sábado, 27 de março de 2010

5º Domingo da Quaresma - Ano C

ENCONTRAR O SENHOR É ENCONTRAR O AMOR


"O mistério que celebramos na Páscoa não tem nada a mais do que este, que agora celebramos: é, de fato, um único mistério, assim como uma é a graça do Espírito: sempre é Páscoa. Poderias me perguntar: 'Por que, então, aquela é chamada Páscoa?' Porque naquela, Cristo padeceu por nós. Ninguém, portanto, participa àquela e a esta (Páscoa) de diferente maneira, porque único é o valor salvífico... Aquela tem alguma coisa a mais por razão de tempo, enquanto que, então, começou o dia da nossa salvação, o dia em que Cristo se ofereceu. Mas quanto ao mistério, não tem nenhuma preeminência sobre esta (que agora celebramos)".

São João Crisóstomo
Resumo das leituras:

1ª leitura (Isaías 43,16-21): “Não fiqueis a lembrar coisas passadas, não vos preocupeis com acontecimentos antigos”.

Salmo 125: Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!

2ª leitura (Filipenses 3,8-14): “Tudo eu considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”.

Evangelho (João 8,1-11): “Ele ficou sozinho e a mulher permanecia lá, no meio”.

REFLEXÃO:

A jornalista Marta Nin, publicou o livro, em espanhol, “Mujeres en camino”, onde traça o encontro de Jesus com 15 mulheres no evangelho. Marta explicou a “Zenit”, no dia 8 de março, o motivo do livro dizendo: “Todas estas mulheres têm algo de mim. No caso da prostituta, tentei me colocar em seu papel, sobretudo no desejo de ser amada, que é o desejo de todos”.

Eu imagino essa mulher, antes do encontro com Cristo, com um grandíssimo amor com minúscula, e desordenado. Ela estaria mendigando amor, porque queria saciar o seu ardente espírito. O seu amor era pecaminoso não porque amava, mas porque era um amor que ainda não se encontrava com o Amor com maiúscula. E por não ter se encontrado com o Amor verdadeiro, que é Jesus, ela estragou a sua capacidade de amar e pecou.

Caro amigo, talvez não nos identifiquemos com os atos dessa mulher, mas possivelmente com a sua atitude. Devemos nos perguntar se não vivemos entre excessos: ser estimado, aplaudido, adulado; procurar experiências excitantes com o álcool, aventuras perigosas nas quais arrisco a própria vida e a de outros; dar espaço a olhares fugazes e impuros.

De um momento para outro a vida tomou outro rumo. Não foi uma decisão pessoal, mas um encontro, o encontro com Cristo, o Amor com maiúscula. Neste momento os anseios de amor daquela mulher se viram satisfeitos. Por isso, diz o Evangelho que ela permaneceu ali, enquanto que todos desapareceram, o qual quer dizer que, a partir de então, tudo mudou na sua vida. Encontrou-se com o Amor com maiúscula. E ela deixou entrar esse Amor na sua vida. E a sua vida mudou para sempre.

Os que a acusavam deram meia volta e saíram porque reconheceram o seu pecado, mas não quiseram se corrigir, preferiram continuar a sua vida cômoda e pecaminosa. Também eles se encontraram com esse Amor com maiúscula, mas não lhe deixaram entrar nos seus corações. Ela, pelo contrário, ficou para receber o perdão e o amor de Jesus que a transformaria. Já não colocaria a sua alma à disposição dos homens, mas estaria nas mãos desse Amor, que é Jesus.

Devemos nos identificar com essa mulher adúltera neste momento, quando deixou de viver para os seus prazeres para deixar entrar esse Amor com maiúscula que tem um nome: Jesus Cristo. Já nos penitenciamos na Quaresma, agora temos que dar testemunho desse Amor superior no lar familiar, no trabalho, nos estudos, na Igreja, na sociedade.

Façamos um propósito para esta semana: deixar que Cristo, o Amor com maiúscula entre no meu coração, na minha família, no meu trabalho, nas minhas amizades.

Sem. Antonio Maldaner, LC
Fonte: www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/smartsection/item.php?itemid=663

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