Ano Catequético Nacional – 2009
3ª Semana Brasileira de Catequese – “Iniciação à Vida Cristã”-
Itaici, SP, 6 a 11 de outubro de 2009.
Itaici, SP, 6 a 11 de outubro de 2009.
Memória da caminhada:
O primeiro ano catequético aconteceu em 1959, por sugestão do Eminentíssimo Cardeal D. Jaime Câmara, na época presidente da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB). Teve a sua culminância com a realização do Congresso Catequético Nacional em Belo Horizonte/MG nos dias 23 a 27/02/1959. Esta mesma iniciativa estendeu-se a todas as dioceses precedido por tríduos catequéticos orantes nas paróquias e comunidades (cf. Comunicado Mensal, n° 76, janeiro de 1959).
O Concílio Vaticano II (1962-1965) teve os seus desdobramentos com a Semana Internacional de Catequese e a 2ª Conferência do Episcopado da América Latina, ambas em Medellín (1968), a catequese tomou novos rumos à luz de uma eclesiologia e cristologia mais voltadas para a situação difícil vivida pelo povo latino-americano.
A caminhada catequética pós-conciliar foi marcada por alguns eventos e documentos significativos, a saber: o Diretório Catequético Geral (DCG, 1971), a carta apostólica de Paulo VI Evangelii Nuntiandi (EV, 1975), o Sínodo sobre a Catequese (1977), a Exortação Apostólica de João Paulo II: Catechesi Tradendae (CT, 1979). Permitiram que o movimento catequético fosse forjando novos caminhos para uma catequese inserida na realidade e de caráter transformador. No Brasil foi de especial importância a publicação do Documento “Catequese Renovada, Orientações e Conteúdo”(1983) e, mais recentemente o Diretório Nacional de Catequese (2005) que, constitui-se de eixo propulsor para o Ano Catequético.
O documento Catequese Renovada deu um grande impulso em direção a uma catequese bíblica, cristocêntrica, centrada no princípio vida/fé e na formação de comunidades catequizadoras. Foi muito bem operacionalizado pela linha 3 da CNBB, através de uma coordenação nacional. Neste contexto de inovações e realizações de encontros nacionais acontece em 1986 a 1ª Semana Brasileira de Catequese com o tema “Fé e Vida em Comunidade”e, em 2001 a 2ª Semana Brasileira de Catequese com o tema: “Com adultos, catequese adulta”. Estes dois eventos desdobraram-se em oito encontros nacionais.
O Ano Catequético Nacional em 2009, aprovado na 44ª Assembléia Geral dos Bispos (2006), com o tema: “Catequese, caminho para o discipulado e por lema: “Nosso coração arde quando ele fala, explica as escrituras e parte o pão” (cf Lc 24,13-35), vem consolidar esta caminhada e apontar luzes e pistas para os novos desafios da realidade. A realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese de 6 a 11 de outubro em, Itaici-SP, vem coroar toda a mobilização realizada durante o ano e traz a marca de uma catequese de caráter mistagógico. Pois acredita-se que o tema: “Iniciação à Vida Cristã”, será o eixo norteador de novas propostas e novos rumos para a ação catequética da Igreja do Brasil.
OBJETIVOS E EXPECTATIVAS
O primeiro ano catequético aconteceu em 1959, por sugestão do Eminentíssimo Cardeal D. Jaime Câmara, na época presidente da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB). Teve a sua culminância com a realização do Congresso Catequético Nacional em Belo Horizonte/MG nos dias 23 a 27/02/1959. Esta mesma iniciativa estendeu-se a todas as dioceses precedido por tríduos catequéticos orantes nas paróquias e comunidades (cf. Comunicado Mensal, n° 76, janeiro de 1959).
O Concílio Vaticano II (1962-1965) teve os seus desdobramentos com a Semana Internacional de Catequese e a 2ª Conferência do Episcopado da América Latina, ambas em Medellín (1968), a catequese tomou novos rumos à luz de uma eclesiologia e cristologia mais voltadas para a situação difícil vivida pelo povo latino-americano.
A caminhada catequética pós-conciliar foi marcada por alguns eventos e documentos significativos, a saber: o Diretório Catequético Geral (DCG, 1971), a carta apostólica de Paulo VI Evangelii Nuntiandi (EV, 1975), o Sínodo sobre a Catequese (1977), a Exortação Apostólica de João Paulo II: Catechesi Tradendae (CT, 1979). Permitiram que o movimento catequético fosse forjando novos caminhos para uma catequese inserida na realidade e de caráter transformador. No Brasil foi de especial importância a publicação do Documento “Catequese Renovada, Orientações e Conteúdo”(1983) e, mais recentemente o Diretório Nacional de Catequese (2005) que, constitui-se de eixo propulsor para o Ano Catequético.
O documento Catequese Renovada deu um grande impulso em direção a uma catequese bíblica, cristocêntrica, centrada no princípio vida/fé e na formação de comunidades catequizadoras. Foi muito bem operacionalizado pela linha 3 da CNBB, através de uma coordenação nacional. Neste contexto de inovações e realizações de encontros nacionais acontece em 1986 a 1ª Semana Brasileira de Catequese com o tema “Fé e Vida em Comunidade”e, em 2001 a 2ª Semana Brasileira de Catequese com o tema: “Com adultos, catequese adulta”. Estes dois eventos desdobraram-se em oito encontros nacionais.
O Ano Catequético Nacional em 2009, aprovado na 44ª Assembléia Geral dos Bispos (2006), com o tema: “Catequese, caminho para o discipulado e por lema: “Nosso coração arde quando ele fala, explica as escrituras e parte o pão” (cf Lc 24,13-35), vem consolidar esta caminhada e apontar luzes e pistas para os novos desafios da realidade. A realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese de 6 a 11 de outubro em, Itaici-SP, vem coroar toda a mobilização realizada durante o ano e traz a marca de uma catequese de caráter mistagógico. Pois acredita-se que o tema: “Iniciação à Vida Cristã”, será o eixo norteador de novas propostas e novos rumos para a ação catequética da Igreja do Brasil.
OBJETIVOS E EXPECTATIVAS
O objetivo geral do ano catequético se expressa da seguinte forma: “Dar novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado”. A catequese é uma dimensão de toda ação evangelizadora. Uma ação eclesial só é evangelizadora se também catequiza. Não é portanto, uma ação restrita aos ministros da catequese, mas é de todo cristão. Com isso há necessidade de recuperar a concepção de catequese como processo permanente de educação da fé. Os sacramentos não são uma finalidade, significam a culminância da caminhada de conversão, adesão e compromisso com o Projeto de Jesus Cristo. É processual e permanente, cuja maturidade forjará a identidade cristã, na plenitude da vida em Cristo, conforme afirma São Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.
O Ano Catequético é para toda a Igreja, não quer ser um evento isolado, se insere no processo de recepção do Documento de Aparecida, nas novas Diretrizes da Igreja no Brasil (DGAE 2008-2010), nos demais eventos eclesiais: o Sínodo sobre a Palavra, o 12° Intereclesial de Cebs e a Campanha da Fraternidade. Enfim, quer impulsionar e dinamizar toda a caminhada pastoral da Igreja: Dioceses, Prelazias, Paróquias, comunidades, Pastorais e Movimentos. Diante disso, os Bispos, os Párocos, primeiros responsáveis pela catequese, juntamente com os agentes de pastorais, de modo especial, os catequistas, são conclamados a dinamizar as atividades propostas para este evento, ao longo do ano.
A CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, convoca a Igreja do Brasil para o Ano Catequético Nacional de 2009 e apresenta como instrumento de trabalho o texto base.
Este subsídio para o grande mutirão catequético está centrado na iniciação à vida cristã, no discipulado missionário, à luz do itinerário dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35).
O texto base vem sendo refletido pelos 17 regionais da CNBB de várias formas e conforme as necessidades locais. O importante é o envolvimento de todos os segmentos da Igreja nesta reflexão. Urge ultrapassar os limites da catequese e refletir a formação de uma forma integral e permanente, envolvendo as pastorais, os movimentos, isso é exigente e aponta para um novo paradigma, uma catequese bíblica, litúrgica e vivencial. Além do texto base uma extensa programação acontece no decorrer do ano, conforme segue:
Abertura Oficial - 2º Domingo de Páscoa (19 de abril) nas Dioceses, Prelazias, Paróquias, Comunidades, com criatividade e de forma celebrativa.
Celebração Eucarística do episcopado pelo Ano Catequético na 47ª Assembléia Geral dos Bispos. (Itaici-SP, 22 a 30 de abril de 2009).
3ª Semana Brasileira de Catequese – 6 a 11 de outubro – Indaiatuba(SP), com o Tema: Iniciação à Vida Cristã.
Celebração Dia do/a Catequista – 30 de agosto de 2009 nas comunidades, paróquias, dioceses e regionais. O regional sul 1 (SP) comemorará este dia no Santuário Nacional de Aparecida.
Encerramento: Domingo de Cristo-Rei. Em sintonia com o Dia Nacional do Leigo/a.
IR. ZÉLIA MARIA BATISTA, CF
POR QUE UM ANO CATEQUÉTICO:
A Igreja ao celebrar 50 anos do primeiro Ano Catequético, quer dar continuidade e dinamismo ao movimento catequético e fazer com que todas as Dioceses, Paróquias e comunidades sejam de fato comunidades catequizadoras, cuja centralidade é a formação para o discipulado. Neste sentido, a 44ª Assembléia Geral dos Bispos (2006) aprovou por unanimidade a realização de um Ano Catequético. A iniciativa é resultado da importância e valorização que a Igreja vem dando à CATEQUESE, como ficou expresso no processo de elaboração do Diretório Nacional de Catequese (DNC – 2002 a 2005); e também na V Conferência de Aparecida. Sem o impulso da catequese não há como formar discípulos missionários.
O documento Catequese Renovada publicado em 1983 foi um grande impulso para uma catequese bíblica centrada no princípio fé/vida. Foi muito bem operacionalizado pela linha 3 da CNBB, através de uma coordenação nacional. Nessa onda de renovação surgiram as semanas brasileiras de Catequese, a primeira em 1986, com o tema “Fé e Vida em Comunidade” e a segunda, em 2001, com o tema “Com Adultos, Catequese Adulta”.
O Ano Catequético Nacional em 2009, com a realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese de 6 a 11 de outubro em Itaici-SP, cujo tema é “Iniciação à Vida Cristã”, vem consolidar esta caminhada e apontar luzes e pistas para os novos desafios da realidade.
ANO CATEQUÉTICO É PARA TODA A IGREJA:
O Ano Catequético é para toda a Igreja, não quer ser um evento isolado, se insere no processo de recepção do Documento de Aparecida, nas novas Diretrizes da Igreja no Brasil DGAE (2008-2011); no Sínodo sobre a Palavra; no 12° Intereclesial de Cebs e Campanha da Fraternidade. Enfim, quer impulsionar e dinamizar toda a caminhada pastoral da Igreja: Dioceses, Prelazias, Paróquias, comunidades, pastorais e movimentos. Diante disso, os Bispos, os Párocos, primeiros responsáveis pela catequese, juntamente com os agentes de pastorais leigos, de modo especial, os catequistas, são conclamados a dinamizar as atividades propostas para este evento, ao longo do ano e que terá seu ponto alto com a realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese.
COMO A IGREJA ESTÁ SE PREPARANDO PARA O ANO CATEQUÉTICO:
O objetivo do ano catequético se expressa da seguinte forma: Dar novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado. A busca de novo impulso à catequese, levando à consciência de que a catequese é uma dimensão de toda ação evangelizadora. Uma ação eclesial só é evangelizadora se também catequiza. Catequese não é portanto uma ação restrita aos ministros da catequese, mas é de todo cristão. Com isso há necessidade de recuperar a concepção de catequese como processo permanente de educação da fé e não somente preparação aos sacramentos ou destinada somente às crianças.
Catequese como caminho para o discipulado traz presente a necessidade do encontro pessoal com Jesus Cristo e conseqüentemente o seguimento e a missão: todo discípulo é missionário. São as duas faces de uma mesma realidade, conforme afirma o Documento de Aparecida . O discípulo missionário será atuante e desenvolverá a missão nos vários âmbitos da sociedade: família, comunidade, escola, trabalho. Portanto, o discipulado acontece no mundo e está aberto às necessidades e desafios da realidade.
Na continuidade dos objetivos reflete-se a formação permanente dos catequistas. A formação dos seminaristas, com a implementação da disciplina catequética nos cursos de teologia. A dimensão bíblico-litúrgica-vivencial da catequese apresenta o itinerário de inspiração catecumenal, tendo como centralidade a Palavra de Deus, a pessoa de Jesus Cristo e a comunidade. A catequese diferenciada destinada às diversas realidades e situações em que vive a maioria das pessoas, é inclusiva, acolhe as pessoas com deficiência, migrantes, crianças, adolescentes, jovens, adultos. E, finalmente, a instituição do ministério da catequese no sentido de valorizar a catequese e catequistas na missão de formar e educar para a vida cristã.
A CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, convoca a Igreja do Brasil para o Ano Catequético Nacional de 2009 e apresenta como instrumento de trabalho o TEXTO-BASE.
Este subsídio para o grande mutirão catequético está centrado na iniciação à vida cristã, no discipulado missionário, à luz do itinerário dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Está organizado em três partes, seguindo o método ver-julgar-agir, resgatado e valorizado no Documento de Aparecida (DAp 19) e presente também no Diretório Nacional de Catequese (DNC 157). A primeira parte, traz presente o ENCONTRO com o ressuscitado: “Aprender, caminhando com o Mestre”; a segunda parte tem como fundamento a PALAVRA DO RESSUSCITADO: “Aprender ouvindo o Mestre”; e a terceira parte enfatiza a MISSÃO: “Aprender, agindo com o Mestre”.
O texto base vem sendo refletido pelos 17 regionais da CNBB de várias formas e conforme as necessidades locais. O importante é o envolvimento de todos os segmentos da Igreja nesta reflexão. Urge ultrapassar os limites da catequese e refletir a formação de uma forma integral e permanente, envolvendo as forças vivas existentes na vida da Igreja e que se expressam de diversas formas. Isso aponta para um novo paradigma da catequese, a renovação da atual estrutura paroquial, a conversão pastoral. São as interpelações que emergem da reflexão do documento de Aparecida e que necessitam ser concretizadas.
Nos encontros realizados nos regionais pode-se destacar o seguinte:
No regional leste 1 (Rio de Janeiro), a formação de inspiração catecumenal presente em quase todas as Dioceses, a elaboração do Diretório de Iniciação Cristã para a Arquidiocese, são ações desenvolvidas no regional e que apontam para um novo paradigma da catequese. No regional norte 2 (PARÁ E AMAPÁ) . Um dos destaques do II Seminário Bíblico-Catequético foi a organização da escola catequética do regional e a formação de inspiração catecumenal, para que haja uma efetiva iniciação cristã. O evento aconteceu nos dias 15 a 20 de julho em Macapá-AP, com o tema: "Catequese, fazendo discípulos missionários". Participaram 70 catequistas, representantes das coordenações de 05 dioceses e 04 prelazias.
No Regional Sul I (São Paulo), destacaram-se algumas propostas para o Ano Catequético: a implementação da disciplina Catequética nos seminários, o evento no Santuário Nacional de Aparecida, no dia do Catequista – 30 de agosto.
Aqui relatamos de forma parcial, pois outras iniciativas já surgiram nesta etapa preparatória. As comunidades, paróquias, dioceses e regionais estão mobilizados e em 2009 será a coroação de todo este mutirão com a realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese.
Além dessas atividades será lançado pela CNBB e Paulinas/Comep, em fevereiro 2009, o CD com as composições referentes ao tema e lema do Ano Catequético, inspirados em Lucas 13,13-35, “Os discípulos de Emáus”. O lançamento oficial será no 2° Domingo da Páscoa (19 de abril), provavelmente em São Paulo.
PROGRAMAÇÃO
Abertura Oficial - 2º Domingo de Páscoa (19 de abril) nas Dioceses, Prelazias, Paróquias, Comunidades, com criatividade e de forma celebrativa.
Celebração do episcopado pelo Ano Catequético na 47ª Assembléia Geral dos Bispos. (22 a 30 de abril)
3ª Semana Brasileira de Catequese – 6 a 11 de outubro – Indaiatuba(SP), com o Tema: Iniciação à Vida Cristã.
Celebração Dia do/a CATEQUISTA – 30 de agosto, nas paróquias, dioceses e regionais. O regional Sul 1 celebrará este dia no Santuário Nacional de Aparecida.
Encerramento: Domingo de Cristo-Rei (22 de novembro). Em sintonia com o Dia Nacional do Leigo/a.
ATENÇÃO
As datas chaves serão divulgadas nos folhetos dominicais.
Serão elaborados subsídios celebrativos para animação desses momentos. (Abertura, Dia do catequista, Tríduo 3ª Semana e Encerramento).
A publicação está prevista para final deste ano.
A Igreja ao celebrar 50 anos do primeiro Ano Catequético, quer dar continuidade e dinamismo ao movimento catequético e fazer com que todas as Dioceses, Paróquias e comunidades sejam de fato comunidades catequizadoras, cuja centralidade é a formação para o discipulado. Neste sentido, a 44ª Assembléia Geral dos Bispos (2006) aprovou por unanimidade a realização de um Ano Catequético. A iniciativa é resultado da importância e valorização que a Igreja vem dando à CATEQUESE, como ficou expresso no processo de elaboração do Diretório Nacional de Catequese (DNC – 2002 a 2005); e também na V Conferência de Aparecida. Sem o impulso da catequese não há como formar discípulos missionários.
O documento Catequese Renovada publicado em 1983 foi um grande impulso para uma catequese bíblica centrada no princípio fé/vida. Foi muito bem operacionalizado pela linha 3 da CNBB, através de uma coordenação nacional. Nessa onda de renovação surgiram as semanas brasileiras de Catequese, a primeira em 1986, com o tema “Fé e Vida em Comunidade” e a segunda, em 2001, com o tema “Com Adultos, Catequese Adulta”.
O Ano Catequético Nacional em 2009, com a realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese de 6 a 11 de outubro em Itaici-SP, cujo tema é “Iniciação à Vida Cristã”, vem consolidar esta caminhada e apontar luzes e pistas para os novos desafios da realidade.
ANO CATEQUÉTICO É PARA TODA A IGREJA:
O Ano Catequético é para toda a Igreja, não quer ser um evento isolado, se insere no processo de recepção do Documento de Aparecida, nas novas Diretrizes da Igreja no Brasil DGAE (2008-2011); no Sínodo sobre a Palavra; no 12° Intereclesial de Cebs e Campanha da Fraternidade. Enfim, quer impulsionar e dinamizar toda a caminhada pastoral da Igreja: Dioceses, Prelazias, Paróquias, comunidades, pastorais e movimentos. Diante disso, os Bispos, os Párocos, primeiros responsáveis pela catequese, juntamente com os agentes de pastorais leigos, de modo especial, os catequistas, são conclamados a dinamizar as atividades propostas para este evento, ao longo do ano e que terá seu ponto alto com a realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese.
COMO A IGREJA ESTÁ SE PREPARANDO PARA O ANO CATEQUÉTICO:
O objetivo do ano catequético se expressa da seguinte forma: Dar novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado. A busca de novo impulso à catequese, levando à consciência de que a catequese é uma dimensão de toda ação evangelizadora. Uma ação eclesial só é evangelizadora se também catequiza. Catequese não é portanto uma ação restrita aos ministros da catequese, mas é de todo cristão. Com isso há necessidade de recuperar a concepção de catequese como processo permanente de educação da fé e não somente preparação aos sacramentos ou destinada somente às crianças.
Catequese como caminho para o discipulado traz presente a necessidade do encontro pessoal com Jesus Cristo e conseqüentemente o seguimento e a missão: todo discípulo é missionário. São as duas faces de uma mesma realidade, conforme afirma o Documento de Aparecida . O discípulo missionário será atuante e desenvolverá a missão nos vários âmbitos da sociedade: família, comunidade, escola, trabalho. Portanto, o discipulado acontece no mundo e está aberto às necessidades e desafios da realidade.
Na continuidade dos objetivos reflete-se a formação permanente dos catequistas. A formação dos seminaristas, com a implementação da disciplina catequética nos cursos de teologia. A dimensão bíblico-litúrgica-vivencial da catequese apresenta o itinerário de inspiração catecumenal, tendo como centralidade a Palavra de Deus, a pessoa de Jesus Cristo e a comunidade. A catequese diferenciada destinada às diversas realidades e situações em que vive a maioria das pessoas, é inclusiva, acolhe as pessoas com deficiência, migrantes, crianças, adolescentes, jovens, adultos. E, finalmente, a instituição do ministério da catequese no sentido de valorizar a catequese e catequistas na missão de formar e educar para a vida cristã.
A CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, convoca a Igreja do Brasil para o Ano Catequético Nacional de 2009 e apresenta como instrumento de trabalho o TEXTO-BASE.
Este subsídio para o grande mutirão catequético está centrado na iniciação à vida cristã, no discipulado missionário, à luz do itinerário dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Está organizado em três partes, seguindo o método ver-julgar-agir, resgatado e valorizado no Documento de Aparecida (DAp 19) e presente também no Diretório Nacional de Catequese (DNC 157). A primeira parte, traz presente o ENCONTRO com o ressuscitado: “Aprender, caminhando com o Mestre”; a segunda parte tem como fundamento a PALAVRA DO RESSUSCITADO: “Aprender ouvindo o Mestre”; e a terceira parte enfatiza a MISSÃO: “Aprender, agindo com o Mestre”.
O texto base vem sendo refletido pelos 17 regionais da CNBB de várias formas e conforme as necessidades locais. O importante é o envolvimento de todos os segmentos da Igreja nesta reflexão. Urge ultrapassar os limites da catequese e refletir a formação de uma forma integral e permanente, envolvendo as forças vivas existentes na vida da Igreja e que se expressam de diversas formas. Isso aponta para um novo paradigma da catequese, a renovação da atual estrutura paroquial, a conversão pastoral. São as interpelações que emergem da reflexão do documento de Aparecida e que necessitam ser concretizadas.
Nos encontros realizados nos regionais pode-se destacar o seguinte:
No regional leste 1 (Rio de Janeiro), a formação de inspiração catecumenal presente em quase todas as Dioceses, a elaboração do Diretório de Iniciação Cristã para a Arquidiocese, são ações desenvolvidas no regional e que apontam para um novo paradigma da catequese. No regional norte 2 (PARÁ E AMAPÁ) . Um dos destaques do II Seminário Bíblico-Catequético foi a organização da escola catequética do regional e a formação de inspiração catecumenal, para que haja uma efetiva iniciação cristã. O evento aconteceu nos dias 15 a 20 de julho em Macapá-AP, com o tema: "Catequese, fazendo discípulos missionários". Participaram 70 catequistas, representantes das coordenações de 05 dioceses e 04 prelazias.
No Regional Sul I (São Paulo), destacaram-se algumas propostas para o Ano Catequético: a implementação da disciplina Catequética nos seminários, o evento no Santuário Nacional de Aparecida, no dia do Catequista – 30 de agosto.
Aqui relatamos de forma parcial, pois outras iniciativas já surgiram nesta etapa preparatória. As comunidades, paróquias, dioceses e regionais estão mobilizados e em 2009 será a coroação de todo este mutirão com a realização da 3ª Semana Brasileira de Catequese.
Além dessas atividades será lançado pela CNBB e Paulinas/Comep, em fevereiro 2009, o CD com as composições referentes ao tema e lema do Ano Catequético, inspirados em Lucas 13,13-35, “Os discípulos de Emáus”. O lançamento oficial será no 2° Domingo da Páscoa (19 de abril), provavelmente em São Paulo.
PROGRAMAÇÃO
Abertura Oficial - 2º Domingo de Páscoa (19 de abril) nas Dioceses, Prelazias, Paróquias, Comunidades, com criatividade e de forma celebrativa.
Celebração do episcopado pelo Ano Catequético na 47ª Assembléia Geral dos Bispos. (22 a 30 de abril)
3ª Semana Brasileira de Catequese – 6 a 11 de outubro – Indaiatuba(SP), com o Tema: Iniciação à Vida Cristã.
Celebração Dia do/a CATEQUISTA – 30 de agosto, nas paróquias, dioceses e regionais. O regional Sul 1 celebrará este dia no Santuário Nacional de Aparecida.
Encerramento: Domingo de Cristo-Rei (22 de novembro). Em sintonia com o Dia Nacional do Leigo/a.
ATENÇÃO
As datas chaves serão divulgadas nos folhetos dominicais.
Serão elaborados subsídios celebrativos para animação desses momentos. (Abertura, Dia do catequista, Tríduo 3ª Semana e Encerramento).
A publicação está prevista para final deste ano.
Um mestre que sabe empolgar seus discípulos
O texto de Lucas é cheio de detalhes reveladores. Começa dizendo que era “o primeiro dia da semana”. Ou seja, trata-se do nosso domingo, dia em que tanta gente vai à Igreja... mas será que todos se encontram mesmo com Jesus?
Os discípulos não estavam bem, a morte de Jesus parecia o fim lamentável de um sonho perdido. Jesus se aproxima e eles não o reconhecem. Quanta gente, dentro e fora de nossos templos, não reconhece Jesus e anda desanimada pela vida... Muitos, como aqueles discípulos, até já ouviram a Boa Nova. Mas algo está faltando. Sabem coisas, conhecem doutrinas, mas de alguma maneira o que aprenderam não está funcionando. A Boa Nova é uma teoria, até bonita, mas não é ainda um fogo ardente, um impulso vital.
E Jesus, o que faz? Fica junto, ouve, caminha com eles, faz perguntas para que eles expressem seus sentimentos. Aqui estaria um recado importante para a nossa catequese e para todo o trabalho pastoral. Primeiro é preciso ouvir as perguntas. Muitas vezes estamos dando respostas sem saber quais são as indagações que a vida está fazendo a cada um.
“Eles pararam, com o rosto triste”- diz o texto de Lucas. Só estavam vendo na cruz um fracasso, uma decepção diante de esperanças de uma vitória retumbante que, a seu ver, não havia acontecido. Hoje, muita gente quer um Deus que só conceda vitórias, e têm que ser vitórias bem mundanas, no estilo da teologia da prosperidade. Jesus é vitorioso, sim! É a maior vitória possível... mas acontece de outro jeito. Precisamos de uma evangelização que veja as vitórias dentro do espírito do projeto do Reino.
Jesus, então, ensina. Fala dos profetas, mostra por onde passou o projeto de Deus que nele tem sua culminância. Situa o mistério da cruz num cenário mais amplo. Hoje, para termos verdadeiros discípulos, seria preciso aprofundar o conhecimento bíblico, perceber o fio condutor que perpassa os textos.
A essa altura, eles ainda não perceberam o que acontecia mas já estão encantados. Querem que o companheiro de caminho fique com eles porque “já é tarde e a noite vem chegando”. Jesus fica... e faz algo mais: abençoa e reparte o pão, se revela num gesto eucarístico. Depois desaparece, porque vai estar presente agora de modo muito mais definitivo. A iniciação cristã, ainda hoje, culmina (mas não termina) na comunhão eucarística. É comunhão com o próprio Jesus mas também com todo o seu projeto e com a multidão de necessitados com os quais ele sempre quis ser identificado. Os discípulos se dão conta de que o “coração ardia quando ele falava”. Mas não é “fogo de palha”, entusiasmo vazio. É um fogo que os leva de volta à missão, agora com fé e esperança para enfrentar as dificuldades e fazer novos discípulos.
Tudo isso vai ser refletido pelas comunidades no Ano Catequético. Esperamos que a metodologia de Jesus nos inspire e nos prepare também para fazer discípulos conscientes, ativos e apaixonados pela missão.
Therezinha Motta Lima da Cruz
Famílias Evangelizadas: uma proposta para O Ano Catequético
Vivemos em um mundo secularizado. O noticiário da TV e do rádio só nos trazem violência; programas e novelas nos mostram famílias fragmentadas e dilaceradas, como se fossem exemplos a serem seguidos. Ouvimos muito falar que hoje já não se cultivam valores essenciais e nem se levam em conta preceitos religiosos quando estes interferem em nossa maneira de viver. No entanto, ainda ouvimos dizer que a família é a célula da sociedade; família é Igreja doméstica. Este desabafo inicial não é um desânimo, antes, trata-se de uma constatação, porém uma constatação que nos deixa inquietos.
Às vezes, quando estamos envolvidos com as ações da Igreja, supomos que vivemos novamente o período de Cristandade e pensamos que a educação da fé está sendo dada nas origens do lar, supostamente, cristão. Contudo, é fácil verificar que, em muitas famílias se encontram pessoas batizadas que não foram evangelizadas. Há muitos católicos que não receberam o anúncio de salvação de Jesus Cristo, mas que buscam a Igreja à procura de sacramentos. Por isso precisamos evangelizar as famílias.
Sabemos dos desafios que se apresentam para um trabalho de evangelização como esse. E sabemos também que não podemos nos limitar a oferecer uma catequese em nossas comunidades sem levar em conta a realidade das pessoas com quem convivemos. Uma realidade que consiste, tanto de um lado, na busca desenfreada pelo prazer, conforto, consumo, competição, quanto por outro, na luta pela sobrevivência, no trabalho como subsistência e na conquista de um mínimo de condições de vida.
Nesse contexto, a Igreja no Brasil nos oferece à reflexão, um Ano Catequético. Não um ano dedicado à catequese, como muitos poderiam pensar, uma preocupação apenas para catequistas, mas um ano de ações e promoções para “um despertar de todos os cristãos para a importância do aprofundamento e do amadurecimento na fé, vivida no seio de uma comunidade, empenhada em irradiar a vida em Cristo para toda a sociedade”. É o que nos diz o texto do Ano Catequético Nacional(2), documento aprovado por todos os bispos do Brasil na Assembléia da CNBB de 2007. Isto significa que a Igreja se dirige a todos os cristãos católicos, de todas as pastorais, de todos os movimentos, de todos os segmentos para que, em comunhão, numa verdadeira pastoral de conjunto, possamos “dar um novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado”(3) de Jesus Cristo.
Algumas vezes, pode parecer que o discurso eclesial se apresente distante da realidade e que achemos inatingíveis as metas e os objetivos de uma proposta de ação missionária como essa. Daí logo levantarmos obstáculos e dificuldades e nos sentirmos incapazes de encetar tal missão. Todavia, alenta-nos o fato de não sermos uma Igreja de resultados, cabe-nos apenas, como discípulos missionários, semear. Como nos afirma São Paulo “Eu plantei, Apolo regou” (1Cor 3,6), Deus é que faz a obra crescer. A obra é d’Ele. O projeto do Reino é de Jesus Cristo.
A experiência de um encontro com o Mestre, a exemplo daquele que tiveram os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35), experiência que abrasou seus corações e trouxe significado à sua caminhada, precisa ser levada às famílias de nossas comunidades, indiferentes, distantes, sofridas e pobres. E é preciso lembrar que antes de falar, Jesus ouviu as angústias e decepções dos discípulos e caminhou devagar com eles até levá-los à ressurreição de sua própria esperança. Muitas famílias precisam exatamente disso: serem ouvidas pela Igreja em suas decepções e angústias. Muitas famílias precisam de que a Igreja caminhe com elas devagar e lhes devolva a esperança.
Às vezes, quando estamos envolvidos com as ações da Igreja, supomos que vivemos novamente o período de Cristandade e pensamos que a educação da fé está sendo dada nas origens do lar, supostamente, cristão. Contudo, é fácil verificar que, em muitas famílias se encontram pessoas batizadas que não foram evangelizadas. Há muitos católicos que não receberam o anúncio de salvação de Jesus Cristo, mas que buscam a Igreja à procura de sacramentos. Por isso precisamos evangelizar as famílias.
Sabemos dos desafios que se apresentam para um trabalho de evangelização como esse. E sabemos também que não podemos nos limitar a oferecer uma catequese em nossas comunidades sem levar em conta a realidade das pessoas com quem convivemos. Uma realidade que consiste, tanto de um lado, na busca desenfreada pelo prazer, conforto, consumo, competição, quanto por outro, na luta pela sobrevivência, no trabalho como subsistência e na conquista de um mínimo de condições de vida.
Nesse contexto, a Igreja no Brasil nos oferece à reflexão, um Ano Catequético. Não um ano dedicado à catequese, como muitos poderiam pensar, uma preocupação apenas para catequistas, mas um ano de ações e promoções para “um despertar de todos os cristãos para a importância do aprofundamento e do amadurecimento na fé, vivida no seio de uma comunidade, empenhada em irradiar a vida em Cristo para toda a sociedade”. É o que nos diz o texto do Ano Catequético Nacional(2), documento aprovado por todos os bispos do Brasil na Assembléia da CNBB de 2007. Isto significa que a Igreja se dirige a todos os cristãos católicos, de todas as pastorais, de todos os movimentos, de todos os segmentos para que, em comunhão, numa verdadeira pastoral de conjunto, possamos “dar um novo impulso à catequese como serviço eclesial e como caminho para o discipulado”(3) de Jesus Cristo.
Algumas vezes, pode parecer que o discurso eclesial se apresente distante da realidade e que achemos inatingíveis as metas e os objetivos de uma proposta de ação missionária como essa. Daí logo levantarmos obstáculos e dificuldades e nos sentirmos incapazes de encetar tal missão. Todavia, alenta-nos o fato de não sermos uma Igreja de resultados, cabe-nos apenas, como discípulos missionários, semear. Como nos afirma São Paulo “Eu plantei, Apolo regou” (1Cor 3,6), Deus é que faz a obra crescer. A obra é d’Ele. O projeto do Reino é de Jesus Cristo.
A experiência de um encontro com o Mestre, a exemplo daquele que tiveram os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35), experiência que abrasou seus corações e trouxe significado à sua caminhada, precisa ser levada às famílias de nossas comunidades, indiferentes, distantes, sofridas e pobres. E é preciso lembrar que antes de falar, Jesus ouviu as angústias e decepções dos discípulos e caminhou devagar com eles até levá-los à ressurreição de sua própria esperança. Muitas famílias precisam exatamente disso: serem ouvidas pela Igreja em suas decepções e angústias. Muitas famílias precisam de que a Igreja caminhe com elas devagar e lhes devolva a esperança.
Margareth Villalba(1)
Notas
1. Psicopedagoga e Coordenadora da Escola de Formação de Catequistas do Regional Centro-Oeste.
2. Texto-base do Ano Catequético Nacional nº 6
3. idem nº7
Catequese Missionária, uma proposta do Ano Catequético
Estamos no Ano Catequético Nacional, preparando a 3ª Semana Brasileira de Catequese que acontecerá de 6 a 11 de outubro de 2009 em Itaici, SP, com o tema: “Iniciação à Vida Cristã”. O Ano Catequético acontece num contexto de evangelização em que a Igreja é desafiada a propor o “primeiro anúncio” (querigma) do Evangelho. Pois os destinatários ou interlocutores de nossos trabalhos pastorais, os catequizandos, suas famílias, enfim, as comunidades não encontram-se mais numa estrutura de cristandade. Passa-se de uma fé herdada para uma opção pessoal e comunitária da fé.
O primeiro anúncio se refere à pessoa de Jesus Cristo e sua mensagem. O anúncio evangélico traduz-se de várias maneiras e se expressa como: história da salvação, plano de redenção, mistério pascal, revelação do Deus amor. A mensagem é o Reino de Deus, projeto anunciado por Jesus Cristo de um mundo reconciliado e fraterno, a realização dos valores que o coração humano deseja e sonha: a felicidade, a justiça, a paz, a verdade.
O anúncio do Reino vai além das fronteiras estabelecidas por um modelo de Igreja voltada para sua própria conservação e expansão, para assumir uma orientação missionária em que todo discípulo é missionário e se sente enviado ao coração do mundo para testemunhar e servir. Portanto, o anúncio está vinculado com o serviço, o testemunho. Aqui fazemos memória de Madre Tereza de Calcutá, cuja vida foi dedicada aos pobres da Índia, sem a intenção de convertê-los. A ela interessava simplesmente fazer-lhes viver uma experiência de amor autêntico.
O texto base do Ano Catequético inspirado na experiência dos discípulos de Emaús apresenta o itinerário, o caminho a ser percorrido pelo discípulo missionário, através do encontro com o Ressuscitado no caminho, na Palavra, na Eucaristia. Neste itinerário somos todos discípulos e aprendemos com as atitudes do Mestre. A primeira atitude de Jesus é aproximar-se. Não se apressa em anunciar a sua mensagem, pacientemente escuta, faz perguntas, para que os interlocutores se expressem livremente e desabafem. Não se arrisca começar a falar antes de conhecer as preocupações dos discípulos, pois os seus problemas são o ponto de partida da conversa.
Que as luzes surgidas a partir da reflexão do texto base possam despertar para a catequese da escuta, da aproximação e surjam propostas concretas para uma catequese missionária, capaz de propor um itinerário de fé, em que se prioriza a iniciação à vida cristã, capaz de formar cristãos adultos na fé conscientes de sua missão na Igreja e na sociedade.
Ir. Zélia Maria Batista, CF
Assessora Nacional da Comissão para Animação Bíblico-Catequética
Maria, a Catequista Discípula Missionária
“Eis aqui a serva do Senhor! Faça –se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38).
O Ano Catequético Nacional é uma oportunidade de olhar para Maria como a catequista que aos pés da cruz soube educar a comunidade dos discípulos no itinerário da fé. Ela continua formando os verdadeiros discípulos missionários para que possam responder com fé, entusiasmo, perseverança e compromisso permanente o grande chamado que seu Filho Jesus Cristo faz a todas as pessoas. Ele deseja acentuar “a carinhosa e profética presença de Maria, educadora de seu Filho Jesus e discípula fiel do Pai para ajudar-nos a sermos dóceis ao que o Espírito diz às Igrejas (cf Ap 21, 21), neste momento da história”(1).
Ao falar de Maria, a discípula missionária do Pai, há que considerar que missionar e evangelizar para nós significam levar a Boa Nova do Evangelho testemunhando com a vida o que anuncia. Esta a meu ver é tarefa principal dos catequistas evangelizadores. Este é o mandado que a Igreja, povo de Deus, recebeu do próprio Jesus Cristo (cf. Mc 16, 15; Mt 28; Jo 20, 21). Neste Ano Catequético redescobrir Maria como discípula missionária do Evangelho é para nós catequistas uma aventura fascinante e encantadora.
A discípula missionária fiel até o fim. Na catequese dos escritos joaninos, Maria aparece como a mediadora da fé em Caná da Galiléia (cf. Jo 2, 1-12), a mãe da Comunidade, sob a cruz, (cf. Jo 19, 25-28) e figura da Igreja e da Nova Criação (cf. Ap 12). Observe que o evangelho de João só traz dois textos diretamente referentes à Maria e são centrais na vida de Jesus. Em Caná, o discipulado de Maria está ligado com o momento da inauguração da vida pública de Jesus; e no Calvário com o momento culminante da “Hora de Jesus”. O discipulado de Maria marca na comunidade joanina a hora da revelação nas bodas em cana e a hora máxima, da cruz, o cumprimento da profecia. Maria está numa atitude de discípula fiel. Se coloca de pé, símbolo da prontidão e do discipulado. Ela é entregue ao discípulo amado. Permanece agora no caminho do discipulado realizando com comunidade a vontade de Deus.
A discípula missionária catequista da comunidade cristã. Em Atos dos Apóstolos Lucas narra sobre a comunidade reunida em oração em torno do Projeto do Ressuscitado, na espera da promessa: o Espírito Santo. No dinamismo orante da comunidade, encontra-se a pessoa de Maria a mulher discípula, atenta às necessidades da Igreja nascente. A Mãe de Jesus aparece em atitude de oração para que se realize a promessa, e venha o Espírito que faz nascer a Igreja e revela o sentido das Palavras de Jesus para a vida das Comunidades. Observe-se que em Lucas no início do Evangelho, Maria se tornara a Mãe de Jesus pela obediência à Palavra. Agora, no início dos Atos, ela se torna Mãe da Igreja pela mesma atitude orante diante da Palavra. Ela é a referência para os discípulos e discípulas permanecerem assíduos à oração e ao ministério da Palavra (At 6,4). Podemos dizer que três qualidades caracterizam o grupo reunido em oração: eles estão numa atitude de espera, têm os mesmos sentimentos e perseveram na oração (At 1,14-15).
A discípula que vence o dragão. No Livro do Apocalipse há uma referência a Maria, mulher forte a corajosa, modelo de discípula perseguida e perseverante. Ela é aquela que luta e vence o mal (Ap 12). É a discípula radiante de esplendor da graça de Deus. A mulher grávida que, em meio a dores, dá à luz o Messias, é Maria. Na mulher apocalíptica, a Igreja vê a si própria, chamada a "gerar" Cristo na História. Compete a ela, continuar atualizando a vitória de Cristo na vida dos cristãos (cf. 1Cr 15, 25-28).
Que o Ano Catequético Nacional nos ajude a redescobrir a beleza da vocação ao discipulado missionário, fruto da consagração batismal. A vocação ao discipulado missionário é convocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão... “A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão”. (cf. DA 156). Na realidade do Povo de Deus, “a comunhão e a missão estão profundamente unidas entre si. A comunhão é missionária e a missão é para a comunhão” (cf. DA 163). Maria, Mãe e discípula do Senhor nos ajude a participar ativamente da ação missionária da Igreja. Que o Espírito de Pentecostes, derramado sobre os Apóstolos, nos anime a sair e anunciar Jesus caminho, verdade e vida
Ir. Maria Aparecida Barboza, ICM
Ex-assessora da Comissão para Animação Bíblico-Catequética
(1) CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Catequese, caminho para o discipulado. Texto Base do Ano Catequético Nacional, no 19.
Oração para o Ano Catequético
Senhor,
como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese
caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades orantes e acolhedoras,
testemunhas de fé, de esperança e caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-te
nas situações em que a vida está ameaçada.
Aquece nosso coração, para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra,
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão,
alimento para a caminhada.
Permanece conosco!
Faz de nós discípulos missionários,
a exemplo de Maria, a discípula fiel,
sendo testemunhas da tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém!
como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese
caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades orantes e acolhedoras,
testemunhas de fé, de esperança e caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-te
nas situações em que a vida está ameaçada.
Aquece nosso coração, para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra,
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão,
alimento para a caminhada.
Permanece conosco!
Faz de nós discípulos missionários,
a exemplo de Maria, a discípula fiel,
sendo testemunhas da tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém!
Interpretação do cartaz
O autor, Dirceu Coelho, faz a sua interpretação do cartaz, descrevendo o seguinte: "O fruto da evangelização e da catequese é fazer discípulos". O discipulado é um caminho a ser construído. A missão de fazer discípulos deve atingir o mundo todo daí a forma de globo. Os dois arcos sinalizam para um caminho que o discípulo é chamado a abraçar, o mundo todo. Há um longo caminho percorrido, mas ainda muitos espaços abertos para a missão. O caminho a percorrer precisa de corações aquecidos e quem aquece o coração é a Palavra (bíblia aberta), o gesto de partilha (o pão partilhado-eucaristia), é Jesus Luz, Caminho (o círio pascal).
As cores vivas representam que a catequese hoje precisa de nova dinamicidade para entender e responder as perguntas e buscas dos homens e mulheres de hoje.
A idéia do cartaz leva ao âmago do coração as coisas antigas (arco, globo, Bíblia, pão partido, luz), mas ao mesmo tempo aponta para as linhas do mundo pós-moderno, colorido, urbanizado, mundo da informática, mundo que passa a ser o cotidiano dos adultos, jovens e crianças a serem evangelizadas.
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Fonte: CNBB