quinta-feira, 11 de junho de 2009

Adoração Eucarística: Exposição e bênção

Sendo o pão uma comida que nos serve de alimento e conserva sendo guardada, Jesus Cristo quis ficar na terra sob as espécies de pão, não para servir de alimento às almas que o recebem na sagrada Comunhão, mas também para ser conservado no sacrário e tornar-se presente no meio de nós, manifestando-nos por este eficacíssimo meio o amor que tem por nós.

Em toda forma de culto a este Sacramento é preciso levar em conta que sua intenção deve ser uma maior vivência da celebração eucarística. As visitas ao Santíssimo, as exposições e bênçãos devem ser um momento para aprofundar na graça da comunhão, reisar nosso compromiso com a vida cristã; a verificação de cada um frente a Palavra do Evangelho, juntar-se ao silencioso mistério do Deus calado... Esta dimensão individual do tranqüilo silêncio da oração, estando diante dele no amor, deve impulsionar a contrastar a verdade da oração, no encontro dos irmãos, aprendendo a estar com eles na comunicação fraternal.

A exposição

A exposição e bênção com o Santíssimo Sacramento é um ato comunitário no qual deve estar presente a celebração da Palavra de Deus e o silêncio contemplativo. A exposição eucarística ajuda a reconhecer nela a maravilhosa presença de Cristo ou convida à união mais íntima com ele, que adquire seu cume na comunhão Sacramental.

Tendo-se reunido o povo, e, se oportuno, tendo iniciado algum cântico, o ministro se aproxima do altar. Se o Sacramento não está reservado no altar da exposição, o ministro, com o pano de ombros o traz do lugar da reserva, acompanhado por acólitos ou por fiéis com veas acesas.

O copão ou a custódia deve ser colado sobre o altar coberto com manto; mas se a exposição se prolongar durante algum tempo e se for feita com a custódia, pode ser usado o manifestador, colocado em um lugar mais alto, mas tendo cuidado de que não fique muito alto nem distante. Se a exposição é feita com a custódia, o ministro incensa o Santíssimo, logo se retira, se a adoração vai se prolongar por algum tempo.

Se a exposição é solene e prolongada, a hóstia deve ser consagrada para a exposição, na Missa que antes for celebrada, e será colocada sobre o altar, na custódia, depois da comunhão. A Missa concluirá com a oração depoisa da comunhão, omitindo os ritos de conclusão. Antes de retirar-se do altar, o sacerdote, se achar oportuno, colocará a custódia e fará a incensação.

A adoração

Durante o tempo da exposição, será feitas orações, cantos e leituras, de tal sorte que os fiéis, recolhidos em oração, se dediquem exclusivamente a Cristo Senhor.

Para alimentar uma profunda oração, devem ser aproveitadas as leituras da sagrada Escritura, com a homilia, ou breves exortações, que promovam um maior apreço do mistério eucarístico. É também conveniente que o fiéis respondam à palavra de Deus, cantando. Também é necessário guardar piedoso silêncio nos momentos oportunos.

Perante o Santíssimo Sacramento exposto por longo tempo, pode também se celebrar alguma parte, especialmente as horas mais importantes da Liturgia das Horas; por meio desta recitação se prolonga às diversas horas do dia o louvro e a ação de graças tributadas a Deus na celebração da Missa, e as súplicas da Igreja se dirigem a Cristo e por Cristo ao Pai, em nome de todo o mundo,

Oração

Ó Hóstia Salutar
Que abres a porta do céu,
Contra guerras inimigas
Dais fortaleza e auxílio.
Ao Senhor uno e trino
Glória perpétua.
A vida sem fim
Nos dê Ele na pátria.
Amém.

A bênção

No final da adoração, o sacerdote ou o diácono se aproxima do altar; faz genuflexão, se ajoelha e inicia este hino ou outro canto eucarístico:

Canta, ó língua minha,
o mistério do Corpo glorioso
e do Sangue precioso,
que o Rei dos povos,
filho da mais nobre das mães,
derramou em resgate do mundo.

Nos foi dada, nos nasceu
de uma Virgem sem mancha;
e depois de passar sua vida no mundo,
uma vez espalhada a semente
de sua palavra,
terminou o tempo de seu desterro
dando uma admirável disposição.

Na noite da ultima ceia,
sentado à mesa com os irmãos,
depois de observar
plenamente a lei
sobre a comida,
se dá com suas próprias mãos
como alimento para os Doze.

O Verbo feito carne
transforma com sua palavra
o pão verdadeiro em sua carne,
e o vinho puro se converte
no sangue de Cristo.

E ainda que falhe os sentidos,
basta apenas a fé
para confirmar ao coração
reto nessa verdade.

Na presença pois de um Sacramento tão grandes
prostremo-nos por terra e adoremos
Que os velhos símbolos
dêem lugar ao novo rito;
e que a fé iliumine e complete o que falta nos sentidos para o entender.

Ao Pai e ao Filho
sejam dados louvor e júbilo,
saúde, honra, poder
e bênção;
uma glória igual seja dada
ao que de um e de outro
procede. Amém

Enquanto isso, ajoelhado, o ministro incensa o Santíssimo Sacramento, se a exposição for feita com a custódia.

V. Do céus lhes deste o Pão. (T.P. Aleluia).
R. Que contém em si todo o sabor. (T.P. Aleluia).

Em seguida coloca-se de pe é diz:

Oremos

Ó Deus, que neste admirável sacramento nos deixaste o memorial de tua Paixão, te pedimos nos concedas venerar de tal modo os sagrados mistérios de teu Corpo e teu Sangue, que experimentemos constantemente o fruto de tua redenção. Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos.

R. Amém

Saiba o que deve e o que não deve ser feito na celebração da Missa


VATICANO, 23 Abr. 04 (ACI).- A instrução Redemptionis Sacramentum, descreve detalhadamente como se deve celebrar a Eucaristia e o que pode ser considerado "abuso grave" durante a cerimônia. Aqui lhes oferecemos um resumo das normas que o documento recorda a toda a Igreja.

No Capítulo I sobre a "ordenação da Sagrada Liturgia" afirma que:

Compete à Sé Apostólica ordenar a sagrada Liturgia da Igreja universal, editar os livros litúrgicos, revisar suas traduções a línguas vernáculas e vigiar para que as normas litúrgicas sejam fielmente cumpridas.
Os fiéis têm direito a que a autoridade eclesiástica regule a sagrada Liturgia de forma plena e eficaz, para que nunca seja considerada a liturgia como propriedade privada de alguém.
O Bispo diocesano é o moderador, promotor e custódio de toda a vida litúrgica. A ele corresponde dar normas obrigatórias para todos sobre matéria litúrgica, regular, dirigir, estimular e algumas vezes também repreender.
Compete ao Bispo diocesano o direito e o dever de visitar e vigiar a liturgia nas igrejas e oratórios situados em seu território, também aqueles que sejam fundados ou dirigidos pelos citados institutos religiosos, se os fiéis recorrem a eles de forma habitual.
Todas as normas referentes à liturgia, que a Conferência de Bispos determine para seu território, conforme as normas do direito, devem se submeter a recognitio da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sem a qual, carecem de valor legal.
No Capítulo II sobre a "participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia", estabelece que:

A participação dos fiéis leigos na celebração da Eucaristia, e nos outros ritos da Igreja, não pode ser equivalente a uma mera presença, mais ou menos passiva, mas deve ser valorizada como um verdadeiro exercício da fé e da dignidade batismal.
A força da ação litúrgica não está na mudança freqüente dos ritos, mas, verdadeiramente, em aprofundar na palavra de Deus e no mistério que se celebra.
Entretanto, não se diz necessariamente que todos devam realizar outras coisas, em sentido material, além dos gestos e posturas corporais, como se cada um tivesse que assumir, necessariamente, uma tarefa litúrgica específica; embora convenha que se distribuam e realizem entre várias pessoas as tarefas ou diversas partes de uma mesma tarefa.
Alenta a participação de leitores e acólitos que estejam devidamente preparados e sejam recomendáveis por sua vida cristã, fé, costumes e fidelidade ao Magistério da Igreja.
Recomenda a presença de crianças ou jovens coroinhas que realizem algum serviço junto ao altar, como acólitos, e recebam uma catequese conveniente, adaptada a sua capacidade, sobre esta tarefa. A esta classe de serviço ao altar podem ser admitidas meninas ou mulheres, segundo o parecer do Bispo diocesano e observando as normas estabelecidas.
No Capítulo 3, sobre a "celebração correta da Santa Missa" especifica sobre:

A matéria da Santíssima Eucaristia

O pão a ser consagrado deve ser ázimo, apenas de trigo e feito recentemente. Não podem ser usadas cereais, substâncias diferentes do trigo. É um abuso grave introduzir em sua fabricação frutas, açúcar ou mel.
As hóstias devem ser preparadas por pessoas honestas, especialistas na elaboração e que disponham dos instrumentos adequados.
As frações do pão eucarístico devem ser repartidas entre os fiéis, mas quando o número deste excede as frações deve-se usar hóstia pequenas.
O vinho do Sacrifício deve ser natural, do fruto da videira, puro e sem corromper, sem mistura de sustâncias estanhas. Na celebração deve ser misturado com um pouco de água. Não deve ser admitida, sob nenhum pretexto, outra bebida de qualquer gênero.
A Oração Eucarística

Só podem ser utilizadas as Orações Eucarísticas do Missal Romano ou as aprovadas pela Sé Apostólica. Os sacerdotes não têm o direito de compor orações eucarísticas, mudar o texto aprovado pela Igreja, nem utilizar outros, compostos por pessoas privadas.
É um abuso que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, bem como por um só ou todos os fiéis juntos. A Oração Eucarística deve ser pronunciada em sua totalidade, e somente, pelo sacerdote.
O sacerdote não pode partir a hóstia no momento da consagração.
Na Oração Eucarística não se pode omitir a menção do Sumo Pontífice e do Bispo diocesano.
As outras partes da Missa

Os fiéis têm o direito de ter uma música sacra adequada e idônea e que o altar, os paramentos e os panos sagrados, segundo as normas, resplandeçam por sua dignidade, nobreza e limpeza.
Os textos da Liturgia não podem ser mudados.
A liturgia da palavra não pode ser separada da liturgia eucarística, nem celebradas em lugares e tempos diferentes.
A escolha das leituras bíblicas deve seguir as normas litúrgicas. Não está permitido omitir ou substituir, arbitrariamente, as leituras bíblicas prescritas nem mudar as leituras e o salmo responsorial com outros textos não bíblicos.
A leitura evangélica fica reservada ao ministro ordenado. Um leigo, ainda que seja religioso, não deve proclamar a leitura evangélica na celebração da Missa.
A homilia nunca poderá ser feita por um leigo. Tampouco os seminaristas, estudantes de teologia, assistentes pastorais nem qualquer membro de alguma associação de leigos.
A homilia deve iluminar desde Cristo os acontecimentos da vida, sem esvaziar o sentido autêntico e genuíno da Palavra de Deus, por exemplo, tratando apenas de política ou de temas profanos, ou usando como fonte idéias que provém de movimentos pseudo-religiosos.
Não se pode admitir um "Credo" ou Profissão de fé que não encontre nos livros litúrgicos devidamente aprovados.
As oferendas, além do pão e do vinho, também podem compreender outros dons. Estes últimos devem ser colocados em um lugar conveniente, fora da mesa eucarística.
A paz deve ser dada antes de distribuir a sagrada Comunhão, lembrando que esta prática não tem um sentido de reconciliação nem de perdão dos pecados.
Sugere-se que o gesto da paz seja sóbrio e seja dado apenas aos mais próximos. O sacerdote pode dar a paz aos ministros, permanecendo no presbitério. Para não alterar a celebração e do mesmo modo se, por uma boa causa, deseja dar a paz a alguns fiéis. O gesto de paz é estabelecido pela Conferência de Bispos, com o reconhecimento da Sé Apostólica, "segundo a idiossincrasia e os costumes do lugar".
A fração do pão eucarístico deve ser feita somente pelo sacerdote celebrante, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou por um concelebrante, mas nunca por um leigo. Esta começa depois de dar a paz, enquanto se diz o "Cordeiro de Deus".
É preferível que as instruções ou testemunhos expostos por um leigo sejam feitas fora da celebração da Missa. Seu sentido não deve ser confundido com a homilia, nem suprimi-la.
União de vários ritos com a celebração da missa

Não se permite a união da celebração eucarística com outros ritos quando o que será acrescentado tem um caráter superficial e sem importância.
Não é lícito unir o Sacramento da Penitência com a Missa e fazer uma única ação litúrgica. Entretanto, os sacerdotes, independentemente dos que celebram a Missa, sim podem escutar confissões, inclusive nos mesmo lugar onde se celebra a Missa. Isto deve ser feito de maneira adequada.
A celebração da Missa não pode ser intercalada como acrescentado a uma ceia comum, nem se unir com qualquer tipo de banquete. A Missa não deve ser celebrada, salvo por uma grave necessidade, sobre uma mesa de jantar, ou na sala de jantar, ou no lugar que seja utilizado para uma recepção, nem em qualquer sala onde haja alimentos. Os participantes da Missa não podem sentar-se à mesa durante a celebração
Não está permitido relacionar a celebração da Missa com acontecimentos políticos ou mundanos, ou com outros elementos que não concordem plenamente com o Magistério.
Não se deve celebrar a Missa pelo simples desejo de ostentação ou celebrá-la segundo o estilo de outras cerimônias, especialmente profanas.
Não devem ser introduzidos ritos tirados de outras religiões na celebração da Missa.
No capítulo 4, sobre a "Sagrada Comunhão", são apresentadas disposições como:

Estando em consciência de estar em pecado grave, não se deve celebrar nem comungar sem antes recorrer à confissão sacramental, a não ser que seja por um motivo grave e não haja oportunidade de confessar-se.
Deve-se vigiar para que não se aproximem à sagrada Comunhão, por ignorância, os não católicos ou, até mesmo, os não cristãos.
A primeira Comunhão das crianças deve ser sempre precedida da confissão e absolvição sacramental. A primeira Comunhão sempre deve ser administrada por um sacerdote e nunca fora da celebração da Missa.
O sacerdote não deve prosseguir a Missa até que tenha terminado a Comunhão dos fiéis.
Somente onde a necessidade o requer, os ministros extraordinários podem ajudar o sacerdote celebrante.
Pode-se comungar de joelhos ou de pé, segundo estabeleça a Conferência de Bispos, com a confirmação da Sé Apostólica.
Os fiéis têm sempre direito a escolher se desejam receber a Comunhão na boca, mas se o que vai comungar quiser receber o Sacramento na mão, a Comunhão deve ser dada.
Se existe perigo de profanação, o sacerdote não deve distribuir aos fiéis a Comunhão na mão.
Os fiéis não devem tomar a hóstia consagrada nem o cálice sagrado por si mesmo, muito menos passá-los entre si de mão em mão.
Os esposos, na Missa matrimonial, não devem administrar-se de modo recíproco a sagrada Comunhão.
Não deve ser distribuída de maneira de Comunhão, durante a Missa ou antes dela, hóstias não consagradas, outros comestíveis ou não comestíveis.
Para comungar, o sacerdote celebrante ou os concelebrantes não devem esperar que termine a comunhão do povo.
Se um sacerdote ou diácono entrega aos concelebrantes a hóstia sagrada ou o cálice, não deve dizer nada, quer dizer, não pronuncia as palavras "o Corpo de Cristo" ou "o Sangue de Cristo".
Para administrar aos leigos a Comunhão sob as duas espécies, devem levar em conta, convenientemente, as circunstâncias, sobre as quais devem julgar em primeiro lugar os Bispos diocesanos.
Deve excluir totalmente a administração da Comunhão sob as duas espécies quando exista perigo, até mesmo pequeno, de profanação.
A comunhão não deve ser administrada com cálice aos leigos onde: 1) seja tão grande a quantidade de vinho para a Eucaristia e exista o perigo de que sobre tanta quantidade de Sangue de Cristo, que deva ser consumida no final da celebração»; 2) o acesso ordenado ao cálice só seja possível com dificuldade; 3) seja necessária tal quantidade de vinho que seja difícil poder conhecer sua qualidade e proveniência; 4) quando não esteja disponível um número suficiente de ministros sagrados nem de ministros extraordinários da sagrada Comunhão que tenham a formação adequada; 5) onde uma parte importante do povo não queira participar do cálice por diversos motivos.
Não se permite que o comungante molhe por si mesmo a hóstia no cálice, nem recebe na mão a hóstia molhada. A hóstia que a ser molhada deve ser feita de matéria válida e estar consagrada. Está absolutamente proibido o uso de pão não consagrado ou de outra matéria.
No capítulo 5, sobre "outros aspectos que se referem à Eucaristia", esclarece que:

A celebração eucarística deve ser feita em lugar sagrado, a não ser que, em algum caso particular, a necessidade exija outra coisa.
Nunca é lícito a um sacerdote celebrar a Eucaristia em um templo ou lugar sagrado de qualquer religião não cristã.
Sempre e em qualquer lugar é lícito aos sacerdotes celebrar o santo sacrifício em latim.
É um abuso suspender de forma arbitrária a celebração da Santa Missa em favor do povo, sob o pretexto de promover o "jejum da Eucaristia".
Reprova-se o uso de copos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros copos de cristal, cerâmica, e outros materiais, que podem quebrar facilmente.
A vestimenta própria do sacerdote celebrante é a casula revestida sobre o alva e a estola. O sacerdote que se reveste com a casula deve colocar a estola.
Reprova-se o não uso das vestimentas sagradas, ou vestir apenas a estola sobre o cíngulo monástico, ou o hábito comum dos religiosos, ou a vestimenta comum.
No capítulo 6, o documento trata sobre "a reserva da Santíssima Eucaristia e seu culto fora da Missa". E nos lembra que:

O Santíssimo Sacramento deve ser reservado em um sacrário, na parte mais nobre, insigne e destacada da igreja, e no lugar mais apropriado para a oração.
Está proibido reservar o Santíssimo Sacramento em lugares que não estão sob a segura autoridade do Bispo ou onde exista perigo de profanação.
Ninguém pode levar a Sagrada Eucaristia para casa ou a outro lugar.
Não se exclui a oração do terço diante da reserva eucarística ou do santíssimo Sacramento exposto.
O Santíssimo Sacramento nunca deve permanecer exposto sem suficiente vigilância, nem sequer por um período muito curto.
É um direito dos fiéis visitar freqüentemente o Santíssimo Sacramento.
É conveniente não perder a tradição de realizar procissões eucarísticas.
O capítulo 7 versa sobre "os ministérios extraordinários dos fiéis leigos". Ali o documento especifica que:

As tarefas pastorais dos leigos não devem assemelhar-se à forma do ministério pastoral dos clérigos. Os assistentes pastorais não devem assumir o que propriamente pertence ao serviço dos ministros sagrados.
Somente por verdadeira necessidade pode-se recorrer ao auxilio de ministros extraordinários na celebração Liturgia.
Nunca é lícito aos leigos assumir as funções ou as vestimentas do diácono ou do sacerdote, ou outras vestes semelhantes.
Se habitualmente há um número suficiente de ministros sagrados, não se podem designar ministros extraordinários da sagrada Comunhão. Em tais circunstâncias, os que foram designados para este ministério, não devem exercê-lo.
Está reprovado o costume de sacerdotes que, apesar de estar presentes na celebração, abstêm-se de distribuir a comunhão, encomendando esta tarefa a leigos.
Ao ministro extraordinário da sagrada Comunhão nunca está permitido delegar a nenhum outro a administrar a Eucaristia.
Os leigos têm direito a que nenhum sacerdote, a menos que exista verdadeira impossibilidade, rejeite celebrar a Missa em favor do povo, ou que esta seja celebrada por outro sacerdote, se de diferente modo não se pode cumprir o preceito de participar da Missa, no domingo e outros dias estabelecidos.
Quando falta o ministro sagrado, o povo cristão tem direito a que o Bispo, na medida do possível, procure que se realize alguma celebração dominical para essa comunidade
É necessário evitar qualquer confusão entre este tipo de reuniões e a celebração eucarística.
O clérigo que foi afastado do estado clerical está proibido de exercer a potestade da ordem. Não está permitido celebrar os sacramentos. Os fiéis não podem recorrer a ele para a celebração.
O capítulo 8 está dedicado aos Remédios:

Qualquer católico tem direito a expor uma queixa por um abuso litúrgico, ao Bispo diocesano ou o Ordinário competente de igual direito, ou à Sé Apostólica, em virtude da primazia do Romano Pontífice.

Fonte: www.acidigital.com

Eucaristia: Presença Real do Senhor

Sendo o pão uma comida que nos serve de alimento e se conserva guardando, Jesus Cristo quis ficar na terra sob as espécies de pão, não só para servir de alimento às almas que o recebem na sagrada Comunhão, mas também para ser conservado no Sacrário e fazer-se presente a nós, nos manifestando por este eficaz meio, o amor que nos tem.

O que é a Eucaristia?

A Eucaristia é a consagração do pão no Corpo de Cristo e do vinho em seu Sangue que renova mística e sacramentalmente o sacrifício de Jesus na Cruz. A Eucaristia é Jesus real e pessoalmente presente no pão e no vinho que o sacerdote consagra. Pela fé cremos que a presença de Jesus na Hóstia e no vinho não é só simbólica, mas real; isto se chama o mistério da transubstanciação já que o que muda é a substância do pão e do vinho; os accidente—forma, cor, sabor, etc.— permanecem iguais.

A instituição da Eucaristia, aconteceu durante a última ceia pascal que celebrou com seus discípulos e os quatro relatos coincidem no essencial, em todos eles a consagração do pão precede a do cálice; embora devamos lembrar, que na realidade histórica, a celebração da Eucaristia ( Fração do Pão ) começou na Igreja primitiva antes da redação dos Evangelhos.

Os sinais essenciais do sacramentos eucarístico são pão de trigo e vinho da videira, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo e o presbítero pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus na última Ceia: "Isto é meu Corpo entregue por vós... Este é o cálice do meu Sangue..."

Encontro com Jesus amor

Necessariamente o encontro com Cristo Eucaristia é uma experiência pessoal e íntima, e que supõe o encontro pleno de dois que se amam. É, portanto, impossível generalizar sobre eles. Porque só Deus conhece os corações dos homens. Entretanto, sim devemos transluzir em nossa vida, a transcendência do encontro íntimo com o Amor. É lógico pensar que quem recebe esta Graça, está em maior capacidade de amar e de servir ao irmão e que além disso, alimentado com o Pão da Vida deve estar mais fortalecido para enfrentar as provações, para encarar o sofrimento, para contagiar sua fé e sua esperança. Em fim, para levar a feliz término a missão, a vocação, que o Senhor lhe dá.

Se apreciássemos de veras a Presença de Cristo no sacrário, nunca o encontraríamos sozinho, acompanhado apenas pela lâmpada Eucarística acesa, o Senhor hoje nos diz a todos e a cada um, o mesmo que disse aos Apóstolos "Com ânsias desejei comer esta Páscoa convosco " Lc.22,15. O Senhor nos espera ansioso para entregar-se a nós como alimento; somos conscientes disso, de que o Senhor nos espera no Sacrário, com a mesa celestial servida.? E nós, por que o deixamos esperando.? Ou é por acaso, quando vem alguém de visita a nossa casa, o deixamos na sala e vamos nos ocupar de nossas coisas?

É exatamente isso o que fazemos em nosso apostolado, quando nos enchemos de atividades e nos descuidamos na oração diante do Senhor, que nos espera no Sacrário, preso porque nos "amou até o extremo" e resulta que, por quem se fez o mundo e tudo o que nele habita (nós inclusive) encontra-se ali, oculto aos olhos, mas incrivelmente luminoso e poderoso para saciar todas nossas necessidades.

CATECISMO:

A Eucaristia

Está Cristo presente na Eucaristia?

São vários os caminhos pelos quais podemos nos aproximar do Senhor Jesus e assim viver uma existência realmente cristã, quer dizer, segundo a medida do próprio Cristo, de tal maneira que seja Ele mesmo quem vive em nós (ver Gl 2,20). Uma vez ascendido aos céus o Senhor nos deixou seu Espírito.

Por sua promessa é segura sua presença até o fim do mundo (ver Mt 28, 20). Jesus Cristo se faz realmente presente em sua Igreja não somente através da Sagrada Escritura, mas também, e de maneira mais excelsa, na Eucaristia.

O que quer dizer Jesus com "vinde a mim"?

Ele mesmo nos revela o mistério mais adiante: "Eu sou o pão da vida. O que vem a mim, não sentirá fome, o que crê em mim nunca terá sede" (Jo 6,35). Jesus nos convida a alimentar-nos d'Ele. É na Eucaristia onde nos alimentamos do Pão da Vida que é o próprio Senhor Jesus.

Não está Cristo falando de forma simbólica?

Cristo, argumenta-se, poderia estar falando simbolicamente. Ele disse: "Eu sou a videira" e Ele não é uma videira; "Eu sou a porta" e Cristo não é uma porta.

Mas o contexto no qual o Senhor Jesus afirma que Ele é o pão da vida não é simbólico ou alegórico, mas doutrinal. É um diálogo com perguntas e respostas como Jesus costuma fazer ao expor uma doutrina.

Às perguntas e objeções que lhe são feitas pelos judeus no Capítulo 6 de São João, Jesus Cristo responde reafirmando o sentido imediato de suas palavras. Quanto mais rejeição e oposição encontra, mais Cristo insiste no sentido único das palavras: "Minha carne é verdadeiramente uma comida e meu sangue é verdadeiramente uma bebida" (v.55).

Isto faz com que os discípulos o abandonem (v.66). E Jesus Cristo não tenta retê-los tratando de explicar-lhes que o que acaba de dizer-lhes é tão somente uma parábola. Pelo contrário, interroga a seus próprios apóstolos: "Não quereis também vós partir?". E Pedro responde: "Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna." (v.67-68).

Os Apóstolos entenderam o sentido imediato das palavras de Jesus na última ceia. "Tomou o pão...e disse: "Tomai e comei, este é o meu corpo". (Lc 22,19). E eles ao invés de dizer-lhe: "explica-nos esta parábola, "tomaram e comeram, quer dizer, aceitaram o sentido imediato das palavras. Jesus não disse "Tomai e comei, isto é como se fosse meu corpo... é um símbolo de meu sangue".

Alguém poderia objetar que as palavras de Jesus "fazei isto em memória de mim" não indicam mais que esse gesto deveria ser feito no futuro como uma simples recordação, um fazer memória com qualquer um de nós pode recordar algum fato de seu passado e, deste modo, "trazer ao presente". Entretanto não é assim, porque memória, anamnese ou memorial, no sentido empregado na Sagrada Escritura, não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou em favor dos homens. Na celebração litúrgica, estes acontecimentos se fazem, de certa maneira, presentes e atuais.

Assim, pois, quando a Igreja celebra a Eucaristia, faz memória da Páscoa de Cristo e esta se faz presente: o sacrifício que Cristo ofereceu de uma vez para sempre na cruz permanece sempre atual (ver Hb 7,25-27). Por isso a Eucaristia é um sacrifício (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1363-1365).

São Paulo expõe a fé da Igreja no mesmo sentido: "O cálice de benção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?" (1Cor 10,16). A comunidade cristã primitiva, os próprios testemunhas da última ceia , quer dizer, os Apóstolos, não teriam permitido que Paulo transmitisse uma interpretação falsa desse acontecimento.

Os primeiros cristãos acusam os docetas (aqueles que afirmavam que o corpo de Cristo não era mais que uma aparência) de não crer na presença de Cristo na Eucaristia: "Se abstêm da Eucaristia, porque não confessam que é a carne de nosso salvador". Santo Inácio de Antioquia (Esmir VII).

Finalmente, se fosse simbólico quando Jesus afirma: "O que come minha carne e bebe o meu sangue..." então também seria simbólico quando acrescenta: "...tem vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).

Por acaso a ressurreição é simbólica? Por acaso a vida eterna é simbólica?
Tudo, portanto, favorece a interpretação literal ou imediata e não simbólica do discurso. Não é correto, pois, afirmar que a Escritura deve ser interpretada literalmente e, por sua vez, fazer uma arbitrária e brusca exceção nesta passagem.

Se a missa rememora o sacrifício de Jesus, Cristo volta a padecer o Calvário em cada Missa?
A carta aos Hebreus diz: "Mas Ele possui um sacerdócio perpétuo, porque permanece para sempre...Assim é o sacerdote que nos convinha: santo inocente...que não tem necessidade de oferecer sacrifícios cada dia...Nós somos santificados, mediante uma só oblação pelos pecados." (Hb 7, 26-28 e 10, 14-18).

A Igreja ensina que a Missa é um sacrifício, mas não como acontecimento histórico e visível, mas como sacramento e, portanto, é incruento, quer dizer, sem dor nem derramamento de sangue (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1367).

Portanto, na Missa Jesus Cristo não sofre uma "nova agonia", mas que é a oblação amorosa do Filho ao Pai, "pelo qual Deus é perfeitamente glorificado e os homens são santificados" (CVII. Sacrosanctum Concilium n. 7).

O sacrifício da Missa não acrescenta nada ao Sacrifício da Cruz nem o repete, mas o "representa", no sentido de que "o faz presente" sacramentalmente em nossos altares, o mesmo e único sacrifício do Calvário (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1366; Paulo VI, Credo do Povo de Deus n. 24).

O texto de Hebreus 7,27 não diz que o sacrifício de Cristo o realizou "de uma só vez e já se acabou", mas "de uma vez para sempre". Isto quer dizer que o único sacrifício de Cristo permanece para sempre (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1364). Por isso diz o Concílio: "Nosso Salvador, na última ceia, ...instituiu o sacrifício eucarístico de seu corpo e sangue, com o qual ia perpetuar pelos séculos, até a sua volta, o sacrifício da cruz" (ver Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium n.47). Portanto, o sacrifício da Missa não é uma repetição mas uma re-apresentação e renovação do único e perfeito sacrifício da cruz pelo qual fomos reconciliados.

Frutos da Eucaristia

Ao receber a Eucaristia, ficamos intimamente aderidos a Cristo Jesus, que nos transmite sua graça.

A comunhão nos aparta do pecado, é este o grande mistério da redenção, pois seu Corpo e seu Sangue são derramados pelo perdão dos pecados.

A Eucaristia fortalece a caridade, que na vida cotidiana tende a debilitar-se; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais.

A Eucaristia nos preserva de futuros pecados mortais, pois quanto mais participamos da vida de Cristo e mais progredimos em sua amizade, tanto mais difícil será romper noso vínculo de amor com ele.

A Eucaristia é o Sacramento da unidade, pois quem recebe o Corpo de Cristo se une entre si em um só corpo: A Igreja. A comunhão renova, fortifica, aprofunda esta incorporação com a Igreja realizada já no Batismo.

A Eucaristia nos compromete a favor dos pobres; pois ao receber o Corpo e o Sangue de Cristo que são a Caridade mesma no torna caritativos.

Porque a Eucaristia é um sacrifício?

A Eucaristia é, acima de tudo, um sacrifício: sacrifício da Redenção e ao mesmo tempo sacrifício da Nova Aliança. O homem e omundo são restituídos a Deus por meio da novidade pascal da Redenção. Esta restituição não pode faltar: é fundamento da "aliança nova e eterna" de Deus com o homem e do homem com Deus. Se chegasse a faltar, seria preciso rever seja a excelência do sacrifício da Redenção que foi perfeito e definitivo, ou o valor sacrificial da Santa Missa. Portanto a Eucaristia, sendo verdadeiro sacrifício, obra essa restituição de Deus.

Neste sentido, o celebrante, enquanto ministro do sacrifício, é o autêntico sacerdote, que realiza –em virtude do poder específico da sagrada ordem- o verdadeiro ato sacrificial que leva de novamente os homens a Deus. Ao contrário, todos aqueles que participam da Eucaristia, sacrificam-se como ele, oferecem com ele, em virtude do sacerdócio comum, seus próprios sacrifícios espirituais, representados pelo pão e o vinho, desde o momento de sua apresentação no altar.

Efetivamente, este ato litúrgico solenizado por quase todas as liturgias, "tem seu valor e seu significado espiritual". O pão e o vinho se convertem em certo sentido em símbolo de tudo o que leva a assembléia eucarística, por si mesma, em oferenda a Deus e que oferece em espírito. É importante que este primeiro momento da liturgia eucarística, em sentido estrito, encontra sua expressão no comportamento dos participantes. A isto corresponde a chamada procissão da oferendas, prevista pela recente reforma litúrgica e acompanhada, segundo a antiga tradição, por um salmo ou cântico.

Todos os que participam com fé da Eucaristía se dão conta de que ela é Sacrificium", isto é, uma "Oferenda consagrada". Com efeito, o pão e o vinho, apresentados no altar e acompanhados pela devoção e pelos sacrifícios espirituais dos participantes, são finalmente consagrados, para que se convertam verdadeira, real e substancialmente no Corpo entregado e no Sangue derramado de Cristo mesmo. Assim, em virtude da consagração, as espécie de pão e vinho, "re-presentam", de modo sacramental e incruento, o Sacrifício propiciatório oferecido por Ele na cruz ao Pai para a salvação do mundo.

Porque a Eucaristia é um Sacramento?

A recepção de Jesus Cristo sacramentado sob as espécies de pão e vinho na sagrada Comunhão significa e verifica o alimento espiritual da alma. E assim, enquanto que nela se dá a graça invisível sob espécies visíveis, guarda razão de sacramento. Jesus ao instituir a Eucaristia lhe confere intrinsecamente o valor sacramental pois através dela Ele nos transmite sua graça, sua presença viva. Por isso, a Eucaristia é o mais importanet dos sacramentos, de onde saem e para onde se dirigem todos os demais, centro da vida litúrgica, expressão e alimento da comunhão cristã.

Sacramento de Unidade. Ao nos referirmos à Eucaristia como Comunhão, estamos proclamando nossa união entre todos os cristãos e nossa adesão à Igreja com Jesus. Por isso, a Eucaristia é um sacramento de unidade da Igreja, e sua celebração só é possível onde há uma comunidade de fiéis.

Sacramento do amor fraterno. Na mesma noite em que Jesus instituiu a Eucaristia, instituiu o mandamento do amor. Portanto, a Eucaristia e o amor aos demais têm que andar sempre juntos. Jesus institui a Eucaristia como prova de seu imenso amor por nós e pede aos que vamos participar dela, que nos amemos como Ele nos amou. E, neste sentido, a Eucaristia deve estar necessariametne antecedido pelo Sacramento da Reconciliação pois o receber o "alimento de vida eterna" exige uma reconciliação constante com os irmãos e com Deus Pai.

O mistério eucarístico, desgarrado de sua própria natureza sacrificial e sacramental, deixa simplesmente de ser tal. Não admite nenhuma imitação "profana", que se converteria muito facilmente (se nao até mesmo como norma) em uma profanação. Isto deve ser sempre lembrado, e principalmente em nosso tempo em que observamos uma tendência a apagar a distinção entre "sacrum" e "profanum", dada a difundida tendência geral (ao menos em alguns lugares) à dessacralização de tudo.

Em tal realidade a Igreja tem o dever particular de assegurar e corroborar o "sacrum" da Eucaristia. Em nossa sociedade pluralista, e às vezes também deliberadamente secularizada, a fé viva da comunidade cristã -fé consciente inclusive dos próprios direitos a respeito de todos aqueles que não compartilham a mesma fé- garante a este "sacrum" o direito de cidadania. O dever de respeitar a fé de cada um é ao mesmo tempo co-relativa ao direito natural e civil da liberdade de consciência e de religião.

Os ministros da Eucaristia devem, portanto, principalmente em nossos dias, ser iluminados pela plenitude desta fé viva, e à luz dela devem compreender e cumprir tudo o que faz parte de seu ministério sacerdotal, por vontade de Cristo e de sua Igreja.

A Eucaristia - Algumas Respostas...

A santa Missa

Jesus quis deixar para a Igreja um sacramento que perpetuasse o sacrifício de sua morte na cruz. Por isso, antes de começar sua paixão, reunido com seus apóstolos na última ceia, instituiu o sacramento da Eucaristia, convertendo pão e vinho em seu próprio corpo vivo, e o deu de comer, fez partícipes de seu sacerdócio aos apóstolos e mandou-lhes que fizessem o mesmo em sua memória.

Assim a Santa Missa é a renovação do sacrifício reconciliador do Senhor Jesus. Além de ser uma obrigação grave assistir à Santa Missa aos domingos e feriados religiosos de preceito -a menos que esteja impedido por uma causa grave-, é também um ato de amor que deve brotar naturalmente de cada cristão, como resposta agradecida frente ao imenso dom que significa que Deus se faça presente na Eucaristia.

O que é a Eucaristia?

É o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo sob as espécies de pão e vinho. Por meio da consagração, o sacerdote converte realmente no corpo e sangue de Cristo o pão e vinho oferecido no altar.

O que é a Santa Missa?

É a renovação sacramental do sacrifício da cruz.

A Santa Missa é o mesmo sacrifício da Cruz?

Sim, a Santa Missa é o mesmo sacrifício da Cruz, mas sem derramamento de sangue, pois agora Jesus Cristo encontra-se em estado glorioso.

Quem pode celebrar a Santa Missa?

Somente os sacerdotes podem celebrar a Santa Missa, pois somente eles podem atuar personificando a Cristo, cabeça da Igreja.

Quais são os fins pelos quais se oferece a Santa Missa?

Os fins pelos quais se oferece a Santa Missa são quatro: adorar a Deus, agradecer por seu benefícios, pedir-lhe dons e graças, e para a satisfação por nossos pecados.

A Santa Comunhão

A Eucaristia é também banquete sagrado, no qual recebemos a Jesus Cristo como alimento de nossas almas.

A Comunhão é receber a Jesus Cristo sacramentado na Eucaristia; de maneira que, ao comungar, entra em nós mesmos Jesus Cristo vivo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,com seu corpo, sangue, alma e divindade.

A Eucaristia é a fonte e cume da vida a Igreja, e também de nossa vida em Deus. A Igreja manda comunga pelo menos uma vez ao ano, em estado de graça; recomenda vivamente a comunhão freqüente e, se possível, sempre que se assista a Santa Missa, para que a participação do sacrifício de Jesus seja completa.

É muito importante receber a Primeira Comunhão quando se chega ao uso da razão, com a devida preparação.

O que é a Santa Comunhão?

A Sagrada Comunhão é receber Jesus Cristo presente na Eucaristia.

De que modo Jesus Cristo está presente na Eucaristia?

Jesus Cristo está na Eucaristia verdadeira, real e substancialmente presente, inteiro, vivo e glorioso, com seu corpo, sangue, alma e divindade, em cada uma das espécies e em qualquer parte delas.

A Hóstia consagrada é uma "coisa"?

Não, a Hóstia consagrada não é uma "coisa", embora o pareça; é uma Pessoa Divina, é Jesus vivo e verdadeiro.

Quem pode comungar?

Pode comungar quem estiver em graça de Deus, guardar o jejum eucarístico e saber quem vai receber.

Em que consiste o jejum eucarístico?

Consiste em abster-se de tomar qualquer alimento ou bebida, pelo menos uma hora antes da Sagrada Comunhão, exceto água e remédios. Os doentes e seus assistentes podem comungar mesmo que tenham tomado algo na hora imediatamente anterior.

Quando se recebe a primeira comunhão?

A primeira comunhão pode ser recebida quando se começa a ter uso da razão, o que se supõe a partir dos sete anos; tendo recebido previamente a preparação oportuna e o sacramento da penitência.

Que pecado comete quem comunga em pecado mortal?

Quem comunga em pecado mortal comete um grave pecado chamado sacrilégio.

O que deve fazer quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal?

Quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal não pode receber a Comunhão sem recorrer antes ao sacramento da Penitência, pois para comungar não basta o ato de contrição.

Corpus Christi

História da Solenidade de Corpus Christi

No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.

Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época priora da Abadia, foi a enviada de Deus apra propiciar esta Festa. A santa nasceu em Retines perto de Liège, Bélgica em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon. Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Morreu em 5 de abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses em Fosses e foi enterrada em Villiers.

Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se diz ter intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a aparêncai de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa solenidade.

Juliana comunicou estas aparições a Dom Roberto de Thorete, o então bispo de Lieja, também ao douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón, nessa época arquidiácolo de Lieja, mais tarde o Papa Urbano IV.

O bispo Roberto focou impressionado e, como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, invocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração fosse feita no ano seguinte, ao mesmo tempo o Papa ordenou, que um monge de nome João escrevesse o ofócio para essa ocasão. O decreto está preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do ofício.

Dom Roberto não viveu para ser a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte a quinta-feira posterior à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão conheceu os costume e a o estendeu por toda a atual Alemanha.

O Papa Urbano IV, naquela época, tinha a corte em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Muito perto desta localidade está Bolsena, onde em 1263 ou 1264 aconteceu o Milagre de Bolsena: um sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dúvidas de que a Consagração fosse algo real., no momento de partir a Sagrada Forma, viu sair dela sangue do qual foi se empapando em seguida o corporal. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 junho de 1264. Hoje se conservam os corporais -onde se apóia o cálice e a patena durante a Missa- em Orvieto, e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de sangue.

O Santo Padre movido pelo prodígio, e a petição de vários bispos, faz com que se estenda a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes e outorgando muitas indulgências a todos que asistirem a Santa Missa e o ofício.

Em seguida, segundo alguns biógrafos, o Papa Urbano IV encarregou um ofício -a liturgia das horas- a São Boa-ventura e a Santo Tomás de Aquino; quando o Pontífice começou a ler em voz alta o ofício feito por Santo Tomás, São Boa-ventura foi rasgando o seu em pedaços.

A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no concílio geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis -por João XXII- e assim a festa é estendida a toda a Igreja.

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.

A festa foi aceita em Cologne em 1306; em Worms a adoptaram em 1315; em Strasburg em 1316. Na Inglaterra foi introduzida da Bélgica entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e nos outros países a solenidade era celebrada no domingo depois do domingo da Santíssima Trindade.

Na Igreja grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, armênios, coptos, melquitas e os rutínios da Galícia, Calábria e Sicília.

Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzida na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, determinado dia festivo, seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Nisto os cristãos expressam sua gratidão e memória por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo qual se faz novamente presente a vitória e triunfo sobre a morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.