sábado, 18 de dezembro de 2010

II Domingo do Advento (Ano A)



Roteiro Homilético – II Domingo do Advento (Ano A)

RITOS INICIAIS

Is 30, 19.30

Antífona de entrada: Povo de Sião: eis o Senhor que vem salvar os homens. O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa na alegria dos vossos corações.

Não se diz o Glória.

Introdução ao espírito da Celebração

No Evangelho desta Eucaristia, São João Baptista faz este apelo: «Arrepende-vos», isto é, reconhecei que sois pecadores, reconhecei que tendes pecados e, com a ajuda de Jesus, procurai obter o perdão dos pecados. Jesus veio ao mundo para tirar o pecado do mundo. Sendo assim, o verdadeiro arrependimento levar-nos-á a uma confissão bem feita. Nesta quadra do Advento, sobretudo a partir do dia 10 de Dezembro, os sacerdotes estarão muitas horas no confessionário. Natal sem confissão e comunhão Eucarística não é verdadeiro Natal.

Oração colecta: Concedei, Deus omnipotente e misericordioso, que os cuidados deste mundo não sejam obstáculo para caminharmos generosamente ao encontro de Cristo, mas que a sabedoria do alto nos leve a participar no esplendor da sua glória. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Liturgia da Palavra

Primeira Leitura

Monição: Isaías, neste texto Messiânico, apresenta Jesus como: «Aquele que julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes do povo».

Isaías 11, 1-10

Naquele dia, 1sairá um ramo do tronco de Jessé e um rebento brotará das suas raízes. 2Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor de Deus. 3Animado assim do temor de Deus, não julgará segundo as aparências, nem decidirá pelo que ouvir dizer. 4Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes do povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro dos seus lábios exterminará o ímpio. 5A justiça será a faixa dos seus rins e a lealdade a cintura dos seus flancos. 6O lobo viverá com o cordeiro e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro e o leãozinho andarão juntos e um menino os poderá conduzir. 7A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a lado; e o leão comerá feno como o boi. 8A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra e o menino meterá a mão na toca da víbora. 9Não mais praticarão o mal nem a destruição em todo o meu santo monte: o conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas enchem o leito do mar. 10Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as nações virão procurá-la e a sua morada será gloriosa.

O texto da leitura é um dos mais belos poemas do messianismo davídico, e uma das mais notáveis profecias messiânicas de todo o A.T.; faz parte do chamado «Livro do Emanuel», sete capítulos de Isaías de singular densidade messiânica (Is 6 – 12).

1 «Jessé» (Yixái, na Bíblia hebraica) é o pai de David, o «tronco» que deu origem a um «rebento», um ramo, que é o Messias, Jesus Cristo.

2 «Sobre ele repousará o Espírito do Senhor» (cf. Mt 3, 16; Lc 4, 18). Neste texto fundamenta-se o número septenário da Teologia dos dons do Espírito Santo. Podia alguém estranhar que na tradução não se fale do «espírito de piedade», como na tradução dos LXX e na Vulgata. Mas a letra do original hebraico (sem variantes) não regista a «piedade», tendo sido seguido pela Neovulgata e pela nossa tradução litúrgica. No entanto o suposto acrescento (para se obter o número 7, número de plenitude) da tradução grega dos LXX e da latina de S. Jerónimo não é arbitrário; com efeito, há no original hebraico uma repetição do «temor de Deus», nos vv. 2 e 3, e o termo hebraico «yiráh» tanto pode significar «reverência» como «temor», e daí a tradução no v. 2 por «piedade» e no v. 3 por «temor». Como o espírito do temor de Yahwéh de que aqui se fala é sem dúvida o do temor filial, pode considerar-se legítimo o desdobramento ou explicitação feita pelo tradutor grego dos LXX (que alguns antigos e modernos consideram inspirado), no que foi seguido por S. Jerónimo, na Vulgata.

5 A figura da «faixa» e da «cintura» é um hebraísmo com que se designa a actividade, uma vez que estas se costumam usar para cingir a roupa a fim de se trabalhar mais expeditamente. A expressão corresponde pois a dizer que o Messias «actuará com justiça e lealdade».

6-9 A paz que trará o Messias é descrita deste modo paradisíaco e idílico tão belo, diríamos que ideal e utópico. No entanto, a paz que Cristo traz aos corações e à própria Humanidade supera o que as imagens fazem supor: é «um rio de paz» (cf. Is 66, 12).

10 «A raiz de Jessé», isto é, o Messias, descendente do rei David, filho de Jessé, unirá todos os povos sob um único estandarte, daí o chamar-lhe a «bandeira dos povos» (gentios), que serão atraídos («virão procurá-la») a Cristo na sua Igreja.

Salmo Responsorial Salmo 71 (72), 2.7-8.12-13.17 (R. cf. 7)

Monição: Este Salmo, também Messiânico, como que sintetiza o texto de Isaías, da Eucaristia de hoje, em certos aspectos.

Refrão: Nos dias do Senhor nascerá a justiça e a paz para sempre.

Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.

Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra.

Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.

O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos da terra o hão-de bendizer.

Segunda Leitura

Monição: Cristo vem salvar judeus e gentios. Devemos acolher os outros como Jesus nos acolheu, para glória de Deus.

Romanos 15, 4-9

Irmãos: 4Tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nossa instrução, a fim de que, pela paciência e consolação que vêm das Escrituras, tenhamos esperança. 5O Deus da paciência e da consolação vos conceda que alimenteis os mesmos sentimentos uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, 6para que, numa só alma e com uma só voz, glorifiqueis a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. 7Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para glória de Deus. 8Pois Eu vos digo que Cristo Se fez servidor dos judeus, para mostrar a fidelidade de Deus e confirmar as promessas feitas aos nossos antepassados. 9Por sua vez, os gentios dão glória a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: «Por isso eu Vos bendirei entre as nações e cantarei a glória do vosso nome».

A leitura é um pequeno trecho da 2ª parte, a parte moral, final da Epístola (Rom 12 – 16), que termina apresentando o exemplo de Cristo, feito «servidor» de todos, judeus e gentios; para com os judeus mostrando a fidelidade divina (v. 8) e para com os gentios mostrando a sua misericórdia (v. 9).

4 S. Paulo acentua o valor e utilidade da Sagrada Escritura, como em 2 Tim 3, 16. A sua leitura e meditação produz frutos muito concretos: «a paciência» e a «consolação», que levam a manter firme a «esperança» em Deus.

Aclamação ao Evangelho

Lc 3, 4.6

Monição: Façamos tudo, quanto de nós depende, para que toda a criatura veja a salvação que Deus oferece.

Aleluia

Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas e toda a criatura verá a salvação de Deus.

Evangelho

São Mateus 3, 1-12

1Naqueles dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, 2dizendo: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus». 3Foi dele que o profeta Isaías falou, ao dizer: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». 4João tinha uma veste tecida com pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre. 5Acorria a ele gente de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região do Jordão; 6e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. 7Ao ver muitos fariseus e saduceus que vinham ao seu baptismo, disse-lhes: «Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? 8Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais. 9Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é o nosso pai’, porque eu vos digo: Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão. 10O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo. 11Eu baptizo-vos com água, para vos levar ao arrependimento. Mas Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo. 12Tem a pá na sua mão: há-de limpar a eira e recolher o trigo no celeiro. Mas a palha, queimá-la-á num fogo que não se apaga».

Os quatro Evangelhos coincidem em que a pregação de Jesus é precedida de uma preparação do povo com a pregação de João Baptista, como o último dos profetas que anuncia imediatamente a vinda de Jesus. A referência ao local onde pregava – «no deserto» – não parece ser uma simples indicação topográfica, mas parece ir mais longe, com a alusão ao lugar onde teve início o antigo povo de Deus, com a aliança do Sinai. De qualquer modo, o deserto da Judeia não significa uma zona literalmente desértica, mas uma região árida e de pouca vegetação. Não é descabido pensar que João, de família sacerdotal, tivesse aderido ao movimento renovador dos essénios.

2 «Arrependei-vos». O texto original também se podia traduzir por convertei-vos, isto é, mudai o coração, mudai o pensar (metanoeîte); não se trata de um mero mudar de rumo na vida, mas duma atitude interior de sincero arrependimento, a atitude de quem se reconhece pecador e humildemente vai rectificar, mesmo à custa de sacrifício (penitência); daí a tradução da Vulgata e da Neovulgata (poenitentiam agite).

«Reino dos Céus», expressão habitual em S. Mateus, equivalente a Reino de Deus, mas evitando pronunciar o nome inefável de Deus. «Está perto o reino…», isto é,uma especialíssima intervenção salvadora de Deus, para estabelecer o seu soberano domínio misericordioso, que libertará o homem da escravidão do pecado, do demónio e da morte. Este reino, ou reinado de Deus, manifesta-se na palavra, obra e sobretudo na própria Pessoa de Cristo, que é quem o vem realizar no grau mais elevado e mais puro, sem as excrescências materialistas do nacionalismo teocrático (como pensavam os judeus contemporâneos do Senhor). Mas o reino de Deus só terá a sua perfeita consumação quando Jesus Cristo vier pela segunda vez no fim dos tempos (cf. 1 Cor 15, 24). Neste tempo intermédio, entre as duas vindas do Senhor, a Igreja é já o reino de Deus, enquanto que é a comunidade salvífica, presença sacramental de Cristo a congregar e conduzir os homens à salvação eterna (cf. Vaticano II, LG 5).

3 «Uma voz daquele que clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor…’». Segundo o texto de Isaías, aquele que clama é o Profeta, um arauto de Deus (uma figura do Baptista), a incitar a abrir o caminho do regresso do exílio, um caminho de Deus, isto é, um caminho que Deus proporciona ao seu povo que Ele quer reconduzir e salvar. Este regresso é concebido como um novo Êxodo, daí a referência ao deserto, noção muito rica: lugar privilegiado de encontro com Deus, de aliança, de purificação, de desinstalação, de preparação para a entrada na terra prometida. Por isso era também no deserto que os essénios de Qumrã e de outros lugares se preparavam naqueles tempos para a vinda do Messias; no deserto pregava João e para o deserto se retirou Jesus no início da sua vida pública.

4-5 Nunca se diz que João vestia uma pele de camelo, como às vezes se pensa, mas que se vestia com «pêlos (ou lã) de camelo». O mel silvestre não parece ser mel de abelhas selvagens, mas algum insípido melaço segregado por plantas daquela zona, talvez da tamargueira, abundante junto a Jericó, nas margens do Jordão, onde João baptizava. A pregação de João, o seu estilo de vida e até a própria apresentação à maneira do profeta Elias (cf. 2 Reis 1, 8) eram de molde a produzir tal impacto que arrastava as multidões, como também atesta um autor judeu da época (Flávio José, Antiquitates, 18, 5,2).

11 O baptismo de João não tinha a força de produzir na alma a graça da justificação e só valia enquanto punha em evidência as boas disposições do sujeito e as confirmava, ajudando as pessoas a disporem-se para a iminente chegada do Messias. O Baptismo de Jesus é «no Espírito Santo e em fogo»: tem a virtude de produzir a graça pela acção de Cristo no sujeito e não pelos méritos de quem o recebe ou administra. O fogo parece ser antes uma imagem da eficácia purificadora e renovadora do Espírito Santo na alma do baptizado. Autores há que pensam que talvez o Baptista se movesse num plano veterotestamentário, não designando o Baptismo de água, mas uma grande efusão do Espírito Santo para os que se arrependessem e um fogo condenatório (v. 12) para os impenitentes. Isto não parece tão provável, nem é tão óbvio. Note-se que nem o baptismo de João, nem o de Jesus aparecem como algo estranho ou chocante: inseriam-se nos costumes diários dos Judeus que praticavam muitas abluções rituais, nomeadamente o baptismo dos prosélitos, que da gentilidade abraçavam o judaísmo.

Sugestões para a homilia

1. O texto do Profeta Isaías, com carácter messiânico, é extraordinariamente rico. Vejamos:

a) Sobre Jesus repousará o Espírito do Senhor;

b) Não julgará segundo as aparências; nem decidirá pelo que ouvir dizer;

c) Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes do povo;

d) Com o sopro dos seus lábios exterminará o ímpio;

e) Não mais praticarão o mal nem a destruição;

f) O conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas enchem o leito do mar;

g) Jesus surgirá como bandeira dos povos; as nações virão procurá-la e a sua morada será gloriosa.

Assim Isaías descreve os Bens Messiânicos.

Deles participamos neste mundo, de modo mais ou menos perfeito. Só na eternidade, com a visão de Deus, seremos felizes para sempre. Isto nos diz o Salmista em poucas palavras: «No dia Senhor nasce a justiça e a paz para sempre».

2. Sem esquecer que Jesus Se fez servidor dos judeus, para mostrar a fidelidade de Deus e confirmar as promessas feitas aos seus antepassados»; «Por sua vez, os gentios dão glória a Deus pela Sua misericórdia, como está escrito».

Destes versículos da Epístola de São Paulo aos Romanos conclui-se que Cristo veio ao mundo para a todos salvar.

Mas, desta mesma Epístola, não esqueçamos a seguinte recomendação: «Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para glória de Deus». Como este pormenor é importante em nossos dias! Constantemente se fala de acolhimento!

Claro que as pessoas, na sua maioria, quando falam de acolhimento é para sublinhar a forma como não acolhidas. Ai dos funcionários públicos, e dos empregados de qualquer género de serviços que não recebem os clientes com um sorriso, com toda a delicadeza e sem perda de tempo!

Quem é exigente com os outros também o será consigo, quando se trata de acolher?

Considero importantíssimo que vejamos o acolhimento a nível de cada Família, Maridos, Esposas, Pais, Filhos, Avós, Netos, como os acolheis? Há muitas Famílias em crise, porque se falha no acolhimento.

A Esposa não é bem acolhida porque chega a casa e ela ainda está deserta. O Marido não é bem acolhido porque a esposa espera um beijo dele e o Marido espera o beijo dela.

Mas ninguém quis ser o primeiro. E não houve beijo. Com os Filhos vai acontecer a mesma coisa.

De novo interrogo: Como se escolhem, em Família, na hora da refeição? Há tempo para diálogo ou já só vêem televisão?

É preciso acolher como Cristo nos acolhe: amando primeiro, desculpando, ouvindo, aconselhando, sabendo perdoar, dando parabéns, etc.

Este tema parece banal mas não é.

Quem não sabe acolher, corre o perigo de quase tudo deitar a perder.

3. Quanto ao Santo Evangelho, nada mais acrescentaria ao que se disse na Introdução ao Espírito da Celebração.

Mas será fácil convencer os cristãos, de hoje, de que têm pecados?

Não será ainda mais difícil conseguirem tempo e coragem para se confessarem?

Devemos rezar muito para que os cristãos vejam no Sacramento da Penitência uma bênção. Confessar-se é a forma mais simples, e eficaz, de nos libertarmos de muitos pesadelos!

Ao dar a Comunhão, no dia de Natal, o Sacerdote e os Ministros Extraordinários da Eucaristia, devem proferir as palavras, «O Corpo de Cristo», de tal forma, que se veja em cada pessoa, que comunga, um Presépio vivo. Presépio vivo? Sim! Cristo vai contigo, após recebê-Lo, e Nossa Senhora, São José e os Anjos fazem-te guarda de honra.

O Deus Menino está em teu coração. Haverá presépio mais vivo?

Como Nossa Senhora ficará contente a ver tantos filhos seus a «Comungar o Deus que se fez Menino».

Liturgia Eucarística

Oração sobre as oblatas: Olhai benignamente, Senhor, para as nossas humildes ofertas e orações e, como diante de Vós não temos méritos, ajudai-nos com a vossa misericórdia. Por Nosso Senhor…

Prefácio do Advento I: p. 453 [586-698] ou I/A p. 454

Santo: Santo I, H. Faria, NRMS 103-104

Monição da Comunhão: Através da Comunhão frequente, se veja, em todos os ambientes, que vale a pena fazê-lo, porque nessas pessoas se vê o Cristo vivo.

Antífona da comunhão: Levanta-te, Jerusalém, sobe às alturas e vê a alegria que vem do teu Deus.

Oração depois da comunhão: Saciados com o alimento espiritual, humildemente Vos pedimos, Senhor, que, pela participação neste sacramento, nos ensineis a apreciar com sabedoria os bens da terra e a amar os bens do Céu. Por Nosso Senhor…

Ritos Finais

Monição final: Ide em Paz e o Senhor vos acompanhe. Não vos esqueçais de falar aos vossos amigos, a muitas pessoas, do Natal que se aproxima e da forma como dever ser vivido pelos cristãos.

Homilias Feriais

2ª SEMANA

2ª feira, 10-XII: A cura das nossas ‘paralisias’.

Is 35, 1-10 / Lc 5, 17-26

Então os olhos dos cegos hão-de abrir-se, e descerrar-se os ouvidos dos surdos. Então o coxo saltará de alegria.

Conforme é anunciado pelo profeta, a vinda do Messias será acompanhada por acontecimentos extraordinários (cf. Leit). De entre eles, destacam-se aqui o perdão dos pecados e a cura de um paralítico (cf. Ev).

Deixemos que o Messias cure as nossas paralisias e as dos nossos amigos: o afastamento de Deus, dos sacramentos e da vida de oração, a pouca ajuda na vida familiar, a preguiça no trabalho, etc. E que perdoe igualmente os nossos pecados, aproximando-nos do sacramento da Penitência.

3ª feira, 11-XII: Os cuidados do Bom Pastor.

Is 40, 1-11 / Mc 18,121-14

Olhai que o Senhor Deus vai chegar com poder… É como o pastor que apascenta o seu rebanho.

De acordo com as palavras do profeta, o Messias será o bom Pastor, que cuida de todas as ovelhas do seu rebanho (cf. Leit). E Jesus diz que exercitará essa tarefa, procurando que todas as ovelhas se salvem (cf. Ev).

Preparemos a vinda do Senhor, através de pequenas conversões: aquilo em que falhámos deve ser compensado; os altos e baixos devem transformar-se de modo a que o nosso dia seja mais equilibrado (cf. Leit). Renovemos igualmente os actos de contrição, ao longo do dia, sempre que alguma coisa não correr bem, pois é um sinal de conversão.

4ª feira, 12-XII: Ajuda aos cansados.

Is 40, 25-31 / Mt 11, 28-30

Os que esperam no Senhor, recuperam as forças… crescem sem se fatigarem, caminham sem se cansarem.

De acordo com esta profecia, o Messias haveria de ajudar todos os cansados (cf. Leit). É o mesmo convite dirigido por Jesus: «vinde a mim todos os que vos afadigais» (Ev.).

Aquilo que realmente pesa são os nossos pecados, são os nossos problemas que queremos resolver sem a ajuda de Deus. O Senhor é quem quer tornar leve o homem: dá força a quem anda exausto; dá esperança aos desanimados; ajuda os que se queixam da dureza da vida (cf. Leit). Ajudemos nós também aqueles que andam sobrecarregados pelos seus problemas pessoais ou familiares.

5ª feira, 13-XII: S. Luzia: Fonte de fortaleza e fertilidade.

Is 41, 13-20 / Mt 11, 11-15

Irás bater e triturar os montes, reduzir as colinas a palha.

O Messias vem a ser uma fonte de fortaleza, para ultrapassarmos os obstáculos, e uma fonte de fertilidade (cf. Leit). Jesus louva o seu Precursor, João Baptista, como exemplo desta virtude (cf. Ev).

Precisamos da virtude da fortaleza para vencermos as dificuldades do dia a dia; para superarmos aquilo que nos custa e cumprirmos os nossos deveres; para não desistirmos de fazer aquilo que é árido ou não apetece fazer (cf. Leit). Santa Luzia sofreu o martírio, graças a uma fortaleza emprestada, concedida por Deus a quem o põe à frente de tudo.

6ª feira, 14-XII: S. João da Cruz: Felicidade e palavra de Deus.

Is 48, 17-19 / Mt 11, 16-19

Oh! Se tivesses atendido às minhas ordens, o teu bem-estar seria como um rio, e a tua prosperidade, como as ondas do mar.

Isaías anuncia que a nossa felicidade está ligada ao acolhimento da palavra de Deus (cf. Leit). Infelizmente nem Jesus nem João Baptista foram bem acolhidos no seu tempo (cf. Ev).

Ante a expectativa da vinda do Messias aceitar cada vez melhor os seus ensinamentos, (cf. Leit). Pelo contrário, não imitemos o comportamento dos pagãos nem sigamos os seus conselhos (cf. S. Resp). S. João da Cruz ensinou-nos que o caminho da felicidade passa pelo amor à cruz

Sábado, 15-XII: O profeta Elias, outro Precursor do Messias.

Sir 48, 1-4. 9-11 / Mt 17, 10-13

Como tu brilhaste, Elias, pelos teus prodígios!… Foste preparado em ordem ao futuro.

Em ambas leituras é recordada a figura de profeta Elias. Também ele realizou grandes prodígios, graças ao poder divino: ressuscitou o filho da viúva de Sarepta, fez descer o fogo de Deus sobre o holocausto do Monte Carmelo. O seu nome significa: O Senhor é o meu Deus!

A palavra de Elias queimava como um facho ardente (Leit). De modo semelhante as palavras de Jesus queimavam os discípulos de Emaús, enquanto lhes falava pelo caminho. Animemo-nos a pegar fogo à terra com a palavra e Deus., dirigida aos nossos amigos e familiares.

Celebração e Homilia: Fernando Silva
Nota Exegética: Geraldo Morujão
Homilias Feriais: Nuno Romão
Sugestão Musical: Duarte Nuno Rocha

Fonte: Celebração Litúrgica

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