domingo, 7 de março de 2010

2º Domingo da Quaresma - Ano C

SOBRE A CRUZ, SE APRENDE A AMAR


"Assim como a multidão de grãos se encontra, se moe e se mistura num só pão; assim em Cristo, que é o Pão do Céu, temos que reconhecer um só corpo, ao que está unido a nossa multidão de fiéis".

São Cipriano


Resumo das leituras:

1ª leitura (Gênesis 15,5-12. 17-18): Deus fez Aliança com Abrão, homem de fé.

Salmo 26: O Senhor é minha luz e salvação!

2ª leitura (Filipenses 3,17-4,1): Cristo transformará o nosso corpo e o tornará semelhante ao seu Corpo Glorioso.

Evangelho (Lucas 9,28b-36): "Falavam de sua partida que iria se consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros viram sua glória".

REFLEXÃO:

“É a tua face, Senhor, que eu procuro” (Salmo 27). Pedro, Tiago e João a contemplaram, em seu esplendor, no Monte Tabor. Aquele rosto devia ser mais belo que o sol e branco como a luz. Estavam tão maravilhados que lhes pareceu estarem no céu.

A palavra grega empregada para manifestar a ação de transformação do rosto é “metamorfoseo”. Tal palavra também aparece em São Paulo para indicar a nossa futura ressurreição. Mas, ao se tratar de um ato glorioso, por que é que esta passagem evangélica está dentro da quaresma?

A cruz é o caminho da Glória. Em quanto a tecnologia se esforça por evitar todo sofrimento, eu me pergunto: quem não sofre? Todos carregam uma cruz à sua medida, de forma que não sou o único a carregá-la, todos têm a sua. Uma coisa é certa, essa cruz é grande em todos os casos porque a todos exige sacrifício.

Façamos um exercício de imaginação. Duas pessoas carregavam uma enorme cruz. Um deles ia cortando aos poucos a sua cruz à medida que avançava, de tal forma que ficasse mais leve; o outro, pelo contrário, permaneceu fiel à sua cruz, levando o seu peso com perseverança. Cada um seguiu o seu caminho em direção à meta. Num determinado momento, chegaram a um precipício e, então, só aquele que continuava com a sua enorme cruz pôde usá-la como ponte para cruzar o precipício. O outro, pelo contrário, ficou com a sua cruz diminuta e inservível para se salvar.

A cruz que cada um leva é uma inseparável companheira, é a nossa passagem de ingresso à Glória. Posso levá-la de muitas formas: ignorá-la como se não a tivesse, aborrecê-la resignado ou recortar pedaços dela fugindo do seu peso. Nestes casos, a cruz perde todo o seu sentido e valor.

SÓ ABRAÇANDO A CRUZ COM AMOR, SEREI VERDADEIRAMENTE FELIZ.

É assim que darei sentido à vida, à cruz que Deus dispôs para mim. Se quisermos viver com rosto radiante e contemplarmos o rosto de Cristo, esse é o caminho.

Cristo derramou o Seu Sangue por mim; eu em troca, como demonstrarei que também O amo? Só cumprindo a Vontade de Deus com amor, alegria e entusiasmo é que saldo a minha dívida de amor com Ele.

“Senhor, fazei que eu não fuja do que me custa, mas dai-me a graça de levar a cruz com grande amor”.

Façamos o propósito de enfrentar as nossas responsabilidades da semana com amor.

Sem. Antonio Maldaner, LC
Fonte: www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/smartsection/item.php?itemid=639

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