domingo, 11 de abril de 2010

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA

Comemoração litúrgica: Primeiro domingo depois da Páscoa

A Festa da Divina Misericórdia que ocorre no primeiro domingo depois da Páscoa, estabelecida oficialmente como festa universal pelo Papa João Paulo II.

"Por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá experimentar nos anos que virão" (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de Maio de 2000).

Encontra suas origens em Santa Maria Faustina Kowalska, que na década de 30 obteve de Jesus, revelações acêrca da instituição dessa festa no seio da Igreja, bem como profecias e manifestações que o próprio Cristo mandou que as escrevesse e retransmitisse à humanidade. Foi Jesus quem pediu a instituição da festa da Divina Misericórdia a Santa Faustina. Jesus se refere a ela 14 vezes, expressando o imenso desejo do Seu Coração Misericordioso de distribuir, neste dia, as Suas graças.

"Nenhuma alma terá justificação, enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 570).

"Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia; a alma que se confessar e comungar alcançará o perdão total das culpas e castigos; nesse dia estão abertas todas as comportas Divinas, pelas quais fluem as graças;
"Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate. A minha misericórdia é tão grande que por toda a eternidade não a aprofundará nenhuma mente, nem humana, nem angélica. Tudo que existe saiu das entranhas da minha misericórdia" (Diário, 699).

"Dize à humanidade que sofre que se aproxime do meu coração misericordioso, e eu a cumularei de paz (Diário 1074)

Irmã Faustina era polonesa, natural da vila de Glogowiec, perto de Lodz, a terceira de uma prole de dez filhos. Aos vinte anos entrou para a Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, cujas irmãs se dedicavam à assistência de moças desvalidas ou em perigo de seguir o mau caminho. Em 1934, por indicação de seu diretor espiritual, iniciou um diário que intitulou "A divina misericórdia em minh'alma". A narração pormenorizada de profundas revelações e de experiências espirituais extraordinárias revela o modo pelo qual Nosso Senhor deseja incumbi-la de uma missão particularíssima - ou seja - a de relançar no mundo a mensagem da sua misericórdia unida a novas formas de culto quais sejam uma imagem e uma festa comemorativa.

A missão da irmã Faustina iniciou-se em 1931, quando o misericordioso Salvador lhe aparecer em característica visão: Ela vira de fato Jesus envolto em uma túnica branca. Tinha a mão direita alçada no ato de abençoar, enquanto a esquerda pousava no peito, onde a túnica levemente aberta deixava sair dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. A irmã fixou em silêncio o olhar surpreso no Senhor: a sua alma, de início espantada, sentia progressivamente exultante felicidade. Disse-lhe Jesus:

"Pinta uma imagem de acordo com o modelo que vês com a inscrição embaixo: Jesus, eu confio em Vós! Desejo que esta imagem seja venerada primeiro na vossa capela e depois no mundo inteiro.

"Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também a vitória sobre os inimigos já nesta terra mas especialmente na hora da morte. Eu mesmo a defenderei com a minha própria glória."

"Ofereço aos homens um recipiente com o qual deverá vir buscar graças na fonte da misericórdia. O recipiente é esta própria imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós!"

A pedido de seu diretor espiritual, irmã Faustina perguntou ao Senhor qual era o significado dos dois raios que tanto se destacavam na imagem:

"Os dois raios representam o sangue e a água. O raio pálido representa a água que justifica as almas, o vermelho representa o sangue, vida das almas. Ambos os raios saíram das entranhas da minha misericórdia quando na cruz, o meu coração agonizante na morte foi aberto com a lança".

"Estes raios defendem as almas da ira do meu Pai. Feliz aquele que viver sob a proteção deles, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus."

Em outras ocasiões, Jesus voltou a falar sobre a imagem:

"O meu olhar naquela imagem é igual ao meu olhar na Cruz"

"Mediante esta imagem concederei muitas graças às almas; ela deve recorrer às exigências da minha misericórdia, pois que a fé, mesmo se fortíssima, nada adiantará sem as obras".

"Não na beleza da cor, nem na habilidade do artista, mas na minha graça está o valor desta imagem"

TRÊS HORAS DA TARDE: HORA DA MISERICÓRDIA

"Às três da tarde, implora à minha misericórdia, especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a minha Paixão, sobretudo sobre o abandono em que me encontrei no momento da minha agonia. Esta é uma hora de grande misericórdia para o mundo inteiro. Nesta hora não negarei nada a alguma que me pedir em nome da minha Paixão. (n. 59)

"Todas as vezes que ouvires soar três horas da tarde, mergulhe toda na minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Invoca a sua onipotência para o mundo inteiro, especialmente para os pobres pecadores porque é nessa hora que estará largamente aberta para cada alma. Naquela hora obterás tudo para ti e para os outros. Naquela hora o mundo inteiro recebeu uma grande graça: A misericórdia venceu a justiça.

"Procura nessa hora realizar a Via Sacra, se os teus deveres não te impedirem. Se não for possível vai um momento à capela e venera o meu Coração cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes ir à capela, recolhe-te um momento em oração no lugar onde te encontrares.

Eis uma invocação que se pode dizer às três horas da tarde e que Irmã Faustina repetia freqüentemente durante o dia, para renovar a sua consagração à Divina Misericórdia:

"Ó Sangue e Água que jorras do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, confio em Vós".

NOVENA DA DIVINA MISERICÓRDIA

Jesus solicitou à Irmã Faustina preparar-se para a festa da misericórdia iniciando uma novena na Sexta-feira Santa para concluí-la na Vigília do domingo posterior à Páscoa, oferecendo-a nas prescritas intenções: "Para a conversão do mundo, de modo que toda alma conheça a misericórdia so Senhor e glorifique a sua infinita bondade". Mas a cada dia da novena Jesus mesmo pede uma intenção particular, sempre acrescida de uma invocação dirigira à misericórdia do Coração de Jesus. E fez à Santa Faustina esta promessa:

"Desejo que durante estes nove dias tu conduzas as almas à fonte da minha misericórdia, a fim de que recebam força, alívio e todas as graças a elas necessárias nas fadigas da vida, mas especialmente na hora da morte. Em cada dia conduzirás ao meu coração um diferente grupo de almas e as imergirás no oceano da minha misericórdia. Eu introduzirei todas as almas na casa do meu Pai. Realizarás esta tarefa nesta vida e na futura. Por minha parte, nada negarei a nenhuma daquelas almas que tu conduzirás à fonte da minha misericórdia. Todos os dias pedirás, ao meu pai, pela minha amarga Paixão, graças para estas almas."

Nesta Novena , nós rezamos pelas intenções que Nosso Senhor Jesus Cristo indicou, rezando cada dia por um grupo de almas que Ele quer trazer ao Seu Coração. Esta Novena prepara nossa alma para a Festa da Divina Misericórdia. A seguir estão as intenções que Nosso Senhor ditou para cada dia da Novena:

- : - : - : - : - : -: - PRIMEIRO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me a humanidade inteira, especialmente todos os pecadores e mergulha-os no oceano da minha Misericórdia. Com isso Me consolarás na amarga tristeza em que Me afunda a perda das almas.

Misericordiosíssimo Jesus, de quem é próprio ter compaixão de nós e nos perdoar, não olheis os nossos pecados, mas a confiança que depositamos em Vossa infinita bondade. Acolhei-nos na mansão do vosso compassivo Coração e nunca nos deixeis sair dele.Nós vo-lo pedimos pelo amor que Vos une ao Pai e ao Espírito Santo.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para toda humanidade, encerrada no Coração compassivo de Jesus, mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão, mostrai-nos a Vossa Misericórdia, para que glorifiquemos a onipotência da Vossa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

- : - : - : - : - : -: - SEGUNDO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me as almas dos sacerdotes e religiosos e mergulha-as na minha insondável Misericórdia.

Elas Me deram força para suportar a amarga Paixão. Por elas, como por canais, corre para a humanidade a minha Misericórdia.

Misericordiosíssimo Jesus, de quem provém tudo que é bom, aumentai em nós a graça, para que pratiquemos dignas obras de misericórdia, a fim de que aqueles que olham para nós, glorifiquem o Pai da Misericórdia que está no Céu.


Eterno Pai, dirigi o olhar da vossa Misericórdia para a porção eleita da vossa vinha: Para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da vossa bênção e, pelos sentimentos do Coração de vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação e juntamente com eles cantar a glória da vossa insondável Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

- : - : - : - : - : -: - TERCEIRO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me todas as almas piedosas e fiéis e mergulha-as no oceano da minha Misericórdia.
Estas almas consolaram-Me na Via-sacra; foram aquela gota de consolações em meio ao mar de amarguras.

Misericordiosíssimo Jesus, que concedeis prodigamente a todas as graças do tesouro da vossa Misericórdia, acolhei-nos na mansão do vosso compassivo Coração e não nos deixeis sair dele pelos séculos; Suplicamo-Vos pelo amor inconcebível de que está inflamado o vosso Coração para com o Pai Celestial.


Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas fiéis, como a herança do vosso Filho. Pela sua dolorosa Paixão concedei-lhes a vossa bênção e cercai-as da vossa incessante proteção, para que não percam o amor e o tesouro da santa fé, mas com toda a multidão dos Anjos e dos Santos glorifiquem a vossa imensa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

- : - : - : - : - : -: - QUARTO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não Me conhecem e nos quais pensei na minha amarga Paixão. O seu futuro zelo consolou o meu Coração. Mergulha-os no mar da minha Misericórdia.

Misericordiosíssimo Jesus, que sois a luz de todo o mundo, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas dos pagãos que ainda não Vos conhecem.Que os raios da vossa graça os iluminem para que também eles, juntamente conosco, glorifiquem as maravilhas da vossa Misericórdia e não os deixeis sair da mansão do vosso compassivo Coração.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas dos pagãos e daqueles que ainda não Vos conhecem e que estão encerrados no Coração compassivo de Jesus.Atraí-as à luz do Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é amar-Vos.Fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da vossa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

- : - : - : - : - : -: - QUINTO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me as almas dos Cristãos separados da Unidade da Igreja e mergulha-as no mar da minha Misericórdia. Na minha amarga Paixão dilaceravam o meu Corpo e o meu Coração, isto é, a minha Igreja. Quando voltam à unidade da Igreja, cicatrizam-se as minhas Chagas e dessa maneira eles aliviam a minha Paixão.

Misericordiosíssimo Jesus que sois a própria Bondade, Vós não negais a luz àqueles que Vos pedem, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas dos nossos irmãos separados, e atraí-os pela vossa luz à unidade da Igreja e não os deixeis sair da mansão do vosso compassivo Coração, mas fazei com que também eles glorifiquem a riqueza da vossa Misericórdia.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas dos nossos irmãos separados que esbanjaram os vossos bens e abusaram das vossas graças, permanecendo teimosamente nos seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor do vosso Filho e para a sua amarga Paixão, que suportou por eles, pois também eles estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Fazei com que também eles glorifiquem a vossa Misericórdia por toda a eternidade. Amém.

- : - : - : - : - : -: - SEXTO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me as almas mansas e humildes, assim como as almas das criancinhas e mergulha-as na minha Misericórdia. Estas almas são as mais semelhantes ao meu Coração. Elas me reconfortaram na minha amarga Paixão da minha agonia. Vi que no futuro iriam velar junto aos meus altares como anjos terrestres. Sobre elas derramo torrentes de graças. Só a alma humilde é capaz de aceitar a minha graça; às almas humildes favoreço com a minha confiança.

Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes: "Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração", aceitai na morada do vosso compassivo Coração as almas mansas e humildes e as almas das criancinhas.
Essas almas encantam o Céu todo e são a especial predileção do Pai Celestial, são como um ramalhete diante do trono de Deus, com cujo perfume o próprio Deus se deleita. Estas almas têm morada permanente no Coração compassivo de Jesus e cantam sem cessar um hino de amor e misericórdia pelos séculos.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas mansas e humildes e para as almas das criancinhas, que estão encerradas na morada compassiva do Coração de Jesus. Essas almas são as mais semelhantes a vosso Filho; o perfume destas almas eleva-se da Terra e alcança o vosso trono. Pai de Misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e predileção que tendes para com estas almas, abençoai o mundo todo, para que todas as almas cantem juntamente a glória à vossa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

- : - : - : - : - : -: - SÉTIMO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me as almas que veneram e glorificam de maneira especial a minha Misericórdia e mergulha-as na minha Misericórdia. Estas almas foram as que mais sofreram por causa da minha Paixão e penetraram mais profundamente no meu espírito. Elas são a imagem viva do meu Coração compassivo. Estas almas brilharão com especial fulgor na vida futura. Nenhuma delas irá ao fogo do Inferno; defenderei cada uma delas de maneira especial na hora da morte.

Misericordiosíssimo Jesus, cujo Coração é o próprio amor, aceitai na morada do vosso compassivo Coração as almas que honram a glorificam de maneira especial a grandeza da vossa Misericórdia. Essas almas potentes pela força poderosa do próprio Deus, avançam entre penas e adversidades, confiando na vossa Misericórdia. Essas almas estão unidas com Jesus e carregam sobre os seus ombros a humanidade inteira.
Elas não serão julgadas severamente, mas a vossa Misericórdia as envolverá no momento da morte.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas que glorificam e honram o vosso maior atributo, isto é, a vossa inescrutável Misericórdia; Elas estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Estas almas são o Evangelho vivo e as suas mãos estão cheias de alegria, cantam um cântico de misericórdia ao Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a vossa Misericórdia segundo a esperança e confiança que em Vós colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que disse: "As almas que veneram a minha insondável Misericórdia, Eu mesmo as defenderei na vida, especialmente na hora da morte, como minha glória." Amém.

- : - : - : - : - : -: - OITAVO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me as almas que se encontram na prisão do Purgatório e mergulha-as no abismo da minha Misericórdia; que as torrentes do meu Sangue refresquem o seu ardor. Todas estas almas são muito amadas por Mim, pagam as dívidas à minha Justiça. Está em teu alcance trazer-lhes alívio. Tira do tesouro da minha Igreja todas as indulgências e oferece-as por elas. Oh, se conhecesses o seu tormento, incessantemente oferecerias por elas a esmolas do espírito e pagarias as suas dívidas à minha Justiça.

Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes que quereis misericórdia, eis que estou trazendo à mansão do vosso compassivo Coração as almas do Purgatório, almas que Vos são muito queridas e que no entanto devem dar reparação à vossa Justiça; Que as torrentes de Sangue e Água que brotaram do vosso Coração apaguem as chamas do fogo do Purgatório, para que também ali seja glorificado o poder da vossa Misericórdia.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas que sofrem no Purgatório e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Suplico-Vos que, pela dolorosa Paixão de Jesus, vosso Filho, e por toda a amargura de que estava inundada a sua santíssima Alma, mostrai a vossa Misericórdia às almas que se encontram sob o olhar da vossa Justiça; Não olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de Jesus, vosso diletíssimo Filho, porque nós cremos que a vossa bondade e Misericórdia são incomensuráveis. Amém.

- : - : - : - : - : -: - NONO DIA - : - : - : - : - : - : -

Hoje traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo da minha Misericórdia. Estas almas ferem mais dolorosamente o meu Coração. Foi da alma tíbia que a minha Alma sentiu repugnância no Horto. Elas levaram-Me a dizer: Pai afasta de Mim este cálice, se assim for a vossa vontade. Para elas, a última tábua de salvação é recorrer a minha Misericórdia.

Ó compassivo Jesus, que sois a própria Compaixão, trago à morada do vosso compassivo Coração as almas tíbias; Que se aqueçam no fogo do vosso amor puro estas almas frias que são semelhantes a cadáveres e Vos enchem de tanta repugnância. Ó Jesus, muito compassivo, usai a força da vossa Misericórdia e atraí-as até o fogo do vosso amor e concedei-lhes o amor Santo, porque Vós tudo podeis.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas tíbias e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-Vos pela amargura da Paixão do vosso Filho e por sua agonia de três horas na Cruz, permiti que também elas glorifiquem o abismo da vossa Misericórdia. Amém.

O TERÇO DA MISERICÓRDIA
Jesus também pediu à Irmã Faustina a oração do Terço da Misericórdia, o qual pediu que fosse rezado da seguinte forma (se não souber rezar o terço comum, visualize a figura e orações abaixo):

"Eis como rezarás o terço da minha misericórdia. Começarás dizendo um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e o Credo"

E as demais contas do terço, assim:

1 - Nas Contas grandes (Pai-Nosso)

Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e divindade de Vosso Diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro.

2 - Nas contas pequenas (das Ave-Marias)

Pela sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

No final do terço

Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.

ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO:

Ó Jesus, deus oculto e misterioso, eu vos agradeço pelos inumeráveis dons e pelos benefícios que me fizestes. Cada bater do meu coração renove o hino de agradecimento que eu dirijo a vós, Senhor. A minh'alma seja um hino de adoração á vossa misericórdia. Ó meu Deus, eu vos amo por vós. Amém

Fonte: www.paginaoriente.com/santos/festadamisericordia.htm

2º Domingo da Páscoa - Ano C - Domingo da Misericórdia

A MISERICÓRDIA DE DEUS ULTRAPASSA INFINITAMENTE A MISÉRIA DO HOMEM.
"Receba-O cada dia, para se beneficiar cada dia Dele. Quem não é capaz de recebê-Lo cada dia, não será capaz de recebê-Lo nem sequer no percurso de um ano". Santo Ambrósio
Resumo das leituras:

1ª leitura (Atos 5, 12-16): "Acrescentavam-se fiéis ao Senhor, uma multidão de homens e mulheres".

Salmo 117: Dai graças ao Senhor porque é bom: é eterna a sua misericórdia!

2ª leitura (Apocalipse 1, 9-11a. 12-13. 17-19): "Estava morto, mas agora vivo eternamente".

Evangelho (João 20, 19-31): "Bem-aventurados aqueles que, sem terem visto, acreditaram".
REFLEXÃO:

Hoje, segundo domingo de Páscoa, celebramos o “Domingo da Misericórdia”. Este foi um grande presente feito por João Paulo II a toda a Igreja no dia 5 de maio do 2000. Há um grande desejo de fazer resplandecer a bondade de Deus no Mistério Pascal, período litúrgico em que estamos, dizia a nota de proclamação da festividade.

A Misericórdia de Deus se encontra com a nossa miséria. Poderíamos comparar essa misericórdia com o oceano. Os pecados dos homens ficam submergidos na Misericórdia de Deus, como simples copos no mar. A misericórdia tudo o abrange, é infinita.

Não há temores ou dificuldades que possam escapar da Misericórdia de Deus. Os discípulos estavam escondidos, cheios de medo e espanto. Isso é o que acontece com quem vive afastado de Deus: insegurança na vida, no futuro, na família. Quem vive na desconfiança se encontra num autêntico labirinto sem saída, porque vive centralizado em si mesmo e por isso numa grande amargura.

Cristo não abandona os discípulos na suas misérias. Assim como a eles, Cristo se apresenta na nossa vida, ainda que tenhamos a porta fechada. O Seu coração cheio de amor e misericórdia invade o recinto da nossa vida cheia de misérias para preenchê-la de sentido, vida, felicidade. Isso porque a Sua misericórdia é muito maior do que a nossa miséria.

Toda alegria procede da bondade de Deus que nos cobre. A Sua presença transmitiu muito conforto aos apóstolos. Eu diria até que lhes devolveu a vida, uma nova vida. Penso, por exemplo, na grande angústia e sofrimento que uma mãe passa no período da gravidez, mas quando chega a criança, a alegria é tal que vale a pena ter suportado todo aquele sofrimento.

Uma pessoa que vive na presença de Deus e é um amigo fiel experimentará esta alegria que os discípulos experimentaram ou essa jovem mãe que dá a luz ao seu filho. A paz, a alegria, o amor são autênticos dons de Deus, são presentes do coração misericordioso de Deus que conhece a nossa debilidade e não nos abandona.

A Misericórdia de Deus ajuda a nossa fé, vem em auxílio. Tomé duvidou da Ressurreição de Cristo, mas devemos lhe agradecer, porque graças a ele Cristo se dirige a cada um de nós: “Bem-aventurados os que acreditam sem terem visto”. Este é um grande tesouro de Deus, a fé. É nosso dever cultivá-la para viver em paz e dar muito fruto.

Sem fé não somos ninguém. Cristo o sabe e por isso não abandona Tomé na sua tremenda angústia, porque o procura e lhe dá uma lição. Com Tomé, somos convidados a viver a experiência do Amor de Deus misericordioso, na fé, sem desfalecer no caminho.

Estamos no ano sacerdotal. O sacerdote é, como diz João Paulo II, “o homem de Deus, que pertence a Deus e faz pensar em Deus”. Quando a carta aos Hebreus fala de Cristo, apresenta-o como o Sumo Sacerdote misericordioso e fiel no que corresponde a Deus (Hb 2, 7). Peçamos a Deus neste ano que os sacerdotes tenham um coração como o de Cristo, bondoso e cheio de misericórdia.

Sem. Antonio Maldaner, LC
Fonte: www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/smartsection/item.php?itemid=694

O Triunfo da Páscoa

Somente no júbilo da ressurreição torna-se totalmente claro o misterioso valor da dor, da abnegação, do sofrimento.

A imponente cúpula da Basílica de São Pedro no Vaticano, a 120 metros sobre nível do piso da Igreja, faz exultar, na mais bela abóbada da arte cristã, o triunfo de Cristo e de todos os seus santos. Mas ao solo, abaixo da cúpula, está o altar, lugar do sacrifício e da morte, da qual brota o triunfo da ressurreição. Ambas, morte e ressurreição, são celebradas a cada dia na Santa Missa. Com genial inspiração esculpiu Bernini nas quatro bases, que, em torno ao altar, sustentam as colunas e o baldaquino, a interpretação artística e teológica da dor e do amor.

Em uma sequência de oito esculturas se vê a angústia, a dor e o total esgotamento estampado na face de uma mãe que deve dar à luz. A dor da parturiente chega ao limite de sua capacidade. Vida e morte parecem tocar-se. Esta dor, porém, não é maldita, é véu a esconder e a revelar a maternidade, anuncia a misteriosa grandeza da vida, revela a luminosa beleza que vive em cada ser humano. Pois, na oitava imagem, a mãe cede o lugar à criança, que, apenas nascida, irradia a exultante alegria do primeiro sorriso de quem, inocente, saúda o júbilo da vida.

De quantas maneiras, dor e amor, em nossas vidas, são irmanados entre si! Assim, nas discretas renúncias de uma verdadeira amizade, a alegria é fruto fecundo de corações que sabem ultrapassar-se. Não é isto a síntese pascal da Cruz e da Ressurreição?

No entanto, para entendermos toda a mensagem vitoriosa da ressurreição, devemos contemplar a cruz com a percepção das testemunhas oculares que, inermes, suportavam com Ele o silencioso anoitecer sobre a hedionda morte de um inocente.

O Santo Padre Bento XVI, em sua mensagem para a Quaresma de 2010 anuncia sabiamente este mistério da Cruz e Ressurreição. Na Cruz manifesta-se, diz ele, a justiça divina, fundamentalmente diferente da justiça humana. A justiça dos homens decreta: “A cada um, o que é seu”. Na graça divina da Cruz, neste infinito amor de Deus, é invertida aquela ordem. “Deus vai até ao extremo, até a aceitar para si a maldição destinada ao homem” e toda a maldade fratricida do mundo. Assumindo para si esta maldição do pecado, como diz São Paulo aos Gálatas (3,13), Deus transforma a maldição por nós merecida em bênção eterna gratuita.

Só o amor é a vitória sobre a dor, sobre o medo, sobre o desespero. O perdão da Cruz vence o pecado e o inferno! Esta transformação da justiça humana em justiça divina teve início já durante a morte de Jesus. “Os guardas espancaram-no (...) e proferiam contra ele muitos outros insultos” (Lc 22,63-65). Contra o julgamento correto de Pilatos: “Não encontro nesse homem motivo algum de condenação” (Lc 23,4.15), os chefes do povo forjam, daquilo que antes devia ser acusação religiosa (“Ele se fez Deus”), incriminação política (“Ele subleva o povo ... contra o Imperador”). A plebe, massa instigada pelos chefes e pelo ódio, gritava: “Crucifica-o, crucifica-o” (Lc 23,20). Ensangüentado, flagelado, coroado de espinhos, arrastava a Cruz. Ainda na cruz, “os chefes zombavam... e os soldados caçoavam dele” (Lc 23,35s). Todo este triunfo infernal que se encenava contra Jesus, a justiça divina começa a se manifestar, abre-se sobre a Cruz a aurora da Páscoa. Jesus, com toda a sua força, clama sobre a multidão: “Pai, perdoa-lhes; eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Já se estava abrindo o céu sobre os horrores daquele nefasto martírio de Jesus. Ao malfeitor arrependido ele responde: “Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso” (cf. Lc 23,43).

E agora, definitivamente, abre-se a terra para o céu: Jesus, ao expirar, transforma a sua morte cruel em oblação e adoração; ele brada sobre o mundo: “Pai, em tuas mãos, em teu amor, em teu plano de misericordiosa salvação, eu entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

O clamor da Ressurreição, no início, timidamente, ia crescendo e tornou-se um grande coro que começou a encher o mundo. O anúncio: “O túmulo está vazio” cortou o silêncio do pavor e do desespero. O poder dos inimigos, tão prepotente nos dias anteriores, entrou em imediato colapso. “Os chefes dos sacerdotes deram aos soldados uma vultosa quantidade de dinheiro, recomendando: Dizei que os seus discípulos vieram de noite e o roubaram” (Mt 28,12s).

Diante da luz da Páscoa, a maldade fica impotente. Os apóstolos, acordados pelas mulheres, saíram dos seus esconderijos, e começaram a fazer algo totalmente novo. Não “ensinavam” apenas que a morte era vencida pela ressurreição. Este ensino virá mais tarde com toda clareza e força. Mas eles começavam a testemunhar, testemunhar com suas vidas, com sua morte e com seu martírio: Jesus vive, aquele o que estava morto já não está mais morto e já não pode morrer. Ele, glorioso, está sentado na Glória à direita do Pai. Para todos nós que somos batizados, crismados e testemunhamos com nossa vida a fé, começou a vitória pascal; e nós ressuscitaremos com Ele!

Dom Eugenio de Araujo Sales
Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro

Domingo de Ressurreição

TAMBÉM NÓS RESSUSCITAMOS COM CRISTO.

"A Páscoa é oblação e sacrifício que se realiza todas as vezes, em que há celebração. Para nos convencermos de que é assim, escutemos Paulo, que diz: ‘A nossa Páscoa é Cristo imolado por nós’, e ainda: ‘Toda vez que comeis deste pão e bebeis deste cálice, anunciais a morte do Senhor" São Jerônimo.

Resumo das leituras:

1ª leitura (Atos dos Apóstolos 10,34a. 37-43): "E nos ordenou dar testemunho Dele".

Salmo 117: Este é o dia que o Senhor fez: alegremo-nos e exultemos.

2ª leitura (Colossenses 3, 1-4): "Procurai as coisas do alto, onde está Cristo".

Evangelho (João 20, 1-9): "Então entrou também o outro discípulo, viu e acreditou".
REFLEXÃO:

No sábado à noite, celebramos a “Vigilia Pascal”. Dois são os símbolos especiais: o Círio Pascal e o Pregão Pascal. O Círio simboliza Cristo Ressuscitado, que é a “Luz do mundo” (Jo 8,12). Ele é o libertador do pecado e da morte já prefigurado na coluna de fogo, que libertou Israel da escravidão do Egito. O Pregão Pascal é o grito de júbilo de todos os redimidos, que abarca toda a obra da redenção, a partir da libertação dos filhos de Israel até a Ressurreição de Cristo.

Domingo de Ressurreição

Um dia, visitei uma exposição tecnológica. Era um lugar fantástico, onde sem me mexer da cadeira, tinha a impressão de estar pilotando um helicóptero em meio a montanhas maravilhosas. Mas só pude fazê-lo porque estava usando uns óculos especiais.

Hoje, podemos fazer a experiência mais maravilhosa da nossa vida, mas também precisamos de óculos especiais, os óculos da fé. Para descobrir e reconhecer Jesus Ressuscitado, não é suficiente olhá-Lo com os olhos da carne, em palavras de São Paulo, ou seja, com olhos naturais, mas sim com os olhos do espírito, os olhos da fé.

Jesus toma a iniciativa, ilumina, manda sinais. Coloquemos os óculos especiais da fé e façamos a experiência da Ressurreição. É interessante observar que Cristo não só preanuncia a Sua Ressurreição estando ainda em vida. Se Cristo só prometesse ressuscitar, sem mostrá-la visivelmente, quem acreditaria Nele? Mostrou com o exemplo aquilo que nos prometeu em prêmio. Além disso, diz a Escritura: “Muitos corpos de justos que estavam mortos ressuscitaram” (Mt 27, 52). Pois bem, como membros do seu corpo, a fé nos dá a firme esperança de entender e fazer parte da Ressurreição da Cabeça deste corpo, que é Cristo.

Da mesma forma como Cristo apareceu aos apóstolos, às santas mulheres, também aparece na nossa vida. O único obstáculo seria o estarmos sem os óculos especiais da fé. Torna-se difícil reconhecê-Lo quando estamos preocupados demais com nós mesmos, com as pequenezes da vida, com a rotina da vida quotidiana. A vida presente tem um significado muito mais profundo, nos lança à Vida Eterna. É preciso ver o extraordinário nas coisas ordinárias.

A segunda leitura nos dá um bom conselho: “Procurar as coisas do alto”. Isso quer dizer: conformar a própria vida com aquilo que os óculos especiais da fé mostram. Se por um lado é difícil encontrar Cristo na vida diária, por outro lado é fácil perder o rumo, o sentido da vida, o valor do tempo e da eternidade.

Será que não deixamos os óculos da fé guardados na gaveta, nos esquecendo deles por muito tempo? Se ignoramos o estado dos nossos óculos, perguntemo-nos: “A semana tem 168 horas, quantas delas entrego a Deus?” Deixemos de lado as desculpas da falta de tempo para Deus, porque nada nos impede de oferecer o nosso trabalho, deixá-lo alguns instantes para elevar os nossos olhos a Deus e Lhe dirigir algumas palavras.

Temos que dar testemunho daquilo que experimentamos graças a esses óculos especiais, que o mundo não reconhece e que só a fé revela: Cristo ressuscitou. Ele vive e nos precede junto de Deus. Temos que gritar aos confins da terra essa verdade. Omitir a propagação do amor de Deus é comprometer o próprio destino, pois como disse o Santo Cura d´Ars: “Ninguém entra no céu sozinho”. Deus pedirá contas da nossa vida. Há tantos cegos que não enxergam por culpa do seu egoísmo e sensualidade, soberba e avareza... Ajudemos nossos irmãos a encontrarem os olhos da fé, que Cristo traz com a Sua Ressurreição. Vivamos com cara de ressuscitados, para que os homens nos vejam e queiram estes óculos especiais da fé.

Neste domingo em que Cristo ressuscita, peçamos a Deus uma fé viva na Sua presença em meio a nós.

Sem. Antonio Maldaner, LC
Fonte: www.pastoralis.com.br/pastoralis/html/modules/smartsection/item.php?itemid=673

sábado, 3 de abril de 2010

Sábado Santo

Vigília Pascal
Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.
Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: "O meu Senhor está no meio de nós". E Cristo respondeu a Adão: "E com teu espírito". E tomando-o pela mão, disse: "Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará.

Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: 'Saí!' ; e aos que jaziam nas trevas: 'Vinde para a luz!'; e aos entorpecidos: 'Levantai-vos!'
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos morotos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só é indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim no paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.

Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o meio dos céus preparado para ti desde toda a eternidade".

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo Fonte: Liturgia das Horas

Sexta-Feira da Paixão

Paixão do Senhor

Do Evangelho de S. Marcos 15, 33-34.37.39

"Chegado ao meio-dia,
houve trevas por toda a terra,
até às três da tarde.
Às três horas, Jesus exclamou em alta voz:
"Eloì, Eloì, lema sabactàni?"
que quer dizer:
Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste? (...)
Soltando um grande brado, Jesus expirou. (...)
Ao vê-Lo expirar daquela maneira,
o centurião, que se encontrava em frente d'Ele, exclamou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus".

Eis o agir mais alto, mais sublime do Filho em união com o Pai. Sim, em união, na mais profunda união... precisamente quando grita: "Eloì, Eloì, lema sabactàni?", "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?" (Mc 15, 34; Mt 27, 46). Este agir exprime-se na verticalidade do corpo estendido ao longo da trave perpendicular da Cruz com a horizontalidade dos braços estendidos ao longo do madeiro transversal. A pessoa que olha estes braços pode pensar com quanto esforço eles abraçam o homem e o mundo. Abraçam.

Eis o homem. Eis o próprio Deus. "N'Ele (...) vivemos, nos movemos e existimos" (Ato 17, 28). N'Ele, nestes braços estendidos ao longo da trave horizontal da Cruz. O mistério da Redenção.

Jesus, pregado na Cruz, imobilizado nesta terrível posição, invoca o Pai (cf. Mc 15, 34; Mt 27, 46; Lc 23, 46). Todas as suas invocações testemunham que Ele está unido com o Pai. "Eu e o Pai somos um" (Jo 10, 30); "Quem Me vê, vê o Pai" (Jo 14, 9); "Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho" (Jo 5, 17).

Fonte: www.auxiliadora.org.br/semanasanta.htm

Quinta-Feira Santa - Desnudação do Altar

A desnudação do altar hoje, é um rito prático, com a finalidade de tirar da igreja todas as manifestações de alegria e de festa, como manifestação de um grande e respeitoso silêncio pela Paixão e Morte de Jesus.

A desnudação do altar (denudatio altaris), ou despojamento, como preferem alguns, é um rito antigo, já mencionado por Santo Isidoro no século VII, que fala da desnudação como um gesto que acontecia na quinta-feira santa.

O sacerdote, ajudado por dois ministros, remove as toalhas e os demais ornamentos e enfeites dos altares que ficam assim desnudados até a Vigília Pascal. No antigo rito, durante a desnudação recitava-se um trecho de um salmo. O gesto da desnudação do altar tinha o significado alegórico da nudez com a qual Cristo foi crucificado.

O rito atual é realizado de modo muito simples, após a missa. Feito em silêncio e sem a participação da assembléia. As orientações do Missal Romano pedem que sejam retiradas as toalhas do altar e, se possível, as cruzes da igreja.

Caso isso não seja possível, orienta o Missal que convém velar as cruzes e as imagens que não possam ser retiradas.(Cf. Missal Romano, p. 253, n. 19).

O significado é o silêncio respeitoso da Igreja que faz memória de Jesus que sofre a Paixão e sua morte de Jesus, por isso, despoja-se de tudo o que possa manifestar festa.

Fonte: www.auxiliadora.org.br/semanasanta.htm

Quinta-Feira Santa - Transladação do Santíssimo


A transladação do Santíssimo tem notícias históricas desde o século II. Mas o rito da adoração, na quinta-feira santa entrou na Igreja a partir do século XIII e foi difundindo-se até o século XV.

O que mais impulsionou foi a devoção ao Santíssimo Sacramento, a partir da segunda metade do século XIII, época em que o Papa Urbano IV decretou a festa de Corpus Christi para toda a Igreja (em 11 de agosto de 1264).

Foi, portanto, a prática devocional da eucaristia a principal responsável para a adoração ao Santíssimo na quinta-feira santa, após a missa da Ceia do Senhor.

O rito atual é muito simples e tem o seguinte significado: após a oração depois da comunhão, o Santíssimo é transladado solenemente em procissão para uma capela lateral ou para um dos altares laterais da igreja, devidamente preparado para receber o santíssimo.

Antes da transladação, o sacerdote prepara o turíbulo e incensa o Santíssimo três vezes. Depois, realiza-se uma pequena procissão dentro da igreja, que é precedida pelo cruciferário (pessoa que leva a cruz processional), velas e incenso.

Durante a procissão, canta-se o "Pange Lingua", traduzido em português, "Vamos todos...", exceto as duas últimas estrofes, "tantum ergo" (tão sublime sacramento...) que são cantadas depois da chegada da procissão na capela lateral, onde ficará o Santíssimo.

Após a transladação, a comunidade é convidada a permanecer em adoração solene até um horário conveniente. O significado é de ação de graças pela eucaristia e pela salvação que celebramos nestes dias do Tríduo Pascal.

Fonte: www.auxiliadora.org.br/semanasanta.htm

Quinta-Feira Santa - Ceia do Senhor (Lava-pés)

Um momento solene

No 13º capítulo do seu Evangelho, João fala sobre Jesus fraco, pequeno, que terminará sendo condenado e morto na cruz como um blasfemador, um fora da lei ou um criminoso. Até então, Jesus parecia tão forte, havia feito tantos milagres, curado doentes, ordenado que o mar e o vento se acalmassem e falado com autoridade para os escribas e os fariseus.

Ele parecia ser um grande profeta, quem sabe até o Messias. O Deus do poder estava com Ele. Mais e mais pessoas estavam começando a segui-lo, esperavam que Ele os libertasse dos romanos, resgatando assim, a dignidade do povo escolhido. O tempo da páscoa estava próximo. A multidão e os amigos dele pensavam: "Será que Ele vai se revelar na páscoa? Então, todos acreditarão nele." Todos esperavam que algo extraordinário acontecesse. No entanto, em vez de fazer algo fantástico, Jesus tomou o caminho oposto, o da fraqueza, o da humilhação, deixando que os outros o vencessem. Este processo de humilhação teve início quando o Verbo se fez carne no seio da Virgem Maria, e continuou visível para os discípulos no lava-pés. Terminará com a agonia, paixão, crucifixão e morte.

O começo deste capítulo é muito solene: "Antes do dia da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado aos seus, que estavam no mundo, amou-os até ao extremo. Começada a ceia, tendo já o demônio posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a determinação de o entregar, sabendo que o Pai tinha posto em suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, depôs o manto, e apegando uma toalha cingiu-se com ela." (Jo 13,1-4).

Estas palavras são muito fortes: "Jesus, sabendo que o Pai tinha posto em suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e ia para Deus, levantou-se da ceia, depôs o manto..." Então, Ele se ajoelhou diante de cada um de seus discípulos e começou a lavar-lhes os pés, em uma atitude de humilhação, fraqueza, súplica e submissão. De joelhos ninguém pode se mover com facilidade nem se defender.
João Batista havia dito que ele não era digno nem de desatar as sandálias de Jesus (Mc 1,7). No entanto, Jesus se ajoelha em frente a cada um de seus discípulos.

Os primeiros cristãos devem ter cantado o mistério de Jesus, que se desfez da sua glória e se fez fraco, como encontramos nas palavras de S. Paulo aos Filipenses: "O qual, existindo na forma (ou natureza) de Deus, não julgou que fosse uma rapina o seu ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens e sendo reconhecido por condição como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2,6-8)

Nós estamos frente a um Deus que se torna pequeno e pobre, que desce na escala da promoção humana, que escolhe o último, que assume o lugar de servo ou escravo. De acordo com a tradição judia, o escravo lavava os pés do senhor, e algumas vezes as esposas lavavam os pés do marido ou os filhos lavavam os do pai.

Fonte: Comunidade Shalom

Quinta-Feira Santa - Instituição da Eucaristia

Na véspera da festa da Páscoa, como Jesus sabia que havia chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 12, 1).

Caía a noite sobre o mundo, porque os velhos ritos, os antigos sinais da misericórdia infinita de Deus para com a humanidade iam realizar-se plenamente, abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova Páscoa. A Eucaristia foi instituída durante a noite, preparando antecipadamente a manhã da Ressurreição.
Jesus ficou na Eucaristia por amor..., por ti.

- Ficou, sabendo como O receberiam os homens... e como O recebes tu.
- Ficou, para que O comas, para que O visites e Lhe contes as tuas coisas e, chegando junto do Sacrário e na recepção do Sacramento te enamores mais de dia para dia, e faças com que outras almas - muitas! - sigam o mesmo caminho.

Menino bom: como os amantes da terra beijam as flores, a carta, a recordação dos que amam!...
E tu? Poderás esquecer-te alguma vez de que O tens a teu lado..., a Ele!? - Esquecerás... que O podes comer?

- Senhor, que eu não torne a voar colado à terra!, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol - Cristo - na Eucaristia!, que o meu vôo não se interrompa enquanto não alcançar o descanso do teu Coração!

Santo Rosário, Apêndice, 5º mistério da luz

Comecemos desde já a pedir ao Espírito Santo que nos prepare para podermos entender cada expressão e cada gesto de Jesus Cristo: porque queremos viver vida sobrenatural, porque o Senhor nos manifestou a sua vontade de se dar a cada um de nós em alimento da alma, e porque reconhecemos que só Ele tem palavras de vida eterna.

A fé leva-nos a confessar com Simão Pedro: Nós acreditamos e sabemos que tu és o Cristo, o Filho de Deus. E é essa mesma fé, fundida com a nossa devoção, que nesses momentos transcendentes nos incita a imitar a audácia de João, a aproximar-nos de Jesus e a reclinar a cabeça no peito do Mestre , que amava ardentemente os seus e, como acabamos de ouvir, iria amá-los até o fim.

Tenhamos em mente a experiência tão humana da despedida de duas pessoas que se amam. Desejariam permanecer sempre juntas, mas o dever - seja ele qual for - obriga?as a afastar?se uma da outra. Não podem continuar sem se separarem, como gostariam. Nessas situações, o amor humano, que, por maior que seja, é sempre limitado, recorre a um símbolo: as pessoas que se despedem trocam lembranças entre si, possivelmente uma fotografia, com uma dedicatória tão ardente que é de admirar que o papel não se queime. Mas não conseguem muito mais, pois o poder das criaturas não vai tão longe quanto o seu querer.
Porém, o Senhor pode o que nós não podemos. Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem, não nos deixa um símbolo, mas a própria realidade: fica Ele mesmo. Irá para o Pai, mas permanecerá com os homens. Não nos deixará um simples presente que nos lembre a sua memória, uma imagem que se dilua com o tempo, como a fotografia que em breve se esvai, amarelece e perde sentido para os que não tenham sido protagonistas daquele momento amoroso. Sob as espécies do pão e do vinho encontra-se o próprio Cristo, realmente presente com seu Corpo, seu Sangue, sua Alma e sua Divindade.

É Cristo que passa, 83

Textos de São Josemaría Fonte: www.auxiliadora.org.br/semanasanta.htm

Quinta-Feira Santa - Bênção dos Santos Óleos


Na Quinta-feira Santa, óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo Bispo para ser usado nas celebrações do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordenação.

Sempre que houver celebração com óleo, deve estar à disposição do ministro uma jarra com água, bacia, sabonete e toalha para as mãos.
Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos.

Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia.

O motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:

Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar "o bom perfume de Cristo". É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os "escolhidos" que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.

Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.

Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como "extrema-unção". Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.

Fonte: www.auxiliadora.org.br/semanasanta.htm

Procissão do Encontro Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores

Dentro da Semana Santa, também chamada de “A Grande Semana”, em muitas paróquias, especialmente no interior, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” entre: o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores.
Os homens saem de uma igreja com a imagem de Nosso Senhor dos Passos e as mulheres saem de outra igreja com Nossa Senhora das Dores. Acontece então o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre, então, proclama o célebre Sermão das Sete Palavras, que na verdade são sete frases:
1. Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. (Lc 23,34 a);
2. Hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23,43);
3. Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe. (Jo 19,26-27);
4. Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?! (Mc 15,34);
5. Tenho sede. (Jo 19,28 b);
6. Tudo está consumado. (Jo 19,30 a);
7. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. (Lc 23,46 b).

O sacerdote, diante das imagens, faz uma reflexão com estas frases, chamando o povo à conversão e à penitência. O silêncio é grande, já que a imagem de Nosso Senhor dos Passos mostra-o com a cruz às costas.

A expressão dos rostos das imagens é de dor e sofrimento. Algumas imagens de Nossa Senhora das Dores mostram-na abraçada a uma espada, lembrando certamente a profecia de Simeão: “Uma espada de dor te traspassará a alma”.

Quando estive na Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, fiquei muito emocionado quando vi a imagem de Nossa Senhora das Dores.
No local onde, segundo a tradição, foi colocado Jesus crucificado, tem um buraco no chão. Onde foi colocada a cruz de Jesus, está embaixo um altar. A gente precisa ajoelhar-se para colocar a mão lá dentro. Imagine a emoção...

Só que antes de chegar a este lugar santo, a gente passa em frente à imagem de Nossa Senhora das Dores. Belíssima... Quem a fez conseguiu como que umedecer o seu rosto, e é como se ela estivesse chorando, mas com o rosto sereno. Sofrido, mas sereno. Chorei muito ao contemplá-la.

É tudo isso que vivemos neste tempo de profunda reflexão.
Nossa fé é pascal, passa pelo sofrimento, morte e ressurreição do Senhor.

Sigamos os passos de Jesus, sempre com Maria.

Diácono Nelsinho Corrêa
Mestre de Noviços da Comunidade Canção Nova