos aos necessitados

"Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente". Escreveu o Papa na Mensagem para a Quaresma de 2009, apresentada a 3 de Fevereiro, na Sala de Imprensa da Santa Sé. Bento XVI exorta em particular as paróquias a redescobrir a prática de doar aos pobres os frutos das renúncias dos fiéis.

Queridos irmãos e irmãs!
No início da Quaresma, que constitui um caminho de treino espiritual mais intenso, a Liturgia propõe-nos três práticas penitenciais muito queridas à tradição bíblica e cristã a oração, a esmola, o jejum a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa e deste modo fazer experiência do poder de Deus que, como ouviremos na Vigília pascal, "derrota o mal, lava as culpas, restitui a inocência aos pecadores, a alegria aos aflitos. Dissipa o ódio, domina a insensibilidade dos poderosos, promove a concórdia e a paz" (Hino pascal). Na habitual Mensagem quaresmal, gostaria de reflectir este ano em particular sobre o valor e o sentido do jejum. De facto a Quaresma traz à mente os quarenta dias de jejum vividos pelo Senhor no deserto antes de empreender a sua missão pública. Lemos no Evangelho: "O Espírito conduziu Jesus ao deserto a fim de ser tentado pelo demónio. Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome" (Mt 4, 1-2). Como Moisés antes de receber as Tábuas da Lei (cf. Êx 34, 28), como Elias antes de encontrar o Senhor no monte Oreb (cf. 1 Rs 19, 8), assim Jesus rezando e jejuando se preparou para a sua missão, cujo início foi um duro confronto com o tentador.
Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós, cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história da salvação é frequente o convite a jejuar. Já nas primeiras páginas da Sagrada Escritura o Senhor comanda que o homem se abstenha de comer o fruto proibido: "Podes comer o fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas o da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que o comeres, certamente morrerás" (Gn 2, 16-17). Comentando a ordem divina, São Basílio observa que "o jejum foi ordenado no Paraíso", e "o primeiro mandamento neste sentido foi dado a Adão". Portanto, ele conclui: "O "não comas" é, portanto, a lei do jejum e da abstinência" (cf. Sermo de jejunio: pg 31, 163, 98). Dado que todos estamos entorpecidos pelo pecado e pelas suas consequências, o jejum é-nos oferecido como um meio para restabelecer a amizade com o Senhor. Assim fez Esdras antes da viagem de regresso do exílio à Terra Prometida, convidando o povo reunido a jejuar "para nos humilhar diz diante do nosso Deus" (8, 21). O Omnipotente ouviu a sua prece e garantiu os seus favores e a sua protecção. O mesmo fizeram os habitantes de Ninive que, sensíveis ao apelo de Jonas ao arrependimento, proclamaram, como testemunho da sua sinceridade, um jejum dizendo: "Quem sabe se Deus não Se arrependerá, e acalmará o ardor da Sua ira, de modo que não pereçamos?" (3, 9). Também então Deus viu as suas obras e os poupou.
No Novo Testamento, Jesus ressalta a razão profunda do jejum, condenando a atitude dos fariseus, os quais observaram escrupulosamente as prescrições impostas pela lei, mas o seu coração estava distante de Deus. O verdadeiro jejum, repete também noutras partes o Mestre divino, é antes cumprir a vontade do Pai celeste, o qual "vê no oculto, recompensar-te-á" (Mt 6, 18). Ele próprio dá o exemplo respondendo a Satanás, no final dos 40 dias transcorridos no deserto, que "nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4, 4). O verdadeiro jejum finaliza-se portanto a comer o "verdadeiro alimento", que é fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4, 34). Portanto, se Adão desobedeceu ao mandamento do Senhor "de não comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal", com o jejum o crente deseja submeter-se humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia.
Encontramos a prática do jejum muito presente na primeira comunidade cristã (cf. Act 13, 3; 14, 22; 27, 21; 2 Cor 6, 5). Também os Padres da Igreja falam da força do jejum, capaz de impedir o pecado, de reprimir os desejos do "velho Adão", e de abrir no coração do crente o caminho para Deus. O jejum é também uma prática frequente e recomendada pelos santos de todas as épocas. Escreve São Pedro Crisólogo: "O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum, portanto quem reza jejue. Quem jejua tenha misericórdia. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige. Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica" (Sermo 43; pg 52, 320.332).
Nos nossos dias, a prática do jejum parece ter perdido um pouco do seu valor espiritual e ter adquirido antes, numa cultura marcada pela busca da satisfação material, o valor de uma medida terapêutica para a cura do próprio corpo. Jejuar sem dúvida é bom para o bem-estar, mas para os crentes é em primeiro lugar uma "terapia" para curar tudo o que os impede de se conformarem com a vontade de Deus. Na Constituição apostólica Paenitemini de 1966, o Servo de Deus Paulo vi reconhecia a necessidade de colocar o jejum no contexto da chamada de cada cristão a "não viver mais para si mesmo, mas para aquele que o amou e se entregou a si por ele, e... também a viver pelos irmãos" (cf. Cap. i). A Quaresma poderia ser uma ocasião oportuna para retomar as normas contidas na citada Constituição apostólica, valorizando o significado autêntico e perene desta antiga prática penitencial, que pode ajudar-nos a mortificar o nosso egoísmo e a abrir o coração ao amor de Deus e do próximo, primeiro e máximo mandamento da nova Lei e compêndio de todo o Evangelho (cf. Mt 22, 34-40).
A prática fiel do jejum contribui ainda para conferir unidade à pessoa, corpo e alma, ajudando-a a evitar o pecado e a crescer na intimidade com o Senhor. Santo Agostinho, que conhecia bem as próprias inclinações negativas e as definia "nó complicado e emaranhado" (Confissões, ii, 10.18), no seu tratado A utilidade do jejum, escrevia: "Certamente é um suplício que me inflijo, mas para que Ele me perdoe; castigo-me por mim mesmo para que Ele me ajude, para aprazer aos seus olhos, para alcançar o agrado da sua doçura" (Sermo 400, 3, 3: pg 40, 708). Privar-se do sustento material que alimenta o corpo facilita uma ulterior disposição para ouvir Cristo e para se alimentar da sua palavra de salvação. Com o jejum e com a oração permitimos que Ele venha saciar a fome mais profunda que vivemos no nosso íntimo: a fome e a sede de Deus.
Ao mesmo tempo, o jejum ajuda-nos a tomar consciência da situação na qual vivem tantos nossos irmãos. Na sua Primeira Carta São João admoesta: "Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?" (3, 17). Jejuar voluntariamente ajuda-nos a cultivar o estilo do Bom Samaritano, que se inclina e socorre o irmão que sofre (cf. Deus caritas est, 15). Escolhendo livremente privar-nos de algo para ajudar os outros, mostramos concretamente que o próximo em dificuldade não nos é indiferente. Precisamente para manter viva esta atitude de acolhimento e de atenção para com os irmãos, encorajo as paróquias e todas as outras comunidades a intensificar na Quaresma a prática do jejum pessoal e comunitário, cultivando de igual modo a escuta da Palavra de Deus, a oração e a esmola. Foi este, desde o início o estilo da comunidade cristã, na qual eram feitas colectas especiais (cf. 2 Cor 8-9; Rm 15, 25-27), e os irmãos eram convidados a dar aos pobres quanto, graças ao jejum, tinham poupado (cf. Didascalia Ap., v, 20, 18). Também hoje esta prática deve ser redescoberta e encorajada, sobretudo durante o tempo litúrgico quaresmal.
De quanto disse sobressai com grande clareza que o jejum representa uma prática ascética importante, uma arma espiritual para lutar contra qualquer eventual apego desordenado a nós mesmos. Privar-se voluntariamente do prazer dos alimentos e de outros bens materiais, ajuda o discípulo de Cristo a controlar os apetites da natureza fragilizada pela culpa da origem, cujos efeitos negativos atingem toda a personalidade humana. Exorta oportunamente um antigo hino litúrgico quaresmal: "Utamur ergo parcius, / verbis, cibis et potibus, / somno, iocis et arcitius / perstemus in custodia Usemos de modo mais sóbrio palavras, alimentos, bebidas, sono e jogos, e permaneçamos mais atentamente vigilantes".
Queridos irmãos e irmãos, considerando bem, o jejum tem como sua finalidade última ajudar cada um de nós, como escrevia o Servo de Deus Papa João Paulo ii, a fazer dom total de si a Deus (cf. Veritatis splendor, 21). A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma abrindo-a ao amor de Deus e do próximo. Penso em particular num maior compromisso na oração, na lectio divina, no recurso ao Sacramento da Reconciliação e na participação activa na Eucaristia, sobretudo na Santa Missa dominical. Com esta disposição interior entremos no clima penitencial da Quaresma. Acompanhe-nos a Bem-Aventurada Virgem Maria, Causa nostrae laetitiae, e ampare-nos no esforço de libertar o nosso coração da escravidão do pecado para o tornar cada vez mais "tabernáculo vivo de Deus". Com estes votos, ao garantir a minha oração para que cada crente e comunidade eclesial percorra um proveitoso itinerário quaresmal, concedo de coração a todos a Bênção Apostólica.



Vaticano, 11 de dezembro de 2008
BENEDICTUS PP. XVI
Publicada: CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Fonte: www.vatican.va

Continuação... QUARESMA - Etimologia Quaresmal, Terço Sobre a Quaresma e Orações

INCENSO

O incenso vem de "incendere", "incender", é uma das resinas que produz um agradável aroma ao arder. Esta palavra latina dá também origem ao termo "incensário" (instrumento metálico para incensar), enquanto a raíz grega "tus", que também significa incenso, explica a palavra "turíbulo" (incensário) e "turiferário"(o que carrega o turíbulo).

O incenso é encontrado principalmente no Oriente, e desde antigamente no Egito, antes de os israelitas chegarem era usado em cerimônias religiosas, por seu fácil simbolismo de perfume e festa, de sinal de honra e respeito ou de sacrifício aos deuses. Já antes em torno da Arca da Aliança, mas sobretudo no templo de Jerusalém era clássico o rito do incenso (Ex. 30). A rainha de Sabá trouxe entre outros presentes grande quantidade de aromas a Salomão (1Rs.10). Os cristãos no século IV introduziram o incenso na linguagem simbólica de suas celebrações, quando se considerou superado o perigo anterior de confusão com os ritos idolátricos do culto romano.

Atualmente, o incenso é usado na missa, quando se quer ressaltar a festividade do dia, o altar, as imagens da Cruz ou da Virgem, o livro do evangelho, as oferendas sobre o altar, os ministros e o povo cristão no ofertório, o Santíssimo depois da consagração ou nas celebrações de culto eucarístico. Com isso quer significar às vezes um gesto de honra (ao Santíssimo, ao corpo do defunto nas exéquias), ou símbolo de oferenda sacrificial (no ofertório, tanto o pão e o vinho como as pessoas).

JEJUM

Chamamos "jejum" (latim "ieunium") à privação voluntária de comida durante algum tempo por motivo religioso, como ato de culto perante Deus.

Na Bíblia no jejum pode ser sinal de penitênica, expiação dos pecados, oração intensa ou vontade firme de conseguir algo.

Outras vezes, como nos quarenta dias de Moisés no monte ou de Elias no deserto ou de Jesus antes de começar sua missão, marca a preparação intensa para um acontecimento importante.

O jejum Eucarístico tem uma tradição milenar; como preparação para este sacramento, o cristão se abstém antes de outros alimentos.

É na Quaresma, desde o século IV, que sempre teve mais sentido aos cristãos o jejum como privação voluntária da que existem em outras culturas religiosas ou por motivos religiosos.

O jejum junto com a oração e a caridade, tem sido desde muito tempo uma "prática quaresmal" como sinal de conversão interior aos valores fundamentais do evangelho de Cristo. Atualmente nos abstemos de carne todas as sextas-feiras de Quaresma que não coincidem com alguma solenidade; fazemos abstinência e além do jejum (uma só refeição ao dia) na quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa.

CÍRIO PASCAL

A palavra "círio" vem do latim "cereus", de cera, o produto das abelhas. Ao falar das "candeias" , aludíamos ao uso humano e ao sentido simbólico da luz que os círios produzem.

O círio mais importante é o que se acende na Vigília Pascal como símbolo de Cristo - Luz, e que fica sobre uma elegante coluna ou candelabro adornado.

O Círio Pascal é já desde os primeiros séculos um dos símbolos mais expressivos da vigília. Em meio à escuridão (toda a celebração é feita à noite e começa com as luzes apagadas), de uma fogueira previamente preparada se acende o Círio, que tem uma inscrição em forma de cruz, acompanhada da data do ano e das letras alfa e Ômega, a primeira e a última letra do alfabeto grego, para indicar que a posição de Cristo, princípio e fim do tempo e da eternidade, nos alcança com força sempre nova no ano concreto em que vivemos.

O Círio estará aceso em todas as celebrações durante cinqüenta dias, ao lado do ambão da Palavra, até a tarde do domingo de Pentecostes. Uma vez concluído o Tempo Pascal, convém que o Círio seja conservado dignamente no batistério, e não no presbitério.

QUINTA - FEIRA SANTA

A quinta - feira santa é o último dia da Quaresma e por sua vez, a partir da missa vespertina, a inauguração do Tríduo Pascal. Em latim seu nome clássico é "feria V in Coena Domini". É um dia íntimo para o povo cristão, certamente a quinta - feira mais importante do ano, principamente desde que a da Ascensão e do Corpus Christi são celebrados no domingo.

É o dia em que Cristo, em sua ceia de despedida antes da morte, instituiu a Eucaristia, deu a grande lição de humilde serviço lavando os pés dos seus apóstolos, e os constituiu sacerdotes mediadores de sua Palavra, de seus sacramentos e de sua salvação.

CEIA DO SENHOR

O nome que, junto ao de "fração do pão", o dá por exemplo São Paulo em 1Cor 11,20 ao que logo se chamou "Eucaristia" ou "Missa": "Kyriakon deipnon", ceia senhoril, do Senhor Jesus. É também o nome que se dá a Missa atual: "Missa ou Ceia do Senhor" (IGMR 2 e 7)

Na Quinta-feira Santa a Eucaristia com que se dá início ao Tríduo Pascal é a "Missa in Coena Domini", porque é a que mais intimamente recorda a instituição desde sacramento por Jesus em sua última ceia, adiantando assim sacramentalmente sua entrega na Cruz.

TERÇO SOBRE A QUARESMA

Indicações: Selecionar os coros e os cantos antes do início do terço.

Todos: Pelo Sinal da Santa Cruz, livra-nos Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos.

Rezam-se as orações tradicionais.

Quaresma é um tempo de especial graça, é tempo favorável para nos convertermos. Nós, como Igreja, nos preparamos para viver e celebrar o Mistério da Renconciliação, cada vez com um coração mais convertido. Este é o sentido: converter nosso coração ao Senhor.
Meditemos neste terço sobre alguns meios que a Igreja nos propõe para poder nos prepararmos adequadamente para a celebração dos mistérios centrais da nossa fé.

PRIMEIRA MEDITAÇÃO: A iniciativa sempre é de Deus

Há dois meios que a Igreja nos propõe para este tempo litúrgico da Quaresma, que nos manifestam claramente que a ininciativa parte de Deus-Amor. Por um lado, nos propõe a ter uma escuta atenta e reverente da Palabra de Deus. Devemos ter durante esta Quaresma um constante contato com a Palavra Divina. Deus mesmo sai a nosso encontro e nos convida a nos preparar nutrindo-nos de sua própria Palavra. Esta leitura da Palavra de Deus, nos leva a uma oração mais intensa, e este é o segundo meio. Devemos nos nutrir da oração durante esta Quaresma, para não sucumbir e sair fortalecidos diante das tentações de Satanás. Esta oração deve mostrar nossa reconciliação com Deus que nos convida ao amor.
Pai nosso...

SEGUNDA MEDITAÇÃO: Cooperar com a graça de Deus

Outro meio que nos é proposto durante a Quaresma é receber os sacramenteos da reconciliação e da Eucaristia. É necessário recorrer à misericórdia do Senhor. Para nos convertermos devemos deixar todo pecado. Mas sozinhos não podemos. Confiemos no perdão que o Senhor nos oferece. Não há pecado que Ele não possa nos perdoar. E vamos também ao encontro do Filho de Santa Maria, realmente presente na Eucaristia. Ele mesmo se oferece por nós e se entrega no altar da reconciliação.

Pai nosso...

TERCEIRA MEDITAÇÃO: O jejum e a abstinência

Dois meios que nos ajudam a ir preparando melhor nosso coração. Devemos tomar consciência da bênção que o Senhor nos dá. Muitos não se dão contam da importância disto. Quantos de nós sabemos do jejum e abstinência de todas as sexta-feira de Quaresma, como preparação. E quantos de nós realmente o vivemos?
Muito importante é também a mortificação e a renúncia em algumas circunstâncias ordinárias de nossa vida, ocasiões para nos aproximarmos da luz do Senhor e conformarmos com Ele, purificando nossos corações.
Nesta meditação vamos cantar o primeiro Ave Maria.

Pai nosso...

QUARTA MEDITAÇÃO: Chamado à conversão

O Senhor nos convida a nos convertermos a Ele. Devemos chegar ao fundo de nós mesmos, pois se trata de morrer a todo o que é morte para ressuscitar a uma vida nova no Senhor.
Confiemos na misericórdia de Deus. Escutemos o que Ele mesmo nos diz na Escritura: (fazer uma pausa)
«E vos darei um coração novo, infundirei em vossos corações um espírito novo, tirarei de vossa carne o o coração de pedra e vos darei um coração de carne»

Pai nosso...

QUINTA MEDITAÇÃO: Em companhia de Maria

E todo este caminho que empreendemos, o fazemos na companhia terna e amorosa de nossa Santa Mãe. Ela é guia segura em nosso peregrinar à plena configuração com seu Filho, o Senhor Jesus. É Ela quem com sua intercessão nos ajuda a trocar nosso coração de pedra por um coração de carne.
Acolhamos a sua intercessão e confiemos a ela nosso esforços para viver intensamente este tempo de conversão.

Pai nosso...

Convertamos nosso coração, trabalhemos por nossa própria reconciliação pessoal, sempre guiados pela mão amorosa de nossa Mãe.

Terminemos nossa oração cantando a SALVE RAINHA.

Em nome Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
ORAÇÕES:
Oração da Quaresma

Pai nosso, que estais no Céu,
durante esta época de arrependimento,
tende misericórdia de nós.
Com nossa oração, nosso jejum e nossas boas obras,
transformai nosso egoísmo em generosidade.
Abri nossos corações à vossa Palavra,
curai nossas feridas do pecado,
ajudai-nos a fazer o bem neste mundo.
Que transformemos a escuridão
e a dor em vida e alegria.
Concedei-nos estas coisas por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amém.

Oração do Fiat
Santa Maria, ajuda-me a esforçar-me
segundo o máximo de minha capacidade
e o máximo das minhas possibilidades
para assim responder ao Plano de Deus
em todas as circunstâncias concretas da minha vida.
Amém.

Para ser Melhor
Auxílio dos pecadores,
sempre disposta ao perdão
e a intercessão,
obtém-me as graças
que me sejam necessárias
para encaminhar retamente minha vida,
rejeitar energicamente o pecado,
fugir de suas ocasiões
e colocar os melhores meios
para purificar-me
segundo o desígnio divino
e assim encaminhar-me
em direção daquele que é
a própria Vida
Amém.

Diante as Tentações
Mãe querida acolhe-me em teu regaço,
cobre-me com teu manto protetor
e, com esse doce carinho
que tens por teus filhos
afasta de mim
as ciladas do inimigo,
e intercede intensamente
para impedir que
suas astúcias me façam cair.
A ti me confio
e em tua intercessão espero.
Amém.

Para Viver o Perdão
Diante das dúvidas sobre ti
respondeste com o perdão.
Diante da perseguição
e das muitas murmurações
respondeste com o perdão.
Diante da insídia e da ímpia ofensa,
respondeste com o perdão.
Diante da infâmia da conspiração
contra o Justo,
respondeste com o perdão.
Diante da traição
e da dor que esta traz,
respondeste com o perdão.
Mãe de Misericórdia,
teu coração bondoso
transborda de clemência,
por isso te imploro que me obtenhas o perdão
pelos muitos males que fiz,
e também,
ó Mãe,
ensina-me a perdoar como Tu,
que, diante de tantos males
que te fizeram,
inclusive arrebatar do teu lado
teu divino Filho
sempre respondeste
com o mais magnânimo perdão.
Amém.

continua...

Continuação... QUARESMA - Reconciliação 2.

Breve história do Sacramento da Penitência

* No Evangelho vemos Jesus como "Aquele que salvará seu povo de seus pecados" (MT. 1,21). É o próprio Jesus quem perdoa o paralítico e a pecadora.

* Jesus comunica seu poder de perdoar a seus Apóstolos. Assim como Deus Pai deu tudo a Jesus, assim também Jesus comunica à Igreja, esse poder de perdoar que Ele emanava para regenerar os homens. "Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados" afirma textualmente o Evangelho, (Jo 20, 23).

* A Igreja por meio de seus ministros em nome de Jesus outorga o perdão tal como fazia Jesus.

* Na Igreja primitiva, a Penitência se tornou uma tábua de salvação para o pecador batizado. Mas se propagou a prática de limitar o freqüente acesso ao sacramento para evitar abusos. São João Crisóstomo se via reprovado por seus adversários por outorgar sem descanso penitência e o perdão dos pecados aos fiéis que vinham arrependidos.

* No século III, o rigor de que falávamos dá lugar a excessos e heresia. Propaga-se a heresia de Montano, que pregava que o final do mundo estava próximo e dizia: "A Igreja pode perdoar os pecados, mas eu não o farei para que outros não pequem mais". Tertuliano e muitos outros se aderem ao "montanismo".

* Com grandes dificuldades, a Igreja superou esta heresia, esclarecendo o estatuto do penitente e a forma pública e solene em que devia desenvolver a disciplina sacramental da penitência.

* Depois que a Igreja impôs a penitência, os pecadores se constituíam em um grupo penitencial ou "ordem dos penitentes". Os pecados não se proclamavam em público, mas se era pública a entrada do grupo já que se fazia diante do bispo e dos fiéis.

* O "ordem dos penitentes" mantinha um longo tempo de renúncia ao mundo, semelhante ao dos monges mais austeros. Segundo a região, os penitentes levavam um hábito especial ou a cabeça raspada.

* O bispo fixava a medida da penitência. "a cada pecado corresponde sua penitência adequada, plena e justa". Fixavam-se as obrigações penitenciais por meio de concílios locais, ex. Elvira, na Espanha ou Arlés, na França. As obrigações penitenciais eram de tipo geral, litúrgicas e as estritamente penitenciais, como a vida mortificada, jejuns, esmolas e outras formas de virtude exterior.

* Na prática ocorria que as pessoas iam pospondo o tempo de penitência até a hora da morte, fazendo da penitência, um exercício de preparação para bem morrer, porque só podia ser exercitada uma vez.

* O processo penitencial equivalia a um verdadeiro estado de excomunhão. Até que o penitente não fora reconciliado, não podia aproximar-se da Eucaristia. O término do processo penitencial era a reconciliação com a Igreja, sinal da reconciliação com Deus.

* A partir do século V se realizava a reconciliação Na quinta-feira Santa, ao término de uma quaresma que, de por si, já é um exercício penitencial.

* O bispo acolhia e impunha as mãos aos penitentes, em sinal de bênção. A prece dos fiéis era o eco comunitário desta reconciliação.

* Enquanto, nas Ilhas Britânicas, especialmente na Irlanda, ia abrindo passo a um novo procedimento de reconciliação com penitência privada com um sacerdote e utilizando os famosos manuais de pecados (penitenciais), confeccionados por alguns Padres da Igreja, como Santo Agostinho ou Cesáreo de Arlés. Das Igrejas Celtas, esta forma de penitência se propaga pela Europa.

* Os manuais penitenciais estabeleciam a penitência segundo o pecado cometido e foram muito importantes para evitar o "barateamento do perdão" e o relaxamento do compromisso cristão. Ajudaram também a desmascarar as heresias dos séculos III ao VII. Delimitavam o que que é pecado grave, fruto da malícia e o que é pecado leve, cometido por debilidade ou imprudência.

* Renuncia-se ao princípio de outorgar a reconciliação uma só vez na vida.

Concílio de Trento reiterou a fé da Igreja: a confissão dos pecados diante dos sacerdotes, é necessária para os que caíram (gravemente) depois do Batismo.
A confissão íntegra, por parte do penitente, e a absolvição, por parte do sacerdote que preside o Sacramento e que faz de mediador do julgamento benévolo e regenerador de Deus sobre o pecador, vêm sendo as duas colunas da disciplina do Concílio de Trento até nossos dias, (Código de Direitos Canônicos, Cânon 960).

Exame de consciência


Precisamente por sermos pecadores, ficamos cegos diante de nossos pecados. Satanás quer nos fazer ver que não há mal no que fazemos. Então o coração se endurece, torna-se insensível às exigências do amor. Por isso é tão importante a conversão do coração.
"Por isso, como diz o Espírito Santo: "Se escutardes hoje MINHA voz, não endureceis o coração... Atenção irmãos! Que nenhum de vós tenhais um coração mau e incrédulo..." Hb 3.
Deus é um Pai amoroso que nos faz ver o pecado para nos dar a graça do arrependimento e nos perdoar. O nos quer livres. O demônio não quer que vejamos nosso pecado. Mas se procurarmos o caminho de Deus tratará de nos acusar com nossos pecados para que nós desanimemos e voltemos atrás. Podemos discernir então a diferença. Deus mostra o pecado para libertar e perdoar; o demônio o esconde mas quando o mostra é para que nos desesperemos. Devemos rejeitar energicamente estes pensamentos e ir à confissão com toda confiança no perdão de Deus. Deus SEMPRE perdoa quando há arrependimento.
É muito proveitoso fazer exame de consciência diário e também, com toda humildade, nos abrir a que pessoas próximas de nós nos corrijam. "Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos condenados." (1 Cor. 11, 31)
O exame se faz diante de Deus, escutando sua voz na consciência.


Preparação para a confissão
Preparação remota: Educamo-nos na fé pelo estudo da Palavra, o Catecismo, leitura dos Santos, participação nos ensinamentos... A prática séria do que aprendemos. O exame diário de consciência.
Preparação imediata: O exame de consciência antes de confessar. Vamos a um lugar tranqüilo, preferivelmente diante do sacrário, para orar. Só Deus pode iluminar sobre nossa realidade e nos dar os meios para responder à graça.
Contemplamos a vida de Jesus e seu amor manifesto em Sua Cruz. "Contemplai ao que transpassaram" Jo 19:37. Como respondi a tanto amor, a tantas graças?. Examinamos nossa vida diante da lei de Deus. Por isso ajuda ter um exame escrito que nos recorde o que esquecemos. Recordamos que não se trata de sugestões, Deus nos deu MANDAMENTOS. Quebrá-los é quebrar nossa aliança com Deus e cair em pecado.
Não se trata tão somente de enumerar pecados mas sim de descobrir a atitude do coração e com DOR POR NOSSOS PECADOS, FAZER O FIRME PROPÓSITO DE NÃO VOLTAR A COMETÊ-LOS.
Sempre há áreas nas quais somos mais fracos e requerem atenção especial mas se compreendermos que Cristo -não a cultura- é a medida, veremos que em tudo temos muito que crescer.
A confissão só pode ser feita diante de um sacerdote.

Catequese de João Paulo II sobre o Sacramento da Reconciliação

1. O caminho para o Pai, motivo de reflexão neste ano de preparação ao grande Jubileu, implica também o redescobrimento do sacramento da Penitência em seu significado profundo de encontro com Ele, que perdoa mediante Cristo no Espírito (cf. Tertio Millennio Adveniente, 50).
São numerosos os motivos pelos que é urgente fazer uma séria reflexão na Igreja sobre este sacramento. Exige-o, acima de tudo, o anúncio do amor do Pai, como fundamento da vida e da ação do cristão, no contexto da sociedade atual, onde com freqüência se ofusca a visão ética da existência humana. Muitos perderam a dimensão do bem e do mal porque perderam o sentido de Deus, interpretando a culpa unicamente segundo perspectivas psicológicas ou sociológicas. Em segundo lugar, a pastoral deve dar um novo impulso a um itinerário de crescimento na fé, que sublinhe o valor do espírito e da prática penitencial em toda a vida cristã.

2. A mensagem bíblica apresenta esta dimensão "penitencial" como compromisso permanente de conversão. Fazer obras de penitência supõe uma transformação da consciência, que é fruto da graça de Deus. Sobretudo, no Novo Testamento, exige-se a conversão como decisão fundamental àqueles a quem se dirige a pregação do reino de Deus: "Convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15; cf. MT 4,17). Com estas palavras Jesus inicia seu ministério, anuncia o cumprimento dos tempos e a iminência do reino. Este "convertei-vos" (em grego: "metanoéite") é um chamado a mudar de modo de pensar e de se comportar.

3. Este convite à conversão constitui a conclusão vital do anúncio feito pelos apóstolos depois de Pentecostes. Nele, o objeto do anúncio fica totalmente explícito: já não é genericamente o "reino", mas sim a obra mesma de Jesus, integrada no plano divino predito pelos profetas. Ao anúncio do que teve lugar com o Jesus Cristo morto, ressuscitado e vivo na glória do Pai, segue-lhe o premente convite à "conversão", a que está ligada o perdão dos pecados. Tudo isto aparece claramente no discurso que Pedro pronuncia no pórtico de Salomão: "Deus deu cumprimento deste modo ao que tinha anunciado por boca de todos os profetas: que seu Cristo padeceria. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam apagados" (At 3,18-19). Este perdão dos pecados, no Antigo Testamento, foi prometido por Deus no contexto da "nova aliança", que Ele estabelecerá com seu povo (cf Jr 31,31-34). Deus escreverá a lei no coração. Nesta perspectiva, a conversão é um requisito da aliança definitiva com Deus e ao mesmo tempo uma atitude permanente daquele que, acolhendo as palavras do anúncio evangélico, passa a formar parte do reino de Deus em seu dinamismo histórico e escatológico.

4. O sacramento da Reconciliação transmite e torna visível de maneira misteriosa estes valores fundamentais anunciados pela Palavra de Deus. Reintegra o homem no contexto salvífico da aliança e os torna a abrir à vida trinitária, que é diálogo de graça, circulação de amor, dom e acolhida do Espírito Santo.
Uma releitura atenta do "Ordo Paenitentiae" ajudará muito a aprofundar, com motivo do Jubileu, nas dimensões essenciais deste sacramento. A maturidade da vida eclesiástica depende em grande parte de seu redescobrimento. O sacramento da Reconciliação, de fato, não se circunscreve ao momento litúrgico-celebrativo, mas sim leva a viver a atitude penitencia assim que dimensão permanente da experiência cristã. É "uma aproximação à santidade de Deus, um novo encontro com a própria verdade interior, turvada e transtornada pelo pecado, uma liberação no mais profundo de si mesmo e, com isso, uma recuperação da alegria perdida, a alegria de ser salvos, que a maioria dos homens de nosso tempo deixou de experimentar" ("Reconciliatio et paenitentia", 31,III).

5. Por isso se refere aos conteúdos doutrinais deste sacramento, remeto-me à exortação apostólica "Reconciliatio et paenitentia" (cf. nn.28-34) e ao "Catecismo da Igreja Católica" (cf. nn.1420-1484), assim como às demais intervenções do Magistério eclesiástico. Nestes momentos desejo recordar a importância da atenção pastoral necessária para valorar este sacramento no povo de Deus, para que o anúncio da reconciliação, o caminho de conversão e a mesma celebração do sacramento possam tocar ainda mais os corações dos homens e das mulheres de nosso tempo.

Em particular, desejo lembrar aos pastores que para ser bons confessores terão que ser autênticos penitentes. Os sacerdotes sabem que são depositários de uma potestade que vem do alto: de fato, o perdão que transmitem é "sinal eficaz da intervenção do Pai" ("Reconciliatio et paenitentia", 31,III) que faz ressuscitar da morte espiritual. Por isso, vivendo com humildade e simplicidade evangélica uma dimensão tão essencial de seu ministério, os confessores não devem descuidar sua própria perfeição e atualização em sua formação para que não desfaleçam nessas qualidades humanas e espirituais que são tão necessárias para a relação com as consciências.

Mas, junto aos pastores, toda a comunidade cristã deve ficar envolvida na renovação pastoral da Reconciliação. Isto o impõe o caráter eclesiástico próprio do sacramento. A comunidade eclesiástica é o seio que acolhe ao pecador arrependido e perdoado e, antes ainda, cria o ambiente adaptado para o caminho de volta ao Pai. Em uma comunidade reconciliada e reconcialiante os pecadores podem voltar a encontrar o caminho perdido e a ajuda dos irmãos. E, por último, através da comunidade cristã pode voltar para traçar um sólido caminho de caridade, que faça visível através das boas obras o perdão recebido, o mal reparado, a esperança de poder encontrar ainda os braços misericordiosos do Pai.

João Paulo II

Vaticano, 15 setembro de 1999

Parábolas de conversão e perdão

- O fariseu e o publicano (reconhecer nosso pecado) Lc.19, 10-14
- Os dois filhos (conversão) Mt.21, 28-31
- A figueira estéril (um Deu paciente e premiante) Lc.13,6-9
- Os dois devedores (amor com amor se paga) Lc.7, 36-50
- O servo sem coração (perdão com perdão se paga) Mt.18, 23-35
- A ovelha desgarrada (Iniciativa amorosa do Pai) Lc.15, 4-7
- O Filho pródigo (Voltar ao Pai misericordioso) Lc.15, 11-32

continua...

Fonte: http://www.acidigital.com/

continuação... QUARESMA - Reconciliação.

Exame de consciência

Precisamente por sermos pecadores, ficamos cegos diante de nossos pecados. Satanás quer nos fazer ver que não há mal no que fazemos. Então o coração se endurece, torna-se insensível às exigências do amor. Por isso é tão importante a conversão do coração.

"Por isso, como diz o Espírito Santo: "Se escutardes hoje MINHA voz, não endureceis o coração... Atenção irmãos! Que nenhum de vós tenhais um coração mau e incrédulo..." Hb 3.

Deus é um Pai amoroso que nos faz ver o pecado para nos dar a graça do arrependimento e nos perdoar. O nos quer livres. O demônio não quer que vejamos nosso pecado. Mas se procurarmos o caminho de Deus tratará de nos acusar com nossos pecados para que nós desanimemos e voltemos atrás. Podemos discernir então a diferença. Deus mostra o pecado para libertar e perdoar; o demônio o esconde mas quando o mostra é para que nos desesperemos. Devemos rejeitar energicamente estes pensamentos e ir à confissão com toda confiança no perdão de Deus. Deus SEMPRE perdoa quando há arrependimento.

É muito proveitoso fazer exame de consciência diário e também, com toda humildade, nos abrir a que pessoas próximas de nós nos corrijam. "Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos condenados." (1 Cor. 11, 31)

O exame se faz diante de Deus, escutando sua voz na consciência.

Preparação para a confissão

Preparação remota: Educamo-nos na fé pelo estudo da Palavra, o Catecismo, leitura dos Santos, participação nos ensinamentos... A prática séria do que aprendemos. O exame diário de consciência.

Preparação imediata: O exame de consciência antes de confessar. Vamos a um lugar tranqüilo, preferivelmente diante do sacrário, para orar. Só Deus pode iluminar sobre nossa realidade e nos dar os meios para responder à graça.

Contemplamos a vida de Jesus e seu amor manifesto em Sua Cruz. "Contemplai ao que transpassaram" Jo 19:37. Como respondi a tanto amor, a tantas graças?. Examinamos nossa vida diante da lei de Deus. Por isso ajuda ter um exame escrito que nos recorde o que esquecemos. Recordamos que não se trata de sugestões, Deus nos deu MANDAMENTOS. Quebrá-los é quebrar nossa aliança com Deus e cair em pecado.

Não se trata tão somente de enumerar pecados mas sim de descobrir a atitude do coração e com DOR POR NOSSOS PECADOS, FAZER O FIRME PROPÓSITO DE NÃO VOLTAR A COMETÊ-LOS.

Sempre há áreas nas quais somos mais fracos e requerem atenção especial mas se compreendermos que Cristo -não a cultura- é a medida, veremos que em tudo temos muito que crescer.

A confissão só pode ser feita diante de um sacerdote.

Exame de conciência com base nas quatro rupturas

Examine-se - ajudado por estas perguntas - quais pecados você cometeu desde sua última confissão? Trate de não ficar no exterior, mas sim nas atitudes do coração e as omissões.

Ruptura com Deus:

Amo na verdade a Deus com todo meu coração ou vivo mais apegado às coisas materiais?
Preocupei-me por renovar minha fé cristã através da oração, a participação ativa e atenta da missa dominical, a leitura da Palavra de Deus, etc.? Guardo os domingos e dias de festa da Igreja? cumpri com o preceito anual da confissão e a comunhão pascal?

Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus, ou cumpro somente com ritos externos?
Professei sempre, com vigor e sem temores minha fé em Deus? manifestei minha condição de cristão na vida pública e privada?

Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorro a Ele constantemente, ou só o busco quando o necessito?

Tenho reverência e amor para o nome de Deus ou lhe ofendo com blasfêmias, falsos juramentos ou usando seu nome em vão?

Ruptura comigo mesmo:

Sou soberbo e vaidoso? Considero-me superior a outros?

Procuro aparentar algo que não sou para ser valorizado por outros? Aceito a mim mesmo, ou vivo na mentira e no engano? Sou escravo de meus complexos?

Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu? Me esforço por superar os vícios e inclinações más como a preguiça, a avareza, a gula, a bebida, a droga?

Caí na luxúria com palavra e pensamentos impuros, com desejos ou ações impuras?
Realizei leituras ou assisti a espetáculos que reduzem a sexualidade a um mero objeto de prazer?

Caí na masturbação ou a fornicação? cometi adultério?

Recorri a métodos artificiais para o controle da natalidade?

Ruptura com os irmãos e com a criação:

Amo de coração o meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor Jesus me pede que o ame?

Em minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com paciência e espírito de serviço?

Foram os filhos obedientes a seus pais, prestando-lhes respeito e ajuda em todo momento

Preocupam-se os pais em educar na vida cristã seus filhos e de respirá-los em seu compromisso de vida com o Senhor Jesus?

Abusei que meus irmãos mais fracos, usando-os para meus fins?

Insultei meu próximo? Escandalizei-o gravemente com palavras ou com ações?

Se me ofenderam, sei perdoar, ou guardo rancor e desejo de vingança?

Compartilho meus bens e meu tempo com os mais pobres, ou sou egoísta e indiferente à dor de outros? Participo das obras de evangelização e promoção humana da Igreja?

Me Preocupo pelo bem e a prosperidade da comunidade humana em que vivo ou passo a vida preocupado tão somente comigo mesmo? cumpri com meus deveres cívicos? paguei meus tributos?

Sou invejoso? Sou fofoqueiro e enganador? Difamei ou caluniei alguém? Violei segredos? Fiz julgamentos temerários sobre outros?

Sou mentiroso?

Causei algum dano físico ou moral a outros? Inimizei-me com ódios, ofensas ou brigas com meu próximo? fui violento?

Procurei ou induzi ao aborto?

Fui honesto em meu trabalho? Usei corretamente a criação ou abusei dela com fins egoístas? Roubei? Fui justo na relação com meus subordinados tratando-os como eu gostaria de ser tratado por eles? Participei do negócio ou consumo de droga? Caí na fraude ou estelionato?

Recebi dinheiro ilícito?

Exame de consciência a partir dos 10 Mandamentos

Este exame é para aqueles que, amando a Cristo, não se conformam evitando pecados graves, mas sim desejam amá-lo com todo o coração.

Amará a Deus sobre todas as coisas (Primeiro mandamento).
Não tomará o nome de Deus em vão. (Segundo Mandamento).

amei a Deus acima de tudo?
-A quem (ou o que) dei a maior atenção?
-Fiz da minha família, trabalho, apostolados, programas, idéias ou outras coisas boas meu primeiro amor?
-Sei na prática o que é confiar no amor e o poder de Deus?
-Confio tudo a Deus ou quero fazer tudo eu sozinho?
-Confio em Deus quando tudo parece ir mal?
-Caí na superstição ou outra prática religiosa alheia ao cristianismo?

Oração Diária
Como foi diariamente minha vida de oração?:
-Tempo pessoal com Deus; liturgia das horas; oração familiar?
-Louvei a Deus; dei-lhe graças ou me queixei?
-Intercedo por minha família, grupo, Igreja, pelo mundo?
-Orei com o coração, aberto ao Espírito Santo?
-Tomo tempo para discernir?
-Sei o que é esperar no Senhor, escutá-lo? -Tenho feito isso?
-Quando me dá algum ensinamento eu o guardo em meu coração e procuro aprofundá-lo?
-Incluo meu esposo/a (ou outra pessoa formada e prudente) em meu discernimento ou só lhes informo de minhas decisões?; -Escuto, obedeço e respeito aos que têm legitima autoridade sobre mim (leis justas, chefes, etc.)?.
-Que critérios tenho para determinar se algo que quero fazer é do Espírito Santo ou é meu?,-Parece-me importante ter e seguir sempre esses critérios?
-Uso os dons que Deus me deu para sua glória?
-Estou aberto a receber novos dons segundo Deus disponha?
-Fui legalista (fazendo sozinho o necessário para cumprir) ou vivo minha fé no Espírito
me entregando com todo o coração?

Obediência
-Procuro conhecer na oração a vontade de Deus para minha vida?
-Obedeço o ensino do magistério ou interpreto à minha maneira?
-O que motiva minha vida, a vontade de Deus ou meus próprios "bons" planos (minha vontade).
-Permito que Deus me guie ou lhe "entrego" os planos já feitos para que os abençoe?.
-Meus gostos, critérios, dúvidas, confusões, pensamentos, atitudes e valores -em que instâncias não estiveram sob o Senhor?
-Em meus gostos, meus critérios, medos, dúvidas, confusões...

Estudo
-Estudo minha fé católica (Bíblia, magistério, livros sólidos) ou me contento com meu próprio modo de entender a Deus?, Estou avançando em minha formação como devo?.
-Que passos práticos dou para me formar na fé?

Ordem e Prioridades
-Meu tempo responde às prioridades de Deus ou às pressões de qualquer pessoa ou ocasião para `ficar bem'?); Interpreto o que faço na perspectiva da vida eterna?; Reflito sobre minha morte; sobre o julgamento final?
-Tenho prioridades claras e sou firme para vivê-las? Perco o tempo (revistas, programas, etc.) que não edificam?
-Tenho um horário e organizo o dia com disciplina, dando tempo a cada área com sabedoria: oração, família, trabalho...?; Em que me desordenei? Fico em algo que eu gosto sabendo que é hora de fazer outra coisa?
-Respeito o tempo e necessidades dos outros: quando procuro ajuda, ao telefone, etc..?
-Cuido da saúde; tenho algum vício, falta de exercício, descanso, alimentação... Cuido-me muito?

Santificará o dia do Senhor. (Terceiro Mandamento)

Guardo o dia do Senhor para o Senhor ou trabalho desnecessariamente nesse dia?
-Vou à missa todos os domingos?;adorei e pus todo meu coração em Cristo Eucarístico que me espera no sacrário?
-Eu o amei e consolei pelo tanto que é ofendido?
-Vou a missa diária se puder?; recebi com preparação o Senhor?

A Cruz
-meditei diante da cruz?; procuro seu poder transformador e sua sabedoria?; como se manifesta em minha vida?
-Peço a Deus a graça de amar a cruz?
-Saí da vontade de Deus para evitar a cruz?
-Uno minha cruz à de Cristo?: problemas, doenças, responsabilidades, pessoas, minha idade, minha vocação...
-Procuro a satisfação de todas minhas necessidades físicas e emocionais ou sei me mortificar por amor a Jesus?.
-Me uno à cruz de quem sofre?; Sacrifico-me para amar?.

Confissão
-Rejeito o pecado embora este seja aceitável segundo a cultura?; pensei ou atuei levianamente como se a retidão dos Santos é "exagero"?
-Evitei a ocasião de pecado: ambientes, programas, más amizades...?
-Procuro que Deus me mostre meu pecado (também pecados velhos e esquecidos)?.
-Reconheço e reparo com responsabilidade meus pecados e faltas ou me justifico?
-Quando me corrigem, fico agradecido?.
-Quando foi minha última confissão?, Minimizei o pecado por pena?; houve mudanças?.
-Fiz uma confissão completa ou escondi algo?
-Há algo (hábito, ferida, complexo) que o inimigo usa para seu proveito?; o que faço para permitir que Deus me liberte?
-Devo me reconciliar com alguém e não o tenho feito?

Maria
-Consagrei a Ela e, se o tiver feito, vivo minha consagração plenamente? -Como?
-Aceito seu cuidado maternal?; Deixo-me formar por ela? -Como?.
-Recorro a ela em oração, medito sua vida?.

Relacionamento com outros
-Estão todas minhas relações à luz do Senhor: amorosas, castas, sões e sinceras?
-Guardo ódios ou inimizades?
-Brigas, rivalidades, violências, ambições, discórdias, sectarismo, dissensões, invejas, embriaguezes
-Fui fiel aos compromissos com meus irmãos e com outros?; Estou crescendo nestes compromissos?
-Sou confiável no lar, grupo, trabalho...?; -Cumpro minhas promessas, compromissos, guardo confidencialidade?
-Procuro a unidade no Senhor? (Fl. 2, 1-11, 1 Cor. 10,17)
-Sou serviçal?
-Sou atento sem ser curioso?
-Sou prudente no que falo e como atuo?
-Sou agradecido pelo serviço de rotina que recebo?

Honrará a teu pai e tua mãe (Quarto mandamento).

No Lar
-Obedeço, cuido e honro meus pais segundo minha idade e suas necessidades?
-Fico de cara feia?
-Dou tempo à família?; Jantar juntos?; Diversões?
-Hospitalidade?
-Relação com irmãos?
-Responsabilidade nos estudos?
-Ajuda econômica no lar segundo a necessidade?
Casados: (além do mencionado)
-Protejo minha casa e os meus das más influências do ambiente? Como?
-Manipulei com meus estados de ânimo e aborrecimentos para que se faça o que quero?
-Permito que outros (pais, amigos) manipulem ou se anteponham ao matrimônio? .
-Honro e respeito a meu esposo/a em todo momento?
-Compartilhei com meu esposo/a a visão para a família?; O escuto com interesse?;
-Expresso amor, carinho e respeito a meu esposo/a?;
-E a meus filhos?
-Detecto os problemas e os enfrento com sabedoria?
-Que medidas tomo para que minha casa seja um lar?
-Sou responsável e ordenado com a economia?; Ajudo-lhes para que possam orar, estudar, descansar, ir a seu grupo, cumprir suas responsabilidades?
Formação: dos filhos: compartilho com eles, ensino e guio?, escuto?, Ensino e dou disciplina com sabedoria?; dou-lhes boa educação para que sejam bons cristãos?

Não matarás. (Quinto Mandamento).

De algum modo matei ou atentei contra a vida? (ex.: apoio ou participação em aborto, suicídio, dirigir sem cuidado, atos irresponsáveis que põem uma vida em perigo, agressão, violência, etc.? atentei contra a dignidade de alguém?.

Não cometerás atos impuros. (não adultério, não fornicação) (Sexto Mandamento).

-Procurei afetividade fora da ordem do Senhor?
-Como distingo entre sentimentalismo e uma autêntica relação de amor entre irmãos?; Me relaciono segundo meu estado de ânimo ou o que edifica no amor?
-Fantasias ou atos impuros, comigo mesmo ou com outros?
-Piadas, programas, atitude sedutora, indecência em vestir?
-Obedeço o plano de Deus para a sexualidade em meu estado de vida?

Não roubarás (Sétimo mandamento).

-De algum modo roubei?
Descuidando ou não devolvendo propriedade alheia ou comum)?
Aproveito-me do meu de posto para benefício pessoal?

Não levantarás falsos testemunhos nem mentirás (Oitavo Mandamento).

-Quem inspira minhas palavras: Deus ou meu ego?quis dar minha opinião em tudo?
-Digo a verdade?; revelei segredos; julguei ou fiz fofocas?
-Queixei-me procurando comiseração ou desafogo?
-Pus minha atenção ao indevido
-Falei o que não edifica: piadas grosseiras, que ferem a alguma raça, nacionalidade, etc.?

Não consentirás pensamentos nem desejos impuros (Nono Mandamento).

- Cobicei a mulher ou o marido de meu próximo?
- Olhei a um homem a uma mulher de maneira impura?

Não cobiçarás os bens alheios (Décimo Mandamento).

- Desejei os bens alheios?
- Fui invejoso?
- Fui avaro?
- Comi mais do que necessito?
- Fui orgulhoso?

Obras de Misericórdia

-Corporais: solidariedade com doentes/famintos/sedentos/presos/nus/forasteiros Enterrar os mortos. Vejo estes como irmãos pelos quais me entrego?.
-Espirituais: dar bom conselho/ corrigir/ perdoar (guardo algum ressentimento?)/ consolar/ sofrer com paciência as moléstias do próximo/ rezar pelos vivos e os mortos.
-Estou atento à dor alheia?; Faço a acepção de pessoas segundo sua aparência?
-Vivo em simplicidade?; -Imito a Cristo que foi pobre?, sou livre de apegos materiais?
-Isto se reflete em minha atitude nas compras?; deixo-me levar por desejos?; quais?
-Coopero com as obras da Igreja com verdadeiro sacrifício e amor ou dou de minhas sobras?
Evangelização
-Sou testemunho?; Sou sal da terra e luz do mundo?
-Me esforço de todo coração para que Cristo seja conhecido e amado por todos?
-Estou em comunhão com o espírito missionário da Igreja?
-Levo a minhas amizades ao Senhor ou deixo que elas me arrastem ao mundo?
-Quando evangelizo, faço com segurança ou como se fosse uma opinião qualquer?; Respondo ao Espírito ou me paralisa pensar no `que dirão'?
Domínio das Emoções: Ressentimentos, caprichos, impulsos, medos....
-Quais são minhas emoções mais salientes?; Submeto-as ao Senhor para as processar para o bem? de que forma estão afetando meu comportamento?
-Procuro primeiro meu interesse e comodidade ou servir com amor?

Exame de consciência com base nos pecados capitais e as virtudes contrárias

Soberba / Humildade

-Fui humilde ao pensar, comparei-me com outros, tratei de chamar a atenção com minha sabedoria', meu físico, etc.?; Reconheço-me pequeno?; Desprezo os outros em meu coração?
-Me ressenti pelo trato ou posto recebido?; Qual é a motivação de minhas aspirações?.
-Distingo entre o que é doutrina e o que é minha opinião?; -Sou prudente ao dar minha opinião; acredito que é a única; acredito que sem minha presença as coisas não vão bem?
-Sei distinguir o que é minha missão ou me intrometo no que não me corresponde?
-Reconheço que não tenho razão de me glorificar mas sim em Cristo?; De que forma minhas ações estão misturadas com orgulho, vaidade, egoísmo?
-Reconheço meus enganos e peço perdão?
-Posso ajudar sem mandar?

Avareza / Generosidade

-Estou apegado às coisas, Sacrifico tempo, dinheiro, para servir segundo o plano de Deus?.
-Jogo com o dinheiro?

Luxúria / Castidade (já examinado acima)

Ira / Paciência

-Sei lidar com as cruzes, doenças, problemas com relações, trabalho, etc.?
-Perco a paz; manifesto mau humor quando as coisas não são como eu espero?
-Jogo a culpa nas circunstâncias?.

Gula / Moderação

-Como mais do necessário?, Faço jejum?
-Estou viciado em álcool, drogas, pílulas?

Inveja / Caridade

-Sinto ciúmes por posições, talentos... outros grupos da Igreja? ou me alegro quando outros melhoram. Que casos posso pensar em que não me alegre?

Preguiça / Diligência

-Fiquei adormecido como os discípulos diante do que Jesus me pedia?
-Sou atento a cumprir meus deveres?
-O que faço para edificar minha família e grupo?
-Sou rápido em servir mesmo que não tenho vontade?
-`Descanso' mas do que necessário?
-Deixo as coisas para mais tarde

Bem-aventuranças (Mateus 5, 1-2)

-Fui pobre de espírito, livre de apegos?,
-Fui manso, paciente, edificando com os meios Santos?
-Chorei diante dos pecados que ofendem a Deus?
-Ttive fome e sede de justiça?
-Fui misericordioso?
-Fui limpo de coração, puro de pensamento?
-Trabalho pela paz, em minha pessoa, lar, grupo, mundo?
-Sofro com alegria ao ser perseguido por causa da justiça (como reajo diante das critica "injustas" ou incompreensões?

Depois do exame se devem fazer resoluções por escrito, segundo o estado atual para trabalhar nele e revisá-lo mas tarde.
SACRAMENTOS
Sacramento da Reconciliação
Jesus comunica seu poder de perdoar a seus Apóstolos.Assim como Deus Pai deu tudo a Jesus, assim também Jesuscomunica à Igreja, esse poder de perdoar que dEle emanava para regenerar os homens."Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados" (Jo 20, 23).
Perguntas e respostas sobre o Sacramento da Penitência

1. O que é o sacramento da Penitência?
O sacramento da Penitência, ou Reconciliação, ou Confissão, é o sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para apagar os pecados cometidos depois do Batismo. É, por conseguinte, o sacramento de nossa cura espiritual, chamado também sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente nosso retorno aos braços do pai depois de que nos afastamos com o pecado.

2. É possível obter o perdão dos pecados mortais sem a confissão?
Depois do Batismo não é possível obter o perdão dos pecados mortais sem a Confissão, embora seja possível antecipar o perdão com a contrição perfeita acompanhada do propósito de confessar-se.

3. E se depois de feita a constrição a pessoa não se confessa?
Quem se comporta desta maneira comete uma falta grave. Pois todos os pecados mortais cometidos depois do batismo devem ser acusados na Confissão.

4. O que se requer para fazer uma boa confissão?
Para fazer uma boa confissão é necessário: fazer um cuidadoso exame de consciência, arrepender-se dos pecados cometidos e o firme propósito de não cometê-los mais (contrição), dizer os outros pecados ao sacerdote (confissão), e cumprir a penitência (satisfação).

5. O que é o exame de consciência?
O exame de consciência é a diligente busca dos pecados cometidos depois da última Confissão bem feita.

6. No exame de consciência é necessário ter exato o número dos pecados?
Dos pecados graves ou mortais é preciso acusar também o número, porque cada pecado mortal deve ser dito na confissão.

7. O que é a dor dos pecados?
A dor dos pecados é o sincero pesar e a repulsa dos pecados cometidos.

8. De quantos tipos é a dor?
A dor é de dois tipos: dor perfeita (ou contrição) e dor imperfeita (ou atrição).

9. Quando se tem dor perfeita ou contrição?
Tem-se a dor perfeita ou contrição quando se arrepende dos próprios pecados porque se ofendeu a Deus, imensamente bom e digno de ser amado: quando a dor nasce do amor desinteressado a Deus, quer dizer, da caridade.

10. Quando se tem a dor imperfeita ou atrição?
Tem-se a dor imperfeita ou atrição quando o arrependimento, assim que inspirado pela fé, tem motivações menos nobres: por exemplo, quando nasce da consideração da desordem causada pelo pecado, ou pelo temor da condenação eterna (Inferno) e das penas que o pecador pode receber.

11. Pela dor dos pecados obtém-se imediatamente o perdão?
A dor perfeita unida ao propósito de confessar-se obtém imediatamente o perdão; a dor imperfeita só se obtém, pelo contrário, na confissão sacramental.

12. É necessário arrepender-se de todos os pecados cometidos?
Para a validez da confissão é suficiente arrepender-se de todos os pecados mortais, mas para o progresso espiritual é necessário arrepender-se também dos pecados veniais.

13. Um verdadeiro arrependimento requer também o propósito de abandonar o pecado?
O arrependimento certamente olha para o passado, mas implica necessariamente um empenho para o futuro com a firme vontade de não cometer jamais o pecado.

14. Pode-se ter um verdadeiro arrependimento se a gente prevê que antes ou depois tornará a cair em pecado?
A previsão do pecado futuro não impede que se tenha o propósito sincero de não cometê-lo mais, porque o propósito depende só do conhecimento que nós temos de nossa fraqueza.

15. O que é a confissão?
A confissão é a manifestação humilde e sincera dos próprios pecados al sacerdote confessor.

16. Quais pecados são obrigatórios confessar?
Estamos obrigados a confessar todos e cada um dos pecados graves, ou mortais, cometidos depois da última confissão bem feita.

17. Quais são os pecados mortais mais freqüentes?
As faltas objetivamente mortais mais freqüentes são (seguindo a ordem dos mandamentos): praticar de qualquer modo a magia; blasfemar; perder a Missa dominical ou as festas de preceitos sem um motivo sério; tratar mau aos próprios pais ou superiores; matar ou ferir gravemente a uma pessoa inocente; procurar diretamente o aborto; procurar o prazer sexual e solitário ou com outras pessoas que não sejam o próprio cônjuge; para os cônjuges, impedir a concepção no ato conjugal; roubar alguma soma relevante, inclusive desviando ou subtraindo no trabalho; murmurar gravemente sobre o próximo ou caluniá-lo; cultivar voluntariamente pensamentos ou desejos impuros; faltar gravemente com o próprio dever; aproximar-se da Sagrada Comunhão em estado de pecado mortal; omitir voluntariamente um pecado grave na confissão.

18. Se a pessoa esquece um pecado mortal, obtém igualmente o perdão na confissão?
Se a pessoa esquecer um pecado mortal, pode obter igualmente o perdão, mas na confissão seguinte deve confessar o pecado esquecido.
19. Se a pessoa omitir voluntariamente um pecado mortal obtém o perdão dos outros pecados?
Se uma pessoa, por vergonha ou por outros motivos, omite um pecado mortal, não só não obtém nenhum perdão, mas também comete um novo pecado de sacrilégio, o de profanação de uma coisa sagrada.
20. Há obrigação de confessar os pecados veniais?
A confissão dos pecados veniais não é necessária, mas é muito útil para o progresso da vida cristã.
21. O confessor deve dar sempre a absolvição?
O confessor deve dar sempre a absolvição se o penitente estiver bem disposto, quer dizer, se estiver sinceramente arrependido de todos seus pecados mortais. Se pelo contrário, o penitente não está bem disposto, não tendo a dor ou o propósito de emenda, então o confessor não pode e não deve dar a absolvição.
22. O que deve fazer o penitente depois da absolvição?
O penitente depois da absolvição deve cumprir a penitência que lhe foi imposta e reparar os danos que seus pecados eventualmente tiverem causado ao próximo (por exemplo, deve restituir o roubado).
23. Quais são os efeitos do sacramento da Penitência?
São a reconciliação com Deus e com a Igreja, a recuperação da graça santificante, o aumento das forças espirituais para caminhar para a perfeição, a paz e a serenidade da consciência com uma viva consolação do espírito.
24. Como se pode superar a dificuldade que se sente para confessar-se?
Que tem dificuldades para confessar-se deve considerar que o sacramento da Penitência é um dom maravilhosos que o Senhor nos deu. No "tribunal" da Penitência o culpado jamais é condenado, mas sempre absolvido. Pois quem se confessa não se encontra com um simples homem, mas com Jesus, o qual, presente em seu ministro, como fez um tempo com o leproso do Evangelho (Mc 1, 40ss.) também hoje nos toca ou nos cura; e, como fez com a menina que jazia morta nos toma pela mão repetindo aquelas palavras: "Talita kumi, menina, eu te digo, levante-te!" (Mc 5, 41).
25. A confissão nos ajuda também no caminho da virtude?
A confissão é um meio extraordinariamente eficaz para progredir no caminho da perfeição. Com efeito, além de nos dar a graça "medicinal" própria do sacramento, faz-nos exercitar as virtudes fundamentais de nossa vida cristã. A humildade acima de tudo, que é a base de todo o edifício espiritual, depois a fé em Jesus Salvador e em seus méritos infinitos, a esperança do perdão e da vida eterna, o amor para Deus e para o próximo, a abertura de nosso coração à reconciliação com quem nos ofendeu. Enfim, a sinceridade, a separação do pecado e o desejo sincero de progredir espiritualmente.
continua...

Fonte: www.acidigital.com

QUARESMA - Tempo de Oração, Jejum e Caridade

Quaresma, tempo "forte" de oração, jejum e atenção aos necessitados, oferece a todo cristão a possibilidade de se preparar para a Páscoa fazendo um sério discernimento da própria vida, confrontando-se de maneira especial com a Palavra de Deus, que ilumina o itinerário cotidiano dos fiéis.

O que é a quaresma

A quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrepender dos nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e poder viver mais próximos de Cristo.

A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos um esfoço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus.

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.

Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de vida. A Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo, escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Nos convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus.

Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos. Na Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.

40 dias

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias e Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades.

A prática da Quaresma data do século IV, quando se dá a tendência a constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma tem sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de conversão.

O Tempo da Quaresma


I. O TEMPO DE QUARESMA

1. Um tempo com características próprias.

A Quaresma é o tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recurso mais freqüente às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum e a esmola (ver MT 6,1-6.16-18).

De maneira semelhante como o antigo povo de Israel partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.

A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar de todo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.

A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ver-se refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, mais frutuosamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.

Portanto é preciso se esforçar, entre outras coisas:

- Para que se capte que neste tempo são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na Santa missa praticamente não há leitura contínua), como o dos textos eucológicos (próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma das celebrações).

- Para que os cantos, sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria deste tempo.

- Por obter uma ambientação sóbria e austera que reflita o caráter de penitencia da Quaresma.

2. Sentido da Quaresma.

O primeiro que devemos dizer ao respeito é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação à Páscoa. Por isso se está acostumado a definir à Quaresma, “como caminho para a Páscoa”. A Quaresma não é portanto um tempo fechado em si mesmo, ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo.

É mas bem um tempo de preparação, e um tempo “forte”, assim que prepara para um tempo “mais forte” ainda, que é a Páscoa. O tempo de Quaresma como preparação à Páscoa se apóia em dois pilares: por uma parte, a contemplação da Páscoa de Jesus; e por outra parte, a participação pessoal na Páscoa do Senhor através da penitência e da celebração ou preparação dos sacramentos pascais –batismo, confirmação, reconciliação, eucaristia-, com os que incorporamos nossa vida à Páscoa do Senhor Jesus.

nos incorporar ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de sua morte e ressurreição. Não esqueçamos que o Batismo nos configura com a morte e ressurreição do Senhor. A Quaresma procura que essa dinâmica batismal (morte para a vida) seja vivida mais profundamente. trata-se então de morrer a nosso pecado para ressuscitar com Cristo à verdadeira vida: “Eu lhes asseguro que se o grão de trigo…morre dará fruto” (Jo 20,24).

A estes dois aspectos terá que acrescentar finalmente outro matiz mais eclesiástico: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar a catequese e oração das crianças e jovens que se preparam à confirmação e à primeira comunhão; e para que toda a Igreja ore pela conversão dos pecadores.

3. Estruturas do tempo de Quaresma.

Para poder viver adequadamente a Quaresma é necessário esclarecer os diversos planos ou estruturas em que se move este tempo.

Em primeiro lugar, é preciso distinguir a “Quaresma dominical”, com seu dinamismo próprio e independente, da “Quaresma das feiras”.

A. A “Quaresma dominical”.

Nela se distinguem diversos blocos de leituras. Além disso o conjunto dos cinco primeiros domingos, que formam como uma unidade, contrapõem-se ao último domingo –Domingo de Ramos na Paixão do Senhor-, que forma mas bem um todo com as feiras da Semana Santa, e inclusive com o Tríduo Pascal.

B. A “Quaresma ferial”.

Cabe também assinalar nela dois blocos distintos:

- O das Feiras das quatro primeiras semanas, centradas sobre tudo na conversão e a penitência.

- E o das duas últimas semanas, no que, a ditos temas, sobrepõe-se, a contemplação da Paixão do Senhor, a qual se fará ainda mais intensa na Semana Santa.

Ao organizar, pois, as celebrações feriais, terá que distinguir estas duas etapas, sublinhando na primeira os aspectos de conversão (as orações, os prefácios, as preces e os cantos da missa ajudarão a isso).

E, a partir da segunda-feira da V Semana, mudando um pouco o matiz, quer dizer, centrando mais a atenção na cruz e na morte do Senhor (sobre tudo as orações da missa e o prefácio I da Paixão do Senhor, tomam este novo matiz).

No fundo, há aqui uma visão teologicamente muito interessante: a conversão pessoal, que consiste no passado do pecado à graça (santidade), incorpora-se com um “crescendo” cada vez mais intenso, à Páscoa do Senhor: é só na pessoa do Senhor Jesus, nossa cabeça, onde a Igreja, seu corpo místico, passa da morte à vida.

Digamos finalmente que seria muito bom sublinhar com maior intensidade as feiras da última semana de Quaresma –a Semana Santa- nas que a contemplação da cruz do Senhor se faz quase exclusivamente (Prefácio II da Paixão do Senhor). Para isso, seria muito conveniente que, nesta última semana ficassem alguns sinais extraordinários que recalcassem a importância destes últimos dias. Embora as rubricas assinalam alguns destes sinais, como por exemplo o fato que estes dias não se permite nenhuma celebração alheia (nem que se trate de solenidades); a estes sinais terá que somar alguns de mais fácil compreensão para os fiéis, para evidenciar assim o caráter de suma importância que têm estes dias: por exemplo o canto da aclamação do evangelho; a bênção solene diária ao final da missa (bênções solenes, formulário “Paixão do Senhor”); uso de vestimentas roxas mais vistosas, etc.

4. O lugar da celebração.

Deve-se procurar a maior austeridade possível, tanto para o altar, o presbitério, e outros lugares e elementos celebrativos. Unicamente se deve conservar o que for necessário para que o lugar seja acolhedor e ordenado. A austeridade dos elementos com que se apresenta nestes dias a igreja (o templo), contraposta à maneira festiva com que se celebrará a Páscoa e o tempo pascal, ajudará a captar o sentido de passagem” (páscoa = passagem) que têm as celebrações deste ciclo.

Durante a Quaresma há que suprimir as flores (as que podem ser substituídas por plantas ornamentais), os tapetes não necessários, a música instrumental, a não ser que seja de tudo imprescindível para um bom canto. Uma prática que em algumas Igrejas poderia ser expressiva é a de cobrir o altar, fora da celebração eucarística, com um pano de tecido roxo.

Finalmente é preciso lembrar que a mesma austeridade em flores e adornos deve também aplicar-se ao lugar da reserva eucarística e à bênção com o Santíssimo, pois deve haver uma grande coerência entre o culto que se dá ao Santíssimo e a celebração da missa. La mesma coerência deve manifestar-se entre a liturgia e as expressões da piedade popular. Assim, pois, tampouco cabem elementos festivos, durante os dias quaresmais e de Semana Santa, nem no altar da reserva nem na exposição do Santíssimo.

5. Solenidades, festas e memórias durante a Quaresma.

Outro ponto que deve cuidar-se é o das maneiras de celebrar as festas do Santoral durante a Quaresma. O fator fundamental consiste em procurar que a Quaresma não fique obscurecida por celebrações alheias à mesma. Precisamente para obter este fim, o Calendário romano procurou afastar deste tempo as celebrações dos Santos.

De fato durante todo o longo período quaresmal, só se celebram um máximo de quatro festividades (além de alguma solenidade ou festa dos calendários particulares): São Cirilo e São Metódio (14 de fevereiro); a Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro); São José, casto esposo da Virgem Maria (19 de março) e a Anunciação do Senhor (25 de março). Em todo caso na maneira de celebrar estas festas não deverá dar a impressão de que se “interrompe a Quaresma”, mas sim terá que inscrever estas festas na espiritualidade e a dinâmica deste tempo litúrgico.

Com respeito à memória dos Santos, terá que recordar que durante a Quaresma todas elas são livres e se se celebrarem, deve-se fazer com ornamentos roxos, e do modo como indicam as normas litúrgicas.

II. AS LEITURAS BÍBLICAS DA QUARESMA.

1. Visão de conjunto.

Desde o primeiro momento é bom assinalar o fato de que neste tempo a temática dos diversos sistemas de leituras é muito mais variada que nos outros ciclos litúrgicos. Embora todos os lecionários deste tempo tenham uma cortina de fundo comum, a renovação da vida cristã pela conversão, esta temática se presente desde ópticas muito diversas, cada uma das quais tem seus matizes próprios e distintos. Se esta diversidade de enfoques se esquecer, se se unificar e reduz o conjunto a uma temática única, muitas das leituras litúrgicas passarão, virtualmente, desapercebidas; fenômeno este que infelizmente ocorre mais de uma vez.

Devemos, pois, sublinhar em primeiro lugar que a característica principal das leituras de Quaresma não estriba tanto na “novidade” de umas leituras que se vão descobrindo graças aos lecionários conciliares, quanto na abundância de linhas concomitantes que é preciso unir espiritualmente, de modo que cada uma delas contribua sua contribuição à renovação quaresmal de quem usa os citados lecionários.

A atitude fundamental frente às leituras quaresmais deve ser, sobre tudo, a de uma escuta repousada e penetrante que ajude a que o espírito se vá impregnando progressivamente dos critérios da fé, há vezes suficientemente conhecidos, mas não suficientemente interiorizados e feitos vida.

Não se trata de “meditações” mais ou menos intelectualizantes, como de uma contemplação “gozosa”do Plano de Deus sobre a pessoa humana e sua história, e de uma escuta atenta frente ao chamado de Deus a uma conversão que nos leve a paz e à felicidade.

No conjunto dos Lecionários quaresmais emergem com facilidade algumas linhas de força nas que deve centrar a conversão quaresmal. Esta conversão esta muito longe de limitar-se a um mero melhoramento moral. É mas bem uma conversão radical a Cristo, o Homem novo, para existir nele (ver Col 2,7).

Está linhas de força são as seguintes:

A. A meditação na história da salvação: realizada Por Deus-Amor em favor da pessoa humana criada a sua imagem e semelhança. Devemos “nos converter” de uma vida egocêntrica, onde o ser humano vive encerrado em sua mentira existencial, a uma vida de comunhão com o Senhor, o Caminho, a Verdade e a Vida, que nos leva a Pai no Espírito Santo.

B. A vivência do mistério pascal como culminação desta história Santa: devemos “nos converter”da visão de um Deus comum a todo ser humano, à visão do Deus vivo e verdadeiro que se revelou plenamente em seu único Filho, Cristo Jesus e em sua vitória pascal presente nos sacramentos de sua Igreja: “Tanto amou Deus ao mundo que deu a seu Filho único, para que tudo o que nele crer não pereça, mas sim tenha vida eterna”(Jo 3,16).

C. O combate espiritual, que exige a cooperação ativa com a graça em ordem a morrer ao homem velho e ao próprio pecado para dar passo à realidade do homem novo em Cristo. Em outras palavras, a luta pela santidade, exigência que recebemos no santo Batismo.

Estas três linhas devem propor-se todas em simultâneo. A primeira linha de força –a meditação da História da Salvação- temo-la principalmente nas leituras do Antigo Testamento dos domingos e nas leituras da Vigília Pascal. A segunda –a vivência do mistério pascal como culminação da história Santa-, nos evangelhos dos domingos III, IV e V (os sacramentais pascais) e, pelo menos em certa maneira, nos evangelhos feriais a partir da segunda-feira da semana IV (oposição de Jesus ao mal –“os judeus”- que termina com a vitória pascal de Jesus sobre a morte, mal supremo). A terceira linha –o combate espiritual, a vida em Cristo, a vida virtuosa e Santa- aparece particularmente nas leituras apostólicas dos domingos e no conjunto das leituras feriais da missa das três primeiras semanas.

Vale a pena sublinhar que as três linhas de força de que vamos falando se acham, com maior ou menor intensidade, ao alcance de todos os fiéis: dos que só participam da missa dominical aos que tomam parte além na eucaristia dos dias feriais. Com intensidades diversas mas com um conteúdo fundamentalmente idêntico, todos os fiéis bebem, através da liturgia quaresmal, em uma fonte que lhes convida à conversão sob todos seus aspectos.

2. Missas dominicais.

As leituras dominicais de Quaresma têm uma organização unitária, que terá que ter presente na pregação.

As leituras do Antigo Testamento seguem sua própria linha, que não tem uma relação direta com os evangelhos, como o resto do ano. Uma linha importante para compreender a História da Salvação.

Os Evangelhos seguem também uma temática organizada e própria.

E as leituras que se fazem em segundo lugar, as apostólicas, estão pensadas como complementares das anteriores.

A. A primeira leitura tem neste tempo de Quaresma uma intenção clara: apresentar os grandes temas da História da Salvação, para preparar o grande acontecimento da Páscoa do Senhor:

- A criação e origem do mundo (primeiro domingo).

- Abraão, pai dos fiéis (segundo domingo).

- O Êxodo e Moisés (terceiro domingo).

- A história de Israel, centrada sobre tudo em Davi (quarto domingo).

- Os profetas e sua mensagem (quinto domingo).

- O Servo de Yahvé (domingo de Ramos).

Estas etapas se proclamam de modo mais direto no Ciclo A, em seus momentos culminantes.

No Ciclo B se centram sobre tudo no tema da Aliança (com o Noé, com o Abraão, com Israel, o exílio, o novo louvor anunciado por Jeremias).

No Ciclo C, as mesmas etapas se vêem mas bem do prisma do culto (oferendas de primícias, celebração da Páscoa, etc.).

No sexto domingo, ou domingo de Ramos na Paixão do Senhor, invariavelmente se proclama o canto do Servo de Yahvé, por Isaías.

Estas etapas representam uma volta à fonte: a história das atuações salvíficas de Deus, que preparam o acontecimento central: o mistério Pascal do Senhor Jesus. Na pregação terá que levar em conta esta progressão, para não perder de vista o caminho para a Páscoa.

B. A leitura Evangélica tem também sua coerência independente ao longo das seis semanas:

- primeiro domingo: o tema das tentações de Jesus no deserto, lidas em cada ciclo segundo seu evangelista; o tema dos quarenta dias, o tema do combate espiritual.

- segundo domingo: a Transfiguração, lida também em cada ciclo segundo o próprio evangelista; de novo o tema dos quarenta dias (Moisés, Elias, Cristo) e a preparação pascal; a luta e a tentação levam a vida.

- terceiro domingo, quarto e quinto: apresentação dos temas catequéticos da iniciação cristã: a água, a luz, a vida.

No Ciclo A: os grandes temas batismais de São João: a samaritana (água), o cego (luz), Lázaro (vida).

No Ciclo B: tema paralelos, também de São João: o Templo, a serpente e Jesus Servo.

No Ciclo C: temas de conversão e misericórdia: iniciação a outro Sacramento quaresmal-pascal: a Penitência.

Sexto domingo: a Paixão de Jesus, cada ano segundo seu evangelista (reservando a Paixão de São João para a Sexta-feira Santa).

O pregador deve levar em conta esta unidade e ajudar a que a comunidade vá desentranhando os diversos aspectos de sua marcha para a Páscoa, não ficando, por exemplo no tema da tentação ou da penitência, mas sim entrando também aos temas batismais: Cristo e sua Páscoa são para nós a chave da água viva, da luz verdadeira e da nova vida.

C. A segunda leitura está pensada como complemento dos grandes temas da História da Salvação e da preparação evangélica à Páscoa. Temas espirituais, relativos ao processo de fé e conversão e a concretização moral dos temas quaresmais: a fé, a esperança, o amor, a vida espiritual, filhos da luz, etc.

3. Missas feriais.

Este grupo de leituras tem grande influencia na vida espiritual daqueles cristãos que acostumam a participar ativamente na eucaristia diária. É bom assinalar que o lecionário ferial de Quaresma foi construindo-se ao longo de vários séculos e antes da reforma conciliar sempre foi o mais rico de todo o ano litúrgico. A reforma litúrgica o respeitou por sua antiga tradição e riqueza. Ao haver-se construído com os séculos, sua temática é bastante variada e muito longínqua, portanto, pelo que é uma leitura contínua ou um plano concebido de conjunto, que são as formas às que nos tem acostumados os lecionários saídos da reforma conciliar.

O atual lecionário ferial da missa divide a Quaresma em duas partes: por um lado, temos os dias que vão desde Quarta-feira de Cinzas até sábado da III semana; e por outro, as feiras que discorrem desde segunda-feira de IV semana até o começo do Tríduo Pascal.

1. Na primeira parte da Quaresma (Quarta-feira de Cinzas até na sábado de III semana), as leituras vão apresentando, positivamente, as atitudes fundamentais do viver cristão e, negativamente, a reforma dos defeitos que obscurecem nosso seguimento de Jesus.

Nestas feiras, ambas as leituras revistam ter unidade temática bastante marcada, que insiste em temas como a conversão, o sentido do tempo quaresmal, o amor ao próximo, a oração, a intercessão da Igreja pelos pecadores, o exame de conscientiza, etc.

Nas origens da organização da Quaresma, só havia missa (além disso do Domingo), os dias quarta-feira e sexta-feira. Por este motivo o lecionário de Quaresma privilegia as leituras destes dois dias com leituras de maior importância que as das restantes feiras. Tais leituras costumam ser relativas à paixão e à conversão.

2. Na segunda parte da Quaresma, (a partir da Segunda-feira da IV semana até o Tríduo Pascal), o lecionário mudar de perspectiva: oferece-se uma leitura contínua do evangelho segundo São João, escolhendo sobre tudo os fragmentos nos que se propõe a oposição crescente entre Jesus e os “judeus”.

Esta meditação do Senhor enfrentando-se com o mal, personalizado por São João nos “judeus”, está chamada a fortalecer a luta quaresmal não só em uma linha ascética, mas também principalmente no contexto da comunhão com Cristo, o único vencedor absoluto do mal.

Nestas feiras, as leituras não estão tão ligadas tematicamente uma em relação à outra, mas sim apresentam, de maneira independente, por um lado a figura do Servo do Senhor ou de outro personagem (Jeremias especialmente), que deve ser como imagem e profecia do Salvador crucificado; e, por outro, o desenvolvimento da trama que culminará na morte e vitória de Cristo.

Finalmente é bom indicar que a partir da segunda-feira da semana IV aparece um tema possivelmente não muito conhecido: o conjunto dinâmico que, partindo das “obras” e “palavras” do Senhor Jesus, chega até o acontecimento de sua “hora”. Para não poucos pode ser aconselhável fazer um esforço de meditação continuada nestes evangelhos em sua trama progressiva. Este tema pode resultar muito enriquecedor. Embora se conheçam às vezes os textos, poucas vezes se descoberto o significado dinâmico que une o conjunto destas leituras, conjunto que desemboca na “hora”de Jesus, quer dizer em sua glorificação através da morte que celebramos no Tríduo pascal.

III. NORMAS LITÚRGICAS.

1. Com respeito ao conjunto das celebrações.

Omite-se sempre o “Aleluia” em toda celebração.

Manda-se suprimir os adornos e flores da igreja, exceto o IV Domingo. (Domingo da alegria em nosso caminho para a Páscoa). Igualmente se suprime a música de instrumentos (exceto o IV Domingo), a não ser que sejam indispensáveis para acompanhar algum canto.

As mesmas expressões de austeridade em flores e música se terão no altar da reserva eucarística e nas celebrações extralitúrgicas, e nas manifestações de piedade popular.

2. Com respeito às celebrações da eucaristia.

Exceto nos domingos e nas solenidades e festas que têm prefácio próprio, cada dia se diz qualquer dos cinco prefácios de Quaresma.

Os domingos se omite o hino do “Glória”. Este hino, diz-se apenas nas solenidades e festas.

Antes da proclamação do evangelho, tanto nas missas do domingo como nas solenidades, festas e feiras, o canto do “Aleluia” se substitui por alguma outra aclamação a Cristo. Contudo, para sublinhar melhor a distinção entre as feiras e os dias festivos, acreditam melhor omitir sempre este canto nos dias feriais. Inclusive nos domingos, é melhor omitir esta aclamação que recitá-la sem canto.

Os domingos não se pode celebrar nenhuma outra missa que não seja a do dia. Nas feiras, assinalada-las no Calendário Litúrgico com a letra (D), existe a possibilidade de celebrar alguma missa distinta da do dia. Se nas feiras quer fazer a memória de algum santo, se substitui a coleta ferial pela do santo. Outros elementos devem ser feriais (inclusive a oração sobre as ofertas e depois da comunhão).

IV. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES.

1. Textos eucológicos.

A Quaresma é o tempo do ano que possui maior riqueza de textos eucológicos (conjunto de orações de um livro litúrgico ou de uma celebração). A missa não só tem própria a primeira oração de cada dia, mas também inclusive a oração sobre as ofertas e a oração depois da comunhão. Mas, além destes textos obrigatórios, sublinharíamos a importância de outros formulários que podem usar-se livremente:

A. O ato penitencial da missa.

Seria recomendável destacar, durante este tempo, esta parte da celebração. Poderiam, por exemplo, variar-se cada dia da semana as invocações (a nova edição do Missal Romano oferece para isso uma variedade de possibilidades), e cantar diariamente –não limitar-se a rezar- o “Senhor tenha piedade”. É uma maneira singela de sublinhar o caráter penitencial destes dias.

B. Oração dos fiéis.

Conviria empregar alguns formulários nos quais se atendesse o significado próprio deste tempo, e nos que se incluíram algumas solicite pelos pecadores, a teor do que se diz a respeito no Concílio Vaticano II (ver Sacrosanctum Concilium, N. 109). Do mesmo modo, e seguindo o pedido do Papa, podem-se incluir petições pela paz do mundo, pela família, pela defesa da vida, e pelas vocações.

C. Prefácios.

No ano A, todos os domingos têm um prefácio próprio que glosa o evangelho do dia. Nos anos B e C, têm prefácio próprio os domingos I e II e no domingo de Ramos. Os restantes domingos, usa-se um dos prefácios comuns de Quaresma. O mais apropriado para no domingo IV é o prefácio I, por suas alusões à Páscoa que se aproxima. Em troca o prefácio IV por suas alusões ao jejum, não é apropriado para no domingo.

Para as feiras há cinco prefácios. Todos estes prefácios terá que distribui-los de maneira que nenhum deles fique esquecido. Por seu caráter penitencial, o IV está especialmente indicado para as sextas-feiras.

C. 1 O espírito da Quaresma em seus Prefácios.

A última edição de Missal Romano (1988), traz cinco Prefácios de Quaresma, destinados às quatro primeiras semanas deste tempo.

A semana V e VI, como se recorda, dispõem de dois Prefácios da Paixão do Senhor. Os cinco prefácios quaresmais são estes:

Prefácio I: Significação espiritual da Quaresma.

A usar-se sobre tudo no domingo, quando não assinalou prefácio próprio.

Este prefácio apresenta quatro linhas de força:

Em primeiro lugar define a atitude do cristão na quaresma: “desejar ano após ano a solenidade da páscoa”. Este prefácio apresenta a meta positiva do processo quaresmal e da vida cristã: participar de plenitude do mistério pascal do Senhor Jesus. O que desejamos e celebramos é o mistério de Cristo renovado em nossa vida: a Igreja, que se incorpora à Páscoa de seu Senhor.

Em segundo lugar a tarefa quaresmal se descreve com três pinceladas: nos libertar do pecado e nos purificar interiormente; nos dedicar com maior empenho ao louvor divino (vida de oração); e finalmente viver mais intensamente o amor fraterno (a caridade).

Em terceiro lugar sublinha que a meta última a que tende o processo quaresmal é “chegar a ser com plenitude filhos de Deus”, em Cristo, o Filho por excelência, em quem fomos enxertados pelo Batismo.

Finalmente, em quarto lugar, o prefácio sublinha que tudo é iniciativa divina, a que a pessoa humana deve corresponder segundo o máximo de suas possibilidades ou capacidades: “por Ele concede a seus filhos desejar, ano após ano...” A Palavra de Deus e os Sacramentos nos ajudam em nosso caminho para a santidade.

Prefácio II: A penitência espiritual.

A ser usado sobre tudo no domingo, quando não assinalou um prefácio próprio.

Este prefácio sublinha o sentido da penitência quaresmal. A Quaresma é apresentada como um tempo de graça (tempo de misericórdia), que Deus nos oferece para conseguir a purificação interior do espírito. nos ver livres do pecado, de nossos vícios e escravidões, reordenando adequadamente nossas potências e paixões, aprendendo a usar os bens materiais como médios e não como fins, compreendendo sua natureza perecível e portanto não nos apegando a eles desordenadamente. Este é o sentido da penitência quaresmal: mudança de mentalidade (metanóia), despojar do homem velho para revestir do homem novo.

Prefácio III: Os frutos das privações voluntárias.

A usar-se durante as feiras e os dias de abstinência e jejum.

Este prefácio concreta ainda mais esta “penitência” e assinala o por que da abstinência e o jejum. O jejum tem uma dupla finalidade: por uma parte mitigar nossos apetites desordenados, e por outra parte aliviar as necessidades do próximo com o fruto de nossa renúncia. Com isso damos graças a Deus e nos fazemos discípulos e instrumentos de seu amor.

Prefácio IV: Os frutos do jejum.

A usar-se durante as feiras e os dias de abstinência e jejum.

É o mais antigo dos prefácios quaresmais. limita-se a destacar o jejum como elemento central da Quaresma, nos apresentando o aspecto “ascético” deste tempo litúrgico.

Prefácio V: O caminho do êxodo quaresmal.

A usar-se durante as feiras deste tempo.

Este prefácio foi incorporado na última edição do Missal Romano (1988). Tem um título dinâmico e sugestivo. Apresenta a Deus como Pai rico em misericórdia, quem toma a iniciativa de nossa salvação porque “pelo grande amor com que nos amou, estando mortos por causa de nossos delitos, vivificou-nos junto com Cristo –por graça fostes salvos- e com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar nos céus em Cristo Jesus” (Ef 2,4-6). O prefácio apresenta o caminho da Igreja na Quaresma como um “novo êxodo”, onde a Igreja está chamada a fazer penitência e renovar sua vocação de povo da aliança nova e eterna, chamado a bendizer o nome de Deus, a escutar sua Palavra e a experimentar com gozo suas maravilhas.

Além destes cinco prefácios numerados, há outros vários, virtualmente para cada domingo, sobre tudo no Ciclo A.

Primeiro no domingo, centra-se nas tentações de Jesus no deserto.

Segundo no domingo, sobre a Transfiguração do Senhor.

Os terceiro, quarto e quinto domingos, têm prefácios claramente batismais, respondendo às leituras evangélicas, que apresentam os grandes temas quaresmais da água (a samaritana), a luz (o cego de nascimento) e a vida (Lázaro).

Como já indicamos há outros dois prefácios de Paixão, para os últimos dias da Quaresma e Semana Santa.

São onze prefácios em total. Podemos tirar proveito deles para nossa pregação e nossa catequese. Neles estão as idéias-força do mistério de salvação que sucede em nosso caminho quaresmal-pascal.

d. Preces Eucarísticas.

Podem ser usadas duas preces eucarísticas sobre a reconciliação, sobre tudo quarta-feira e sexta-feira, que são os dias mais penitenciais da Quaresma.

E. Introdução ao Pai Nosso.

Durante o tempo de Quaresma, pode ser sugestivo destacar na introdução ao Pai Nosso o pedido: “nos perdoe nossas ofensas”, ou “Livrai-nos do mal”.

F. Bênção Solene e Orações sobre o povo.

A nova edição do Missal Romano (1988), incorporou uma bênção solene para este tempo, que na edição anterior do Missal não existia. Por isso será oportuno usá-la sobre tudo Na Quarta-feira de Cinza e os domingos de Quaresma.

Também se podem usar para os domingos as “orações sobre o povo” que traz o Missal Romano ao final do elenco das Bênçãos Solenes, e que são as antigas bênçãos romanas. Para os domingos as mais aconselháveis são as dos números 4, 11, 18, 20 e 21. Não deve-se esquecer no domingo VI de Quaresma ou de Paixão tem bênção própria.

Se para as feiras quer empregar alguma das “orações sobre o povo”, as mais apropriadas são as dos números, 6, 10, 12, 15, 17 e 24. A 17 são muito apropriada para as sextas-feira.

2. Programa de cantos.

a) Canto de entrada da missa.

Este canto tem que dar a cor quaresmal ao conjunto da celebração eucarística. Deve ser penitencial ou, nos dias sexta-feira e nas duas últimas semanas, alusivos à cruz do Senhor. portanto terá que pôr muito cuidado em sua escolha.

b) Salmo responsorial.

Deve-se respeitar sempre na liturgia da Missa e não ser alegremente substituído por qualquer canto. Não nos cansaremos de dizer que o Salmo forma parte integral da Liturgia da Palavra; que é Palavra de Deus, e que a palavra divina nunca pode ser substituída pela palavra humana.

Na medida do possível se deve cantar. Mas se a assembléia não pode cantar a antífona própria do salmo da missa, podem-se procurar algumas antífonas aplicáveis a todas as missas, sempre e quanto estas antífonas respeitem o sentido do salmo.

Assim por exemplo se podem selecionar antífonas penitenciais, quando o salmo for penitencial (por exemplo, “Perdão, Senhor, Perdão”; ou “Sim me levantarei”); ou aclamações que aludam à paixão do Senhor, quando o salmo sugira a oração de Cristo na cruz (por exemplo “me Proteja meu Deus”).

Em caso que isto tampouco se possa fazer é preferível ler o salmo, e a assembléia responder com a antífona indicada, a cantar uma resposta que não tenha o mesmo sentido do salmo.

c) Aclamação antes do evangelho.

Podem fazer-se estas indicações:

- É melhor reservá-la unicamente para os dias mais solenes (domingos e três primeiras feiras de Semana Santa), e omiti-la nas feiras.

- Nunca a deve cantar um solista (não é um segundo salmo responsorial), mas sim a assembléia ou um coro. O melhor é que seja um canto vibrante e aclamação a Cristo que falará no santo evangelho.

d) Cantos de comunhão.

Deverão ser evitados os que tiverem um matiz penitencial, pois a comunhão é sempre um momento festivo. No momento de comungar não se trata de criar um ambiente quaresmal, mas sim acompanhar festivamente a procissão eucarística. Por isso é bom para este momento da Santa Missa escolher cantos alusivos ao convite eucarístico.

e) Preparação dos cantos da Vigília e do Tempo pascal.

Terá que dedicar durante a Quaresma um tempo cada semana para ensaiar cantos pascais. Isto não se situa somente na linha de uma necessidade prática com vistas às festas e ao tempo litúrgico que se aproximam, mas sim além disso contribuirá a viver a Quaresma como um caminho para a páscoa, criando o desejo de desejar sua celebração.

Nesta linha, tem tanta importância os ensaios em si como a explicação de alguns textos cantados. Nestes ensaios quaresmais deveria procurar-se que o repertório pascal progredisse de ano em ano, e, assim, os cantos pascais superassem os dos outros ciclos, como a Páscoa supera em solenidade as outras festas.

Como cantos mais importantes poderiam ser:

Um “Aleluia” vibrante (e possivelmente novo) que, bem ensaiado desde o começo da Quaresma, poderia-o saber bem toda a assembléia.

Um “Glória” solene e extraordinário, que poderia estrear-se na Noite Santa de Páscoa e converter-se no “Glória” próprio da cinquentena, ou pelo menos da Oitava de Páscoa. É bom recordar que o “Glória” que se escolha deve recolher em sua totalidade o texto litúrgico do Missal Romano.

Aquele que cantará o “Pregão Pascal” na Vigília Pascal, deverá praticá-lo com a suficiente antecipação e nunca deixar seu ensaio para o último momento.

3. Preparação do círio pascal.

O círio pascal é talvez o sinal mais próprio e expressivo das celebrações pascais. Por isso, não é suficiente comprá-lo (seria imperdoável usar o círio de outros anos, pois a Páscoa é a renovação de tudo), mas sim é necessário ambientar sua futura presença, e, obter que os fiéis o desejem, pois o representa ao Senhor glorificado.

Por isso sugerimos que se organize o IV Domingo de Quaresma uma coleta entre os fiéis para adquiri-lo. O IV Domingo de Quaresma, é no domingo da alegria no caminho penitencial para a Páscoa, e nos convida a pensar na Páscoa como uma celebração já muito próxima.

Com isso resultaria mais verdadeira a expressão que se cantará no pregão pascal: “Em esta noite de graça, aceita, Pai santo, este sacrifício vespertino de louvor que a Santa Igreja te oferece por meio de seus ministros na solene oferenda deste círio”. É evidente que esta expressão perde todo seu sentido se se usar um círio que já foi, por dizê-lo assim, “devotado” anteriormente.

4. Oração, mortificação e caridade.

São as três grandes práticas quaresmais ou meios da penitência cristã (ver MT 6,1-6.16-18).

Acima de tudo, está a vida de oração, condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, o cristão ingressa no diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça entre em seu coração e, a semelhança de Santa Maria, abre-se à oração do Espírito cooperando a ela com sua resposta livre e generosa (ver Lc 1,38). portanto devemos neste tempo animar a nossos fiéis a uma vida de oração mais intensa.

Para isso poderia ser aconselhável introduzir a reza de Alaúdes ou Vésperas, na forma que resulte mais adequada: os domingos ou nos dias de trabalho, como uma celebração independente ou unidos à Missa; convidar a nossos fiéis a formar algum grupo de oração que se reúna estavelmente sob nosso guia, uma vez por semana durante meia hora. Desta maneira além de rezar podemos lhes ensinar a fazer oração; incentivar a oração pela conversão dos pecadores, oração própria deste tempo; etc. Além disso, não se pode esquecer que a Quaresma é tempo propício para ler e meditar diariamente a Palavra de Deus.

Por isso seria muito bom oferecer a nossos fiéis a relação das leituras bíblicas da liturgia da Igreja de cada dia com a confiança de que sua meditação seja de grande ajuda para a conversão pessoal que nos exige este tempo litúrgico.

A mortificação e a renúncia, nas circunstâncias ordinárias de nossa vida, também constituem um meio concreto para viver o espírito da Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas sim mas bem oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são molestas; de aceitar com humildade, gozo e alegria, os distintos contratempos que nos apresenta o ritmo da vida diária, fazendo ocasião deles para nos unir à cruz do Senhor. Da mesma maneira, o renunciar a certas coisas legítimas ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Inclusive o fruto dessas renúncias e desprendimentos o podemos traduzir em alguma esmola para os pobres. Dentro desta praxe quaresmal estão o jejum e a abstinência, dos que nos ocuparemos mais adiante em um parágrafo especial.

A caridade. De entre as distintas práticas quaresmais que nos propõe a Igreja, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos lembra São Leão Magno: “estes dias quaresmais nos convidam de maneira premente ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Páscoa santificados em nosso ser, devemos pôr um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si às demais e cobre multidão de pecados”. Esta vivência da caridade devemos viver a de maneira especial com aquele a quem temos mais perto, no ambiente concreto no que nos movemos. Desta maneira, vamos construindo no outro “o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã” (João Paulo II).

“Há maior felicidade em dar que em receber” (At 20,35). Segundo João Paulo II, o chamado a dar “não se trata de um simples chamado moral, nem de um mandato que chega ao homem de fora” mas sim “está radicado no mais fundo do coração humano: toda pessoa sente o desejo de ficar em contato com os outros, e se realiza plenamente quando se dá livremente a outros”. “Como não ver na Quaresma a ocasião propícia para fazer opções decididas de altruísmo e generosidade? Como médios para combater o desmedido apego ao dinheiro, este tempo propõe a prática eficaz do jejum e a esmola. Privar-se não só do supérfluo, mas também também de algo mais, para distribui-lo a quem vive em necessidade, contribui à negação de si mesmo, sem a qual não há autêntica praxe de vida cristã. Nutrindo-se com uma oração incessante, o batizado demonstra, além disso, a prioridade efetiva que Deus tem na própria vida”.

Por isso será oportuno discernir, conforme à realidade de nossas comunidades, que campanhas a favor dos pobres podem organizar durante a Quaresma, e como devemos animar a nossos fiéis à caridade pessoal.

A oração, a mortificação e a caridade, ajudam-nos a viver a conversão pascal: do fechamento do egoísmo (pecado), estas três práticas da quaresma nos ajuda a viver a dinâmica da abertura a Deus, a nós mesmos e a outros.

5. A abstinência e o jejum.

A prática do jejum, tão característica da antigüidade neste tempo litúrgico, é um “exercício” que libera voluntariamente das necessidades da vida terrena para redescobrir a necessidade da vida que vem do céu: “Não só de pão vive o homem, mas também de toda palavra que sai da boca de Deus” (MT 4,4; ver Dt 8,3; Lc 4,4; antífona de comunhão do I Domingo de Quaresma)

O que exigem a Abstinência e o Jejum?

A abstinência proíbe o uso de carnes, mas não de ovos, laticínios e qualquer condimento a base de gordura de animais. São dias de abstinência todas as sextas-feiras.

O jejum exige fazer uma só refeição durante o dia, mas não proíbe tomar um pouco de alimento pela manhã e de noite, atendo-se, no que respeita à qualidade e quantidade, aos costumes locais passados (Constituição Apostólica poenitemi, sobre doutrina e normas da penitência, III, 1,2). São dias de jejum e abstinência a Quarta-feira de Cinza e a Sexta-feira Santa.

Quem está chamados à abstinência e ao jejum?

À Abstinência de carne: os maiores de 14 anos.

Ao Jejum: os maiores de idade (18 anos) até os 59 anos.

por que o Jejum? Fala-nos o Santo Padre:

“É necessário dar uma resposta profunda a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus.

“O abster-se da comida e a bebida tem como fim introduzir em à existência do homem não só o equilíbrio necessário, mas também também o desprendimento do que se poderia definir como “atitude consumista.

“Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. A atitude consumista! O homem, orientado para os bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo a quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com o metro adequado ao homem.

“Esta civilização de consumo ministra os bens materiais não só para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas sim cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que se deriva deles, o prazer momentâneo, uma multiplicação de sensações cada vez maior.

“O homem de hoje deve jejuar, quer dizer, abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos: jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo solo quando consegue dizer-se a si mesmo: Não. Não é a renúncia pela renúncia: mas sim para o melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo”.

6. A Confissão.

A Quaresma é tempo penitencial por excelência e portanto se apresenta como tempo propício para impulsionar a pastoral este de sacramento conforme ao que nos pediu recentemente o Santo Pai e nosso Arcebispo Primaz, já que a confissão sacramental é a via ordinária para alcançar o perdão e a remissão dos pecados graves cometidos depois do Batismo.

Não terá que esquecer que nossos fiéis sabem, por uma larga tradição eclesiástica, que o tempo de Quaresma-Páscoa está em relação com o preceito da Igreja de confessar o próprios pecados graves, ao menos uma vez ao ano. Por tudo isso, terá que oferecer horários abundantes de confissões.

7. A Quaresma e a Piedade Popular.

A Quaresma é tempo propício para uma interação fecunda entre liturgia e piedade popular. Entre as devoções de piedade popular mais freqüentes durante a Quaresma, que podemos animar estão:

A Veneração a Cristo Crucificado.

No Tríduo pascal, na sexta-feira Santa, dedicado a celebrar a Paixão do Senhor, é o dia por excelência para a “Adoração da Santa Cruz”. Entretanto, a piedade popular deseja antecipar a veneração cultual da Cruz. De fato, ao longo de todo o tempo quaresmal, na sexta-feira, que por uma antiqüíssima tradição cristã é o dia comemorativo da Paixão de Cristo, os fiéis dirigem com gosto sua piedade para o mistério da Cruz.

Contemplando ao Salvador crucificado captam mais facilmente o significado da dor imensa e injusta que Jesus, o Santo, o Inocente, padeceu pela salvação do homem, e compreendem também o valor de seu amor solidário e a eficácia de seu sacrifício redentor.

Nas manifestações de devoção a Cristo crucificado, os elementos acostumados da piedade popular como cantos e orações, gestos como a ostensão e o beijo da cruz, a procissão e a bênção com a cruz, combinam-se de diversas maneiras, dando lugar a exercícios de piedade que às vezes resultam preciosos por seu conteúdo e por sua forma.

Não obstante, a piedade em relação à Cruz, com freqüência, tem necessidade de ser iluminada. deve-se mostrar aos fiéis a referência essencial da Cruz ao acontecimento da Ressurreição: a Cruz e o sepulcro vazio, a Morte e a Ressurreição de Cristo, são inseparáveis na narração evangélica e no intuito salvífico de Deus.

A Leitura da Paixão do Senhor.

Durante o tempo de Quaresma, o amor a Cristo crucificado deverá levar a comunidade cristã a preferir na quarta-feira e na sexta-feira, sobre tudo, para a leitura da Paixão do Senhor.

Esta leitura, de grande sentido doutrinal, atrai a atenção dos fiéis tanto pelo conteúdo como pela estrutura narrativa, e suscita neles sentimentos de autêntica piedade: arrependimento das culpas cometidas, porque os fiéis percebem que a Morte de Cristo aconteceu para remissão dos pecados de todo o gênero humano e também dos próprios; compaixão e solidariedade com o Inocente injustamente açoitado; gratidão pelo amor infinito que Jesus, o Irmão primogênito, demonstrou em sua Paixão para com todos os homens, seus irmãos; decisão de seguir os exemplos de mansidão, paciência, misericórdia, perdão das ofensas e abandono crédulo nas mãos do Pai, que Jesus deu de modo abundante e eficaz durante sua Paixão.

Via Sacra.

Entre os exercícios de piedade com os que os fiéis veneram a Paixão do Senhor, há poucos que sejam tão estimados como a Via Sacra. Através deste exercício de piedade os fiéis percorrem, participando com seu afeto, a última parte do caminho percorrido pelo Jesus durante sua vida terrena: do Monte das Oliveiras, onde no “horto chamado Getsemani” (Mc 14,32) o Senhor foi “presa da angústia” (Lc 22,44), até o Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (ver Lc 23,33), ao jardim onde foi sepultado em um sepulcro novo, escavado na rocha (ver Jo 19,40-42).

Um testemunho do amor do povo cristão por este exercício de piedade são os inumeráveis Via Sacras nas Igrejas, nos santuários, nos claustros e inclusive ao ar livre, no campo, ou na ascensão a uma colina, a qual as diversas estações lhe conferem uma fisionomia sugestiva. No exercício de piedade da Via Sacra confluem também diversas expressões características da espiritualidade cristã: a compreensão da vida como caminho ou peregrinação; como passo, através do mistério da Cruz, do exílio terreno à pátria celeste; o desejo de conformar-se profundamente com a Paixão de Cristo; as exigências do seguimento de Cristo, segundo a qual o discípulo deve caminhar atrás do Mestre, levando cada dia sua própria cruz (ver Lc 9,23) portanto devemos motivar sua oração nas quartas-feiras e/ou sexta-feira de quaresma.

8. A Virgem Maria na Quaresma.

No plano salvífico de Deus (ver Lc 2,34-35) estão associados Cristo crucificado e a Virgem dolorosa. Como Cristo é o “homem de dores” (Is 53,3), por meio do qual se agradou Deus em “reconciliar consigo todos os seres: os do céu e os da terra, fazendo a paz pelo sangue de sua cruz” (Col 1,20), assim Maria é a “mulher da dor”, que Deus quis associar a seu Filho, como mãe e partícipe de sua Paixão. Dos dias da infância de Cristo, toda a vida da Virgem, participando do rechaço de que era objeto seu Filho, transcorreu sob o sinal da espada (ver Lc 2,35).

Por isso a Quaresma é também tempo oportuno para crescer em nosso amor filial Àquela que ao pé da Cruz entregou a seu Filho, e se entregou Ela mesma com Ele, por nossa salvação. Este amor filial podemos expressar durante a Quaresma impulsionando certas devoções marianas próprias deste tempo: “As sete dores de Santa Maria Virgem”; a devoção a “Nossa Senhora, a Virgem das Dores” (cuja memória litúrgico se pode celebrar na sexta-feira da V semana de Quaresma; e a reza do Santo Rosário, especialmente os mistérios de dor.

Também podemos impulsionar o culto da Virgem Maria através de Missas da Bem-aventurada Virgem Maria, cujos formulários de Quaresma podem ser usados no sábado.

V. NORMAS LITÚRGICAS COMPLEMENTARES.

1. Quarta-feira de Cinza.

A bênção e imposição da cinza se faz depois do evangelho e da homilia. Com motivo deste rito penitencial, ao começar a missa deste dia se suprime o ato penitencial acostumado. Por isso, depois que o celebrante beijou o altar, saúda o povo e, continuando, podem-se dizer as invocações, “Senhor tenha piedade”, (sem antepor outras frases, pois hoje não são o ato penitencial), e a oração coleta, e acontece com a liturgia da palavra.

Depois da homilia se faz a bênção e imposição da cinza; acabada esta, o celebrante lava as mãos e continua a celebração com a oração dos fiéis.

2. Domingo IV de Quaresma.

Por ser no domingo da alegria no caminho quaresmal para a Páscoa, durante todo no domingo IV, dos I Vésperas que se celebram na sábado anterior, é conveniente pôr flores no altar e tocar música durante as celebrações. Desta maneira se sublinha a quão fiéis esta perto a grande festa da Páscoa e que o fruto de nosso esforço quaresmal, será ressuscitar com o Senhor à vida verdadeira.

3. Feiras da V Semana de Quaresma.

As feiras da V Semana de Quaresma –antiga semana de Paixão- têm umas pequenas características próprias: sem deixar de ser tempo de Quaresma, já tomam algo da cor própria de na próxima Semana Santa e com isso inauguram, em certa maneira, a preparação do Tríduo Pascal, nos levando a contemplação da glória da cruz de Jesus Cristo.

É conveniente não esquecer que na missa, diz-se todos os dias o prefácio I da Paixão do Senhor

Vivendo a Quaresma

Durante este tempo especial de purificação, contamos com uma série de meios concretos que a Igreja nos propõe e que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.

Antes de tudo, a vida de oração, condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, se o cristão inicia um diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça divina penetre em seu coração e, a semelhança de Santa Maria, se abra à ação do Espírito cooperando com ela com sua resposta livre e generosa (ver Lc. 1,38).

Como também devemos intensificar a escuta e a meditação atenta à Palavra de Deus, a assistência freqüente ao Sacramento da Reconciliação e a Eucaristia, e mesmo a prática do jejum, segundo as possibilidades de cada um.

A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias de nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas bem, de saber oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são incômodas, de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos apresenta o dia a dia. Da mesma maneira, o saber renunciar a certas coisas legítimas nos ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Dentre as diversas práticas quaresmais que a Igreja nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos recorda São Leão Magno: "estes dias de quaresma nos convidam de maneira apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Pascoa santificados em nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de pecados".

Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles a quem temos mais próximos, no ambiente concreto em que nos movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã" (João Paulo II)

Como viver a Quaresma

1. Arrependendo-me de meus pecados e confessando-me.

Pensar em quê ofendi a Deus, Nosso Senhor, se me dói tê-lo ofendido, se estou realmente arrependido. Este é um bom momento do ano para realizar uma confissão preparada e de coração. Revise os mandamentos de Deus e da Igreja para poder fazer uma boa confissão. Sirva-se de um livro para estruturar sua confissão. Busque tempo para realizá-la.

2. Lutando para mudar:

Analise sua conduta para conhecer em quê esta falhando. Faça propósitos para cumprir dia a dia e revise à noite se os alcançou. Lembre-se de não colocar muitos propósitos porque será muito difícil cumpri-los todos . Deve-se subir as escadas de degrau em degrau, não se pode subir toda ela de uma só vez. Conheça qual é o seu defeito dominante e faça um plano para lutar contra ele. Teu plano deve ser realista, prático e concreto para poder cumpri-lo.

3. Fazendo sacrificios:

A palavra sacrifício vem do latim sacrum-facere, significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a Deus, porque o ama, coisas que dão trabalho. Por exemplo, ser amável com um vizinho com quem você não simpatiza ou ajudar alguém em seu trabalho. A cada um de nós há algo que nos custa fazer na vida de todos os dias. Se oferecemos isto a Deus por amor, estamo fazendo sacrifício.

4. Oração:

Aproveite estes dias para rezar, para conversar com Deus, para dizê-lo que o ama e que quer estar com Ele. Pode ser útil um bom livro de meditação para Quaresma. Você pode ler na Bíblia passagens relacionadas com a quaresma.

Jejum e abstinência

O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia. A abstinênica consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum. A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinqüenta e nove anos de idade.

Com estes sacrifícios, trata-se de que todo nosso ser (alma e corpo) participe em um ato onde reoconheça a necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com nossos pecados e para o bem da Igreja.

O jejum e a abstinênica podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm autoridade para determinar as diversas formas de penitência cristã.

Por que o Jejum?

É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus.

O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o eqüilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumística".

Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com a medida adequada ao homem.

Esta civilização de comumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.

O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.

Não é uma renúncia pela renúncia: mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.

Jejum e abstinência

O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia. A abstinênica consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum. A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinqüenta e nove anos de idade.

Com estes sacrifícios, trata-se de que todo nosso ser (alma e corpo) participe em um ato onde reoconheça a necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com nossos pecados e para o bem da Igreja.

O jejum e a abstinênica podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm autoridade para determinar as diversas formas de penitência cristã.

Por que o Jejum?

É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus.

O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o eqüilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumística".

Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com a medida adequada ao homem.

Esta civilização de comumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.

O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.

Não é uma renúncia pela renúncia: mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.

Jejum e abstinência

O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia. A abstinênica consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum. A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinqüenta e nove anos de idade.

Com estes sacrifícios, trata-se de que todo nosso ser (alma e corpo) participe em um ato onde reoconheça a necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com nossos pecados e para o bem da Igreja.

O jejum e a abstinênica podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm autoridade para determinar as diversas formas de penitência cristã.

Por que o Jejum?

É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem a Deus.

O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o eqüilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumística".

Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede com a medida adequada ao homem.

Esta civilização de comumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.

O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.

Não é uma renúncia pela renúncia: mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.

continua...