domingo, 30 de março de 2008

RECEITA DE FELICIDADE

Prazer de Servir

Uma das frases que me ficaram dos primeiros anos, quando eu tinha um caderninho de frases bonitas, foi esta: “A felicidade está onde nós a colocamos, não onde a buscamos”. Ao continuar a reflexão de Ano Novo – já está quase ficando velho – nós pensamos receitas de como viver bem. Podemos pensar: ‘Ser feliz é fazer feliz’. Há uma historinha, que deve ser chinesa, que narra: ‘Havia muita gente para comer. Todo mundo recebeu a comida, mas os garfos eram muito longos. Ninguém conseguia levar a comida à boca. Alguém disse: Cada um coloque a comida na boca do outro, assim todos comem’. Só servindo o outro é que se conseguiu matar a própria fome. Não é à toa que Jesus diz de Si mesmo: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). Aquele bonito gesto de lavar os pés dos discípulos na Ceia, estava explicando o que significavam sua vida, missão, morte e ressurreição. Esta cena vem antes de sua morte e no momento da instituição da Eucaristia. Disse: “Se Eu, o Mestre e o Senhor, vos lavei os pés, também deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais” (Jo 13, 14-15). Sua autoridade não está no poder, mas no serviço. Se Ele assume o serviço como seu modo de ser e viver, não há outro caminho para quem quer encontrar a felicidade que Ele encontrou na Ressurreição. A gente acha que é bobo por servir. Melhor assumir a bobeira dEle do que nossa sabedoria. A dEle deu certo. Ele vive e é o Senhor! Nossa alegria consista sempre em servir! É o caminho para o seguimento de Jesus. Vejamos bem como a ganância do poder para usufruir, mesmo na Igreja, não tem dado bons resultados. Jesus estava dando o sentido e o modo de vivermos nossa vida. Inútil procurar outro caminho. É esta a opção das Igrejas?

Dom de Acolher

A opção pelo serviço se desenvolve no dom de acolhimento. Servimos porque sabemos acolher as pessoas. O amor de Cristo fundamenta nossa opção em servir. Não se trata de fazer coisas pelo outro, mas sobretudo de acolhê-lo como Cristo nos acolheu e serviu. Paulo escreve: “Como Cristo vos acolheu, acolhei-vos uns aos outros” (Rm 15,7). O acolhimento, a meu ver, é a virtude mais apreciada em o Novo Testamento. Hospedar, acolher, tem o significado profundo de acolher a Deus. Na carta aos Hebreus podemos ler: “O amor fraterno permaneça. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos” (Hb 13,1-2). Acolher não é só uma boa educação, mas um profundo sentimento de fé na presença de Deus que age no amor. Como acolher Deus, se não o vemos? S. Agostinho explica: acolhemos Deus visível na pessoa do outro. Quem sabe acolher, já tem garantido o Céu. Esse amor é a vida eterna: “Deus é amor: aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele”. (1 Jo 4,16)

Alegria de Partilhar

Acolhemos para partilhar. A alegria de acolher não é um sentimento de piedade e de fazer o bem. Esse sentimento, essa mentalidade, é uma ação do Espírito Santo que age em nós. Ele nos fecunda com a Graça que faz crescer Cristo em nós. É Cristo que acolhe e partilha sua vida, como amor misericordioso. Paulo cita palavras de Jesus: “Há mais alegria em dar do que receber” (At 20,35). Misericórdia é partilhar a própria vida, como Ele o fez: “O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Se servirmos, acolhemos, partilhamos. Assim seremos felizes para sempre, partilhando a vida de Deus.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira

sábado, 22 de março de 2008

O QUE É A MISSA?

Numa certa cidade, uma bela catedral estava sendo construída. Ela era inteiramente feita de pedras, e centenas de operários moviam-se por todos os lados para levantá-la. Um dia, um visitante ilustre passou para visitar a grande construção. O visitante observou como aqueles trabalhadores passavam, um após o outro, carregando pesadas pedras, e resolveu entrevistar três deles. A pergunta foi a mesma para todos.

- O que você está fazendo?
- Carregando pedras, disse o primeiro.
- Defendendo meu pão, respondeu o segundo. Mas o terceiro respondeu:
- Estou construindo uma catedral, onde muitos louvarão a Deus, e onde meus filhos aprenderão o caminho do céu.


O que essa história mostra é que todos fazem a mesma coisa, mas a maneira de fazer é diferente. Assim também acontece com a Missa. Ela é igual para todos, mas a maneira de participar é diferente, dependendo da fé e do interesse de cada um:

· Existem os que vão para cumprir um preceito;

· Há os que vão à Missa para fazer seus pedidos e orações;

· E há aqueles que vão à Missa para louvar a Deus em comunhão com seus irmãos.


DIVISÃO DA MISSA

A Missa é dividida em algumas partes:

Ritos Iniciais

Canto de Entrada: O canto de entrada tem o objetivo de nos ajudar a rezar, de nos concentrar para a santa missa. Ele manifesta a Deus nosso louvor e adoração.

Saudação: O Padre saúda a comunidade reunida em nome da Trindade.

Ato Penitencial: É o momento de profunda humildade. reconhecemos nossa pequenez e fraqueza e pedimos a graça de participar dignamente do Santo Sacrifício.

Glória: o Glória é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja glorifica a Deus Pai e ao Cordeiro. Não constitui uma aclamação trinitária. (cf. Doc 43 da CNBB - Animação da Vida Litúrgica no Brasil).

O Glória é também a manifestação festiva de nosso louvor e gratidão a Deus nosso Criador.

Coleta: O Padre coloca todas as intenções, e no final da oração a oração responde com a palavra Amém (que significa "assim seja").

Liturgia da Palavra

Primeira Leitura: Passagem tirada do Antigo Testamento (parte bíblica que prepara a vinda do Messias).

Salmo de Resposta: É um canto ou um salmo que nos ajuda a entender melhor a mensagem da primeira leitura.

Segunda Leitura: Passagem tirada do Novo Testamento, de uma das Cartas (Epístolas) dos Apóstolos (Filipenses, Gálatas, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, etc)

Aclamação do Evangelho: Nesta hora ouvimos o padre anunciar a MENSAGEM DE JESUS. Por isso cantamos "ALELUIA" (que significa "alegria").

Evangelho: Jesus nos fala apresentando-nos o REINO DE DEUS.

Homilia: O Padre explica as leituras e o Evangelho e os atualiza em nossa caminahda cristã.

Profissão de Fé (Credo): Momento em que professamos tudo aquilo que como cristãos nós cremos.

Oração dos Fiéis: A comunidade reunida reza pela Igreja e por todas as pessoas do mundo.

Liturgia Eucarística

Preparação das Oferendas: Momento em que oferecemos a nossa vida, ou seja, tudo o que somos ao Senhor. Logo depois ocorre a oração sobre as oferendas, que por intermédio do sacerdote, Jesus consagra o Pão e o Vinho.

Oração Eucarística: Momento principal da celebração. Onde recordamos a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Não é apenas uma lembrança de um fato que aconteceu, mas sim algo que acontece hoje, aqui, agora na Eucaristia.

Comunhão: Momento em que vamos em direção do banquete do Senhor receber o seu Corpo e o seu Sangue. O momento da Comunhão é especial e forte de união pessoal com Jesus Cristo Eucarístico. Momento que deve haver profundo silência em toda a assembléia. Recebemos o Cristo vivo e agora mantemos um diálogo pessoal e real com Ele, nosso Amigo Divino.

Oração após a Comunhão: Com esta oração encerra -se o rito eucarístico. Os avisos paroquiais nunca podem vir antes desta oração.


Ritos Finais

Avisos: O Padre ou algum leigo da comunidade anuncia algum evento ou informa algo de interesse à comunidade.

Bênção: O Padre dá a bênção à comunidade. É o próprio Deus que nos abençoa através de Seu ministro, o Sacerdote.

Despedida: O Padre se despede da comunidade e recorda que este momento não é mera despedida apressada, mas um novo envio para realizar a missão do cristão no mundo, isto é, anunciar ao mundo o Cristo Vivo.

Fonte: site da Diocese de Santo André http://www.diocesesantoandre.org.br/

Há novos pecados capitais?

A Imprensa está noticiando que o Vaticano criou “novos pecados capitais”. Não é bem assim; é incrível a capacidade da Imprensa de fazer barulho, especialmente em cima da Igreja Católica. O que aconteceu?

Na semana de 10 a 15 de março realizou-se no Vaticano um curso de atualização para sacerdotes sobre o Sacramento da Confissão, patrocinado pela Penitenciária Apostólica do Vaticano. Em entrevista ao jornal do Vaticano L´Osservatore Romano, o responsável pelo Tribunal da Penitenciária Apostólica, Monsenhor Gianfranco Girotti falou de outros pecados do mundo moderno, no contexto da globalização: manipulação genética, o uso de drogas, a desigualdade social, a poluição ambiental, pedofilia, etc.. Em nenhum momento o Mons. falou em Pecados Capitais; quem fez esta referência foi a Imprensa por sua conta.

A Igreja, com sua experiência bi-milenar, nos ensina que os piores pecados são aqueles que ela chama de “capitais”. Capital vem do latim “caput”, que quer dizer cabeça. São pecados “cabeças”, isto é, que geram muitos outros. Assim como, por exemplo, a capital de um estado ou de um país, é de onde procedem as ordens, as decisões e comandos, assim também, desses pecados “cabeças”, nascem muitos outros. Por isso, eles sempre mereceram, por parte da Igreja, uma atenção especial. São sete: soberba, ganância, luxúria (impureza), gula, ira, inveja e preguiça.

Por exemplo, podemos ver como filhos da Soberba: orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, auto-suficiência, jactância, etc. Podemos ver como filhos da ganância: a exploração da pessoa humana, a destruição do meio ambiente como fonte de enriquecimento, as brigas pelos bens materiais, etc. Entre outras afirmações, o Mons. destacou os pecados relacionados aos direitos individuais e sociais, os da área bioética onde há violações de direitos fundamentais da natureza humana (aborto, eutanásia, inseminação artificial; uso de células tronco embrionárias, clonagem humana, etc.), “através de experiências e manipulações genéticas, cujos êxitos são difíceis de prever e manter sob controle”. Destacou também a gravidade da desigualdade social, onde “os ricos se tornam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres”, alimentando uma insuportável injustiça social. E falou ainda da ecologia. Na verdade, todos os pecados cabem bem na lista antiga dos pecados capitais, pois eles podem ser desdobrados em muitos outros, inclusive nesses citados por Mons. Gianfranco; mas ele desejou deixar mais explicito a sua gravidade.

O Vaticano está preocupado com o grande número de católicos que não se Confessam. Ao menos uma vez a cada ano o católico é obrigado a fazer uma Confissão, segundo o Catecismo da Igreja (Mandamentos da Igreja, §2042). O Sacramento da Confissão foi instituída por Jesus logo após a Ressurreição; ele enviou os Apóstolos dizendo: “a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados; a quem vocês não perdoarem os pecados, os pecados não serão perdoados” (João 20, 22).

Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br